domingo, 21 de dezembro de 2025

Em poucas palavras... (IVDTAA)

                                                             


O Mistério da Encarnação do Verbo

“Diz, por exemplo, Santo Inácio de Antioquia (princípio do século II): «Vós estais firmemente convencidos, a respeito de nosso Senhor, que Ele é verdadeiramente da raça de David segundo a carne (Rm 1,3). 

Filho de Deus segundo a vontade e o poder de Deus (Jo 1,13); verdadeiramente nascido duma virgem [...], foi verdadeiramente crucificado por nós, na sua carne, sob Pôncio Pilatos [...] e verdadeiramente sofreu, como também verdadeiramente ressuscitou» (Santo Inácio de Antioquia).” (1)

 

(1)Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 496

Em poucas palavras... (IVDTAA)

                                              


Maria, a mais perfeita realização da Igreja

“Maria é, ao mesmo tempo, virgem e mãe, porque é a figura e a mais perfeita realização da Igreja (Lumen Gentium 63): «Por sua vez, a Igreja, que contempla a sua santidade misteriosa e imita a sua caridade, cumprindo fielmente a vontade do Pai, torna-se também, ela própria, mãe, pela fiel recepção da Palavra de Deus: efetivamente, pela pregação e pelo Batismo, gera, para uma vida nova e imortal, os filhos concebidos por ação do Espírito Santo e nascidos de Deus. E também ela é virgem, pois guarda fidelidade total e pura ao seu esposo» (Lumen Gentium 64).” (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 507

“Patris Corde” – Com coração de pai (IVDTAA)

                                                             


“Patris Corde” – Com coração de pai 

Fomos agraciados pelo Papa Francisco com o Ano Santo de São José, como vemos na Carta Apostólica “Patris Corde” – Com coração de pai –, que iniciou no dia 08 de dezembro de 2020, e foi encerrado no dia 08 de dezembro de 2021; a fim de que celebrássemos o 150º aniversário da Declaração de São José como padroeiro Universal da Igreja Católica, pelo Papa Pio IX.

A Carta Apostólica teve como objetivo aumentar o amor por este grande Santo, para que nos sintamos impelidos a implorar a sua intercessão, bem como a imitação de suas virtudes e o seu zelo.

Em riquíssima fundamentação, à luz dos quatro Evangelhos, o Papa nos apresenta José, esposo de Maria, com coração de pai, e que depois dela, a Mãe de Deus, nenhum Santo ocupa tanto espaço no Magistério Pontifício.

Ao longo da Carta, o Papa nos apresenta José através de títulos que o identificam, e que muito nos ajuda a viver a fé, no tempo presente, marcado pela dramática situação de pandemia e ao mesmo tempo da presença de inúmeras pessoas dedicadas ao serviço, promoção e defesa da vida:

1 – O pai amado;

2 – O pai na ternura;

3 – O pai na obediência;

4 – O pai no acolhimento;

5 – O pai com coragem criativa;

6 – O pai trabalhador;

7 – O pai na sombra.

Conclui, convidando-nos a implorar, junto a São José, a graça das graças: a nossa conversão.

Oremos:

“Salve, guardião do Redentor
e esposo da Virgem Maria!
A vós, Deus confiou o Seu Filho;
em vós, Maria depositou a sua confiança;
convosco, Cristo tornou-Se homem.
 
Ó Bem-aventurado José, mostrai-vos pai também para nós
e guiai-nos no caminho da vida.
Alcançai-nos graça, misericórdia e coragem,
e defendei-nos de todo o mal. Amém”.


PS: Se desejar, acesse o link e confira a carta na íntegra:

http://www.vatican.va/content/francesco/pt/apost_letters/documents/papa-francesco-lettera-ap_20201208_patris-corde.html

Maria e José: confiança plena em Deus (IVDTAA)

                                                              

Maria e José: confiança plena em Deus

No quarto Domingo do Advento (ano A), ouvimos a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 1,18-24), que nos fala do Mistério da Encarnação de Jesus, “Deus conosco”, que vem ao encontro da humanidade, com uma proposta de salvação para todos.

No entanto, é preciso acolher a salvação de coração e braços abertos deixando-se transformar por sua proposta.

Dediquemos especial atenção à participação de Maria e José neste Mistério do amor de Deus, ao Se encarnar entre nós, fazendo-Se um de nós, semelhante em tudo, exceto no pecado.

Contemplemos Maria:
“Maria calava, sofria e punha nas mãos de Deus a sua honra e as angústias por que José iria passar por sua causa; e Deus, que tinha revelado já a Isabel o mistério da concepção de Jesus, poderia igualmente vir a revelá-lo a José. De tudo isto fica para nós o exemplo de Maria e de José: não admitir suspeitas temerárias e confiar sempre em Deus”. (1)

Contemplemos São José, refletindo sobre o que nos dizem três santos da Igreja (São Bernardo, Santo Agostinho, e São João Crisóstomo, respectivamente):

“ São José  foi tomado dum assombro sagrado perante a novidade de tão grande milagre, perante a proximidade de tão grande mistério, que a quis deixar ocultamente… José tinha-se, por indigno…’”. (2)

- “A José não só se lhe deve o nome de pai, mas este é-lhe devido mais do que a qualquer outro. Como era pai? Tanto mais profundamente pai, quanto mais casta foi a sua paternidade… O Senhor não nasceu do germe de José. Mas à piedade e amor de José nasceu um filho da Virgem Maria, que era Filho de Deus”. (3)

- “Não penses que, por ser a concepção de Cristo obra do Espírito Santo, tu (José) és alheio ao serviço desta divina economia; porque, se é certo que não tens nenhuma parte na geração e a Virgem permanece intacta, não obstante, tudo o que pertence ao ofício de pai, sem atentar contra a dignidade da virgindade, tudo te entrego a ti, o pôr o nome ao filho. (…) Tu lhe farás as vezes de pai, por isso, começando pela imposição do nome, Eu te uno intimamente com Aquele que vai nascer”. (4)

Percebemos que nada foi tão simples e claro para Maria e José. E no diálogo e silêncio orante, souberam se abrir ao Mistério da ação divina, como mais expressivos modelos de confiança e abertura ao Plano da Salvação que Deus tinha para nós.

Vivendo este Tempo do Advento, temos a graça de rever nossa abertura aos planos e projetos que Deus tem para cada um de nós, e o quanto nos abrimos, em total confiança, para dele participar, como fizeram Maria e José.

Assim vivendo, nos preparamos melhor para celebrar o inaudito acontecimento da História: a Encarnação do Verbo, o Menino Deus, que vem ao nosso encontro para conosco caminhar, e não reduziremos o Natal à comemoração de um fato passado, mas um acontecimento que se dá todos os dias e nos renova para trilharmos caminhos de justiça, paz, vida, amor e luz.




Cremos na concepção virginal de Maria (IVDTAA)

                                                              


Cremos na concepção virginal de Maria

Na passagem do Evangelho de Mateus (Mt 1,18-24), que nos apresenta a origem de Jesus Cristo.

A título de aprofundamento, retomemos um parágrafo do Catecismo da Igreja Católica:

“Tem, por vezes, causado impressão o silêncio do Evangelho de São Marcos e das epístolas do Novo Testamento sobre a conceição virginal de Maria. Também foi questionado, se não se trataria aqui de lendas ou construções teológicas fora do âmbito da historicidade.

A isto há que responder: a fé na conceição virginal de Jesus encontrou viva oposição, troça ou incompreensão por parte dos não-crentes, judeus e pagãos (São Justino, Orígenes, Sacrosanctum Concilium n. 132, 270); mas não tinha origem na mitologia pagã, nem era motivada por qualquer adaptação às ideias do tempo.

O sentido deste acontecimento só é acessível à fé. que o vê no «nexo que liga os mistérios entre si» (Vaticano I), no conjunto dos mistérios de Cristo, da Encarnação até à Páscoa.

Já Santo Inácio de Antioquia fala deste nexo: «O príncipe deste mundo não teve conhecimento da virgindade de Maria e do seu parto, tal como da morte do Senhor: três mistérios extraordinários, que se efetuaram no silêncio de Deus».”  (1)

Concluamos professando nossa fé com o Credo Niceno constantinopolitano:

Creio em um só Deus,

Pai todo-poderoso,

Criador do céu e da terra,

de todas as coisas visíveis e invisíveis.

Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,

Filho Unigênito de Deus,

nascido do Pai

antes de todos os séculos:

Deus de Deus,

Luz da luz,

Deus verdadeiro de Deus verdadeiro,

gerado, não criado,

consubstancial Pai.

Por Ele todas as coisas foram feitas.

E, por nós, homens,

e para a nossa salvação,

desceu dos Céus.

E encarnou pelo Espírito Santo,

no seio da Virgem Maria,

e se fez homem.

Também por nós foi crucificado

sob Pôncio Pilatos;

padeceu e foi sepultado.

Ressuscitou ao terceiro dia,

conforme as Escrituras;

E subiu aos Céus,

onde está sentado à direita de Deus Pai.

De novo há de vir, em sua glória,

para julgar os vivos e os mortos;

e o Seu reino não terá fim.

Creio no Espírito Santo,

Senhor que dá a vida,

procede do Pai e do Filho;

e com o Pai e o Filho

é adorado e glorificado:

Ele que falou pelos profetas.

Creio na Igreja

Una, Santa, Católica e Apostólica.

Professo um só batismo

para remissão dos pecados.

Espero a ressurreição dos mortos;

E a vida do mundo que há de vir.

Amém.


(1)         Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 498

Contemplemos o Mistério da Encarnação do Verbo (IVDTAA)

                                                          

Contemplemos o Mistério da Encarnação do Verbo

Aprofundando o quarto Domingo do Advento (ano A), sejamos enriquecidos pelo Sermão do Venerável e Doutor da Igreja, São Beda (séc. VIII), em que nos fala do grande e insondável Mistério da Encarnação do Verbo no ventre de Maria:

“Em poucas palavras, porém cheias de realismo, o evangelista São Mateus descreve o nascimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo pelo qual o Filho de Deus, eterno antes do tempo, apareceu no tempo como Filho do Homem.

Conduzindo o evangelista à sucessão genealógica, partindo de Abraão até chegar a José, o esposo de Maria, e enumerar – conforme o modo costumeiro de narrar às gerações humanas – a totalidade seja dos genitores como dos gerados, e dispondo-se a falar do nascimento de Cristo, ressaltou a enorme diferença que existe entre Ele e os demais nascimentos: os outros nascimentos ocorrem através da união normal do homem e da mulher, enquanto que Ele, por ser o Filho de Deus, veio ao mundo através de uma virgem. E era conveniente sob todos os aspectos que Deus, ao decidir tornar-Se homem para salvar os homens, não nascesse senão de uma virgem, pois era impensável que uma virgem não gerasse a nenhum outro, senão a um que, sendo Deus, ela O gerasse como Filho.

Eis que, disse o profeta, a Virgem conceberá, e dará à luz um filhoe lhe porá o nome de Emanuel (que significa ‘Deus conosco’). O nome que o profeta dá ao Salvador, ‘Deus conosco’, indica a dupla natureza de Sua única Pessoa.

Na verdade, Aquele que é Deus nascido do Pai antes de todos os séculos, é o mesmo que, na plenitude dos tempos tornou-se, no seio materno, no Emanuel, isto é, em ‘Deus conosco’, porque Se dignou assumir a fragilidade de nossa natureza na unidade de Sua Pessoa, quando a Palavra se fez carne e habitou entre nós, quando de modo admirável começou a ser o que nós somos, sem deixar de ser o que era, assumindo de tal forma nossa natureza que não ficasse obrigado a deixar de ser o que Ele era.

Maria deu à luz, pois, a Seu Filho primogênito, isto é, ao Filho de Sua própria carne. Deu à luz Àquele que, antes da criação, nasceu Deus de Deus, e na humanidade, na qual foi criado, superava superabundantemente a toda criatura. E Ele lhe pôs, diz, o nome de Jesus.

Jesus é nome do filho que nasceu da Virgem; nome que significa – conforme a explicação angélica – que Ele salvaria o Seu povo de seus pecados. E Aquele que salva dos pecados salvará da mesma forma das corruptelas da alma e do corpo, que são sequelas do pecado.

A palavra ‘Cristo’ designa a dignidade sacerdotal ou régia. Na lei, tanto os sacerdotes como os reis eram chamados ‘cristos’ pela crisma, isto é, pela unção com o óleo sagrado: eram um sinal de alguém que, ao manifestar-se no mundo como verdadeiro Rei e Pontífice, foi ungido com o óleo de júbilo entre todos os seus companheiros.

Devido a esta unção ou crisma, é chamado Cristo; aos que participam desta unção, ou seja, desta graça espiritual, são chamados de ‘cristãos’. Que Ele, por ser nosso Salvador, nos salve de nossos pecados; enquanto Pontífice nos reconcilie com Deus Pai; na Sua qualidade de Rei; digne-se conceder-nos o Reino eterno de Seu Pai, Jesus nosso Senhor, que com o Pai e o Espírito Santo vive e reina e é Deus, por todos os séculos dos séculos. Amém.” (1)

O Sermão nos convida a contemplar e refletir sobre o grande e insondável Mistério da Encarnação do Verbo no ventre de Maria, mas também nos convida a refletir sobre a graça que recebemos de nos tornarmos “cristãos”.

Como cristãos que somos, seguidores de Jesus Cristo, somos ungidos, marcados, assinalados para a mais bela missão: a continuidade da missão de Jesus Cristo, cujo nascimento a poucos dias celebraremos.

Seja o Natal a Festa do Amor (o Espírito Santo), que veio ao encontro da humanidade por meio do Amado (Jesus Cristo), comunicador do pleno e infinito amor do Pai (o amante).

Natal é a Festa em que nos deixamos envolver, ou mergulhamos intensa e profundamente no amor de Deus, para deste amor sermos sinal e comunicadores.

Oremos:
Ó Deus de Amor e ternura, que por meio do Vosso Filho, nosso Salvador, sejamos salvos de nossos pecados, remidos pelo graça e ação do Santo Espírito.
Ó Deus de misericórdia e bondade, que por meio do Vosso Filho, nosso divino Pontífice, nos reconcilie convosco, e assim, vivamos relações mais humanas e fraternas.

Ó Deus onipotente e onipresente, que por meio do Vosso Filho Rei e Senhor de todos os povos; seja-nos concedida a graça da vinda do Vosso Reino, que é eterno e universal: Reino da verdade e da vida, Reino da santidade e da graça, Reino de justiça, do amor e da paz. Amém.

(1)         Lecionário Comentado – Editora Vozes – 2013 0 pp.32-33   

Natal: a luz do Menino Deus brilhará mais forte (IVDTAA)

                                                     

Natal: a luz do Menino Deus brilhará mais forte

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 1,18-24).

Trata-se de  um texto catequético, em que nos é apresentado Jesus, o Deus conosco, que, ao Se encarnar, traz à humanidade um Projeto de vida e salvação, e para tanto, Deus quis contar com a colaboração humana (Maria e José).

Temos a descrição cuidadosa da mensagem do Anjo, e da revelação de quem é Jesus:

- Ele vem de Deus, com origem divina, pois Maria está grávida por obra do Espírito Santo;

- Sua missão é a Salvação de toda a humanidade, como indica o Seu nome;

- Ele é o Messias de Deus, da descendência de Davi, como por séculos fora anunciado (aqui o papel preponderante de José, com a paternidade adotiva).

Vivamos o Tempo do Advento como a graça do encontro com Jesus e a acolhida de Sua Pessoa, Palavra e Projeto, que transforma a nossa vida, a fim de que celebremos e vivamos o verdadeiro Natal do Senhor, e que jamais seja o natal do consumismo, de troca de presentes apenas, ou refeições mais enriquecidas.

Mais que comemorar o Natal, celebremos o Natal do Senhor, aprendendo com Maria e José, que acolheram o Verbo e permitiram que Ele crescesse em tamanho, sabedoria e graça diante de Deus.

Que o sim de Maria e de José leve-nos a refletir sobre os “sins” que Deus espera de todos nós para que o Seu Projeto de amor, vida, luz e paz, chegue a todas as pessoas.

O verdadeiro Natal ocorrerá em nossa vida quando formos totalmente sim para Deus e Sua vontade, e se preciso for, rever nossos caminhos e projetos pessoais, colocando os Seus desígnios e vontade acima de nossas próprias vontades e caprichos.

Natal é a Luz de Deus que vem iluminar nossos caminhos obscuros, sobretudo quando vemos noticiários cotidianos em que a mentira, a maldade, o roubo, o desmando, a corrupção parecem prevalecer sobre as atitudes e pessoas de boa vontade. 

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG