sábado, 20 de dezembro de 2025

Em poucas palavras...

                                                   


Acolhida e hospitalidade fecunda

“Tendo acreditado em Deus (Gn 15,6) caminhando na sua presença e em Aliança com Ele (Gn 17,1-2), o patriarca está pronto para acolher na sua tenda o Hóspede misterioso: é a admirável hospitalidade de Mambré, prelúdio da Anunciação do verdadeiro Filho da promessa (Gn 18,1-5; Lc 1,26-38).

Desde então, tendo-lhe Deus confiado o seu desígnio, o coração de Abraão fica em sintonia com a compaixão do seu Senhor pelos homens e ousa interceder por eles com uma confiança audaciosa (Gn 18,16-33).” (1)

 

 

(1)               Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 2571

sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Contemplamos quatro nascimentos...

                                                            


Contemplamos quatro nascimentos...

O primeiro e maior de todos os nascimentos, que estamos nos preparando para celebrar: o nascimento do Menino Jesus, o Verbo que Se fez Carne e habitou entre nós, e nós vimos a Sua glória, como nos falou o Evangelista João (Jo 1,1-14).

Jesus é a luz dos povos, nossa paz, o Redentor da humanidade, o caminho, a verdade e a vida: “Mas, vindo à plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a Lei, para remir os que estavam debaixo da Lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gl 4,4-5).

O segundo é o nascimento de Sansão, filho de Manué, cuja mulher era estéril. De fato, Deus manifesta a sua força e onipotência pela escolha de instrumentos frágeis ou incapazes (a esterilidade da mãe de Sansão). O menino foi consagrado a Deus desde o seio materno, exercendo a função de libertador do povo eleito dos filisteus – “Ela deu à luz um filho e deu-lhe o nome de Sansão. O menino cresceu e o Senhor o abençoou. O Espírito do senhor começou a agir nele no Campo de Dã” (Jz 13,2-7.24-25a).

O terceiro nascimento é de João Batista, filho de Zacarias e Isabel, ambos também em idade avançada, somada à esterilidade de Isabel. João Batista, aquele que, mais tarde, iria para o deserto para ser uma voz a gritar que se preparasse a chegada do Messias. João não era a Palavra, era a voz; não era a Luz, mas testemunha da Luz; não era o caminho, mas apontava e exortava para a preparação do caminho; Àquele que viria e que seria o Caminho, a Verdade e a vida, Jesus (Lc 1,5-25).

O quarto nascimento é o nosso, que fomos pensados e predestinados por Deus para sermos santos e irrepreensíveis sob o Seu olhar de amor. De Deus viemos, n’Ele nos movemos e somos, e para Ele haveremos de voltar, crendo e vivendo n’Aquele que Ressuscitou e nos alcançou a eternidade: Jesus Cristo Ressuscitado, a quem damos toda a honra, glória e poder.

O Tempo do Advento é o tempo favorável para revermos nossa história, as linhas que estamos escrevendo, o legado que estamos deixando. Tempo favorável de nos prepararmos para que, ao celebrar o Natal do Senhor, renasça dentro de cada um de nós, o melhor de Deus.

Tempo de fazermos de nosso coração a verdadeira e desejada manjedoura, o lugar preferido para que o Menino Deus possa nascer e acolhido ser, e nossa vida um novo sentido ganhar, e no mundo, Seu amor, vida, Palavra e missão, testemunhar.

Cremos no Deus do impossível

                                                            

Cremos no Deus do impossível

A passagem do Evangelho de Lucas (Lc 1,5-25) nos fala do nascimento de João Batista (Deus é doador da graça) anunciado pelo Anjo Gabriel.

O Missal Cotidiano nos apresenta, em seu comentário, uma citação enriquecedora do Cardeal J. Suenens:

“Felizes os que sabem auscultar em profundidade, porque ouvirão a Deus! A nós parece incrível que Deus nos fale, entretanto Ele o faz ininterruptamente. Por que então não lhe ouvimos a voz? Simplesmente porque não estamos à escuta. A frequência de suas ondas é captada por quem pede e ouve em silêncio”.

O Anjo Gabriel (a força e o poder de Deus)  faz duas comunicações: o nascimento extraordinário de João Batista, filho de um casal que prepara a anunciação de outro nascimento, e o nascimento divino: Jesus (Lc 1,26-38).

De fato, para Deus nada é impossível, e o Seu poder tem começo exatamente onde a fraqueza humana revela seus limites de possibilidades. Cremos no Deus do impossível!

“Todo o Amor suscitado pelo Espírito de Deus permanece para sempre e não há ventre estéril que o Espírito não possa tornar fecundo, porque ‘a Deus nada é impossível’” (Lc 1,37).

Bem afirmou o Cardeal que é preciso estar sempre vigilantes e em total sintonia com a voz de Deus que nos fala ao coração, e nos quer inseridos em Seu plano de Salvação.

Importa ouvir e acolher os Projetos de Deus, sem jamais atrapalhar, ou até mesmo atrapalhar quem deseja a este Projeto de Amor corresponder.

A felicidade que possamos alcançar é diretamente proporcional à capacidade de sintonia e escuta da voz de Deus que fala diretamente conosco, ou por intermédio de Seus bons “Anjos”, com quem convivemos, que são as pessoas de boa vontade que procuram viver em perfeita e plena sintonia com o querer de Deus, como fizeram Zacarias (o Senhor Se lembrou), Isabel (O meu Espírito jurou – Deus é plenitude), Maria (a amada de Deus), José (homem justo e piedoso), o próprio Jesus, o Emanuel, o Messias, Nosso Salvador, e todos aqueles que, pela fé, se colocaram em mesma atitude.

Como o próprio Apóstolo Paulo que ouviu a voz do Senhor lhe dizer em resposta à sua súplica, diante das dificuldades enfrentadas: “Basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder”; e aos Coríntios, ele assim se expressou: “Prefiro gabar-me das minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim, pois quando sou fraco, então é que sou forte” (2Cor 12, 9-10).

É sempre tempo de maior atenção à Palavra Divina e, a partir de sua escuta e vivência, acolhê-la em nosso coração; é sempre tempo de experimentar em nossa fragilidade humana, a onipotência do Amor Divino, que veio, vem e virá sempre ao nosso encontro. 

Preparemos o Natal do Senhor à luz dos Prefácios do Advento

                                                         


 Preparemos o Natal do Senhor à luz dos Prefácios do Advento

Tempo do Advento é por excelência tempo favorável de recolhimento, oração e fecunda penitência, para a celebração de um Natal transbordante de alegria e luz, pois veio, vem e virá o Senhor sempre ao nosso encontro.

Retomemos as quatro opções de Prefácios para o Advento que a Igreja nos oferece:

Prefácio do Advento I – sobre as duas vindas de Cristo:

“...Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo lugar, Senhor, Pai Santo, Deus eterno e todo-poderoso, por Cristo, Senhor nosso. Revestido da nossa fragilidade, Ele veio a primeira vez para realizar Seu eterno plano de amor e abrir-nos o caminho da salvação.

Revestido de Sua glória, Ele virá uma segunda vez para conceder-nos em plenitude os bens prometidos que hoje, vigilantes, esperamos. Por essa razão, agora e sempre, nós nos unimos aos anjos e a todos os santos, cantando (dizendo) a uma só voz...”

Prefácio do Advento I A – Cristo, Senhor e Juiz da História:

“...Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação louvar-vos e bendizer-vos, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, princípio e fim de todas as coisas. Vós preferistes ocultar o dia e a hora em que Cristo, vosso Filho, Senhor e juiz da história, aparecerá nas nuvens do céu, revestido de poder e majestade.

Naquele tremendo e glorioso dia, passará o mundo presente e surgirá novo céu e nova terra. Agora e em todos os tempos, Ele vem ao nosso encontro, presente em cada pessoa humana, para que o acolhamos na fé e o testemunhemos na caridade, enquanto esperamos a feliz realização de Seu reino... Por isso, certos de Sua vinda gloriosa, unidos aos anjos, Vossos mensageiros, Vos louvamos, cantando (dizendo) a uma só voz...”

Prefácio do Advento II - A dupla espera de Cristo:

“...Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo o lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, por Cristo, Senhor nosso. Predito por todos os profetas, esperado com amor de mãe pela virgem Maria, Jesus foi anunciado e mostrado presente no mundo por são João Batista.

O próprio Senhor nos dá a alegria de entrarmos agora no mistério do Seu Natal, para que Sua chegada nos encontre vigilantes na oração e celebrando os Seus louvores. Por essa razão, agora e sempre, nós nos unimos aos anjos e a todos os santos, cantando (dizendo) a uma só voz...”

Prefácio do Advento II A - Maria, a nova Eva:

“...Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso. Nós Vos louvamos, bendizemos e glorificamos pelo mistério da virgem Maria, mãe de Deus. Do antigo adversário nos veio a desgraça, mas do seio virginal da Filha de Sião germinou Aquele que nos alimenta com o pão do céu e garante para todo o gênero humano a salvação e a paz.

 Em Maria, é-nos dada de novo a graça que por Eva tínhamos perdido. Em Maria, mãe de todos os seres humanos, a maternidade, livre do pecado e da morte, se abre para uma nova vida. Se grande era a nossa culpa, bem maior se apresenta a divina misericórdia em Jesus Cristo, nosso salvador. Por isso, enquanto esperamos Sua chegada, unidos aos anjos e a todos os santos, cheios de esperança e alegria, nós Vos louvamos, cantando (dizendo) a uma só voz...”

Oremos:

Senhor Deus, ajudai-nos para que vivamos estes dias do Tempo do Advento, em alegre expectativa para a Celebração do Nascimento do Vosso Filho, Senhor e Juiz da História, em esforço contínuo de conversão na vigilância e na oração, abertos e conduzidos pelo Santo Espírito.

Celebremos a dupla espera de Cristo que vem, contemplando a primeira vinda e aguardando a segunda vinda gloriosa, vivendo com zelo, ardor e amor na vinda intermediária, a missão que recebemos pela graça do batismo, a fim de que sejamos sal da terra e luz do mundo.

Nós Vos suplicamos, contando com a intercessão de Maria, a nova Eva, a mãe de todos os seres humanos, que por meio dela a Divina Misericórdia veio ao nosso encontro, trazendo a Salvação em seus raios (Ml 3,20). Amém.

Ó precioso Mistério da Encarnação do Verbo

                                                                  

Ó precioso Mistério da Encarnação do Verbo

"A Encarnação do Verbo, primeira etapa da Páscoa"

Em Tempo do Advento, preparando-nos para celebrar o Nascimento do Salvador, sejamos enriquecidos pelo Tratado contra as heresias, do Bispo Santo Irineu (Séc. II), que nos enriquece sobre o Mistério da Encarnação de Deus em nossa história.

“A glória do homem é Deus; mas quem se beneficia das obras de Deus e de toda a Sua sabedoria e poder é o homem.

Semelhante ao médico que demonstra sua competência no doente, assim Deus Se manifesta nos homens. Eis por que o Apóstolo Paulo diz: 'Deus encerrou todos os homens na desobediência, a fim de exercer misericórdia para com todos' (Rm 11,32). 

Referia-se ao homem que, por ter desobedecido a Deus, perdeu a imortalidade, mas depois obteve misericórdia, recebendo a adoção por intermédio do Filho de Deus.

Se o homem acolhe, sem orgulho nem presunção, a verdadeira glória que procede das criaturas e do criador, isto é, de Deus todo-poderoso que dá a tudo a existência, e se permanece em Seu amor, na obediência e na ação de graças, receberá d’Ele uma glória ainda maior, progredindo sempre mais, até se tornar semelhante Àquele que morreu por ele.

Com efeito, Cristo Se revestiu de uma 'carne semelhante à do pecado' (Rm 8,3) para condenar o pecado e, depois de o condenar, expulsá-lo da carne.

Tudo isso para incentivar o homem a tornar-se semelhante a Ele, destinando-o a ser imitador de Deus, colocando-o sob a obediência paterna, a fim de que visse a Deus e tivesse acesso ao Pai. 

O Verbo de Deus habitou no homem e Se fez Filho do homem, para acostumar o homem a compreender a Deus e Deus a habitar no homem, segundo a vontade do Pai.

Por esse motivo, o sinal de nossa salvação, o Emanuel nascido da Virgem' (cf. Is 7,11.14), foi dado pelo próprio Senhor; pois seria Ele quem salvaria os homens, já que não poderiam salvar-Se por Si mesmos. 

Por isso São Paulo proclama a fraqueza do homem, dizendo:  ‘Estou ciente de que o bem não habita em mim’ (Rm 7,18), indicando que o bem de nossa salvação não vem de nós, mas de Deus. E ainda: ‘Infeliz que sou! Quem me libertará deste corpo de morte?’ (Rm 7,24). E logo mostra quem o liberta: ‘A graça de nosso Senhor Jesus Cristo’ (cf. Rm 7,25).

Também Isaías diz: Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos debilitados. Dizei às pessoas deprimidas:  Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é Ele que vem para nos salvar’ (cf. Is 35,3-4). 

Na verdade, nossa salvação não poderia vir de nós mesmos, mas unicamente do socorro de Deus”. (1)

Ao nos encontrarmos para a Celebração do Nascimento do Menino Jesus, sejamos envolvidos por esta graça que Ele nos alcançou ao assumir nossa condição humana, exatamente igual a nós, exceto no pecado, para a nossa Redenção.

Veio no ventre de Maria, o Filho de Deus, que Se encarnou para fazer a vontade do Pai: libertar a Humanidade do pecado e da morte, como nos fala o autor da Epístola aos Hebreus – “Eis-me aqui: Eu vim para fazer a Tua vontade”, de modo que a oferenda do Corpo de Jesus, feita uma vez para sempre, desde que entrou no mundo, consumou-se no Altar da Cruz, em que Ele ofereceu livremente a Sua vida pela Salvação de toda a Criação.

A Morte não se apoderou d’Ele, não teve a última palavra, uma vez que depois de Ressuscitado, foi exaltado à direita de Deus, onde intercede por todos nós continuamente.

Concluindo, cremos que a Encarnação de Deus, a Encarnação da Misericórdia divina, abriu o caminho que nos conduz, com Ele próprio, à glória da Ressurreição; e esta Encarnação é, portanto, a primeira etapa da Sua Páscoa e também da nossa.

Como vemos, é preciso sempre refletir o Mistério do Natal com os matizes Pascais, sem o que esvaziaríamos o Mistério do Natal do Senhor.

(1) Liturgia das Horas - Volume Tempo do Advento/Natal - pp.302-303

Creiamos no Deus do impossível!

                                                          


Creiamos no Deus do impossível!

Com a Liturgia do dia 19 de dezembro refletimos sobre a presença de Deus, que promete e cumpre.

Reunidos em Seu nome, Ele sempre Se faz presente, porque é Deus conosco!

Leituras bíblicas: Juízes (Jz 13.2-7;24-25a), que narra o nascimento de Sansão; e Lucas (Lc 1,5-25), que fala do nascimento de João Batista.

Ambas as leituras nos apresentam nascimentos a partir de mães estéreis. Além de tudo, Isabel, mãe de João, e seu pai Zacarias, tinham idade avançada.

Dois nascimentos, dois tempos tão diferentes, mas o mesmo Deus: Verdadeiramente, Deus é o Deus do impossível, como também assim Se revelará a Maria, ao conceber Seu Filho pela ação do Espírito Santo.

Não só a partir destes acontecimentos, como de outros tantos que a Bíblia e a História da Humanidade nos revelam a ação de Deus, o Deus do impossível.

O Tempo do Advento nos convida a contemplar a Face de Deus, que Se revela como Amor a quem pesava a esterilidade, a humilhação.

Deus também Se revela como lembrança constante dos pobres, quando Se manifesta a Zacarias, que quer dizer “Deus Se lembrou”. Ele Se revela como plenitude ao agraciar Isabel com a maternidade, como seu nome indica.

O Deus que cremos: Deus Amor! Deus do Impossível! Deus que dá plenitude à vida humana! Deus que Se lembra de todos nós, de modo especial daqueles a quem tanto ama: Os pobres de todos os tempos…

Advento é tempo de nos prepararmos para a acolhida do Deus que vem ao nosso encontro. Jesus vem e nos revela a Face de Deus, testemunhada em Sua ternura, bondade, paciência, compaixão, solidariedade, perdão, Encarnação/Vida, Morte/Vida. Eterna Ressurreição!

Quão precioso é para nós crer no Deus do impossível!

Reflitamos:

Quais são os sinais que nos levar a exultar de alegria pelo Natal do Senhor?

- De que modo esperamos ansiosamente a Noite em que as trevas cederão lugar à luz, a tristeza à alegria, a angústia à esperança, a fome à saciedade, a violência à paz, à maldade ao bem, a mentira à verdade, as diferenças às superações e aproximações, as brigas às reconciliações, os rancores à acolhida e perdão?

Quantas coisas haverão de ceder quando o Verbo Se Encarnar em cada coração humano, privilegiada manjedoura do Menino Deus, cujo nascimento em breve celebraremos!

Concluamos com este canto:

“Quero mergulhar nas profundezas do
Espírito de Deus e descobrir Suas riquezas em meu coração.
É tão lindo, tão simples. 
Brisa leve, tão suave doce Espírito Santo de Deus. 
Tão suave, brisa leve, doce Espírito Santo de Deus”.

Tempo do Advento: silenciar e contemplar a ação de Deus

                                                                 

Tempo do Advento: silenciar e contemplar a ação de Deus

Ouvimos, no dia 19 de dezembro, a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 1,5-25), em que nos é apresentado o nascimento de João Batista, anunciado pelo Anjo Gabriel.

Vejamos o que nos diz o Cardeal J. Suenens, para que intensifiquemos a preparação para o Natal do Senhor: 

“Felizes os que sabem auscultar em profundidade, porque ouvirão a Deus! A nós parece incrível que Deus nos fale, entretanto Ele o faz ininterruptamente. 

Por que então não lhe ouvimos a voz? Simplesmente porque não estamos à escuta. A frequência de suas ondas é captada por quem pede e ouve em silêncio”. (1)

Os personagens que aparecem na passagem têm nomes, e estes revelam uma missão, como é o caso de João Batista (Deus é doador da graça), anunciado pelo Anjo Gabriel.

O Anjo Gabriel (a força e o poder de Deus)  faz duas comunicações: o nascimento extraordinário de João Batista, filho de um casal que prepara a anunciação de outro nascimento, o nascimento divino: Jesus  (Lc 1,26-38).

De fato, para Deus nada é impossível, e o Seu poder tem começo exatamente onde a fraqueza humana revela seus limites de possibilidades. Cremos no Deus do impossível!

“Todo o Amor suscitado pelo Espírito de Deus permanece para sempre e não há ventre estéril que o Espírito não possa tornar fecundo, porque ‘a Deus nada é impossível’” (Lc 1,37).

Bem afirmou o Cardeal que é preciso estar sempre vigilantes e em total sintonia com a voz de Deus que nos fala ao coração, e nos quer inseridos em Seu plano de Salvação.

Importa ouvir e acolher os Projetos de Deus, sem jamais atrapalhar, ou até mesmo atrapalhar quem deseja a este Projeto de Amor corresponder.

A felicidade que possamos alcançar é diretamente proporcional a capacidade de sintonia e escuta da voz de Deus que fala diretamente conosco, ou por intermédio de Seus bons “Anjos”, com quem convivemos, que são as pessoas de boa vontade que procuram viver em perfeita e plena sintonia com o querer de Deus, como fizeram Zacarias (o Senhor Se lembrou), Isabel (O meu Espírito jurou – Deus é plenitude), Maria (a amada de Deus), José (homem justo e piedoso), o próprio Jesus, o Emanuel, o Messias, Nosso Salvador, e todos aqueles que, pela fé, se colocaram em mesma atitude.

Como o próprio Apóstolo Paulo que ouviu a voz do Senhor lhe dizer em resposta à sua súplica, diante das dificuldades enfrentadas: 

“Basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder”; e aos Coríntios, ele assim se expressou: “Prefiro gabar-me das minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim, pois quando sou fraco, então é que sou forte” (2 Cor 12, 9-10).

Seja para nós o Tempo do Advento, tempo de graça para maior atenção à Palavra Divina e, a partir de sua escuta e vivência.

Reconheçamos nossa fragilidade humana, e experimentemos a ação da onipotência do Amor Divino, que veio, vem e virá sempre ao nosso encontro, Jesus.

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