domingo, 20 de abril de 2025

Páscoa do Senhor: Muito mais que sete verbos...

                                                                

Páscoa do Senhor: Muito mais que sete verbos...

Quando o Domingo de Páscoa celebramos,
Sete verbos aprendemos para conjugação,
Nos tempos Pretérito, Presente e Futuro.
Para quem acredita no Mistério da Ressurreição:

Sete Verbos:
Amar, correr,
ver,  acreditar, anunciar,
testemunhar e buscar.

Amar é o primeiro verbo da Palavra Proclamada.
Amar a Deus com toda alma, força e entendimento;
Amar como resposta primeira, por Ele esperada;
Amar sempre, em íntimo e estreito relacionamento.

Amar, critério que se impõe para todo o seguidor Seu.
Amor puro, sincero, fiel, confiante, verdadeiro;
Amor que, do lado trespassado, Sangue e Água verteram;
Água para o renascimento, Sangue que nos Redime e Alimenta.

Correu Maria Madalena para contar aos discípulos
O que ainda não houvera compreendido.
A pedra fora retirada do túmulo:
Tiraram o Senhor do túmulo e não sabemos onde O colocaram”.

Correram os dois discípulos: Pedro e o discípulo que Jesus amava.
Ainda que chegando primeiro e pelo Senhor amado, não entra.
Quem ama sabe o seu lugar e humildemente sabe esperar;
Contemplando os sinais da Ressurreição, “Ele viu e acreditou”.

Ver é o terceiro verbo a ser conjugado.
Ver com olhos da alma, olhos do coração;
Ver como o pôde fazer o discípulo amado;
Ver nas aparências da ausência, a Ressurreição.

Acreditar na Vitória da Vida sobre a Morte.
Acreditar que a palavra última a Deus pertence,
E ao mundo foi alcançada nova e eterna sorte.
Acreditar que Sem Ele ninguém vence.

Anunciar que Ele Reina, Ele Vive, porque Ele é O Senhor.
Anunciar que n’Ele está nossa Esperança e Salvação.
Anunciar que, da Humanidade, Ele é o único Redentor,
Mas que não dispensa nossos compromissos e participação.

Testemunhar, como Pedro, com a palavra e a vida,
Que a prepotência humana cedeu à divina onipotência.
Testemunhar que a humanidade decaída foi reerguida.
Testemunhar sem medo, recuos, omissão ou displicência.

Buscar as coisas do alto, por Paulo, somos exortados.
Buscar os valores do Reino, as coisas celestiais:
Verdade, Amor, Justiça e Liberdade, entrelaçadas.
Quem busca as coisas divinas não se cansa jamais!

Esperá-Lo na glória futura, que há de se manifestar.
O céu é possível para quem souber amar,
Em espera vigilante e ativa, haveremos de estar,
Em espera alegre, confiante, sem desesperar!

São sete verbos, mas são muito mais que apenas sete verbos,
Porque que nos fazem aprendizes do Amado Eterno Verbo.
Sete verbos: Amar, correr, ver, acreditar, anunciar, testemunhar,
Buscar as coisas do alto, a glória esperar e alcançar.

Conjugá-los, em todos os momentos e circunstâncias,
Refaz nossa vida, acenando o Paraíso possível.
Conjugá-los e vivê-los em todas as instâncias,
Mundo novo é possível, porque por Deus crível.

Na Quaresma, contemplamos o Incrível Amor,
E na Páscoa, dizemos sem hesitações e temores:
Ó Eterno e Incrível Amor! Que maravilha de Amor!
Que nos faz, com Ele e n’Ele, mais do que Vencedores!

São sete verbos... Mas muito mais que sete verbos,
Porque nos fazem aprendizes 
do Amado e Eterno Verbo.
Aleluia! Aleluia! Aleluia!


PS: Liturgia da Palavra - At 10, 34.37-43; Sl 117; Cl 3,1-4; Jo 20,1-9

Sete verbos a conjugar e viver...

                                             


Sete verbos a conjugar e viver...

A Palavra proclamada no Domingo de Páscoa:
At 10,34a.37-43; Sl 117; Cl 3,14; Jo 20,1-9

Sete verbos:
Amar, correr, ver, acreditar, anunciar, testemunhar e buscar.

A sequência das ações narrada no Evangelho:
Diante na notícia dada por Maria Madalena sobre o não encontro do corpo de Jesus, João, o discípulo que Jesus amavacorreu mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro. Depois de Pedro, ele entrou, viu e acreditou.

Como Pedro, na primeira leitura, João e os discípulos puseram-se a anunciar e a testemunhar a Ressurreição do Senhor.

Finalmente, o Apóstolo Paulo, na segunda Leitura, nos exorta a fazer todo esforço para buscarmos as coisas do alto, onde Deus habita.

Refletindo:
Quem ama corre, vai ao encontro do Amado, Jesus. Vê e acredita piamente que Ele Vive. Coloca a vida toda a serviço do Amado, porque tem o Amor, Seu Santo Espírito, para anunciar e testemunhar o Projeto de Amor e Vida que Deus tem para nós.

Nisto consiste o buscar as coisas do alto: pés no chão, olhar para o horizonte da eternidade onde Deus habita, irradiando a luz divina, aqui e agora, sobretudo nas situações mais sombrias e difíceis que possamos enfrentar, sendo sinal da misericórdia divina, multiplicando as obras de misericórdia corporais e espirituais.

Concluindo:

Sete verbos no imperativo, portanto, para nós, como discípulos missionários do Ressuscitado:

Ame, corra, veja, acredite, anuncie, testemunhe e busque as coisas do alto, com alegria, coragem e esperança! Pois, quando conjugamos estes sete verbos, e os expressamos com gestos concretos no cotidiano, é certeza de que a paz reinará em nossos corações, no coração da Igreja e do mundo. Amém. Aleluia! Aleluia!

Com o Senhor, tudo se renova

                                                              

Com o Senhor, tudo se renova

À luz da passagem do Evangelho (Lc 24, 13-35) - Os dois discípulos de Emaús e a manifestação do Ressuscitado que com eles caminhou, fazendo arder seus corações, como quando Se deu a conhecer na partilha do Pão - apresento dez breves lições para nosso discipulado; para melhor anunciarmos e testemunharmos a Boa-Nova do Ressuscitado na missão evangelizadora:

1 - A presença do Senhor é sentida quando se caminha em comunidade;
2 - Não se caminha para frente, não se faz progressos espirituais solitariamente;

3 - Jesus é o verdadeiro evangelizador, que entra em nossa história quando nos pomos a caminho e por Ele nos deixamos conduzir;

4 - Somente quando caminhamos e acolhemos com fé Sua Palavra, nossos corações ardem verdadeiramente; nossa alma é “incendiada”, porque desperta em nós o Amor, a presença do Seu Espírito;

5 - Somente Ele tem Palavra de Vida Eterna que nos devolve o sentido do viver;

6 - Com Ele, o aparente fracasso e a desilusão são relidos, e assim, Ele se torna um farol guia, uma luz que ilumina os caminhos obscuros, ou os mares agitados da vida;

7 - Está sempre pronto a permanecer conosco, desde que também queiramos e supliquemos que Ele fique;

8 - Somente a Sua presença forma uma nova comunidade;
   
  9 - Ele Se dá verdadeiramente a conhecer quando damos respostas concretas aos Seus apelos de amor, na alegria do Pão Eucarístico e de vida partilhadas;

   10 - Ele nos faz novas testemunhas da Ressurreição, enfrentando nossa “Jerusalém de cada dia”, onde o Senhor culminou Sua missão, passando pela morte e alcançando a Ressurreição. 

Com o Senhor, com renúncias necessárias, tomemos nossa cruz e O sigamos, com pleno amor, obediência e fidelidade.

Sigamos em frente, iluminados pelo esplendor da Ressurreição neste tempo obscuro e sombrio de combate da fé.

É tempo de viver a fé, dar razão de nossa esperança, impelidos pelo Amor que o Senhor derrama abundantemente em nosso coração. Aleluia! Aleluia!

A presença do Senhor Ressuscitado nos revigora

                                                          

A presença do Senhor Ressuscitado nos revigora

Uma súplica a partir da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 24, 35-48), proclamado na quinta-feira da oitava da Páscoa, em continuidade à manifestação do Ressuscitado junto aos discípulos de Emaús.

Senhor Jesus, que estais Ressuscitado, sentado à direita do Pai, sentimos Vossa presença, de modo especial quando estamos como comunidade reunida, realizando a mais fecunda experiência Pascal, a experiência de Vossa viva presença, para a frutuosa, piedosa, consciente e ativa participação do Banquete da Eucaristia.

Senhor, com Vossa presença, temos a manifestação do Deus da Paz, o Deus vivo e verdadeiro, o Deus que abençoou nossos primeiros pais no Paraíso, o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó, o Deus que é solidário com os homens e está sempre participando de nossa vida, mesmo que não sejamos capazes de perceber esta divina presença.

Senhor, com a Vossa presença permanente junto a Vossa Igreja, com o Vosso Espírito, nos tornamos mais fiéis ao Projeto do Reino de Vosso Pai, e assim nos tornamos mais verdadeiramente uma comunidade evangelizadora, testemunha de todos os valores pelos quais Vós destes, por amor, livremente, a Vossa Vida, e por isto o Pai Vos Ressuscitou.

Senhor, ajudai-nos a viver em obediência plena a Deus e à Sua vontade, Vós que sois o Filho do Deus vivo e verdadeiro, assistidos e conduzidos pelo Vosso Espírito de Amor, não nos curvando diante das dificuldades, provações, inquietações ou qualquer coisa que possa nos fragilizar e nos roubar as virtudes divinas que nos impulsionam: fé, esperança e caridade.  Amém. Aleluia! Aleluia!

O transbordamento da alegria Pascal...

                                                                        


O transbordamento da alegria Pascal...
Transbordando de alegria pascal, nós nos unimos aos Anjos
e a todos os Santos, para celebrar a Vossa glória...”


Assim ressoa em nosso coração o Prefácio do Dia de Páscoa que se prolonga por todo o Tempo Pascal que estamos vivendo e celebrando.

 - Onde estão os sinais deste transbordamento?
 - Como conseguimos contemplá-los?

Eis o grande desafio: contemplar a alegria pascal num tempo marcado pelas nuvens das dúvidas, pelo desânimo, apatia e perda do sentido da vida (por parte de alguns). Marcado por sinais de morte multiplicados: violência, insegurança, desestruturação da família, imposição de normas de comportamento que violam os princípios naturais da vida e de verdades transitórias, em detrimento de verdades substanciais e eternas, numa postura de relativismo absoluto...

Mas somos pascais, cremos no Verbo que Se encarnou, viveu em tudo a condição humana, menos o pecado. Cremos n'Aquele que, por fidelidade ao Projeto Divino do Reino, em obediência incondicional e Amor imensurável que ama até o fim, padeceu a Paixão, passou por todos os sofrimentos (negação, traição, solidão, agonia...), culminando na crudelíssima Morte de Cruz.

Ele sofreu na Cruz e esta se tornou a Árvore da Vida, a fim de que nela nos gloriemos, como nos falou o Apóstolo Paulo (Gl 6,14). Experimentou a morte descendo à mansão dos mortos, mas o Pai O Ressuscitou, O glorificou e O fez sentar-Se à Sua direita. N’Ele o princípio e o fim de toda a humanidade, para que seja por todos, e por todo o sempre, adorado.

Poderia mencionar inúmeros sinais que manifestam o transbordamento da alegria Pascal, mas faço um caminho diferente: convido o leitor a refletir, buscar e certamente encontrar suas próprias respostas...

Vislumbremos e testemunhemos os sinais pascais que somente são reconhecidos por aqueles que, como os discípulos de Emaús (Lc 24), sentem a presença do Ressuscitado que conosco caminha, comunica Sua Palavra e a nós Se dá, Ele próprio, no Pão da Eucaristia. Aleluia! Aleluia!

Como os Discípulos de Emaús, suplicamos: “Fica conosco, Senhor” (continuação)

                                                                 

Como os Discípulos de Emaús, suplicamos:
“Fica conosco, Senhor”                             

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Lucas - os Discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35).

Retomemos as palavras do Papa Bento XVI, fundamentadas nesta passagem: "Fica conosco, pois a noite vai caindo e o dia está no ocaso" (Lc 24, 29).

Quanta beleza nas palavras do Papa!
Densidade das sombras que nos acompanham; o desespero cedendo lugar para a esperança; o cansaço refeito para que se siga em frente no caminho e com o Caminho, Jesus. Ele fica conosco para que sejamos arautos da Boa Nova da Ressurreição, alegres testemunhas do Ressuscitado.

As nuvens das dúvidas que a fé católica, como em qualquer outra profissão de fé, são passageiras, não se cristalizam em empecilhos irremovíveis que nos impeçam de a cruz carregar, com olhos voltados para o horizonte da eternidade.

As dificuldades existem e podem ser superadas, sempre com Ele, cujo fardo é leve e jugo suave, que nos conduz às verdes pastagens, porque Bom Pastor, por Amor que não se conteve, em extremo ato de entrega, a vida por nós deu, o Pai novamente a concedeu, de forma nova, gloriosa, Ressuscitado!

As mentiras que nos desviam das verdades que devem iluminar nossa vida são evidenciadas e superadas com o esplendor da Verdade que é o Senhor. Por isto a súplica: Fica conosco, Senhor!

Ficai conosco, Senhor, na família, berço da vida, desde a concepção até seu declínio natural. Que ela seja espaço da acolhida, do amor, do respeito mútuo, do diálogo sincero e amadurecido e de um mundo novo inaugurador...

Ficai conosco, Senhor, com as crianças amadas e desamadas; com os jovens para que se esperança tiverem, a concretizem; se não tiverem que a ressuscitem e voltem a sonhar...

Ficai conosco, Senhor, com os enfermos, pois são Vossa presença, como nos diz no Evangelho; com os idosos, assistidos e amados por suas famílias ou não...

Em todo e em qualquer momento,
Em toda e em qualquer situação:
Uma súplica, uma singela Oração.

Como os Discípulos de Emaús suplicamos:
Ficai conosco, Senhor!

Presença tão divina, na Palavra, na Eucaristia,
Que Vossa Palavra continue fazendo nosso coração arder,
Que no Pão partilhado, nossos olhos se abram,
A Vós reconheça, e no coração uma certeza:
Não estamos sós... Conosco estais. 
Amém. Aleluia! Aleluia!

A Páscoa do Senhor não dispensa nossos sacrifícios!

                                               



A Páscoa do Senhor não dispensa nossos sacrifícios!

Páscoa: nem tudo está resolvido.
Do alto vêm constantes apelos,
Para atitudes novas, somos impelidos,
Sem hesitações, letargias e atropelos.

Sacrifícios hão de ser multiplicados,
Misericórdia, humildade, louvor e paz,
Caridade ativa por todos vivenciada,
Avançar, com coragem, sem voltar atrás. 


É Páscoa: seja fecundo nosso coração,
No qual germine a semente da fé,
Floresça a fina flor da esperança,
e produza frutos Pascais de caridade.

Amém. Aleluia! Aleluia!


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