sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Sejamos como lâmpadas acesas pelo Espírito!

                                                   

Sejamos como lâmpadas acesas pelo Espírito!

Com o a chegada de mais um fim de ano, também nos preparamos como Igreja para grandes Festas: Natal do Senhor, Sagrada Família, Solenidade da Mãe de Deus e Epifania, culminando com a Festa do Batismo do Senhor!

É, portanto, tempo favorável para fazermos uma retrospectiva em todos os níveis: pessoal, familiar, como Igreja e sociedade.

Tempo de olharmos para frente com novo ânimo e novo vigor, deixando-nos guiar pela Luz do Espírito Santo.

Cada um terá êxitos e possíveis fracassos para partilhar. Frustrações e expectativas superadas também configuraram eventuais cenários. Pesadelos momentâneos não sufocaram sonhos que nos movem e nos conduzem à eternidade.

Se angústias vivemos, a esperança veio como âncora, não permitindo que naufragássemos nas agitadas águas do cotidiano, contando sempre com a presença Daquele que veio, vem e virá.

Olhemos para frente! Há um longo caminho! Talvez a escuridão de algumas realidades, de algumas estatísticas não nos dê coragem. Não a teremos mesmo, se não acolhermos no mais profundo de nós mesmos a Luz do Divino Menino no Natal.

Não haverá luz e esperança, de fato, para quem não acolher e celebrar o Nascimento do Salvador.

Quando a noite escura de Natal for iluminada com o esplendor da luz trazida pela fragilidade de uma Criança que assumiu nossa mesma realidade, então luzes serão acesas em nosso coração.

Multiplicar-se-ão luzes para um novo ano iluminar. O Cristão é como uma luz acesa pelo Espírito de Deus, e nada pode apagar o que Deus acendeu, nada pode matar o que Ele fez nascer!

Que o Ano Novo seja para nós ocasião de crescermos no amor, o essencial de nossa fé cristã, progredindo em conhecimento e em experiência, como nos falou o Apóstolo Paulo (Fl 1,4-11).

Também seja ele marcado pela alegria que nasce, paradoxalmente, da Cruz. A alegria cristã não é evasão, algo ilusório e passageiro.  Ressoem em nosso coração, as palavras do Apóstolo Paulo:

“Alegrai-vos sempre no Senhor, repito, alegrai-vos no Senhor, confiai a Deus todas vossas inquietações, com súplicas e em ação de graças” (Fl 4,4-7).

Como lâmpadas acesas pelo Espírito, sejamos presença da Luz Divina em meio às trevas que nos desafiam – Eis a nossa missão!

Viver o Natal não apenas como Mistério de Nascimento,
mas também de Morte e Ressurreição!

Aprendamos com a Sagrada Família

                                                                   

 Aprendamos com a Sagrada Família

Um dia, cumprindo o preceito da Lei de Moisés, Maria e José foram apresentar no templo o filho primogênito, Jesus. Cumpria-se assim, zelosamente a Lei do Senhor. Sacrifício oferecido, apresentação realizada. 

A acolhida das palavras de Simeão, justo e piedoso, aquele que portava a esperança da consolação agora a vê realizada. As suas palavras a Maria e José, acompanhadas de bênçãos, lhes causam admiração.

A alegria que Ana, aquela mulher viúva, idosa e piedosa, que noite e dia do templo não saia, servindo a Deus com jejuns e orações, que louvava e falava com entusiasmo a todos sobre aquele menino, a tantos quantos esperavam a libertação de Jerusalém. Hora de retornar para a Galileia, para Nazaré, sua Cidade.

E aqui, um momento para reflexão, meditação...
Contemplemos uma possível conversa entre Maria com José naquele retorno com o menino Jesus no colo; viagem difícil, mas religiosamente cumprida, sem adiamentos e displicências...

Maria:
“José, estou pensando naquelas palavras de Simeão”.

José:
“Como é que ele falou mesmo Maria?”

Maria:
Ele disse assim – “Agora, Senhor, conforme a Tua promessa, podes deixar Teu servo partir em paz, porque meus olhos viram a salvação que preparastes diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do Teu povo Israel

José:
“É verdade, lembrei-me. Maria, você entendeu quando ele disse, logo depois, ‘este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel; Ele será um sinal de contradição. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti Maria, uma espada te trespassará a alma’?”.

Maria:
“Confesso que estou aqui caminhando em silêncio pensando exatamente nisto. A consolação e esperança de Simeão, é a nossa consolação e esperança. Este menino que Deus nos concedeu pela obra do Espírito Santo é Aquele que tanto esperamos. Meu Deus, quão grande é a nossa responsabilidade!”.

José:
“É Maria, este menino que Deus nos confiou vai ser causa de queda, como de reerguimento para muitos em Israel, será um sinal de contradição... Não consigo imaginar o que é isto, a não ser que Ele poderá ser aceito por uns, rejeitado por outros. Creio que não será algo tão simples. Às vezes me dá um frio na espinha de ficar pensando nisto...”.

E, Maria dando um grande suspiro, olhando para José e depois para o Menino que dormia serenamente no colo de José, disse:

Maria:
“Como é bom, José, ficar pensando no que Deus espera de nós, mas ao mesmo tempo como é sempre um ato de fé, de confiança. Não podemos jamais falhar. A Salvação do mundo está em teu colo José, está em nossas mãos!”

José:
“De fato Maria, haveremos de fazer tudo para que Ele seja forte, cresça a cada dia em tamanho, sabedoria e graça diante de Deus. Creio que é isto, por Deus, de nós esperado. Que responsabilidade! Às vezes tenho tanto medo desta responsabilidade, mas o anjo falou para que eu não tivesse medo”.

Maria:
“Ah José, como é maravilhoso e ao mesmo tempo um grande, um enorme desafio cuidar d’Aquele que é a Salvação da Humanidade. Às vezes acho que não somos dignos para tanto!”

Após um silêncio prolongado, José retoma a palavra:

José:
“Desculpe-me Maria, não queria tocar no assunto, mas não consigo entender o que vem a ser aquelas palavras – ‘uma espada de trespassará a alma”. O que será que ele quis dizer, de fato?”

Maria:
Ó José, estas palavras me deixaram mais ainda pensativa. Aquelas palavras estão aqui dentro do meu coração, estou meditando sobre elas. Estou inquieta com aquelas palavras...
Quando? De que modo? O que quis dizer aquele piedoso homem com estas palavras? Se você tem frio na espinha, minha alma fica aflita, mas sei que o anjo Gabriel também me assegurou para não ter medo. Deus não pode falhar em Suas promessas. Falou para que meu coração não ficasse perturbado, desde aquele dia que eu disse sim”.

José:
“Sim Maria, sei disto. Creio nisto. Temos que continuar nossa missão. Vamos voltar e nos colocar nas mãos de Deus como sempre o fizemos e como sempre o faremos”.

Maria:
“É tudo que temos que fazer, assim como eu disse: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a Tua Palavra” não vou voltar atrás. Importa a vontade de Deus realizar. Se Ele quis contar comigo, jamais vou desapontá-Lo”.

De fato, a espada trespassada terá um nome, Cruz.
Será a morte do Salvador na Cruz.
Ela ali, aos pés da Cruz, acolhendo as últimas palavras do
Seu Filho Crucificado - Jesus:
“Mulher, eis aí Teu filho. Filho, eis aí a Tua mãe!” Cf Jo 19,26-27).

Maria e José caminham com o menino Jesus no colo, e depois de algum tempo de silêncio, José retoma a palavra e diz:

José:
“Ah, Maria, como admiro sua fé, sua coragem, sua entrega. Fiquei meditando em tudo que conversávamos a pouco, e pode ter certeza, naquilo que for necessário pode contar comigo, estou ao seu lado. Também não vou fugir, o anjo me assegurou coragem e presença da força de Deus”.
Com um doce sorriso inigualável, próprio dela, Maria diz –

Maria:
“Que bom José! Como é bom saber que Deus e nós, eu e o menino Jesus, podemos contar contigo”.

José sorrindo para Maria, embalando o menino que naquela hora acordara, deu um pequeno soluço seguido de um curto choro e disse: – “Maria, tenho vontade de ouvir aquele canto que você cantou para Isabel, tua prima. Canta para nós. O menino também quer ouvir.

E Maria cantou de novo:

Maria:
– “A minh'alma glorifica o Senhor e exulta meu espírito em Deus, meu salvador. Porque olhou para a humildade de Sua serva; doravante as gerações hão de chamar-me de bendita. O Poderoso fez em mim maravilhas e Santo é o Seu nome. Seu amor para sempre se estende sobre aqueles que O temem. Manifesta o poder de Seu braço e dispersa os soberbos. Derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes. Sacia de bens os famintos e despede os ricos sem nada. Acolhe Israel, Seu servidor, fiel ao Seu amor. Como havia prometido aos nossos pais em favor de Abraão e de seus filhos para sempre” (cf. Lc 1,46-55)

José: “Ah, Maria, como você canta tão bem as maravilhas de Deus! Verdadeiramente você é uma cantora da esperança dos pobres; canta não só com a garganta, canta com a tua vida, com teus lábios e com teu coração. Não conheço alguém que cante como você. Você é a maravilhosa música de Deus, suave melodia que nos comunica a força do divino. Teu canto é mais do que letras, porque emanam do Espírito, pelo qual nos veio o Verbo, pela suprema e infinita graça e bondade de Deus”.

E com Maria continuemos a cantar!
Eis aí a Sagrada Família, exemplo a imitar!
Modelo de virtudes a se espelhar.

Que esta imaginária conversa possa despertar em nós o desejo da Sagrada Família revisitar, e as mais belas lições aprender, e assim asseguraremos o futuro da humanidade, que passa inevitavelmente e indiscutivelmente pela família.

A Sagrada Família nos trouxe a Salvação, a consolação, a redenção.

Reflitamos:

 -  O que nossas famílias trazem ao mundo?
 -  De que boas novas nossas famílias hoje são portadoras? 

Dois milênios passados, e reafirmamos o valor sagrado e inviolável da família no plano de Deus.

Famílias Santas: Mundo santo, humanidade santa!
É de famílias assim que o mundo precisa.
A propósito, como vai a tua família?

“Pelas estradas da vida nunca estamos sós... 
Por mais que pareça.
 Deus é presença na aparente ausência...
Ainda que tenhamos que suportar a alma trespassada,
 ainda que o peso da cruz nos pese...”.

Contemplemos a Sagrada Família!

                                          

Contemplemos a Sagrada Família! 
(Um poema e prece pela família
Numa família nem tão distante daqui


Lágrimas de dor verteram…
Mais uma Igreja doméstica edificada sobre a areia,
Cuja tempestade e ventos desmoronaram.
Um lar desfeito à estatística se somou.
Mais uma vez, o que era para sempre, tão provisório ficou.

Numa Família…
Uma criança a luz do sol não contemplou,
Porque a crueldade humana ao aborto condenou.
Uma vida que poderia alegria ao mundo trazer,
Indefesa, frágil, à morte tão cedo e mais que cedo teve que ceder.

Numa família…
Novo oratório se criou,
Não mais Santos, Palavra, velas e contas,
Mas o computador, o “play station”, outros “games”…
O silêncio de morte e isolamento se instalou.

Numa família…
Em nome do pós-moderno, valores, virtudes, princípios exilou.
A um museu de raridades a alegria, a acolhida, o diálogo,
A fidelidade, a compreensão, a brincadeira, a pureza,
O silêncio orante, o encontro, numa redoma se colocou.

Mas, numa família bem perto daqui... 
Bem mais perto daqui…
O brilho dos olhos voltou, algo novo ao mundo anunciou!
Ao mundo, grandes lições, deixou:
O silêncio orante, diálogo terno e amoroso com Deus,
Mistérios e projetos, de Deus, são acolhidos,
Graça e ternura pelos três são vividos.

Mas, numa família bem perto daqui...
Bem mais perto daqui…
O brilho dos olhos voltou, algo novo ao mundo anunciou!
Na tenda que na terra o Verbo armou,
A família, como berço da vida e vocação, edificou e santificou.
E ao mundo, belas lições, a todos nos deixou.
Feliz a família que na Sagrada Família sempre se espelhou!

Mas, numa família bem perto daqui...
Bem mais perto daqui…
O brilho dos olhos voltou, algo novo ao mundo anunciou!
Da gruta à casa de Nazaré, a Igreja doméstica viveu;
Da Casa de Nazaré à Cruz de Jerusalém.
Do Seu lado aberto a Igreja militante nasceu,
Padecente e triunfante entoa conosco seu amém.

Mas, numa família bem perto daqui...
Bem mais perto daqui…
Que a família então seja intima comunidade de vida e amor,
Resplandecendo as virtudes mais belas do Evangelho,
Lugar do recolhimento e oração novamente se tornou.
Compreensão mútua; respeito como norma se firmou.

Mas, numa família bem perto daqui...
Bem mais perto daqui…
O zelo pela prática religiosa novamente ressuscitou,
A fuga dos males, como critério de existência se tornou.
Morte aos vícios, nódoas do pecado que tantas almas mancharam;
Pela fidelidade e amor vivido, a pureza e candura reencontraram.

Mas, numa família bem perto daqui...
Bem mais perto daqui…
Individualismo e egoísmo à vida comunitária lugar cedeu,
Sacrifício e trabalho, solidariedade enfim floresceram,
Para o mundo reencantar e reinventar,
E o paraíso que perdido fora, novamente se reencontraram.

Mas, numa família bem perto daqui...
Bem mais perto daqui…
Uma verdade se confirmou,
E o mundo jamais disso se esqueceu:
 “O futuro da humanidade passa pela família”.
Nela não crer nem investir; com o mundo enlouquecer.

Mas, numa família bem perto daqui...
Bem mais perto daqui…
Contemplemos a Sagrada Família,
Fixemos nossos olhos nesta perfeita harmonia,
Imploremos a Luz do Santo Espírito que sobre Eles agia,
Reinarão em nosso lar a mais bela e tão sonhada paz e alegria!

Em poucas palavras...

                                 


A fuga para o Egito

“A fuga para o Egito e o massacre dos Inocentes (Mt 2,13-18) manifestam a oposição das trevas à luz: «Ele veio para o que era seu e os seus não O receberam» (Jo 1, 11). Toda a vida de Cristo decorrerá sob o signo da perseguição. Os seus partilham-na com Ele (Jo 15,20). O seu regresso do Egito (Mt 2,15) lembra o Êxodo (Os 11,1) e apresenta Jesus como o libertador definitivo.” (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 530

Olhando pela janela...

                                                              

Olhando pela janela...

Vendo a vida com o olhar realista:
A vida em nossos dias é muito dura
para a maior parte da humanidade.
A concorrência é desumana e com ela a desigualdade social.
Segurança profissional existirá para alguém?

O relaxamento dos costumes cresce de maneira inquietadora,
os Sagrados princípios são violados.
O recrudescimento da ditadura do relativismo, 
a desconfiança reinante e de modo generalizado.

Aumenta assustadoramente a delinquência.
Os índices da mortalidade infantil ainda são deploráveis.
O sofrimento não poupa ninguém e a morte continua a ser o pavor de todos, 
porque ronda fazendo-nos sombra.

Pesa sobre a humanidade o perigo de guerras e da autodestruição, 
bem como a destruição do planeta (fala-se em agonia planetária).
Reina ainda na terra, deploravelmente, o estado da injustiça que clama vingança.

Os clamores do Terceiro Mundo bradam aos céus, 
famélicos ainda se multiplicam e com isto a morte ainda faz seus números assustadores.
Há outros sinais que vejo pela janela que me fazem chorar.

Experimentamos, às próprias custas, 
sem podermos nos esquivar e dizer que não temos culpa.

Ø Quais as consequências quando o pecado domina?
Ø Quem pode sentir-se em segurança?
Ø O que é possível fazer?

Meu olhar que é funesto e assustador ou a própria realidade que descrevo?
Não se apresse em conclusões precipitadas.
Não desista de procurar um novo olhar.
Não desistamos de construir pontes que nos aproximam,
e derrubar os muros que nos separam.

Três perguntas, múltiplas respostas...

Três perguntas, múltiplas respostas...

Viemos à Casa do Pai...
O que viemos fazer?
Por que viemos?
Para que viemos?

Três perguntas faço, respostas anseio,
Respostas múltiplas encontro...
Contigo partilho sem nenhum receio.

O que viemos fazer na Casa do Pai?
Alguns bênçãos e luz a Ele pedir;
Outros incontáveis graças render-Lhe,
Para com Sua Força jamais desistir.

Do Banquete da Vida e da Eucaristia participar,
O Mistério do Amor de Deus celebrar,
Para as delícias pelo Rei bendito saborear,
De Sua misericórdia no dia a dia lembrar.

Partilhar com o outro o peso de nossa cruz,
Curar nossas feridas, chorar nossas dores,
Suplicar luz para possíveis noites escuras,
Romper eventual surdez a proféticos clamores.

Por que à Casa do Pai viemos?
Porque somos pessoas que acreditam
No Mistério do Deus do Amor e da vida
Em grande comunhão com os que ressuscitam.

Por que à Casa do Pai viemos? 
Porque somos, da vida, apenas passageiros
Alguns: poucas linhas deixaram,
Outros: poucas e belas páginas,
Bem poucos, como um livro nos marcaram!

Porque somos finitos e limitados,
Porque  temos desejo de eternidade,
Porque alimentados pelo Evangelho
Participamos da construção de  uma nova sociedade.

Para que à Casa do Pai viemos?
Para necessária proteção divina suplicar,
Para recomeçar com ardor nossos projetos
De a vida em todos os níveis santificar.

Para dizer a quem precisa: você não está só!
Deus é contigo, também eu em minha pobreza,
Pode contar com  minha solidariedade e presença,
De Maria, sem dúvida, máxima e bela certeza.

Para professar que cremos na Casa da Paz
E em seus indispensáveis e indestrutíveis pilares:
Amor, verdade, justiça e liberdade,
Valores que hão de estar em todos os lares.

Iniciaremos um novo ano, e
Não poderemos começá-lo sem amáveis companhias:
A nossa família, os irmãos da Comunidade
Ao lado de Jesus, São José e a Mãe de Deus, Maria.

Do Sopro do Espírito a família precisa!

                                                           

 Do Sopro do Espírito a família precisa!

Por isto, nossa família suplica:
Dá-nos o sopro do Teu Espírito!”

Não poucos problemas enfrentam as famílias em nossos tempos.

Como, com o que, e com quem a família enfrentará os ventos que, impiedosamente, contra ela atentam?

Como e quando acolher o revitalizante e santificador Sopro do Espírito?

Muitos são os ventos e tempestade contra a casa, como nos acena Jesus (Mt 7), nos convidando a construir nossa história e a história da família sobre a rocha, que é Ele mesmo.

A solidez e a estrutura da família passam pela escuta, acolhida e vivência de Sua Palavra. Mas contra ela sopram ventos avassaladores.

Quais são estes ventos?

A realidade da falta de diálogo, da compreensão, carinho e respeito nas relações pais e filhos e vice-versa; a invasão midiática e seu “evangelho” que muitas vezes se contrapõe ao autêntico Evangelho do amor, da solidariedade, da comunhão, do perdão.

Nela, a crise de valores anda de mãos dadas com a crise ética, colocando em risco a diversidade e originalidade como criaturas modeladas pelas mãos divinas, condenados à uniformidade, reprodução laboratorial pela clonagem, com resultados imprevisíveis...

Outros ventos fortes persistem:

Dependência química (álcool, drogas...); desemprego ou iminente possibilidade; violência pelas armas ou de qualquer outra forma; o consumismo depredador, acompanhado da insaciabilidade, colocando em risco o planeta em que vivemos.

E ainda as antigas e novas doenças, o sentimento de angústia que toma o coração de muitos, culminando em degradante e desumanizante depressão.

No entanto, há esperanças e horizontes a serem alcançados, de modo que enfrentá-los é possível, quando buscamos o Sopro do Espírito, a manifestação de Deus na brisa suave. 

Acolher o Sopro do Espírito é preciso.
Não há fórmulas mágicas, há um caminho único:
Jesus Cristo e Seu Evangelho –
“Eu Sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6).

A Sagrada Escritura apresenta inúmeros Sopros para a santificação de nossas famílias.

Do Sopro do Espírito, a família precisa!
Nossa família suplica:
“Dá-nos o Sopro do Teu Espírito!”

O Sopro do Espírito que acolhemos ao contemplar a Sagrada Família:

E, nesta grande escola, aprender as belas lições de José e Maria, as mais belas lições que nos vem da Sagrada Família!

Confiança em Deus, abertura e diálogo para compreender os Mistérios divinos e vivenciá-los: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim Tua Palavra.

A alegre disponibilidade, humildade, mansidão, ternura, temor divino, abertura para a manifestação da graça de Deus, pertença ao povo de Deus; acompanhados da vivência e prática religiosa.

A coragem para ter a alma transpassada, assumindo a dimensão pascal da fé, mistério de morte e Ressurreição.

O Sopro do Espírito que acolhemos ao contemplar o Mistério da Comunhão Trinitária:

Mistério de amor, comunhão, doação, plenitude de vida, unicidade que não leva a perda da identidade, garantia de plena felicidade...

O Sopro do Espírito que acolhemos que vem da Mesa da Eucaristia:

Banquete de amor e vida, comunhão e solidariedade com os empobrecidos. O sopro do Santo Espírito que vem como fogo que queima, arde, aquece, ilumina. Quando comungamos, alimentamo-nos, bem como, somos invadidos pelos raios revigorantes deste mesmo Espírito!

A Eucaristia é verdadeiramente um pedaço do céu que se abre sobre a terra, e os raios da Jerusalém Celeste invadem as sombras da história e vem iluminar nossos caminhos, como nos falou o Papa São João Paulo II.

A família que se nutre da Eucaristia há de experimentar, a cada dia, um pedaço deste céu, que se prolonga na mesa de nossos irmãos.

O Sopro do Espírito que acolhemos no dia do Batismo:

Quando nos tornamos Igreja, pedras amadas e escolhidas de Deus.

Rompemos o limite de suas paredes; abrimo-nos para a vivência comunitária, na participação, com alegria, da construção do Reino de Deus.

Cada família é uma pequena Igreja Doméstica, inserida na Igreja de Cristo que é Seu Corpo, tendo-O como Cabeça.

A Boa Nova do Ressuscitado deve determinar pensamentos e atitudes de nossas famílias, de modo que, falar de divórcio, infidelidade, filhos distantes e estranhos aos próprios pais, aborto, será apenas uma lembrança indesejável dos ventos que um dia sopraram contra a família.

A verdadeira sabedoria consiste em enfrentar os ventos contra a família e acolher o Sopro do Espírito; certeza de plena alegria, de um lar verdadeiramente feliz!

Do Sopro do Espírito a família precisa!
Nossa família suplica:
“Dá-nos o Sopro do Teu Espírito!”

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