domingo, 21 de dezembro de 2025

Irromperá no coração vigilante a luz e a alegria do Natal!

                                                                       

Irromperá no coração vigilante a luz e a alegria do Natal!

Tempo do Advento, um tempo tão rico e expressivo marcado por quatro semanas em que preparamos a chegada do Verbo em nosso meio, para que o Natal seja muito mais que banquetes com comidas e bebidas, presépios, árvores de natal, amigos secretos e trocas de presentes...

Há de ser a Festa da alegria em acolher o Menino Deus em cada coração humano, manjedoura acolhedora do Verbo: Sol nascente e luz sem ocaso, que vem aquecer e iluminar nossos passos.

O Tempo do Advento nos coloca na mais profunda atitude de oração, com novenas, confissões... Na oração assídua, vigiamos atentos na espera d’Aquele que veio, vem e virá.

Em Sua primeira vinda veio na humildade da Carne. Virá na manifestação de Sua Glória.

Na vigilância e em oração somos fortalecidos no bom combate da fé, vivendo o tempo da Igreja, o tempo do Espírito e do testemunho, ao redor da Mesa da Palavra e da Eucaristia.

Colocamo-nos em atitude de vigilância, percebendo Sua vinda nos acontecimentos.

Encontramos o Senhor da glória na História da Salvação e na vida da humanidade.  

É muito cômodo ficarmos contemplando aquela criança na manjedoura, com Sua docilidade, ternura... Mas, é preciso contemplar nesta mesma criança, Aquele que anunciou a Boa Nova do Reino, que passa pelo jugo da cruz, numa fidelidade ao Projeto do Pai e um Amor que ama até o fim.

A Cruz que revela a força desarmada do amor.

Há de se recuperar o sentido Pascal do Natal! 

Natal e Páscoa não são duas festas distintas!  
                                                
Natal, iluminado pelo Mistério Pascal, é sempre apelo e expectativa de mudança, de conversão de preparação dos caminhos para Sua chegada. Passagens haverão de acontecer em nossa vida:  Do pecado para a graça, da discórdia à comunhão, do ódio ao amor.

O Menino Deus vem ao nosso encontro trazendo em Suas mãos a Cruz como instrumento de trabalho.

Todo coração humano é como terra a ser lavrada. Que nossa alma seja lavrada com o lenho da Cruz, e que nela o Cristo plante o maravilhoso jardim do Espírito, lançando as sementes do Verbo, de Sua Palavra, como nos dizia o Bispo São Macário no século IV.

Deixemos que a Luz do Natal invada o mais profundo de nós manifestando-a em todos os lugares: na família, na comunidade e na sociedade, porque estará abundante e transbordante em nosso coração.

Ela, invadindo no mais profundo de nós mesmos, onde Deus se encontra, irromperá a mais agradável surpresa de alguém que espera e não se decepciona.

Que Ele renasça neste mais profundo de nós, em lugar privilegiado e imprescindível, o coração humano, tornando-se impossível ocultar Sua luz...

Coração humano:

Mais que presépio, uma manjedoura para o Deus Menino!
Mais que uma manjedoura, um sacrário para o Deus Eucarístico!
Como sacrário, morada do Altíssimo, do Deus Diviníssimo!
Morada da pleníssima Luz que a humanidade aquece e ilumina!

Embora por nós imerecidos, templo privilegiado do Altíssimo!
Embora pecadores, habitação não mui digna do Santíssimo! Amém!

Maria, a Mãe que cremos e amamos

                                                                  


Maria, a Mãe que cremos e amamos

Maria, cremos que tu és:

- A primeira discípula, quem melhor aprendeu as coisas de Jesus, teu Amado Filho;

- A primeira daqueles que «escutam a Palavra de Deus e a põem em prática» (Lc 11, 28);

- A primeira a colocar-se entre os humildes e pobres do Senhor para nos ensinar a esperar e receber, com confiança, a salvação que vem apenas de Deus;

- A primeira a quem Jesus parecia dizer: “Segue-me”, mesmo antes de dirigir este chamamento aos Apóstolos ou a quaisquer outros (cf. Jo 1, 43)»;

