terça-feira, 28 de outubro de 2025
A ação evangelizadora à luz das Bem-Aventuranças
Os Santos contemplam a glória dos céus
De que lhes servem nossos elogios? Os Santos não precisam de nossas
homenagens, nem lhes vale nossa devoção. Se veneramos os Santos, sem dúvida nenhuma, o interesse é nosso, não deles. Eu por mim, confesso, ao recordar-me deles, sinto acender-se um desejo veemente.
Em primeiro lugar, o desejo que sua lembrança mais estimula e incita é o de gozarmos de sua tão amável companhia e de merecermos ser concidadãos e comensais dos espíritos bem-aventurados, de unir-nos ao grupo dos patriarcas, às fileiras dos Profetas, ao senado dos Apóstolos, ao numeroso exército dos mártires, ao grêmio dos confessores, aos coros das virgens, de associar-nos, enfim, à comunhão de todos os Santos e com todos nos
alegrarmos.
A assembleia dos primogênitos aguarda-nos e nós parecemos indiferentes! Os Santos desejam-nos e não fazemos caso; os justos esperam-nos e esquivamo-nos.
Enquanto isto não sucede, nossa Cabeça não como é, mas como Se fez por nós, se nos apresenta. Isto é, não coroada de glória, mas com os espinhos de nossos pecados.
- O primeiro desejo: gozar de tão amável companhia,e por isto, Ressuscitados com Cristo, busquemos as realidades celestes, com gosto pelas coisas do alto.
- O segundo desejo: que Cristo, nossa vida, tal como a eles, também apareça a nós e, nós, juntamente com Ele, apareçamos na glória.
Para tanto, exorta-nos para que cobicemos esta glória, contando com a intercessão dos Santos, e tê-los como companhia enquanto vivemos o tempo do combate, enquanto peregrinamos no tempo presente, é para nós motivo de júbilo e certeza de vitória.
Na fidelidade ao Senhor, temos Santos e Santas que viveram a graça do Batismo; lavaram suas vestes no Sangue do Cordeiro; alvejaram-nas; viveram as Bem-Aventuranças como um Projeto de Vida que o Senhor nos apresentou na montanha, e hoje veem a face de Cristo, contemplam a glória de Deus na comunhão com o Santo Espírito.
Vendaval de fé, esperança e caridade
Lágrimas que se misturam e se escondem nas gotas da chuva.
Desilusão e desencanto por vezes querem fincar raízes, teimosamente, no mais profundo de nós.
Pesadelo prolongado de uma pandemia que persiste e nos rouba forças, projetos, sonhos e a vida de tantos que amamos e para sempre amaremos.
Arautos mentem e fazem adeptos e fiéis discípulos ao lado e virtualmente.
Lágrimas que se misturam e se escondem nas gotas da chuva.
Dói a alma tantas páginas de histórias desterradas, em migração para sobrevivência e em busca de sonhos e liberdade.
Corrói a alma, os que “moram sem morar” nas ruas e praças, ao relento e frutos de uma sociedade, em números dia a dia em aumento.
Cenário de desmatamento, queimadas, frutos de práticas sem escrúpulos, onde se objetiva apenas o lucro, capital, pois isto tão apenas interessa.
Rios e matas e vales gemem em dores de parto, na espera da reconciliação, a fim de que sejam preservados como obra divina da Criação.
Lágrimas que se misturam e se escondem nas gotas da chuva.
É tempo de secar as lágrimas e deixar que as gotas da chuva venham fecundar nossa fé na Palavra do Senhor, que assim falou à viúva de Naim diante da morte de seu único filho:
“O Senhor ao vê-la, ficou comovido e disse-lhe: ‘Não chores!’. Depois aproximando-se, tocou o esquife, e os que o carregavam pararam. Disse Ele então: ‘Jovem, Eu te ordeno, levanta-te” (Lc 7,13-14).
É tempo de ouvir o assobio do sopro da fé nos vãos de nossas janelas,
Que aos poucos vai se tornando um vendaval incontrolável de vigorosa fé.
Fé que, ainda pequena, como um grão de mostarda, move montanhas, que em Deus confia e se entrega, em resposta fiel e com o Reino comprometido.
Fé que ilumina os passos para que não tropecemos e nem os pés firamos, se a escuridão, teimosamente, se fizer no caminho.
Fé na promessa divina de que novo céu e nova terra, teremos e veremos, sem choro, dor, pranto, luto e lamento.
É tempo de secar as lágrimas, e deixar as gotas da chuva regar o chão fecundo do coração da humanidade.
É tempo de ouvir o assobio do sopro da esperança nos vãos de nossas janelas,
Que aos poucos vai se tornando um vendaval incontrolável de virtuosa esperança.
Esperança de ver a humanidade fortalecendo laços de fraternidade universal, em luminosa amizade social.
É tempo de secar as lágrimas com os raios do Sol Nascente;
É tempo de ouvir o assobio do sopro da caridade nos vãos de nossas janelas, que aos poucos vai se tornando um vendaval envolvente de caridade, abundante como chuva derramada em nós, porque assim é o amor de Deus.
É tempo incessante de ouvir o Apóstolo que nos diz:
“Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e as dos anjos, se eu não tivesse a caridade, seria como bronze que soa ou como címbalo que tine. Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência, ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse a caridade, nada seria” (1 Cor 13,1-2)
Venha, Senhor, o tão esperado vendaval de fé, esperança e caridade.
Tão somente assim, promotores da beleza e sacralidade da vida, seremos.
Vossa luz faremos, pelas obras, resplandecer, porque assim é a fé que opera através da caridade (Gl 5,6), em renovada esperança contra toda falta de esperança. Amém.
PS: escrito em novembro de 2020
"O Senhor Jesus veio para endireitar as veredas daqueles que se propõem servi-Lo"
Perseveremos na Doutrina dos Apóstolos, na Comunhão Fraterna, na Fração do Pão e na Oração
PS: Reflexão preparada pela Luciana da Paróquia Nossa Senhora do Bonsucesso - Diocese de Guarulhos - Agente da Pastoral da Comunicação, apresentada na terceira noite do Tríduo em louvor a São Judas Tadeu - V. Tijuco outubro de 2011.







