domingo, 20 de abril de 2025

Conhecer e amar o Senhor

Conhecer e amar o Senhor

A felicidade do Reino é possível para quem a deseje e a busque, incansavelmente, dia pós dia, nas pequenas e grandes renúncias, sem alarde e propaganda, não fazendo palco de si mesmo, carregando a cruz e contando com a força e a graça que nos vêm do Alto.

A felicidade do Reino, somente a alcançamos quando nos empenhamos no conhecimento intenso e profundo de Jesus, que Se nos revela por Sua Palavra e presença. E uma vez conhecendo-O, nos aplicamos em amá-Lo totalmente.

Supliquemos o Espírito Santo, para que busquemos esta felicidade tão procurada e desejada, e pelos bem-aventurados, alcançada, porque pobres em espírito, puros de coração, mansos e pacíficos, sedentos e promotores da justiça e construtores da civilização do amor e da paz.

Enviai, Senhor e nosso Deus, Pai da luz, o Vosso Espírito, por meio do Vosso Filho, a Palavra feita Carne que veio e habitou para sempre entre nós, e em cada um de nós, fazendo-Se Hóspede em indigna morada, como tesouro em vaso de argila que somos.

Conhecendo Vosso Filho tão intensamente, O amemos totalmente.
Ele que convosco vive e reina, com Vosso Espírito,
pelos séculos dos séculos. Amém. Aleluia! 

Água e Sangue jorrados do lado aberto do Senhor: Vida e Alimento. Aleluia! Aleluia!

                                                          

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Vida e Alimento. Aleluia! Aleluia!
Ce
Água que regou o Jardim do Paraíso terrestre.
Água Viva que jorra para a Vida eterna.
Água tão necessária e tão vital, jorrou de Seu lado,
De forma tão abundante jorra, hoje, para Sua Igreja.

Água que garante flores e frutos abundantes
Ao longo de todos os dias das estações do ano.
Quem poderia ser tão providente e generoso?
Coração trespassado, tão divino, tão humano!

Água que lava, purifica-nos de nossos pecados.
Água que sacia a sede de quem amor puro anseia
E o encontra quando se abre ao Espírito
E celebra Sua Presença na mais bela das Ceias.

Água na qual pelo Batismo somos imersos,
Para que mortos para a dor e peso do pecado,
Para Deus, intensa e apaixonadamente, vivamos,
Numa vida nova, ao Seu Amor correspondamos

Água que rega os jardins de nossos tempos,
Para que grãos de trigos morram e rebentem
Em auroras de alegria e esperança, paz e fraternidade,
Com os anjos não faltarão quem os cantem.

Água que rega corações ressequidos e sedentos
Pelas coisas do alto, as belas e celestiais,
Que pelo Apóstolo sempre somos exortados,
Para que, de fato, sejamos testemunhas pascais.

Água e Sangue jorrados do lado aberto do Senhor:
Vida e Alimento. Aleluia! Aleluia!

Sangue jorrado, na Eucaristia celebrado,
No Cálice, pelo Mistério da Fé, transubstanciado,
Alimento e presença para sempre eternizados.
Seu Corpo, Alimento que Sacia, a todos é doado.

Sangue do Inocente por nós derramado,
Não nos deixou em nossas culpas mergulhados,
Aceitou a morte, em obediência, despojamento, fidelidade,
Por que é, foi e será eternamente: “O Filho Amado”

Banhemo-nos neste rio abundante de Misericórdia,
Porque pecadores e nunca merecedores o somos.
Banhemo-nos, porque precisamos ter o coração purificado,
Para sermos melhores, se ainda muito pouco o somos.

Banhemo-nos neste rio abundante de Caridade,
Porque pobres, desprotegidos, inquietos e fracos.
Banhemo-nos, porque precisamos ser enriquecidos
Pela inesgotável graça, fonte da pura felicidade.

Banhemo-nos neste rio abundante de Amor,
Porque Seu amigo já o somos, assim nos chamou,
Embora ainda muito que aprender tenhamos,
Para corresponder a quem tanto (infinitamente) nos amou.

Água e Sangue jorrados do lado aberto do Senhor:
Vida e Alimento. Aleluia! Aleluia!

Seduzidos por Jesus...

                                                        


Seduzidos por Jesus...

Jesus Caminho
Seduzidos por Jesus sempre, nada nem ninguém poderá d'Ele nos separar.

Jesus Verdade
Seduzidos por Jesus testemunharemos a verdade, sem jamais a Deus ofender com a mentira.

Jesus Vida
Seduzidos por Jesus, em adesão total e incondicional a Ele, teremos vida, e vida plena, sem nunca trair o Amor de Deus.

Em três palavras: jamais viver, respectivamente,
distanciamento, ofensa e infidelidade a Deus.
Por meio do Filho, na força do Espírito, na
fidelidade ao Projeto de Amor de Deus.
Aleluia! Aleluia!

Corridas, paragens, avanços...

                                                            

Corridas, paragens, avanços...

“Pedro saiu, então, com o outro discípulo e se dirigiram ao sepulcro. Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro” (Jo 20,3-4)

Iniciamos o Itinerário Pascal quando, como Igreja, nos preparamos para a grande celebração da Festa de Pentecostes, manifestação do Espírito e comunicação dos dons necessários para levamos adiante o anúncio da Boa Nova do Ressuscitado:

“Como Pedro e João corramos para Jesus Ressuscitado.
Esta corrida durará tanto quanto a nossa curta vida,
com paragens preparadas pela misericórdia de Deus
e o Amor de nosso Senhor. Corramos.
Não olhemos para trás”.  (1)

A vida de fé consiste exatamente nisto: corridas e paradas. Corridas para que possamos colocar em prática nossa fé, com seus inúmeros apelos, sem incorrer num ativismo que nos esvazie, e com o cansaço que nos imobilize e faça nos sentirmos impotentes pela realidade que nos envolve, porque sempre maiores são os desafios e interpelações que clamam nossa ação afetiva e efetiva.

Corridas para que não fiquemos ancorados em seguranças adquiridas, e com medo de avançar para o encontro de metas e sonhos mais ousados, sagrada utopia do Reino que nos impele, jamais nos instala.

Corridas para que os gritos silenciosos de quem sofre sejam ouvidos, e mãos solidárias sejam estendidas.

Corridas ao encontro de quem está com as mãos vazias, suplicantes de um pouco de carinho e de atenção.

Corridas para encontros com quem espera tão apenas uma palavra de ânimo, de esperança, de coragem, para passos firmar, sonhos voltar a ter, porque os pesadelos do cotidiano lhe roubaram a serenidade e a paz.

Corridas para se somar a muitos que não se entregaram na bela e ousada missão de o Reino de Deus fazer acontecer.

Mas também precisamos das paragens...

Paragens para fôlego refazer, para que não sôfregos fiquemos. Paragens diante do Mistério da presença do Senhor, no Santíssimo Sacramento, em diálogo silencioso e profundo recolhimento.

Paragens com a Palavra na mão, lida ou ouvida, meditada e no coração raízes fincadas para frutos do Espírito produzir.

Paragens ao redor da Mesa da Eucaristia para refazermos nossas forças: pelo Pão de Imortalidade alimentados, e pelo Vinho Sagrado, Bebida Diviníssima, redimidos e inebriados.

Entre corridas e paragens, sem jamais olhar para trás, com desejo de retornos e recuos, pois na vida de fé temos que avançar.

Avançar movidos pelo amor que nos impulsiona ir ao encontro da Divina Fonte do Amor: Jesus.

Avançar, na Palavra d’Ele confiar, e redes em águas mais profundas lançar.

Colocar nossa nau no mar agitado da vida, e contar sempre com a presença do Senhor que de nós não se ausenta jamais.

Corridas, paragens, avanços... Até que a margem da eternidade alcancemos. Aleluia!



(1) Pe. Leon Dehon - Sociólogo, escritor, advogado e Padre Fundador da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus. 

Sentido derradeiro da existência: a Ressurreição

                                                    

Sentido derradeiro da existência: a Ressurreição

Sentido derradeiro da existência: a Ressurreição.
Sem ela, ausência de sentido: vida sem alegria e emoção.
Amadurecimento que se alcança: cruz carregada
Superando a imaturidade do espírito: fuga, medo, omissão.

Sentido derradeiro da existência: a Ressurreição.
Crer nela é ter perspectivas novas a cada amanhecer.
Dificuldades vencidas, não há nada por temer.
Caminho da fidelidade assumido, amadurecer.

Sentido derradeiro da existência: a Ressurreição.
Quando tudo parecer sem perspectivas, horizontes...
Quando nela se crê, a Ressurreição tão desejada,
Somos saciados por graça e luz da Divina Fonte.

Sentido derradeiro da existência: a Ressurreição.
Move mestres, discípulos, aprendizes, profetas,
Porque ancorados nesta última Palavra Divina,
Possibilita realizar nossos belos sonhos e metas.

Sentido derradeiro da existência: a Ressurreição.
Verdade que deve ser crida e cultivada no coração,
Porque quando a morte irrompe, tudo parece perdido,
Nela crendo, não terá sido em vão ter morrido.

Sentido derradeiro da existência: a Ressurreição.
Faz-nos crer que sementes, com amor, lançadas;
Como trigo que mesmo sem saber morreu
Para se multiplicar, tornando-se pão, eternizadas.

Sentido derradeiro da existência: a Ressurreição.
Para que não vivamos entristecidos e solitários,
Redescobrindo a alegria da amizade/comunhão,
Irmanados nos sonhos, nas lutas solidários!

Sentido derradeiro da existência: a Ressurreição.
Doença, dor, luto, ou sofríveis e indesejáveis prantos
Passarão, porque com a Páscoa tudo se fez novo!
Alegres, melodiosos, radiantes serão nossos cantos.

Sentido derradeiro da existência: a Ressurreição.
Mistério cotidianamente celebrado com alegria,
Do Banquete de riquezas insondáveis e inesgotáveis
Faz-Se presença e alimento no Pão da Eucaristia.

Sentido derradeiro da existência: a Ressurreição.
Sentido do princípio da existência: por Deus criado.
Sentido de todo existir: n'Ele vivemos, nos movemos e somos.
Sentido provisório da existência: Morte e Paixão
Sentido derradeiro da existência: a Ressurreição



PS: Poesia inspirada na Mensagem Quaresmal 2011 do Papa Bento XVI:

“... A fé na ressurreição dos mortos e a esperança da vida eterna abrem o nosso olhar para o sentido derradeiro da nossa existência: Deus criou o homem para a ressurreição e para a vida, e esta verdade doa a dimensão autêntica e definitiva à história dos homens, à sua existência pessoal e ao seu viver social, à cultura, à política, à economia”. 

Alegremo-nos, o Senhor está vivo!

                                                                


Alegremo-nos, o Senhor está vivo!

“Se ressuscitastes com Cristo,
esforçai-vos por alcançar as coisas do alto,
onde está Cristo, sentado à direita de Deus;
aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres.” (cf. Cl 3,1-2)

São Gregório de Nazianzeno foi um grande mestre da fé. Ele, assim como São Basílio, é originário da Capadócia. Teólogo ilustre, orador e defensor da fé cristã no século IV, foi célebre pela sua eloquência, e teve também, como poeta, uma alma requintada e sensível.

E, entre tantas riquezas, fui agraciado com estas palavras ao preparar a Homilia da Vigília Pascal, a mais antiquíssima Vigília, mãe de todas as Vigílias:

“Cristo Ressuscitou dos mortos, levantai-vos também!
Cristo que dormia, desperta, acordai, vós também!
Cristo sai do túmulo, libertai-vos dos grilhões do pecado!
Pelo Cristo vos tornastes criatura nova; renovai-vos.

É a Páscoa do Senhor, é o Tempo da Ressurreição,
É o começo da verdadeira vida...

Ontem preso à cruz com o Cristo,
Hoje sou glorificado com Ele.

Ontem morrendo com Ele,
Hoje com Ele volto à vida.

Ontem sepultado com Ele,
Hoje com Ele eu ressuscito.

Cristo que Ressuscitou dos mortos me renova
Também em espírito e me reveste do Homem novo”.

Assim vive todo aquele que crê no Ressuscitado, “buscando as coisas do alto”, como nos exorta o Apóstolo Paulo em sua Carta aos Colossenses (Col 3, 1-2). 

É Páscoa, sequemos as lágrimas, vençamos todo medo e apatia. Coloquemo-nos a caminho, confiantes de que a vida venceu a morte, o amor falou mais alto. Não podia ficar morto para sempre Aquele que nos amou e nos amou até o fim.

Se na Sexta-feira Santa contemplamos a impotência humana do Crucificado, que passou pela cruenta e horrenda Morte de Cruz, hoje contemplamos a onipotência divina, em que o Pai Ressuscita o Seu Filho e nos envia o Espírito Santo para nos assistir, iluminar, conduzir, orientar, fortalecer, e quanto mais possamos dizer, nesta caminhada Pascal e em todo tempo.

Contemplemos a impotência humana, professemos a fé na onipotência divina: não foi em vão a morte do Senhor, pois Se com Ele morrermos, com Ele também ressuscitaremos, como também nos fala o Apóstolo Paulo.

Aquele que desceu à mansão dos mortos, hoje elevado à glória dos céus se encontra, reinando no coração daquele que crê. Ele é o alfa e ômega, o princípio e fim. A Ele toda honra, glória, poder e louvor, Aleluia!

É Páscoa!
Vida nova se inaugura!
Aleluia! Aleluia!

“Quando ainda estava escuro...”

                                                             

“Quando ainda estava escuro...”

Assim ouvimos na Liturgia Pascal: “No primeiro dia da semana, Maria Madalena vai ao sepulcro, de madrugada, quando ainda estava escuro e vê que a pedra fora retirada do sepulcro” (Jo 20,1).

Quão inspiradoras são para nós estas palavras: “... quando ainda estava escuro...” Assim é nossa existência, muitas vezes marcada pela escuridão que parece interminável. São as nossas conhecidas e inevitáveis “noites escuras”: problemas pessoais, familiares, eclesiais, sociais, econômicos, culturais; crises de múltiplas faces, lágrimas de matizes diferenciados.

“... quando ainda estava escuro...” Será esta escuridão eterna? Para quem crê, sem dúvida não. Aquela noite longa fez Maria Madalena se antecipar – quem ama se antecipa e vai ao encontro. Ainda era escuro e ela foi ao encontro do amigo, pois ainda não havia entendido a promessa da Ressurreição.

“... quando ainda estava escuro...” A noite escura, que devorou os sonhos e a esperança de Maria Madalena e da humanidade, parecia ter posto um termo a tudo. Nada se poderia fazer a não ser cuidar do corpo inerte, sem vida, no túmulo, e amargar o extremo pesar, o insuportável desgosto pela morte tão precoce, tão crudelíssima.

“... quando ainda estava escuro...” Passado o susto, tornou-se uma alegre surpresa, a mais bela notícia que o mundo já ouviu: Ele Ressuscitou! Aleluia! Aconteceu a morte da morte; a vida em sua plenitude: eterna, sem mais amarras, sem limites, sem nada que impeça a manifestação e presença de Deus. Vive Aquele que não fugiu da morte, mas que por amor extremo, infinito, total, incondicional, nos amou e nos amou até o fim: "... tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim" (Jo 13.1).

Ele Ressuscitou! Aleluia! Nada pôde conter o amor de Deus que em nenhum momento o Filho amado abandonou, e mesmo na Cruz o Espírito O assistiu, fortaleceu e acompanhou. Na Cruz três amores se intercomunicam maravilhosamente, como disse Santo Agostinho. Encontram-se na comunhão, solidariedade e obediência, e na fidelidade que se eternizou.

É Páscoa! É tempo de experimentarmos o poder radiante da Cruz que é a força do Ressuscitado; a força do Amor e a luz que emanam do Corpo do Senhor Ressuscitado.

Retomando as palavras do Evangelista: “Quando ainda estava escuro”. Celebrar a Ressurreição de Jesus não significa que tudo mudou; que tudo se transformou e que já não há mais nada a fazer.

Portanto, neste Tempo Pascal, nos empenhemos em iluminar as realidades sombrias e obscuras que ainda permanecem. Somente assim a noite se fará clara como o dia, como profetizara Zacarias – “E acontecerá, naquele dia, que não haverá mais luz, nem frio, nem gelo. Haverá um único dia – Javé o conhece -, sem dia e sem noite, mas à tarde haverá a luz” (Zc 14,6-7).
Assim, na esperança de um novo céu e nova terra, finalizo com as Palavras do Livro do Apocalipse - “Verão a sua face e o seu nome estará sobre suas frontes. Não haverá mais noite: não se precisará mais da luz da lâmpada, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus vai brilhar sobre eles e eles reinarão por toda a eternidade” (Ap 22,4-5).

Acreditemos, contemplemos e imitemos a Paixão do Senhor, para com Ele Ressuscitarmos gloriosamente, pois quando ainda for escuro seremos surpreendidos com a mais Bela Notícia: Ressuscitou! Aleluia! Aleluia!

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