- Modelo de fé e caridade para a Igreja pela sua obediência à vontade do Pai, cooperadora na obra redentora do seu Filho na abertura à ação do Espírito Santo;

- Aquela a quem mais valeu ser discípula de Cristo do que ter sido mãe de Cristo, como nos falou Santo Agostinho;

- Mais discípula que mãe, a primeira e a mais perfeita discípula de Cristo;

- Mãe, e que  Cristo te entregou a nós porque não quer que caminhemos sem uma mãe;

- A Mãe fiel que se tornou «Mãe de todos os que creem, e ao mesmo tempo, é «a Mãe da Igreja evangelizadora, e nos acolhe assim como Deus nos quis convocar, não apenas como indivíduos isolados, mas como Povo que caminha;

- A nossa Mãe, que quer sempre caminhar conosco, estar perto, ajudar-nos com a sua intercessão e o seu amor;

- A Mãe do Povo fiel que, movida por uma ternura amorosa, caminha em meio ao seu povo e cuida das suas angústias e vicissitudes. Amém.

 

PS: Fonte - Dicastério para a Doutrina da Fé  Mater Populi fidelis - Nota doutrinal sobre alguns títulos marianos referidos à cooperação de Maria na obra da Salvação – parágrafos n.73.76

 

Superemos e afastemos toda a lentidão

                                                           

Superemos e afastemos toda a lentidão

Inspiradoras são as palavras do Bispo Santo Ambrósio (séc. IV), para nos prepararmos para o Natal do Senhor e fazermos nossos planos para o ano novo que se aproxima: 

Logo ao ouvir a notícia, Maria dirigiu-se às montanhas não por falta de fé, nem por duvidar do exemplo dado, mas guiada pela felicidade de ver cumprida a promessa, levada pela vontade de prestar um serviço, movida pelo impulso interior de sua alegria. Já plena de Deus, aonde ir depressa senão às alturas? A graça do Espírito Santo ignora a lentidão. Manifestaram-se imediatamente os benefícios da chegada de Maria e da presença do Senhor, pois quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança exultou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo...”.

Emoção e gratidão pulsam nas entranhas do coração ao olhar para o ano que haveremos de iniciar e ver o quanto se fez, como Igreja que somos.

A ação evangelizadora somente pode ser realizada com amor, empenho, dedicação nas inúmeras reuniões, encontros, Sacramentos, formações, manifestações, enfim, múltiplas atividades, sempre contando com a graça do Espírito Santo, que ignora a lentidão, mas conhece a fecundidade da prontidão e a mais bela atitude dos humildes, a gratidão pelas graças recebidas de Deus.

Alegremo-nos com descortinar de um novo ano, sempre assistidos pelo fogo do Espírito, e concretizemos nossos sonhos e projetos.

Afastemos toda a lentidão, para não entristecermos o Espírito de Deus, que de nós espera sempre pronta e imediata disponibilidade, como encontrou no coração de Maria. Como o poeta, nossos olhares tenham fome de horizontes novos...

A evangelização nas cidades nos desafia: “permaneçamos na cidade”, não em atitude estática, mas extática diante das manifestações maravilhosas de Deus através de Sua Igreja, procurando caminhos para concretizar sinceros de conversão; fortalecimento de uma catequese de inspiração catecumenal; santificação e solidificação da família; evangelizar pelos diferentes meios de comunicação social; fortalecimento da opção pelos pobres em alegre acolhida do outro e, assim, a Deus acolhermos.

Nossas cidades, como Judá, têm suas “montanhas”, que são os inúmeros desafios que se nos apresentam... Urge que aprendamos, com Maria, a nos colocarmos prontamente a caminho no encontro do outro, para que levemos a alegria da presença de Deus.

Somente quando nos pomos a caminho Deus aparece e Sua alegria transborda, como naquele encontro de Maria e Isabel, que até hoje ressoa em nossos ouvidos e coração.

Com a graça do Espírito, superemos e afastemos toda a lentidão; que tenhamos mãos e joelhos fortalecidos, como bem profetizou Isaías (Is 35,3), e o coração, pela Palavra e Eucaristia, nutrido, para a Semente do Verbo lançar, sem esquecer de que nada teremos para semear se antes a Palavra, no mais profundo de nós, não acolhermos e, que uma vez regada e fecundada, frutos abundantes hão de se multiplicar.

Como Maria, ponhamo-nos a caminho sem demora, letargia, desculpas. Evitemos todos os retrocessos inúteis e indesejáveis; se recuos houver que seja para rever erros e multiplicar acertos, pois como muito bem disse o bispo: “A graça do Espírito ignora a lentidão”.

Sintamos o transbordamento da alegria de amar e servir, para que não sejamos ignorados pelo Espírito, e com Maria, aprendamos, para no caminho da Evangelização, mais do que empenhados, horizontes inéditos alcançarmos.

Copiosas bênçãos divinas continuem a cair sobre nós, e nada façamos sem invocar o Divino Espírito:

“Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos Vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso amor...”.

Em poucas palavras... (IVDTAA)

                                                   

A concepção virginal é uma obra divina

“As narrativas evangélicas (Mt 1, 18-25: Lc 1, 26-38) entendem a conceição virginal como uma obra divina que ultrapassa toda a compreensão e possibilidade humanas (Lc 1,34): «O que foi gerado nela vem do Espírito Santo», diz o anjo a José, a respeito de Maria, sua esposa (Mt 1, 20).

A Igreja vê nisto o cumprimento da promessa divina feita através do profeta Isaías: «Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho» (Is 7, 14), segundo a tradução grega de Mt 1, 23.”

 

(1)               Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 497


Em poucas palavras... (IVDTAA)

                                                


O Mistério da Encarnação

No texto evangélico de hoje (Mt 1,18-24), são apresentados os três personagens que encabeçam o início dos acontecimentos definitivos:

- o Filho de Deus, tornado homem, Jesus e o Emanuel (vv. 21-23): Maria de Nazaré, esposa de José, tornada mãe de Jesus por obra do Espírito Santo (vv.18-20); José, da casa de David, chamado a fazer de pai do Filho de Deus e de Maria, ao impor-Lhe o nome de Jesus (vv. 1-9-20.24).” (1)

 

 

(1) Lecionário Comentado – Volume Advento/Natal – Editora Paulus – Lisboa – 2011 – pág. 168-169

4º Domingo do Advento - Ano A

Sejamos envolvidos nos sonhos de Deus (IVDTAA)

                                                         

Sejamos envolvidos nos sonhos de Deus

A passagem do Evangelho (Mt 1,18-24) nos fala do nascimento de Jesus, que nascerá de Maria, prometida em casamento a José, filho de Davi.

A figura de José é marcada, nesta passagem, pela fé e humildade. Ele soube manter a justa compostura em face do Mistério da Encarnação; abriu-se aos desígnios divinos, expressando sinceridade e abertura ao anúncio do Anjo.

Assim afirma o Missal Cotidiano, à luz desta atitude de José:

“Só quem está disposto à franca obediência a Deus, ouvirá sua Palavra e poderá colaborar em sua obra, porquanto só quem sabe ouvir sabe também obedecer. Quando a parte puramente humana faz silêncio, tem-se o coração aberto para ouvir e executar o querer divino”. (1)

José é modelo para nós de alguém que crê em Deus, e está sempre atento às Suas revelações, pronto a deixar-se envolver nos Seus sonhos.

Somente quem sabe ouvir, sabe obedecer. Assim foi José diante de Deus, assim também haveremos de ser sempre, para nos abrimos aos Mistérios dos desígnios divinos.

Um dos mais belos aprendizados a ser feito durante toda a vida: aprender a ouvir o Senhor, que nos fala, por vezes, na aparente ausência, e, sobretudo na ausência das palavras multiplicadas de nossa parte. 

Silenciar-se diante de Deus para que Ele possa nos falar, afinal Ele é a Palavra, e tem a Palavra certa em todos os momentos de nossa vida.

Aprendamos com José a nos envolver nos sonhos e Projetos divinos, para que em nossa vida não se multipliquem pesadelos, fazendo ruir nossos projetos. 

Coloquemos acima de tudo o querer de Deus a nosso respeito e o Projeto que Ele tem para cada um de nós a realizar.

Somente quando nos envolvemos nos sonhos de Deus, aprendemos o necessário silêncio para escutá-Lo, e nossa vida ganha cor, beleza, alegria e luz. Somente assim, poderemos sentir e celebrar o verdadeiro Natal do Senhor em nossa vida.

Concluamos com esta oração, por intercessão de São José, homem justo, temente e piedoso, que muito tem a nos ensinar:

Oremos:

"Deus Todo-Poderoso, que na aurora nos novos tempos confiastes a São José a guarda dos Mistérios da Salvação dos homens, concedei à Vossa Igreja, por Sua intercessão, a graça de os conservar fielmente e de os realizar até à sua plenitude. Por N.S. J. C. Amém.” (1)



(1)         Missal Cotidiano - Editora Paulus - pág.79
(2)        Oração da Coleta - Missa em louvor a São José.

Maria e José: modelos de confiança e abertura à vontade divina (IVDTAA)

                                                 

Maria e José: modelos de confiança e abertura à vontade divina

Reflexão à luz da passagem do  Evangelho de Mateus  (Mt 1,18-24),  que nos fala do Mistério da Encarnação de Jesus, Deus conosco”, que vem ao encontro da humanidade, com uma proposta  e salvação para todos.

No entanto, é preciso acolher a Salvação de coração e braços abertos deixando-se transformar por sua proposta.

Dediquemos especial atenção à participação de Maria e José neste Mistério do amor de Deus, ao Se encarnar entre nós, fazendo-Se um de nós, semelhante em tudo, exceto no pecado.

Contemplemos Maria:

“Maria calava, sofria e punha nas mãos de Deus a sua honra e as angústias por que José iria passar por sua causa; e Deus, que tinha revelado já a Isabel o mistério da concepção de Jesus, poderia igualmente vir a revelá-lo a José. De tudo isto fica para nós o exemplo de Maria e de José: não admitir suspeitas temerárias e confiar sempre em Deus”. (1)

Contemplemos São José:

O que nos falam três santos da Igreja (São Bernardo, Santo Agostinho, e São João Crisóstomo, respectivamente):

“ São José  foi tomado dum assombro sagrado perante a novidade de tão grande milagre, perante a proximidade de tão grande mistério, que a quis deixar ocultamente… José tinha-se, por indigno…’”. (2)

- “A José não só se lhe deve o nome de pai, mas este é-lhe devido mais do que a qualquer outro. Como era pai? Tanto mais profundamente pai, quanto mais casta foi a sua paternidade… O Senhor não nasceu do germe de José. Mas à piedade e amor de José nasceu um filho da Virgem Maria, que era Filho de Deus”. (3)

- “Não penses que, por ser a concepção de Cristo obra do Espírito Santo, tu (José) és alheio ao serviço desta divina economia; porque, se é certo que não tens nenhuma parte na geração e a Virgem permanece intacta, não obstante, tudo o que pertence ao ofício de pai, sem atentar contra a dignidade da virgindade, tudo te entrego a ti, o pôr o nome ao filho. (…) Tu lhe farás as vezes de pai, por isso, começando pela imposição do nome, Eu te uno intimamente com Aquele que vai nascer”. (4)

Percebemos que nada foi tão simples e claro para Maria e José. E no diálogo e silêncio orante, souberam se abrir ao Mistério da ação divina, como mais expressivos modelos de confiança e abertura ao Plano da Salvação que Deus tinha para nós.

Vivendo este Tempo do Advento, temos a graça de rever nossa abertura aos planos e projetos que Deus tem para cada um de nós, e o quanto precisamos nos abrir, em total confiança, para dele participarmos, como fizeram Maria e José.

Assim vivendo, nos preparamos melhor para celebrar o inaudito acontecimento da História: a Encarnação do Verbo, o Menino Deus, que vem ao nosso encontro para conosco caminhar, e não reduziremos o Natal à comemoração de um fato passado, mas um acontecimento que se dá todos os dias e nos renova para trilharmos caminhos de justiça, paz, vida, amor e luz,

 

(1); (2); (3); (4) https://www.presbiteros.org.br/roteiro-homiletico-natal-de-nosso-senhor-missa-da-vigilia-ano-c/

 

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