sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Preparar o Caminho do Senhor... (IIDTAA)

                                                         

Preparar o Caminho do Senhor... 

Não há Natal para quem só espera passivamente.
Não há Natal para quem vive pusilanimemente.
Preparemos o Caminho para a vinda do Senhor...
Transformemos sinais de ódio em sinais de amor!

Esperemos pelo Natal com total confiança, mas, antes,
Ponhamo-nos em atitude de vigilância constante!
Será Natal para quem se puser decididamente a caminho,
Para acolher Aquele que é A Verdade, A Vida e O Caminho!

Natal é a Festa de quem teve coragem de ousar!
É a Festa de quem teve coragem de n’Ele acreditar,
Para que um dia, na vida acolhida, paixão assumida,
Alcançando também a graça de n’Ele Ressuscitar!

Natal é a Festa de quem teve coragem de mudar,
De rever caminhos, passos, atitudes e projetos...
Não se reduziu aos sonhos da noite, sonhando em pleno dia...
Quem multiplicou relações fraternas de sinceros afetos.

Nova Família, Mundo Novo, jamais existirão,
Se nada de novo, em nós, germinar, começar,
Antes que o Natal chegue, e Ele chega silenciosamente,
Preparemos o Caminho do Senhor, inexoravelmente!

Que o Espírito do Senhor repouse sobre nós (IIDTAA)

                                                                  

Que o Espírito do Senhor repouse sobre nós

                                            “Do tronco de Jessé nasceu a vara...

O Profeta Isaías (Is 11,1-10) nos apresenta um Oráculo pronunciado num momento dramático da história de Israel. A esperança da dinastia havia ruído. As palavras de Isaías são palavras de confiança e esperança.

Do tronco da origem de Jessé brotará prodigiosamente um novo rebento, através do qual se cumprirão todas as promessas feitas por Deus.

Sobre Ele pousará o Espírito e com Ele Sua ação que se revela em:

Espírito de Sabedoria – habilitação para o governo segundo os desígnios de Deus;
Espírito de Inteligência – discernimento entre o bem e o mal;
Espírito de Conselho e Fortaleza – compreensão dos planos do Senhor e contar com a força de Deus para o cumprimento;
Espírito de Conhecimento e Temor de Deus – docilidade em todo momento à vontade Divina.

A Igreja desenvolverá este último em Piedade – perfeita sintonia com a vontade de Deus.

Em Jesus a promessa se cumpriu: brotado como um rebento da família de Davi.

Advento, portanto, consiste na preparação para celebrarmos o nascimento d’Aquele que cumpriu a promessa: Jesus. Assim é Deus: promete e cumpre.

Jesus é a revelação da Sabedoria e Inteligência, muito mais do que Salomão.

A manifestação do Conselho e Fortaleza, muito mais do que Davi.
Sobre Ele o Conhecimento e o Temor de Deus, muito mais do que dos Patriarcas Abraão, Isaac e Jacó, muito mais do que Moisés e os Profetas.

Jesus Cristo, o Verbo Encarnado é a promessa mais bela que Deus pode realizar em favor da humanidade, como máxima expressão do Seu amor, na ação do Espírito.

Concluamos com esta canção - “Cálix Bento” - “Ó Deus salve o Oratório”:

“Ó Deus salve o Oratório
Onde Deus fez a morada
Oiá, meu Deus, onde Deus fez a morada, oiá
Onde mora o Cálix Bento
Onde mora o Cálix Bento
E a Hóstia Consagrada
Óiá, meu Deus, e a Hóstia Consagrada, oiá
De Jessé nasceu a vara
De Jessé nasceu a vara
E da vara nasceu a flor
Oiá, meu Deus, da vara nasceu a flor, oiá
E da flor nasceu Maria
E da flor nasceu Maria
De Maria o Salvador
Oiá, meu Deus, de Maria o Salvador, oiá”.

“Curai, Senhor, nossa cegueira”

                                                            

“Curai, Senhor, nossa cegueira”

Na sexta-feira da 1ª semana do Tempo do Advento, ouvimos a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 9,27-31) em que Jesus cura dois cegos.

Estes cegos podem ser cada um de nós, pois de um modo ou de outro, também somos passíveis de cegueira, e a maior de todas: a cegueira espiritual”.

Deste modo, precisamos todos da cura do Senhor, e para que isto ocorra, temos que  reconhecer Jesus como Aquele que pode nos curar, desejando no mais profundo de nós a luz, para caminhar na Luz que é Ele mesmo.

Jesus não age em nós contra nossa vontade, mas espera que abramos uma fresta, para que faça em nós maravilhas, com Sua indispensável presença e ação.

Não podemos ser como os fariseus, que pensavam ter os olhos abertos, e por Jesus são proclamados cegos, dada sua presunção e autossuficiência.

Urge que tenhamos a humildade de pôr-se na estrada, como fizeram os cegos mencionados no Evangelho e suplicar ao Senhor que passa – “Tem piedade de nós, Filho de Davi” (Mt 9, 27).

Para nos curar, é preciso que tenhamos fé: – Faça-se conforme a vossa fé” (Mt 9, 29),  para que a vida divina nos seja comunicada e cresça por meio desta fé e pelos Sacramentos celebrados e vividos.

Jesus ao curá-los, fez com que os olhos dos cegos se abrissem (Mt 9,30). Supliquemos ao Senhor que nos cure de nossa cegueira e que nossos olhos se abram, vivendo intensamente este Tempo do Advento.

Oremos:

Curai, Senhor, nossa cegueira, “Tem piedade de nós”, como os cegos vos pedimos: abri nossos olhos, para que renovemos a graça de vos seguir, como fiéis discípulos missionários.

Curai, Senhor, nossa cegueira, para que guiados por vossa Luz que não apenas tendes, mas que sois, também possamos irradiar Vossa luz, a tantos quantos dela precisar.

Curai, Senhor, nossa cegueira, para que nos empenhemos com sagrados compromissos  na transformação da cultura da morte, numa cultura de vida e paz, como desejais e de nós esperais.

Curai, Senhor, nossa cegueira,  para que edifiquemos lares em que a luz divina resplandeça em atitudes de acolhida, paciência, mansidão, perdão e comunhão.

Curai, Senhor, nossa cegueira, para que construamos comunidades, como casas edificadas na solidez da Palavra e Pão da Eucaristia que sois, caridade vivida em permanente missão.

Curai, Senhor, nossa cegueira, para que a Festa do Natal que se aproxima seja verdadeiramente a Festa do Nascimento da Luz que veio, vem e virá iluminar nossa história. Amém.

Senhor, renovai as nossas forças!

                                                                

Senhor, renovai as nossas forças!

Senhor, a Vós recorremos fadigados, exauridos fisicamente,
Depois de um dia marcado por um número sem fim 
de atividades:
Missas, reuniões, estudos, unções, velórios, administração.

Há dias que outras coisas se somam: 
aconselhamentos, contatos diários,
Atendimento a alguém em busca de sentido para a vida,
Em busca da sobriedade, do equilíbrio e da paz perdida.

Muitos também nos procuraram para uma direção espiritual,
E a santa busca do perdão, 
que costura as feridas da alma, e as cicatriza,
Com a graça do Sacramento, sinal de Vossa misericórdia.

Ainda tem aqueles que nos procuram com seus sonhos,
Por vezes maculados, pisoteados, 
e em pesadelos transformados,
Querendo uma Palavra que os refaçam, os renovem,
Como que desejando remover alguma ferrugem da alma.

Sim, Senhor, a Vós recorremos fadigados fisicamente,
Mas com o espírito renovado, porque pelo Vosso Espírito,
Em todos os momentos, ininterruptamente, assistidos.

Com o espírito renovado, porque iluminados e conduzidos
Por Vossa Palavra, que comunicamos e na Homilia pregamos,
Revigorados pelo Vosso Corpo e Sangue que comungamos,
Sem o que nos renderíamos diante de tantos problemas,
De incontáveis desafios, e das chagas de tantos crucificados.
Porém, recolhidos diante de Vossa Presença,
Na “Oração das Completas”, ao findar de mais um dia,
Reconhecemos nossos pecados e limitações,
E Vos pedimos, ao romper da aurora,
Como foi na madrugada da Vossa Ressurreição,
A graça de nos pormos de pé e escrevermos novas linhas,
Para sermos sinais de Vossa presença, servos do Bom Pastor,
Que nos refaz com a força revitalizante do Divino Amor. 

A Vós, Senhor, entregamos nossos cansaços, bons e maus:
O cansaço bom ao cuidar do rebanho a nós confiado,
O cansaço ruim, por ficar vigilante contra a ação dos inimigos,
Do tentador, que de mil formas deseja nos desvirtuar
Do bom Caminho, que Sois Vós, garantia de plenitude de Vida.
E ainda, o cansaço mais perigoso, o cansaço de nós próprios,
Quando não zelamos pelo encantamento, fascínio e
Apaixonamento incondicional por Vós.

Quando não cuidamos da chama do primeiro Amor,
Ou até o abandonamos, fazendo de nós mesmos
Autorreferenciais, revestidos de um mundanismo
Que maculam as sagradas vestes do Batismo 
E da tão desejada e recebida no Sacramento da Ordem.

A Vós, Senhor, nos entregamos e suplicamos:
Refazei-nos, renovai-nos, revigorai-nos.

Queremos rezar e viver o que tão belo aprendemos:
“Quero ser Padre, somente Padre e totalmente Padre”,
Com o Vosso Espírito, na fidelidade ao Pai,
Amparado e protegido pela Vossa mãe tão gloriosa,
Aquela que está sempre presente, a amável Mãe Maria.
Amém. Aleluia! Aleluia!

Superemos e afastemos toda a lentidão

                                                           

Superemos e afastemos toda a lentidão

Inspiradoras são as palavras do Bispo Santo Ambrósio (séc. IV), para nos prepararmos para o Natal do Senhor e fazermos nossos planos para o ano novo que se aproxima: 

Logo ao ouvir a notícia, Maria dirigiu-se às montanhas não por falta de fé, nem por duvidar do exemplo dado, mas guiada pela felicidade de ver cumprida a promessa, levada pela vontade de prestar um serviço, movida pelo impulso interior de sua alegria. Já plena de Deus, aonde ir depressa senão às alturas? A graça do Espírito Santo ignora a lentidão. Manifestaram-se imediatamente os benefícios da chegada de Maria e da presença do Senhor, pois quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança exultou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo...”.

Emoção e gratidão pulsam nas entranhas do coração ao olhar para o ano que haveremos de iniciar e ver o quanto se fez, como Igreja que somos.

A ação evangelizadora somente pode ser realizada com amor, empenho, dedicação nas inúmeras reuniões, encontros, Sacramentos, formações, manifestações, enfim, múltiplas atividades, sempre contando com a graça do Espírito Santo, que ignora a lentidão, mas conhece a fecundidade da prontidão e a mais bela atitude dos humildes, a gratidão pelas graças recebidas de Deus.

Alegremo-nos com descortinar de um novo ano, sempre assistidos pelo fogo do Espírito, e concretizemos nossos sonhos e projetos.

Afastemos toda a lentidão, para não entristecermos o Espírito de Deus, que de nós espera sempre pronta e imediata disponibilidade, como encontrou no coração de Maria. Como o poeta, nossos olhares tenham fome de horizontes novos...

A evangelização nas cidades nos desafia: “permaneçamos na cidade”, não em atitude estática, mas extática diante das manifestações maravilhosas de Deus através de Sua Igreja, procurando caminhos para concretizar sinceros de conversão; fortalecimento de uma catequese de inspiração catecumenal; santificação e solidificação da família; evangelizar pelos diferentes meios de comunicação social; fortalecimento da opção pelos pobres em alegre acolhida do outro e, assim, a Deus acolhermos.

Nossas cidades, como Judá, têm suas “montanhas”, que são os inúmeros desafios que se nos apresentam... Urge que aprendamos, com Maria, a nos colocarmos prontamente a caminho no encontro do outro, para que levemos a alegria da presença de Deus.

Somente quando nos pomos a caminho Deus aparece e Sua alegria transborda, como naquele encontro de Maria e Isabel, que até hoje ressoa em nossos ouvidos e coração.

Com a graça do Espírito, superemos e afastemos toda a lentidão; que tenhamos mãos e joelhos fortalecidos, como bem profetizou Isaías (Is 35,3), e o coração, pela Palavra e Eucaristia, nutrido, para a Semente do Verbo lançar, sem esquecer de que nada teremos para semear se antes a Palavra, no mais profundo de nós, não acolhermos e, que uma vez regada e fecundada, frutos abundantes hão de se multiplicar.

Como Maria, ponhamo-nos a caminho sem demora, letargia, desculpas. Evitemos todos os retrocessos inúteis e indesejáveis; se recuos houver que seja para rever erros e multiplicar acertos, pois como muito bem disse o bispo: “A graça do Espírito ignora a lentidão”.

Sintamos o transbordamento da alegria de amar e servir, para que não sejamos ignorados pelo Espírito, e com Maria, aprendamos, para no caminho da Evangelização, mais do que empenhados, horizontes inéditos alcançarmos.

Copiosas bênçãos divinas continuem a cair sobre nós, e nada façamos sem invocar o Divino Espírito:

“Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos Vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso amor...”.

Aperfeiçoamento espiritual constante

                                               

                                  Aperfeiçoamento espiritual constante

Na passagem da Carta aos Colossenses (Cl 1,9b-11), o apóstolo Paulo exorta a comunidade de Colossas e a nós, em todo o tempo, a fim de que tenhamos um aperfeiçoamento espiritual constante, vivamos uma vida agradável a Deus:

“Que chegueis a conhecer plenamente a vontade de Deus, com toda a sabedoria e com o discernimento da luz do Espírito. Pois deveis levar uma vida digna do Senhor, para lhe serdes agradáveis em tudo. Deveis produzir frutos em toda a boa obra e crescer no conhecimento de Deus, animados de muita força, pelo poder de Sua glória, de muita paciência e constância, com alegria.” (1)

O Apóstolo Paulo faz exortações imprescindíveis para a vida cristã: 

- o conhecimento pleno da vontade de Deus;

- viver uma vida digna do Senhor para ser agradáveis a Ele em tudo;

- produzir frutos em toda a boa obra;

- crescer no conhecimento de Deus. 

Completando a reflexão, assim lemos no Missal Cotidiano:

"A comunidade cristã procura em todas as coisas o que faz caminhar com Deus. Descobrir antes de tudo um encontro com Deus... contemplá-Lo também na face do irmão e restituir um rosto humano ao homem desfigurado. Sim o conhecimento é para o amor. Sem amor, de que vale o conhecimento de Deus. De que vale dar o próprio corpo às chamas?"(1)

Ressoem as palavras do Senhor, que ouvimos na passagem do Evangelho de Mateus: 

“Assim brilhe a Vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus” (Mt 5,16)

Oremos:

Senhor Deus, ajudai-nos a conhecer plenamente a Vossa vontade, com toda a sabedoria e discernimento da luz do Espírito, e uma vez conhecida, com Vosso Espírito, a vivamos concretamente, dia a dia.

Ajudai-nos a levar uma vida digna, na fidelidade aos Vossos divinos mandamentos, para que, em tudo, sejamos agradáveis a Vós, irradiando a Vossa Luz a quantos precisarem, e sermos sal da terra e fermento na massa, a serviço do Vosso Reino.

Concedei-nos a graça de produzir frutos em toda boa obra, de modo especial os frutos do Espírito: caridade, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, lealdade, mansidão, continência (Gl 5,2).

Iluminai nossa mente e as entranhas mais profundas de nosso coração, para que ao Vos conhecermos, cada vez mais Vos amemos, até que um dia possamos contemplá-lo face a face, na glória da eternidade. 

“Ensinai-me a Vos procurar e mostrai-Vos quando Vos procuro; pois não posso prourar-Vos  se não me ensinais nem encontrar-Vos se não Vos mostrais. Que desejando eu Vos procure, procurando Vos deseje, amando Vos encontre,  e encontrando Vos ame”.  (2)

Dai-nos, Senhor Deus, a graça de crescermos no conhecimento de Vós, bem como no conhecimento pleno de Vossa vontade, para que a realizando, vivamos uma vida digna e que Vos agrade, sobrepondo sempre a Vossa à nossa, e tão somente assim produziremos frutos em toda a boa obra. 

Ajudai-nos a levar muitos a Vos dar glória ao virem as obras que fazemos, resplandecendo a Vossa luz no mundo, e sendo sal da terra, vivendo assim a graça do batismo que recebemos, na fidelidade às Palavras de Vosso Filho, em comunhão com o Espírito Santo. Amém. 


1) Comentário do Missal Cotidiano - Editora Paulus - pág. 1231 

     ) Santo Anselmo – séc. XII

  

  PS: Apropriado para reflexão da passagem da Carta de Paulo aos Colossenses (Cl, 1,9-14), proclamada na quinta-feira da 22ª Semana do Tempo Comum.



Jesus veio ao nosso encontro: a promessa de Deus se cumpriu

                                                 

 Jesus veio ao nosso encontro: a promessa de Deus se cumpriu

Sejamos enriquecidos pelo comentário dos Salmos escrito pelo bispo e doutor Santo Agostinho (séc. V).

“Deus estabeleceu não só um tempo para Suas promessas, como também um tempo para a realização do que prometera. O tempo das promessas vai dos profetas a João Batista. A partir dele começa o tempo de cumprir-se o prometido.

Deus, que Se fez nosso devedor, é fiel, nada recebendo de nós mas nos prometendo tão grandes bens. Pareceu-lhe pouco a simples promessa e, por isso, quis ainda comprometer-se por escrito, como que firmando conosco um contrato.

Desse modo, quando começasse a cumprir as coisas prometidas, veríamos em tal Escritura a ordem com que seriam realizadas. O tempo das profecias era o do anúncio das promessas, como já dissemos várias vezes.

Prometeu-nos a salvação eterna, a vida bem-aventurada e sem fim em companhia dos anjos, a herança imperecível, a glória eterna, a doçura da visão de seu rosto, a Sua morada santa nos céus e, pela ressurreição dos mortos, a exclusão total da morte.

É esta, de certo modo, a Sua promessa final, o objeto de toda nossa aspiração. Quando a tivermos alcançado, nada mais buscaremos, nada poderemos exigir. Não deixou também de revelar o caminho que nos havia de conduzir a esses últimos fins, mas o prometeu e anunciou.

Deus prometeu aos homens a divindade, aos mortais a imortalidade, aos pecadores a justificação, aos humilhados a glória.

Contudo, meus irmãos, parecia inacreditável aos homens que Deus prometesse tirá-los da sua condição mortal de corrupção, vergonha, fraqueza, pó e cinza, para torná-los semelhantes aos anjos.

Por isso, não só firmou com eles um contrato que os levasse a crer, mas constituiu ainda como mediador e garantia, não um príncipe, qualquer ou algum anjo ou arcanjo, mas Seu Filho único. Desse modo, mostrou-nos e ofereceu-nos, por meio de Seu próprio Filho, o caminho que nos levaria ao fim prometido.

Não bastou, porém, a Deus fazer Seu filho indicar o caminho; quis que Ele mesmo fosse o caminho, a fim de te deixares conduzir por Ele, caminhando sobre ele próprio.

Para isso, o Filho único de Deus deveria vir ao encontro dos homens e assumir a natureza humana. Tornando-Se homem, deveria morrer, ressuscitar, subir aos céus, sentar-Se à direita do Pai e realizar entre os povos o que prometera.

E, depois da realização de Suas promessas entre os povos, cumprirá também a de voltar para pedir contas de Seus dons, separando os que merecerão a Sua ira ou Sua misericórdia, tratando os ímpios como ameaçara e os justos como prometera.

Tudo isso devia ser profetizado, anunciando e recomendado, para que, ao suceder, não provocasse medo com uma vinda inesperada, mas ao contrário, sendo objeto da nossa fé, o fosse também por uma ardente esperança.”

O que fora promessa, na Encarnação de Jesus Cristo, a promessa que Deus fizera, como nos falaram os profetas, se cumpriu, como tão bem expressou o bispo:

“Prometeu-nos a salvação eterna, a vida bem-aventurada e sem fim em companhia dos anjos, a herança imperecível, a glória eterna, a doçura da visão de Seu rosto, a Sua morada santa nos céus e, pela ressurreição dos mortos, a exclusão total da morte.”

Vindo ao nosso encontro, como caminho, verdade e vida (cf. Jo 14,6), somos agraciados por estas maravilhas da intervenção divina:

“Deus prometeu aos homens a divindade, aos mortais a imortalidade, aos pecadores a justificação, aos humilhados a glória.”

Vivamos este Tempo do Advento, renovando a fé no Amor Trinitário, que age incansavelmente na história, preparando-nos, intensamente, para a celebração do Natal do Senhor Jesus: Aquele que veio, vem e virá. Amém.

Quem sou eu

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG