segunda-feira, 24 de novembro de 2025

“Revesti-vos da armadura de Deus”

                                                         

“Revesti-vos da armadura de Deus”

Como Igreja, estamos em tempo fecundo e necessário de avaliação da caminhada feita, propício para a necessária elaboração de planos, projetos, sempre vislumbrando novos caminhos.

Os dias passam, consomem-se e nós nos consumimos. A cada dia uma batalha, uma conquista, decepções e surpresas agradáveis; encontros e desencontros; ganhos e perdas; derrotas, vitórias. Assim é a vida: comporta o movimento dos contrários.

A vida não é feita de apenas uma nota, um tom, um som, uma palavra, uma rima, de um parágrafo apenas. A vida é percurso, desafio, superação, eterno recomeço, morte e Ressurreição.

Neste sentido, a passagem da Carta de Paulo aos Efésios (Ef 6,10-20) é riquíssima para nos fortalecer no bom combate da fé.

Ele fala do cristão à luz de uma metáfora: o guerreiro, um gladiador que se coloca intrepidamente no combate consagrando e confiando a sua vida ao Senhor.

“Fortalecei-vos no Senhor, pelo Seu soberano poder” (Ef 6,10). A nossa força vem de Deus.

“Revesti-vos da armadura de Deus” – revestidos de Cristo pelo Batismo não há nada a temer. O Senhor é escudo, proteção, refúgio e muito mais, como rezou o Salmista (Sl 143).

Lutamos a todo instante contra as forças espirituais do mal, espalhadas nos ares, afirma o Apóstolo. É preciso vigiar e orar a todo instante, para que sejamos conduzidos, animados, iluminados pelo Santo Espírito no combate e para que vencedores sejamos.

Com a armadura de Deus mantemo-nos inabaláveis, assegura o Apóstolo, no cumprimento de nosso dever (Ef 6,13).

Ele ainda nos exorta: sejamos cingidos com a verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, e os pés calçados de prontidão para incansavelmente anunciar o Evangelho (Ef 6,15).

Nosso escudo é a fé, e com ele apagamos todas as flechas da maldade, da mentira, da hipocrisia, da injustiça.

Nosso capacete é o divino capacete da salvação, tendo nas mãos a espada do Espírito que é a própria Palavra de Deus (Ef 6,18).

Finaliza exortando à indispensável Oração em todas as circunstâncias, numa vigília permanente, Oração feita incessantemente uns pelos outros.

Que tenhamos sempre coragem em cada amanhecer de nos revestirmos de Cristo, de sermos  Sua presença no mundo, comunicando a Sua imprescindível luz em meio às trevas, dando gosto de Deus a quantos possamos, como sal da terra.

Revestidos da armadura de Deus, fermentaremos o mundo novo, não recuaremos na vida de fé, avançaremos corajosamente, enfim, nossa fé será verdadeiramente fecunda.

Rever caminhos, firmar os passos

                                                             


Rever caminhos, firmar os passos

Finalizando mais um ano Litúrgico, reflitamos sobre a vinda futura do Senhor, Sua segunda vinda gloriosa.

Deste modo, sejamos iluminados pela passagem da Segunda Carta do Apóstolo Paulo aos Tessalonicenses (2 Ts 3,7-12), que nos fala da vida futura e definitiva, a ser esperada sem preguiça e comodismo.

A comunidade não pode cruzar os braços, tão pouco “viver nas nuvens”, assim como não pode perder tempo com futilidades, e nada de útil fazer.

É forte a mensagem dirigida à comunidade: não há lugar para parasitas que vivam à custa dos demais, o que se caracterizaria em consumidores.

Há uma exortação à responsabilização de todos, porque o Reino de Deus começa aqui e agora e a todos compromete; portanto, jamais compreendido como uma evasão do mundo: 

“...Jesus de Nazaré não traz uma plenitude totalmente pronta. Não em uma intervenção mágica que desresponsabiliza o homem. É verdade que chegou a plenitude prometida, mas espera ser completada. É um dom, mas simultaneamente uma conquista”. (1)

À espera do Senhor que vem, façamos, portanto, uma revisão e avaliação do ano vivido, sobretudo de nossos sagrados compromissos com o Reino, e renovemos nossa predisposição e forças para iniciarmos mais um ano, em maior e melhor correspondência aos desígnios divinos, a fim de que não apenas digamos, mas vivamos o que rezamos todos os dias: – Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu.


(1) – Missal Dominical – pp.1295-1296.

Oração para depois da Santa Missa (Papa Clemente XI)

                                         


Oração para depois da Santa Missa
  
Oremos:
 
“Meu Deus, eu creio em Vós, mas fortificai a minha fé;
espero em Vós, mas tornai mais confiante a minha esperança;
eu Vos amo, mas afervorai o meu amor;
arrependo-me de ter pecado, mas aumentai o meu arrependimento.
 
Eu Vos adoro como primeiro princípio,
eu Vos desejo como fim último;
eu Vos louvo como benfeitor perpétuo,
eu Vos invoco como benévolo defensor.
 
Que Vossa sabedoria me dirija,
Vossa justiça me contenha,
Vossa clemência me console,
Vosso poder me proteja.
 
Meu Deus, eu Vos ofereço
meus pensamentos, para que só pense em Vós;
minhas palavras, para que só fale em Vós;
minhas ações, para que sejam do Vosso agrado;
meus sofrimentos, para que sejam por Vosso amor.
 
Quero o que quiserdes,
porque o que quereis
como o quereis,
e enquanto o quereis.
 
Senhor, eu Vos peço:
iluminai minha inteligência,
inflamai minha vontade,
purificai meu coração
e santificai minha alma.
 
Dai-me chorar os pecados passados,
repelir as tentações futuras,
corrigir as más inclinações
e praticar as virtudes do meu estado.
 
Concedei-me ó Deus de bondade,
ardente amor por Vós e aversão por meus defeitos,
zelo pelo próximo e desapego do mundo.
 
Que eu me esforce para obedecer aos meus superiores,
auxiliar os que dependem de mim,
dedicar-me aos amigos e perdoar os inimigos.
 
Que eu vença a sensualidade pela austeridade,
a avareza pela generosidade,
a cólera pela mansidão e a tibieza pelo fervor.
 
Tornai-me prudente nas decisões,
corajoso nos perigos,
paciente nas adversidades
e humilde na prosperidade.
 
Fazei, Senhor, que eu seja atento na oração,
sóbrio nos alimentos,
diligente no trabalho
e firme nas resoluções.
 
Que eu procure possuir
pureza de coração e modéstia de costumes,
um procedimento exemplar e uma vida reta.
 
Que eu me aplique sempre em vencer a natureza,
colaborar com a graça,
guardar os Mandamentos
e merecer a salvação.
 
Aprenda de Vós como é pequeno o que é da terra,
como é grande o que é divino,
breve o que é desta vida
e duradouro o que é eterno.
 
Dai-me preparar-me para a morte,
temer o dia do juízo,
fugir do inferno
e alcançar o paraíso.
Por Cristo Nosso Senhor. Amém”.
 
 
Fonte:  Após a Missa o Missal Romano nos apresenta a oração atribuída ao Papa São Clemente XI (1649-1721) - Missal Romano – pp.1250-1252

 

Além do que eu vi...

                                                                   

Além do que eu vi...

“O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos,
para que também tenhais comunhão conosco; e
a nossa comunhão é com o Pai, e com Seu Filho Jesus Cristo”
(1Jo 1,3).

Eu vi a onda veemente cumprir seu curso e recuar para outro avanço, num contínuo e incessante movimento, como que nos dizendo assim devemos agir quando dificuldades enfrentarmos, mas que o recuo não seja por medo, omissão e covardia, mas como momento do refazer-se...

Eu vi a onda encontrar o seu limite intransponível nas pedras que se interpunham, mas as contornavam, como que num abraço ao qual não puderam ceder, e assim aprendemos o mesmo fazer com as realidades aparentemente intransponíveis...

Eu vi aquele filho, sentado na indigência e mendicância, se levantar e retornar à casa do pai, como um servo, mas o amor do pai o acolheu como um filho sempre amado e esperado, não somente na parábola do Mestre, em nosso coração gravada, mas na realidade tristemente constatável.

Eu me vi de repente com os Evangelhos nas mãos, e continuei minha reflexão, detendo-me nas páginas que nos fazem voar como águia; voos divinais, como que sobre as asas do Espírito, ao encontro do Deus Eterno de Amor, num deleite de alma indescritível, sentido quando a Palavra arde em nosso coração e refrigera nossa alma, ainda que paradoxal pareça.

Eu vi através da narração indescritível do Evangelista, aqueles dois correndo ao encontro do túmulo, e a chegada do primeiro, o discípulo que Jesus amava. Vi que depois de Pedro, ele entrou viu que o Corpo do Amado lá não se encontrava, mas Ressuscitado estava.

Vi aquele discípulo que Jesus amava, acreditar e nunca mais calar e ao mundo anunciou esta Boa Notícia, que ecoa por milênios e chegou até nós, porque além de amá-Lo, pôs-se a correr do seu encontro, viu, acreditou, anunciou e testemunhou com a própria vida, nas alturas com Ele hoje se encontra.

Vi antes o mesmo discípulo reclinar no lado de Jesus, também descrito pelo Evangelista, como que acolhendo do Divino Mestre lições diretamente emanadas das entranhas do Sagrado Coração e estas mesmas posteriormente comunicadas.

Vi, também, na descrição da Paixão de Jesus, ele ali ao lado de Maria, com olhos fixos no Amado, assumindo-a como Mãe, e n’Ele nossa humanidade recebendo a maternidade de Maria, Mãe da Igreja e nossa, que nos acompanha desde o sim dado naquele dia ao Anjo na Anunciação do Senhor.

Vi que, mesmo dilacerado de dor, o amor falou mais alto em Seu coração, e ainda nos garantiu a presença e a docilidade de Maria, que nos acompanha em nosso bom combate da fé cotidiano.

Fechei o Sagrado Evangelho e vi um novo caminho a trilhar; revigorado, refeito, e com sagrados compromissos renovados para a luz do Senhor irradiar, ainda que os tempos difíceis sejam, porque é preciso dar razão de nossa esperança, porque fé n’Ele temos, com Ele, inflamados pelo Seu amor, um mundo novo construir.

As dificuldades que vivemos, alguns podem até enxergar com maior acuidade, mas empenhar-se pelo mundo novo, sem luto, dor, pranto e morte, somente quem tem a fé aliada com a esperança que anda de mãos dadas com a caridade.

Acreditar na impotência e insignificância de uma semente do grão de mostarda, iluminar com a palavra e a ação o mundo, como fermento na massa e sal da terra, é, sobretudo, próprio de quem recebe a graça do Batismo e de ser discípulo do Senhor. Amém. Aleluia! Aleluia!

Contemplemos a Cruz de Nosso Senhor

                                                              

 

      Contemplemos a Cruz de Nosso Senhor 

 
Sejamos enriquecidos pela Conferência de Santo Tomás de Aquino, em que nos apresenta a Cruz de Nosso Senhor, na qual não nos falta nenhum exemplo de virtude.
 
“Que necessidade havia para que o Filho de Deus sofresse por nós? Uma necessidade grande e, por assim dizer, dupla:
 
Para ser remédio contra o pecado e para exemplo do que devemos praticar.
 
Foi em primeiro lugar um remédio, porque na Paixão de Cristo encontramos remédio contra todos os males que nos sobrevêm por causa de nossos pecados. Mas não é menor a utilidade em relação ao exemplo.
 
Na verdade, a Paixão de Cristo é suficiente para orientar nossa vida inteira. Quem quiser viver na perfeição, nada mais tem a fazer do que desprezar aquilo que Cristo desprezou na Cruz, e desejar o que Ele desejou. Na Cruz, pois, não falta nenhum exemplo de virtude. Se procuras um exemplo de caridade:
 
Ninguém tem amor maior do que Aquele que dá Sua vida pelos amigos (Jo 15,13). Assim fez Cristo na Cruz. E se Ele deu Sua vida por nós, não devemos considerar penoso qualquer mal que tenhamos de sofrer por causa d’Ele.
 
Se procuras um exemplo de paciência, encontras na Cruz o mais excelente! Podemos reconhecer uma grande paciência em duas circunstâncias: Quando alguém suporta com serenidade grandes sofrimentos, ou quando pode evitar os sofrimentos e não os evita.
 
Ora, Cristo suportou na Cruz grandes sofrimentos, e com grande serenidade, porque atormentado, não ameaçava (1Pd 2,23); foi levado como ovelha ao matadouro e não abriu a boca (cf. Is 53,7; At 8,32). É grande, portanto, a paciência de Cristo na Cruz.
 
Corramos com paciência ao combate que nos é proposto, com os olhos fixos em Jesus, que em nós começa e completa a obra da fé. Em vista da alegria que lhe foi proposta, suportou a Cruz; não Se importando com a infâmia ( Hb 12,1-2).
 
Se procuras um exemplo de humildade, contempla o Crucificado: Deus quis ser julgado sob Pôncio Pilatos e morrer.
 
Se procuras um exemplo de obediência, segue Aquele que Se fez obediente ao Pai até a morte:
 
Como pela desobediência de um só homem, isto é, de Adão, a humanidade toda foi estabelecida numa condição de pecado, assim também pela obediência de um só, toda a humanidade passará para uma situação de justiça (cf. Rm 5,19).
 
Se procuras um exemplo de desprezo pelas coisas da terra, segue Aquele que é Rei dos reis e Senhor dos senhores, no qual estão encerrados todos os tesouros da sabedoria e da ciência ( cf. Cl 2,3), e que na Cruz está despojado de Suas vestes, escarnecido, cuspido, espancado, coroado de espinhos e, por fim, tendo vinagre e fel como bebida para matar a sede.
 
Não te preocupes com as vestes e riquezas, porque repartiram entre si as minhas vestes (Jo 19,24); nem com honras, porque fui ultrajado e flagelado; nem com a dignidade, porque tecendo uma coroa de espinhos, puseram-na em minha cabeça (cf. Mc 15,17); nem com os prazeres, porque em minha sede ofereceram-me vinagre (Sl 68,22)”.
A contemplação da Cruz e do Crucificado por si mesma nada adianta, pois esta procura precisa configurar nossa vida, com a revisão de nossas atitudes e pensamentos, transformando a nossa vida.

Crendo n’Aquele que nos amou e na Cruz morreu, precisamos ter os mesmos  sentimentos, completando em nossa carne o que falta à Sua Paixão por amor à Sua Igreja (cf. Fl 2,5; Cl 1,24), e dizer como Paulo -  “Para mim viver é Cristo” (cf. Fl 1,21).
 
Coloquemo-nos diante da Cruz e do Crucificado, renovemos sagrados compromissos com os crucificados da história, pelos quais Ele deu, livremente, por amor, Sua Vida para que todos tenhamos vida.
 
Para Santo Tomás, na Cruz, contemplando o Crucificado, não nos falta nenhum exemplo de virtude. Dentre as quais ele destaca: Caridade, paciência, humildade, obediência e o desprezo pelas coisas da terra, sinônimo de absoluto despojamento.
 
O que de melhor possamos desejar e procurar, encontraremos na Cruz e no Crucificado: Amor, ternura, bondade, perdão, carinho, solidariedade, mansidão, acolhida; sabedoria com traços e aparência de loucura, Onipotência na aparência da fragilidade; bondade suprema para além de toda maldade extrema!
 
Procuremos as virtudes na Cruz, a cada dia, para que vivamos maior fidelidade ao Senhor, com renúncias necessárias, carregando nossa cruz, sem lamentos e reclamações inúteis.
 
Eis o caminho que tanto procuramos: A Cruz. Inevitavelmente a Cruz; Cruz redentora, Cruz salvadora, pois, do Crucificado ao mundo foram abertas as entranhas de misericórdia, de felicidade, de eternidade...
 
Quem por Ele procurar, será encontrado, quem por Ele chamar não será decepcionado: Batei e vos será aberto, pedi e vos será concedido. 
 
Contemplando a cruz, encontramos o que tanto procuramos, ou no mínimo o que tanto deveríamos desejar e viver.
 
Há procuras insólitas e extenuantes; procuras que consistem em perdas sem retornos. Santo Tomás nos aponta verdadeiras e salutares procuras.
 
E, às vezes, como procuramos mal, quer pelo seu conteúdo, quer pelo seu lugar.
 
Eis o caminho que tanto procuramos: A Cruz. Inevitavelmente a Cruz.
Cruz redentora, Cruz salvadora, pois, do Crucificado ao mundo foram abertas as entranhas de misericórdia, de felicidade, de eternidade...
 
Quem por Ele procurar, será encontrado, quem por Ele chamar não será decepcionado: "Batei e vos será aberto, pedi e vos será concedido" (cf. Mt 7,7-8).
 
Coloquemo-nos em atitude de verdadeira e santa procura, carregando nossa cruz de cada dia, com as renúncias que se fizerem necessárias.
 
 
 
PS: Reflexão oportuna para o dia 28 de janeiro quando se celebra a Memória de Santo Tomás de Aquino (Presbítero e Doutor da Igreja) e a Festa da Exaltação da Santa Cruz no dia 14 de setembro.


Apropriado para refletirmos a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 23,35-43)

Ela ofereceu tudo o que tinha para viver

                                                                

Ela ofereceu tudo o que tinha para viver

 “Eles ofertaram muito do muito que tinham; ela deu tudo o que possuía. Tinha muito, pois tinha Deus no seu coração. É mais possuir Deus na alma do que ouro na arca. Quem deu mais do que essa pobre viúva que não reservou nada para si?” (Santo Agostinho)


Reflexão à luz das passagens do Evangelho (Mc 12,38-44; Lc 21,1-4), sobre a oferta da pobre viúva no templo.

Reflitamos sobre o culto verdadeiro e agradável a Deus, tão diferente dos cultos marcados pelas aparências dos rituais: a Deus não interessam grandes manifestações religiosas ou ritos externos suntuosos. 

Deus não mede nossas ações e gestos com algarismos, ao contrário, mede com o amor; avalia de acordo com os valores interiores da pessoa porque Ele vê além das aparências, vai até o coração.

O culto autêntico deve ser marcado na atitude de vida: doação, confiança e entrega total em favor do próximo, esvaziando-se de si mesmo e colocando-se plenamente nas mãos de Deus.

Esta passagem é situada em Jerusalém, nos dias que antecedem à prisão, julgamento e morte de Jesus.

Jesus faz uma crítica aos ritos vazios, desmascarando a hipocrisia, a incoerência dos cultos e ritos realizados no templo pelos doutores da lei, e nos ensina como deve ser um culto agradável a Deus. 

Os doutores da lei têm comportamentos hipócritas, uma devoção de fachada, revelando que os ritos externos que realizam, os gestos teatrais, o cumprimento das regras, ainda que religiosamente corretas, não aproximam as pessoas de Deus, e nem as conduzem à santidade por Ele querida. 

Os discípulos de Jesus deverão ter outra atitude diante de Deus e do próximo: dom total, despojamento pleno, entrega radical e sem medida. Viver a fé cristã não é uma representação teatral.

De fato, o verdadeiro crente é aquele que nada guarda para si, mas no dia a dia, no silêncio e nos gestos mais simples, sai do seu egoísmo e da sua autossuficiência, colocando toda sua existência nas mãos de Deus.

Há momentos em que tudo escurece, falta-nos apoio, nossa vida parece tremer. É nesta hora que damos o autêntico testemunho da solidez de nossa fé, e verdadeiramente, podemos dizer: “Senhor, eu creio, mas vem em auxílio de minha pouca fé, e minha fraqueza. Pai, entrego-me em Tuas mãos”.

Urge que nos coloquemos totalmente nas mãos de Deus, oferecendo a Ele toda a nossa vida, vivendo na gratuidade, e não na troca de favores, sem procurar fama e privilégios.

Precisamos nos despojar de nossos projetos pessoais e preconceitos, a fim de nos entregarmos com total confiança nas mãos de Deus, com completa doação, dando um salto em total abandono no Senhor, sem nenhuma dúvida ou hesitação. 

Assim viveremos uma fé amadurecida, na doação total inclusive nas situações mais adversas, no testemunho da pobreza evangélica, acompanhada da humildade e fecundidade, num amor sem limites e incondicional.

Tão somente assim teremos uma verdadeira motivação de nosso engajamento pastoral, em total expressão de gratuidade, sem procura de honrarias, valorização, promoção ou elogios.

Oremos:

Ó Deus, afastai de nós todos os obstáculos, e nos acompanhe para que inteiramente disponíveis nos coloquemos a serviço do Reino, na fidelidade a Jesus Cristo, com a força do Santo Espírito. Amém.

Com Jesus, reinar, amar e servir (Cristo Rei)

 


Com Jesus, reinar, amar e servir 

Honra, glória, poder e louvor a Jesus, o Ungido de Deus. Ele que é o Cristo, Rei e Senhor de todo o Universo. 

Ele que é o Messias-Rei enviado pelo Pai para inaugurar o reinado de Deus, Reino Eterno e Universal: Reino da verdade, vida, santidade, graça, justiça, amor e paz, com a Igreja rezamos.

Um Reino na contramão do mundo, da lógica dos grandes da terra; tão diferente de tudo que se possa pensar, porque:

- Suas armas foram o amor e misericórdia, a força desarmada do amor;

- Sua autoridade foi serviço simples e humilde;

- Seu trono foi a cruz, na qual Ele derramou Seu sangue redentor, em benefício de todos, santos e pecadores;

- Sua coroa, uma coroa de espinhos, precedida de agonia, flagelo, cuspidas, humilhação, maceração;

- Seu cetro é a toalha para lavar os pés: sinal de serviço;

- Seus soldados foram pessoas humildes e desarmadas, enviadas ao mundo para anunciar o amor e a paz;

- Seus súditos são todos aqueles que aceitam colocar as suas vidas ao serviço de Deus e dos irmãos;  

- Seu Divino Alimento, para avançarmos na missão confiada, é Seu próprio Corpo e Sangue, na Eucaristia celebrados, recebidos, alimentados, nutridos e revigorados.

Honra, glória, poder e louvor a Jesus, o Ungido de Deus. Ele que é o Cristo, Rei e Senhor de todo o Universo. 

Oremos:

Somos Vossos servos, Senhor, que pela graça do batismo, ordenados ou não, consagrados ou não, cristãos leigos e leigas, na comunhão desejável, como Igreja Sinodal, caminhamos juntos, na espera da Vossa Vinda Gloriosa, Vós que viestes, vindes e vireis sempre. Assim cremos. Amém.



Fonte inspiradora: www.dehonianos.org - Reflexão Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG