quinta-feira, 6 de março de 2025
Mantenhamos firmes as virtudes divinas
Mantenhamos firmes as virtudes divinas
Conduzidos e
alimentados pela Palavra Divina, e revigorados pela força divina que nos vem da
Eucaristia que celebramos e comungamos.
Confessemos os nossos pecados
Confessemos os nossos pecados
“O pecado é fratura, divisão, dilaceramento.
Ele pode insinuar-se em nossa vida de fé
e separar a fé da vida”.
Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 23,1-12), em que somos convidados a refletir sobre nossa conduta, para que tenhamos uma prática religiosa mais sincera e autêntica, revendo nossas atitudes e, sobretudo, reconhecendo nossos pecados.
Mas o que é o pecado?
No comentário do Missal Cotidiano, assim lemos: “O pecado é fratura, divisão, dilaceramento. Ele pode insinuar-se em nossa vida de fé e separar a fé da vida”.
Podemos afirmar que pecado é quando dissociamos o que cremos e ensinamos do que vivemos: quando cresce a distância entre o Evangelho que anunciamos e as linhas da história que escrevemos.
Pecado é a não realização da vontade divina, que encontramos em Sua Palavra, Leis e Mandamentos a serem vividos, expressas no Decálogo, ou nos dois maiores Mandamentos que o Senhor nos deu: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Deste modo, quando o pecado cria raízes em nosso coração, produz frutos que não nos permitem a realização dos desígnios divinos, e de modo especial, a vocação à santidade para a qual nos predestinou. Ao contrário, são produzidos frutos amargos, que roubam a alegria, o gosto e o sentido do existir, a beleza do viver.
Pecado, deste modo, é fratura, divisão e dilaceramento, porque nos fragiliza, cria animosidades, fomenta rivalidades, cega-nos diante de Deus e do outro e do mundo em que vivemos.
Pecados cometidos, sem penitência, conversão, confissão e novos compromissos com a promoção do bem comum, da vida dos empobrecidos, é a perda da graça e do amor, que são derramados abundantemente em nosso coração pelo Espírito Santo.
Urge que reconheçamos nossa condição finita, frágil e pecadora, e de pedirmos a Deus que nos ajude a nos libertarmos das amarras dos pecados.
Reconciliados com Deus e com os irmãos, acolhamos as Palavras do Apóstolo Paulo em sua Carta: – “Em nome de Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus... Como colaboradores de Cristo, nós vos exortamos a não receberdes em vão a graça de Deus” (2Cor 5,20-6,2).
Reconheçamos nossos pecados e os confessemos diante da misericórdia divina. Porém a confissão de pecados requer sempre novas atitudes, novas posturas, um novo começo, afinal, Deus pode fazer novas todas as coisas.
Coloquemo-nos, portanto, diante da misericórdia de Deus, que veio ao nosso encontro na Pessoa de Jesus, e com Sua Morte e Ressurreição, o Espírito nos foi enviado para o perdão de nossos pecados.
Evidentemente que, amados e perdoados por Deus, novos compromissos com o Reino se renovam em nosso coração, e nos empenhamos por mundo mais justo, fraterno, dando verdadeiro conteúdo à nossa prática religiosa.
Sejamos Luz do Senhor
Sejamos Luz do Senhor
Seja nossa fé luminosa...
O sol, ainda que não o vejamos em certas manhãs, como que despertando de um sono bem dormido, ocupa o lugar da lua que se recolhe silenciosamente para noutro lugar a noite encantar, novamente comunica seus raios, seu calor, sua vitalidade.
A luminosidade do sol foi precedida pela luminosidade das estrelas e da lua. E assim sucedem os dias, numa perfeita sintonia, harmonia, sincronia. É a noite que cede lugar ao dia.
Assim também deve ser a luz que devemos irradiar, pela graça batismal recebida. O próprio Senhor nos disse que somos a luz do mundo (Mt 5,14), e disse também: “Eu Sou a luz do mundo, quem me segue, não anda nas trevas mas terá a luz da vida” (Jo 8,12); e no mesmo Evangelho: “Enquanto estou no mundo Eu sou a luz” (Jo 9, 5).
Também não podemos esquecer as palavras do Apóstolo Paulo: “Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Vivei como filhos da luz” (Cf. Ef 5,8). Em outra passagem novamente insiste: “Todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas” (Cf. 1Ts 5,5).
Nisto consiste a missão do discípulo missionário do Senhor no mundo: ser luz do Senhor.
