terça-feira, 4 de março de 2025

Da fonte nascente da fé emanam sagrados compromissos!

                                                         

Da fonte nascente da fé emanam sagrados compromissos!

Com a Quarta-feira de Cinzas, iniciaremos o Tempo da Quaresma, tempo riquíssimo em espiritualidade e atitudes de conversão, na configuração ao Cristo Bom Pastor, no Mistério de Sua Paixão e Morte. E, para com Ele ressuscitarmos havemos por bem aprofundar um tema de extrema importância: a fé.

Voltemo-nos, portanto,  à Carta aos Hebreus  – “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem” (Hb 11,1). A autêntica fé no Deus da vida jamais nos dispensará de compromissos cotidianos que ganham múltiplas faces, expressões, ressonâncias, conteúdos e sentidos, mas deve ser como âncora que firma nossa barca na travessia para o outro lado da margem.

Um pouco mais tarde, o Bispo São Boaventura (séc. XIII) assim se expressou acerca da fé: “Enquanto estamos peregrinando longe do Senhor, a fé é o fundamento que sustenta, a lâmpada que orienta, a porta que introduz a todas as iluminações espirituais... é necessário que nos aproximemos do Pai das luzes com fé pura, dobrando os joelhos do coração, para que, por Seu Filho, no Espírito Santo, nos conceda o verdadeiro conhecimento de Jesus Cristo e, com o conhecimento, também o Seu amor”.

A existência vista como peregrinar longe do Senhor, não significa Sua ausência, pelo contrário, sua presença. Enquanto aguardamos Sua vinda gloriosa, dobrando os joelhos do coração diante da fonte inesgotável da vida, e saciados pelo Pão da Eucaristia e da Palavra, nos levantemos e nos comprometamos com os que mais necessitam na mais bela expressão de fraternidade e ternura.

Santo Antônio, tem uma frase memorável: “A fé é viva quando são as obras que falam”.  

Olhando para o horizonte do mundo que nos cerca, vemos os intransferíveis compromissos que procedem da fé, pois somente assim seremos sal e luz no vasto e complicado mundo da economia, da política, da cultura, da educação, dos meios de comunicação, da família e em tantos outros lugares como tão bem expressou o Papa São Paulo VI em memorável Exortação da "Evangeli Nuntiandi". 

Movidos pela fé sejamos luminares para tantos quantos precisarem, fazendo resplandecer a mais bela de todas as chamas, a chama da luz divina que jamais se apaga no coração de quem ama. Pois, como bem sabemos, é próprio do amor de Deus nos querer inseridos na luz que jamais se apaga, por isso nos alcançou a eternidade precedida nas mais belíssimas lições de fraternidade.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG