terça-feira, 28 de outubro de 2025

Sejamos iluminados pelas Bem-Aventuranças

                                                          

Sejamos iluminados pelas Bem-Aventuranças

Acompanhando o noticiário, vemos o mundo em mudança de época, e muitos são os desafios que se colocam na construção da civilização do amor.

A realidade que vivemos (corrupção, desvio de verbas, não investimento na saúde, educação, lazer...) está bem longe da realidade que Deus para nós espera 

Ainda lembremos os assassinatos, fome, desemprego, narcotráfico, rebeliões em presídios, e muitos outros fatos poderiam ser mencionados, associando-se ao desencanto com o exercício da política, que visa privilégios, e, por vezes, fomenta a corrupção e o mau uso do poder, que deveria ser o exercício em favor do bem comum.

É tempo de reflexão, discussão, discernimento, sobretudo de muita oração, em que não podemos prescindir da Palavra de Deus, invocando a luz do Espírito Santo.

É inconcebível e inadmissível não nos deixarmos conduzir e nos iluminar pela doutrina que professamos nos cultos, diante do altar.

Trairíamos toda a nossa prática evangelizadora, perderíamos nossa credibilidade profética, a chama de nossa fé nada iluminaria, e o sal da terra que somos chamados a ser, que sabor teria? Nenhum! E como afirma a Palavra, o sal que perde seu sabor para nada mais serve, a não ser para ser pisado e jogado fora.

Mas é exatamente neste momento de crise que somos chamados a dar razão de nossa esperança, vivendo os irrenunciáveis compromissos que brotam de nossa fé, que se solidifica e enraíza na cultura e na história.

Nossas orações jamais agradarão ao Senhor, se não forem acompanhadas de ações efetivas em favor da vida, de seu caráter sagrado e inviolável, da concepção ao declínio natural.

É hora de subirmos à “montanha” e escutarmos mais uma vez o Sermão do Senhor (Mt 5,1-12), as Bem-Aventuranças. Mas é também tempo de não fugirmos da dura realidade da “planície” em que vivemos. Como viver as Bem-Aventuranças no chão de nosso cotidiano, sendo sal da terra e luz do mundo?  

Concluo citando Santo Agostinho, que em uma de suas belas reflexões nos disse: “A Sagrada Escritura é para nos ajudar a decifrar o mundo; para nos devolver o olhar da fé e da contemplação, e transformar a realidade numa grande revelação de Deus”.

É preciso, portanto, que não percamos o olhar da fé e da contemplação que a Palavra nos desperta. Não podemos perder o horizonte de que outro mundo é possível. Somos movidos sempre pela esperança de um novo céu e uma nova terra, que começa aqui e agora!

Decifrar o mundo é preciso, transformá-lo é necessário! Iluminados, fortalecidos, orientados e conduzidos pela Palavra Divina, fermentemos o mundo novo, como graça e missão, que Deus a nós confiou.

A missão cristã e a política são indissociáveis

A missão cristã e a política são indissociáveis

“Alegres por causa da esperança”
(Rm 12,12)

Retomemos um trecho do parágrafo 46 da Carta Apostólica “Octogésima Advenies”, escrita pelo Papa São Paulo VI, ao celebrar o octagésimo aniversário da Rerum Novarum, que nos fala sobre um tema que está na pauta do dia: a política, sobretudo neste período que antecede as Eleições Municipais em nosso país.

O poder político a serviço do bem de todos e além das fronteiras nacionais:
“Atendo-se, pois, à sua vocação própria, o poder político deve saber desvincular-se de interesses particulares, para poder encarar a sua responsabilidade pelo que se refere ao bem de todos os homens, passando mesmo para além das fronteiras nacionais”.

A política tomada a sério, em seus diversos níveis, na promoção do bem comum:
“Tomar a sério a política, nos seus diversos níveis, local, regional, nacional e mundial, é afirmar o dever do homem, de todos os homens de reconhecerem a realidade concreta e o valor da liberdade de escolha que lhes é proporcionada, para procurarem realizar juntos o bem da cidade, da nação e da humanidade”.

Uma definição do que vem a ser a política:
“A política é uma maneira exigente - se bem que não seja a única - de viver o compromisso cristão, ao serviço dos outros. Sem resolver todos os problemas, naturalmente, a mesma política esforça-se por fornecer soluções, para as relações dos homens entre si”.

O campo de atuação e domínio da política:
“O seu domínio é vasto e abrange muitas coisas, não é porém, exclusivo; e uma atitude exorbitante que pretendesse fazer da política algo de absoluto, tornar-se-ia um perigo grave”.

A autonomia da realidade política e o compromisso dos cristãos em coerência ao Evangelho:
“Reconhecendo muito embora a autonomia da realidade política, esforçar-se-ão os cristãos, solicitados a entrarem na ação política, por encontrar uma coerência entre as suas opções e o Evangelho e, dentro de um legítimo pluralismo, por dar um testemunho, pessoal e coletivo, da seriedade da sua fé, mediante um serviço eficaz e desinteressado para com os homens”.

Retomar este parágrafo é enriquecedor, para que vejamos a necessária superação de apatia, indiferença e omissão diante da atuação política, como tem insistido o Papa Francisco em seus pronunciamentos e encontros.

Cruz e santidade

                                                             

Cruz e santidade

Não existe santidade autêntica sem as renúncias cotidianas necessárias, e o carregar da cruz com fidelidade incondicional ao Senhor, à Sua Palavra e ao Projeto do Reino, que nos confiou a anunciar e testemunhar.

Santidade implica na maturidade e coragem para carregar a cruz, com a confiança de que não caminhamos sozinhos e tão pouco a carregamos sós: Ele caminha conosco e Se fez solidários com todos no carregar da cruz cotidiana.

A ausência da maturidade priva-nos da serenidade, no tempo presente, para carregá-la, e definitivamente do gozo da plena felicidade futura, e que já pode ser experimentada enquanto a cruz se carrega.

Neste carregar da cruz pode ser que caiamos, mas haverá sempre mãos estendidas a nos levantar, com palavras que, como bálsamos, nossas feridas curar, reavivando nossas forças e esperança, pondo-nos de pés firmes, neste difícil, árduo e necessário caminho de santidade, sem a perda do horizonte da eternidade.

Cremos que os Santos viveram tudo o quanto se diz em matéria de fidelidade ao Senhor e da prática das Bem-Aventuranças, e se quisermos a mesma felicidade alcançar, nos diz Santo Tomás de Aquino, é preciso em primeiro lugar, querer, em segundo lugar, querer, e em terceiro lugar, querer sempre.

Santidade é dom divino e não dispensa nossos compromissos e esforços contínuos, fortalecidos pela oração e de modo especialíssimo pela Palavra de Deus, que nos ilumina e nos conduz, e pelo Pão da Eucaristia, no qual o próprio Senhor Se dá em Verdadeira Comida e Bebida. 

Santidade é vocação de todos nós

                                                                

Santidade é vocação de todos nós

Uma reflexão à luz desta passagem da Primeira Epístola de São Pedro (1 Pd 1,15-16):

“Como é Santo Aquele que vos chamou, tornai-vos santos, também vós, em todo o vosso proceder. Pois está na Escritura: Sede santos, porque Eu sou Santo”.

Oportuno o que nos diz a Igreja na Constituição “Lumen Gentium”: 

“... Todos os fiéis, qualquer que seja sua posição na Igreja ou na sociedade, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. A santidade promove uma crescente humanização. Que todos, pois, se esforcem, na medida do dom de Cristo, para seguir Seus passos, tornando-se conformes à Sua imagem, obedecendo em tudo a vontade do Pai, consagrando-se de coração à glória de Deus e ao serviço do próximo. A história da Igreja mostra como a vida dos santos foi fecunda, manifestando abundantes frutos de santidade no Povo de Deus” (n.40)

De fato, a santidade é a vocação de todos aqueles que se propõem a seguir Jesus Cristo, como membros da Igreja, não importando o lugar que tenhamos na Igreja ou na sociedade.

Somos chamados à “plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade”, procurando retidão no proceder, como nos exortou o Apóstolo na passagem bíblica; movidos pela Verdade do Evangelho, pautando a existência pelo amor, verdade, justiça, liberdade e fraternidade.

Quanto maior o empenho em santidade, mais promotores da humanização dos relacionamentos e mais fecunda será a vida de todos nós, produzindo “frutos de santidade”.

Neste sentido, o Papa Francisco, através da “Gaudet et Exsultat”, que deve ser sempre retomada e refletida por nossas comunidades, nos exorta a crescermos em santidade, vivendo a alegria da santidade,

Concluindo, é sempre tempo favorável de avaliarmos o progresso que tenhamos feito no testemunho da santidade, dentro e fora da Igreja, em sagrados e renovados compromissos com o Reino de Deus.

A Santidade desejável por Deus

                                                           

A Santidade desejável por Deus

Santidade é o estar bem com Deus, por isto ela é dom e missão. Deus no-la dá, mas nós devemos realizá-la em nossa vida e irradiá-la em todos os lugares.

Santidade: Dom e Missão.
Para que seja dom precisará de corações que não estejam cheios de si mesmos. Exige empenho para que aconteça a justiça de Deus e a promoção de Sua paz. Exige, portanto, desprendimento, conversão, abandono da autossuficiência.

A Santidade não é o destino de uns poucos, mas de uma imensa multidão. Todos os que, de alguma maneira, mesmo sem o saber, aderiram à causa de Cristo e o Seu Reino.

Ser Santo significa ser totalmente de Deus, vivendo um cristianismo libertado, esperançoso, comprometido e exigente, numa vida espiritual sólida e permanente.

Jamais Santidade poderá ser sinônimo de “beatice”, medo de viver, fuga, evasão, alienação. O mundo precisa de Santos e Santas que nos revelem a Face de Cristo, que nos comuniquem o Amor do Pai e nos iluminem com a Luz do Espírito.     

A Santidade é possível a todos os membros da Igreja, ela nos ensina, pois Deus quer que todos sejamos Santos, participantes de Sua Vida e Amor. O Pai deseja que, através da ação do Espírito Santo em nós, nos pareçamos cada vez mais com o Seu Filho Jesus Cristo.

Ela é o desenvolvimento da nossa filiação divina: “Desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como Ele é” (1Jo 3,2).

Concluamos com as palavras do Missal Dominical:

“A Santidade cristã manifesta-se, pois, como uma participação na vida de Deus, que se realiza com os meios que a Igreja nos oferece, particularmente com os Sacramentos. A Santidade não é o fruto do esforço humano, que procura alcançar Deus com suas forças, e até com heroísmo; ela é dom do Amor de Deus e resposta do homem à iniciativa divina.” (1)

(1) Missal Dominical - Editora Paulus - 1995 - pág. 1367

Chamados à santidade

                                                    

Chamados à santidade

“Em Cristo, Deus nos escolheu antes da fundação do mundo,
para sermos santos e irrepreensíveis diante d’Ele no amor” (Ef 1,4)

Os santos canonizados pela Igreja, como Santo Antônio, São João, São Pedro e tantos outros, fizeram seu itinerário espiritual, dando testemunho de amor e fidelidade ao Senhor e à Sua Palavra, até o fim. 

São inspiradores, por suas vidas, luminares da fé, para que também vivamos a santidade querida por Deus para todos nós, pela graça do Batismo que recebemos.

Sobre a santidade, o Apóstolo Paulo assim se expressou: “Porquanto, é esta a vontade de Deus: a vossa santificação” (1Ts 4,3); e ainda: “Em Cristo, Deus nos escolheu antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante d’Ele no amor” (Ef 1,4). E o próprio Senhor disse: “Portanto, deveis ser perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 48).

Oportunas também são as palavras da Igreja, na Constituição “Lumen Gentium”: “... Todos os fiéis, qualquer que seja sua posição na Igreja ou na sociedade, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. A santidade promove uma crescente humanização. Que todos, pois, se esforcem, na medida do dom de Cristo, para seguir Seus passos, tornando-se conformes à Sua imagem, obedecendo em tudo a vontade do Pai, consagrando-se de coração à glória de Deus e ao serviço do próximo. A história da Igreja mostra como a vida dos santos foi fecunda, manifestando abundantes frutos de santidade no Povo de Deus” (n.40).

Recentemente fomos enriquecidos com a canonização de dois papas, cronologicamente, muito próximos de nós: João XXIII e João Paulo II. Estes não derramaram sangue, em expressão máxima de martírio, como São Pedro e São Paulo, mas também viveram a santidade.

Deste modo, podemos lembrar tantas outras pessoas, que se empenharam em viver a santidade de diversas formas, com coragem, no silêncio e anonimato, na fidelidade e na generosidade, na doação e consumação de sua vida na prática do amor, que torna a vida mais humana e mais bela. Canonizadas ou não pela Igreja, procuraram viver a santificação no seu tempo e espaço.

Hoje, precisamos de santos e santas que não fechem os olhos, mente e coração, para a vontade divina, e assim vivendo sagrados compromissos, alcancemos as transformações e melhorias necessárias  em todos os âmbitos: saúde, educação, transporte, moradia, mobilidade humana, cultura, lazer etc.

Como nos exortou o Papa Francisco, é preciso que anunciemos ao mundo a “Alegria do Evangelho”, como discípulos missionários do Senhor, empenhados em viver a nossa fé em todos os espaços e em todo tempo, sobretudo na expressão sublime da caridade, que é a política. Não podemos nos curvar, indiferentes a este crucial momento em que vivemos, e é sempre tempo de dar razão de nossa esperança (1Pd 3, 15).
  
Seja a nossa devoção aos Santos, antes de tudo, o reconhecimento de suas inúmeras virtudes, vividas na fidelidade incondicional ao Senhor, para trilharmos o mesmo caminho, que requer de todos nós maior acolhida aos dons do Espírito Santo.

Peregrinar na esperança

                                                          


Peregrinar na esperança

Santidade
Caminhando com o Senhor, subimos a Escada da Santidade, progredindo no amor e no entendimento; aprendemos com Ele a cada instante a caridade inteligente

Graça
Trabalhar na obra do Senhor é graça que recebemos desde o dia de nosso Batismo.

Recompensa
A recompensa, o prêmio é garantido sem nenhuma dúvida, sem nenhuma subtração…

Amor e lei
O Senhor nos ensina que o Amor ao próximo deve estar acima da lei. 
A lei só tem sentido se estiver a serviço da vida.

Cura
Ontem e hoje o Senhor vem nos curar.

Esvaziar-se
Com o Senhor descobrimos que é preciso nos esvaziar do que não serve e preencher o nosso coração com o que agrada a Deus.

Sentido da vida
O Senhor nos revela que viver é passar pelo mundo fazendo o bem, como Ele o fez!

Peregrinar na esperança sempre...

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG