domingo, 26 de maio de 2024

Urge que sejamos luminosos!

                                                                     

Urge que sejamos luminosos!

Reflitamos o Comentário sobre o Eclesiastes, do Bispo São Gregório de Agrigento (séc. VI), renovando o nosso desejo, mais que necessário, que nos acompanha incessantemente: aproximarmo-nos de Deus, pois quanto mais próximos d’Ele, mais luminosos o seremos.

“Suave, diz o Eclesiastes, é esta luz e extremamente bom, para nossos olhos penetrantes, é contemplar o sol esplêndido. Pois sem a luz o mundo não teria beleza, a vida não seria vida. Por isto, já de antemão, o grande contemplador de Deus, Moisés, disse: E Deus viu a luz e declarou-a boa.

Porém é conveniente para nós pensar naquela grande, verdadeira e eterna luz que ilumina a todo homem que vem a este mundo, quer dizer, Cristo, Salvador e Redentor do mundo, que, feito homem, quis assumir ao máximo a condição humana.

D’Ele fala o Profeta Davi: Cantai a Deus, salmodiai a Seu nome, preparai o caminho para Aquele que Se dirige para o ocaso; Senhor é Seu nome; e exultai em Sua presença.

Suave declarou o Sábio ser a luz e prenunciou ser bom ver com Seus olhos o sol da glória, aquele sol que no tempo da divina encarnação disse: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não caminha nas trevas, mas terá a luz da vida.

E outra vez: Este o juízo: a luz veio ao mundo. Desta maneira, pela luz do sol, gozo de nossos olhos corporais, anunciou o Sol da justiça espiritual, tão suave àqueles que foram encontrados dignos de conhecê-Lo.

Viam-no com seus próprios olhos, com Ele viviam e conversavam, como um homem qualquer, embora não fosse um qualquer. Era, de fato, verdadeiro Deus que deu vista aos cegos, fez os coxos andar, os surdos ouvir, limpou os leprosos, aos mortos devolveu a vida.

Todavia, mesmo agora é realmente delicioso vê-Lo com olhos espirituais e contemplar demoradamente Sua simples e divina beleza. Além disso, é delicioso, pela união e comunicação com Ele, tornar-se luminoso, ter o espírito banhado de doçura e revestido de santidade, adquirir o entendimento e vibrar de uma alegria divina que se estenda a todos os dias da presente vida.

O sábio Eclesiastes bem o indicou quando disse: Por muitos anos que viva o homem, em todos eles se alegrará. É evidente que o Autor de toda alegria o é para os que veem o Sol de justiça. D’Ele disse o Profeta Davi: Exultem diante da face de Deus, gozem na alegria; e também: Exultai, ó justos, no Senhor; aos retos convém o louvor”.

Há situações difíceis pelas quais passamos que por vezes parecem querer ofuscar ou mesmo apagar a Divina Chama que em nós, um dia no Batismo foi acesa.

Retomo alguns trechos para aprofundamento:

“Além disso, é delicioso, pela união e comunicação com Ele, tornar-se luminoso, ter o espírito banhado de doçura e revestido de santidade, adquirir o entendimento e vibrar de uma alegria divina que se estenda a todos os dias da presente vida.”

Luminosidade, doçura e santidade, entendimento, vibração de alegria... Tudo isto e muito mais alcançamos quando, D’Ele, a Divina Fonte de Luz e Amor, nos aproximamos: Cristo Jesus!

Fomos criados por Deus para sermos luminosos. Jamais deixemos as dificuldades apagarem nossa luz, nossa chama ardente da caridade, que se comunica com a Fonte Ardente de Caridade, Jesus. Não podemos permitir o ofuscar a luz nos olhos, que faz ressuscitar a confiança, a esperança, a bondade, a ternura, a serenidade, a misericórdia e o perdão em nosso coração.

Inebriados pela infinita doçura do Senhor, não sejamos amargos nos relacionamentos, pois nisto consiste o caminho da santidade de quem experimentou a verdadeira alegria de nutrir-se e renovar-se, a cada dia, na Mesa da Santa Eucaristia. 

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