quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Tríplice Mistérios de Jesus Cristo

 


Tríplice Mistérios de Jesus Cristo

À luz dos parágrafos 516-518, reflitamos sobre os três traços comuns dos Mistérios de Jesus Cristo, nosso Salvador.

O primeiro Mistério é a Revelação do Pai: considerando que toda a Sua vida é revelação do Pai por Suas palavras, atos, silêncios, sofrimentos, modo de falar e de ser.

Ao Se encarnar no ventre de Maria e habitando entre nós (Jo 1,14), veio para cumprir plenamente a vontade do Pai (Hb 10,5-7).

Deste modo, pôde afirmar: “Quem Me vê, vê o Pai” (Jo 14, 9); e o Pai pôde no-Lo apresentar: “Este é o meu Filho predileto: escutai-O” (Lc 9, 35), de modo que os pequenos pormenores de Seus Mistérios manifestam o imenso amor que Deus tem para conosco (1 Jo 4,9).

O segundo Mistério é o de Redenção: ela nos vem pelo Seu Sangue na Cruz (Ef 1,7; 1 Pd 1,18-19), mas revelado por Sua Encarnação, pela qual, fazendo-Se pobre, nos enriquece com a sua pobreza (2Cor 8,9); na vida oculta que, pela sua obediência, repara a nossa insubmissão Lc 2,51); na palavra que purifica os seus ouvintes (Jo 15,3); nas curas e expulsões dos demônios, pelas quais “toma sobre Si as nossas enfermidades e carrega com as nossas doenças” (Mt 8, 17: Is 53,4); na ressurreição, pela qual nos justifica (Rm 4,25).

O terceiro Mistério é de Recapitulação: tudo o que Jesus fez, disse e sofreu tinha por fim restabelecer o homem decaído na sua vocação originária: “Quando Ele encarnou e Se fez homem, recapitulou em Si a longa história dos homens e proporcionou-nos, em síntese, a salvação, de tal forma que aquilo que havíamos perdido em Adão – isto é, sermos imagem e semelhança de Deus – o recuperássemos em Cristo Jesus” (Santo Irineu de Lion), e ainda –“Aliás, foi por isso que Cristo passou por todas as idades da vida, restituindo assim a todos os homens a comunhão com Deus” (idem).

Contemplemos o tríplice Mistério de Jesus: Revelação, Redenção e Recapitulação, e por Ele termos sidos chamados para a missão evangelizadora, para firmamos os pilares da evangelização (Palavra, Eucaristia, Caridade e Ação Missionária).

Contemplemos e glorifiquemos o divino Mistério de Jesus, que cremos e professamos não apenas com nossos lábios, mas com o coração e com toda a nossa vida. Amém.

Sejamos elevados e enlevados pelo Amor Divino

                                                   

Sejamos elevados e enlevados pelo Amor Divino

“Aspirai aos dons mais elevados. Eu vou ainda
mostrar-vos um caminho incomparavelmente superior.”

O Hino do Amor do Apóstolo Paulo, apresentado em sua Carta aos Coríntios (1 Cor 12,31-13,13), refere-se ao ágape; “é o Amor que Deus, sem favoritismos, derrama sobre todos, mesmo sobre os Seus inimigos, e é o único amor que, tornado próprio dos cristãos pode construir uma humanidade sem barreiras.” (1)

As palavras do Apóstolo, se acolhidas e vividas no cotidiano, nos elevam ao degrau mais alto do existir, nos credenciam a contemplar face a face Aquele que buscamos, peregrinando em meio às sombras iluminados sempre pela luz divina, que não se extingue.

Além de nos elevar ao degrau mais alto, o Hino de Amor Paulino nos enleva num encantamento e extasiamento indescritíveis:

“O Apóstolo engloba, numa síntese insuperável, o amor de Deus e o do próximo, mas é, sobretudo, o do próximo que é celebrado em 1Cor 13,1.

Os dons das profecias, das línguas e da ciência valem muito para a edificação da Igreja neste mundo; pelo contrário, na vida futura não serão necessários para comunicar com Deus, porque haverá a visão direta.

A relação entre ser cristão no tempo e ser cristão na eternidade é vista na relação ‘imperfeito-perfeito’ (v. 10), ‘criança-adulto’ (v.11), ‘visão indireta-visão face a face’ (v.12a), ‘conhecimento parcial, conhecimento perfeito, exaustivo e completo’ (v. 12b)”. (2)

Reflitamos: 

- O que mais nos chama a atenção neste Hino do Amor apresentado pelo Apóstolo?

Sejamos enlevados e inflamados para permanecermos firmes no autêntico caminho do amor-ágape, um caminho superior a todos os outros possíveis, o caminho do amor-paixão, o caminho do amor-amizade: “Sentir-se chamado a esse amor significa possuir aquele carisma que permanece pela eternidade.” (3)

Inflamados pelo Amor divino, vivamos com ardor, coragem e alegria, a vocação profética, contando sempre com a ação e presença do Espírito.

  
(1) Missal Dominical - Editora Paulus - p.1105.
(2) Lecionário Comentado - Editora Paulus
(3) Missal Dominical - Editora Paulus - p.1105

Em poucas palavras...

 


Deus é rico em misericórdia

“O nome divino «Eu sou» ou «Ele é» exprime a fidelidade de Deus, que, apesar da infidelidade do pecado dos homens e do castigo que merece, «conserva a sua benevolência em favor de milhares de pessoas» (Ex 34, 7).

Deus revela que é «rico de misericórdia» (Ef 2, 4), ao ponto de entregar o seu próprio Filho. Dando a vida para nos libertar do pecado, Jesus revelará que Ele mesmo é portador do nome divino: «Quando elevardes o Filho do Homem, então sabereis que Eu sou» (Jo 8, 28).” (1)

 

(1)              Catecismo da Igreja Católica – parágrafo 211

A vida nova que nasce do perdão

A vida nova que nasce do perdão

“Pois pecamos diante do Senhor e lhe desobedecemos e
não ouvimos a voz do Senhor, nosso Deus, que exortava a viver
de acordo com os Mandamentos que Ele pôs sob os nossos olhos”
 (Br 1,17-18)

Senhor Jesus Cristo, à luz das Palavras de Vosso Apóstolo, contemplo a infinita misericórdia de Vosso Pai: “O Pai manifestou Sua misericórdia, reconciliando consigo o mundo por meio de Cristo, restabelecendo a paz, com o Sangue de Sua Cruz, entre as coisas da terra e as do céu” (2 Cor 5,18ss).

Senhor Jesus Cristo, vivo e Ressuscitado, fazei crescer em nós o amor por Vossa Igreja, pela qual estais unidos como Esposa, completando em nossa carne o que falta à Vossa Paixão, também por amor a ela, Igreja santa e pecadora que é, como rezamos na Oração Eucarística.

Senhor Jesus Cristo, rosto da misericórdia divina, ajudai-nos a fazer da penitência uma confissão alegre e pacificante da misericórdia, a fim de que sejamos misericordiosos como o Vosso Pai, para com nossos próximos, em caridade fecunda e autêntica.

Senhor Jesus Cristo, manso e humilde de coração, que nos ensinais a perdoar setenta vezes sete, ajudai-nos a compreender e viver o perdão, não como expressão de passividade ou fuga de responsabilidades, mas como compromisso de uma vida nova, que deste perdão deve brotar.

Senhor Jesus Cristo, ajudai-nos a viver o perdão, não como uma espécie de vazia e insípida tranquilidade interior, mas vivendo a reconciliação, como um compromisso de purificação e contínua superação, em atitude de vigilância, oração e conversão. Amém.


Fonte: Br 1,15-22
Inspirado no Comentário do Missal Cotidiano – Editora Paulus – pp.1338-1339

Em poucas palavras...

 


“O povo dos pobres”

“O povo dos «pobres» (Cf. Sf 2, 3; Sl 22, 27; 34, 3; Is 49, 13; 61. 1;), dos humildes e dos mansos, totalmente entregues aos desígnios misteriosos do seu Deus, o povo dos que esperam a justiça, não dos homens mas do Messias, tal é, afinal, a grande obra da missão oculta do Espírito Santo, durante o tempo das promessas, para preparar a vinda de Cristo.

É a qualidade do seu coração, purificado e iluminado pelo Espírito, que se exprime nos salmos. Nestes pobres, o Espírito prepara para o Senhor «um povo bem disposto» (Lc 1,17).” (1)

 

(1)        Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 716

Em poucas palavras...

 


“Vivendo segundo Cristo...”

“Vivendo segundo Cristo, os cristãos apressam a vinda do Reino de Deus, do «Reino da justiça, da verdade e da paz» (Prefácio da Missa Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo). Mas nem por isso descuram as suas tarefas terrestres. Fiéis ao seu Mestre, cumprem-nas com retidão, paciência e amor.” (1)

 

(1)        Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 2046

“Enviados para anunciar a Boa-Nova”

“Enviados para anunciar a Boa-Nova

 “Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho!”
(1Cor 9,16)

É sempre tempo favorável para o aprofundamento da vital missão da Igreja: evangelizar, proclamar a Boa Notícia do Evangelho a todos os povos:

"Todo poder foi me dado no céu e sobre a terra. Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto Vos ordenei. E, eis que Eu estarei convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28, 18-20).

Como a Igreja nos ensina, a evangelização é missão de todos os fiéis chamados, em virtude de seu batismo, a serem discípulos missionários de Jesus Cristo.

A missão não é tarefa opcional, mas parte integrante da identidade cristã, não se limitando a um programa ou projeto. É o compartilhar da experiência e do acontecimento do encontro pessoal com Jesus Cristo, por Ele se apaixonando, em corajoso e alegre testemunho a todas as pessoas, tornando visível o Amor misericordioso do Pai, especialmente com os pobres e pecadores.

Fiéis à sã doutrina da Igreja, procurando respostas evangélicas para as questões sociais que nos inquietam, a fim de que a vida seja promovida em todos os níveis e em todos os seus momentos, desde a concepção até seu declínio natural, por uma autêntica e sadia cidadania.

A cidade e seus desafios nos inquietam: a superação da miséria, fome, violência, extinção dos escândalos inúmeros (dos quais somos vítimas todos os dias).

É tempo de renovarmos nosso ardor missionário, procurando novas expressões e métodos, para que a Boa Notícia do Evangelho chegue a todos os povos, e que continue ressoando em nosso coração as palavras do Apóstolo Paulo, acima mencionadas.

Enquanto caminhamos na penumbra da fé até a Cidade Celestial, plena de luz, vida, amor e paz... fiquemos vigilantes e em Oração, reavivando sempre a graça do Batismo, em alegre anúncio, corajoso testemunho, fazendo da vida, amor, doação e serviço, como assim o fez Nosso Senhor, assistidos pela força do Espírito Santo, em total fidelidade ao Plano de Deus e ao Seu Reino.

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