Somos luz do Senhor quando fagulhamos o fogo do Espírito, que faz arder nosso coração, para que o mundo seja mais terno, quando por vezes, somos sobressaltados com a frieza diante da vida, com mortes absurdas, inadmissíveis, a fome ceifando vidas de inocentes e outros fatos que muito bem conhecemos, se a frieza não nos congelou a sensibilidade, e se não tenhamos permitido que o sentimento de impotência, ou indiferença tenha nos cegado os olhos, e petrificado nosso coração.
Somos luz do Senhor quando feixes de luz irradiamos em todos os âmbitos de nossa vida: família, comunidade, trabalho, cultura, lazer, meios de comunicação. Em todo lugar real e também nos espaços virtuais (mídias).
Somos luz do Senhor quando luciluzimos, quando não nos cansamos de irradiar permanentemente a luz divina, com palavras e gestos concretos.
Somos luz do Senhor quando como um pincel de luz, comunicamos raios de luz em todas as situações, em todas as horas, sobretudo nas mais difíceis, mais sombrias, naquelas horas em que a morte leva para a eternidade quem amamos...
Importa ser sempre a luz do Senhor, noite e dia.
Volto ao Apóstolo para concluir a reflexão:
Volto ao Apóstolo para concluir a reflexão:
“Sede irrepreensíveis e sinceros filhos de Deus, inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual deveis resplandecer como astros no mundo..." (Fl 2,15).
Adorar tão somente a Deus
Adorar tão somente a Deus
Da janela, vejo os movimentos dos carros, das pessoas indo e vindo, com destinos diferenciados.
Seguem com seus pensamentos e projetos, potencializados e a serem concretizados, com horizontes ora amplos, ora nem tão redimensionados, mas com sonhos na mente e coração entranhados.
Carregam também seus medos, angústias, pesadelos, insegurança, inquietações, que acompanham a vida moderna cada vez mais marcada pela satisfação de necessidades urgentes, criadas pela sociedade e pela cultura.
Cultura pós-moderna, que também tem seu lado bom, mas a muitos impele na busca da satisfação dessas necessidades, ocupando praticamente o nosso tempo todo, consumindo nossos recursos, forças, e nem sempre com pleno sucesso obtido, pois sempre fica um nicho, uma lacuna, fica faltando alguma coisa.
Uma das explicações possíveis é o fato de que, influenciados pela pós-modernidade, possamos ter deixado de lado o Deus verdadeiro, para nos colocarmos a serviço dos deuses, que marcam o disfarçado paganismo moderno, como o dinheiro, o prazer e o poder.
São os antigos e novos deuses, que nunca estão satisfeitos e nem trazem satisfação para o coração humano, que levaram a escrever páginas da mitologia, da teologia e da história da humanidade.
Como cristãos, tendo o coração por Deus seduzido, nosso único, eterno e supremo Bem, não devemos nos alienar, afastando-nos do mundo como se ele fosse uma coisa má, numa (pseudo) “ilha da fantasia”, do refúgio pelo medo, omissão e covardia, tão apenas imaginária, que nos distanciaria dos irrenunciáveis compromissos que brotam de nossa fé.
Sem distanciamento do mundo, mas sem a servidão aos deuses e mitos da pós-modernidade, que prometem, mas não podem nos conferir a autêntica felicidade, sadia liberdade, realização humana, laços estreitos e indestrutíveis de fraternidade.
Alimentados e iluminados pela Palavra de Deus, tenhamos Cristo como nossa riqueza maior. E como o Apóstolo Paulo, possamos dizer:
“Para mim viver é Cristo, morrer é lucro” (Fl 1,21). E ainda: “Mais do que isso, tudo considero perda, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor. Por Ele, perdi tudo e tudo tenho como esterco, para ganhar a Cristo e ser achado n’Ele, não tendo como minha justiça aquela que vem da Lei, mas aquela pela fé em Cristo, aquela que vem de Deus e se apoia na fé” (Fl 3,8-9).
É missão nossa de cada dia, amar a Deus e adorá-Lo em espírito e verdade, sem jamais nos curvarmos aos deuses de ontem, hoje e sempre, sobretudo deuses que se nos apresentam com aparências novas, mas não nos possibilitam a felicidade e o alcance da eternidade.
Somente aprofundando nosso relacionamento com Deus, e Sua Palavra entranhada no mais profundo de nós, é que seremos plenificados de vida, reencontraremos o sentido mais fecundo de viver, e assim daremos passos firmes na realização da autêntica felicidade por todos desejada.
PS: Fonte inspiradora: Mt 6, 24-34
O Esplendor da Verdade
“Fazei brilhar sobre nós, Senhor,
a luz da vossa face” (Sl 4,7).
Reflitamos sobre uma temática de extrema atualidade: a questão ética; em que ela consiste e quais são os caminhos éticos que devemos trilhar para que construamos uma sociedade justa, fraterna e solidária.
Dentre as possíveis luzes que o Magistério da Igreja nos oferece, destaco a Encíclica “Veritatis Splendor” do Papa São João Paulo II (1993): “O Esplendor da Verdade brilha em todas as obras do Criador, particularmente no homem criado à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1,26): a verdade ilumina a inteligência e modela a liberdade do homem, que, deste modo, é levado a conhecer e amar o Senhor. Por isso, reza o salmista: ‘Fazei brilhar sobre nós, Senhor, a luz da vossa face’” (Sl 4,7).
O Papa nos questiona sobre a impossibilidade da indiferença diante de questões fundamentais como: “Que devo fazer? Como discernir o bem do mal?”, e acentua que a resposta somente é possível graças ao esplendor da verdade, que brilha no íntimo do espírito humano.
Urge pautar a questão da questão ética em todos os âmbitos de nossa existência: na política, na realidade da juventude, na dramática situação da saúde pública, e, sobretudo nos espaços na Igreja, pois, como discípulos missionários do Senhor, a ética deve nortear o nosso agir, de modo que o serviço realizado seja a mais cândida expressão do amor que nos move, e isto já nos alegra e nos basta.
Sempre com o desejo de ver brilhar sobre nós a luz da face do Senhor, é importante conhecer e dizer não aos sete pecados capitais (soberba, avareza, luxúria, ira, inveja, gula, preguiça), e abertura aos sete dons do Espírito Santo (sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, temor e piedade), para que a luz do Senhor, verdadeiramente, brilhe em nossa face.
Olhando para o horizonte da evangelização na cidade, sejamos sempre conduzidos pelas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora no Brasil (2019-2023).
Sendo evangelizar a essência da missão da Igreja, cumprindo o mandato do Senhor, e a partir dele, iluminados pela Palavra Divina, não podemos ficar indiferentes ao que acontece dentro e fora da Igreja, mas como uma Igreja discípula, missionária, profética e misericordiosa, unidos com todas as pessoas de boa vontade, reencontrar os princípios éticos que assegurem uma vida mais digna e plena, a caminho do Reino definitivo.
Evidentemente, a ética cristã que norteia nossa vida e ação, é o Mandamento do amor a Deus e ao próximo como a si mesmo, Mandamentos inseparáveis, como assim afirmou o Senhor: “O primeiro Mandamento é este: ‘Ouça ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Ame o Senhor teu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma, com toda a sua mente, com toda a sua força’. O segundo é: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Não existe outro mandamento maior do que estes.’” (Mc 12,28-31).
Sagrados compromissos com a Boa-Nova do Reino
Sagrados compromissos com a Boa-Nova do Reino
A Igreja, fiel à sua ação evangelizadora, se coloca a serviço da vida plena e feliz para todos, na prática da autêntica caridade.
É preciso reler a história para não repetir os erros, revigorando a construção da verdadeira democracia, restaurando o verdadeiro sentido da política, que consiste na arte sublime do exercício da caridade, na promoção o bem comum.
Urge propiciar uma vida plena e feliz para todos, e não o alcance de privilégios para poucos, em detrimento de muitos que são condenados ao abandono, ao desemprego, analfabetismo, doença, e tantas outras situações que roubam a beleza e maculam a sacralidade da vida, desde sua concepção até seu declínio natural.
Queremos uma nação que ofereça reais possibilidades para uma vida digna, como prevê a própria Constituição. E isto não é uma ilusão, desde que os recursos sejam investidos sem extravios e corrupção, mas com transparência e prioridades estabelecidas.
Iluminadora é a passagem do Evangelho, em que o cego Bartimeu suplica a Jesus que o cure de sua cegueira: - “Mestre, que eu veja” (Mc 10,46-53). Que seja esta também a nossa súplica ao Senhor, para que tenhamos um olhar crítico, discernindo os fatos, suas causas e consequências, exercendo o nosso direito legítimo ao voto, de forma cada vez mais consciente e consequente, com o acompanhamento daqueles que elegemos.
“Mestre, que eu veja” a história como um processo que se desenvolve em páginas, que são escritas como um grande enredo, em que os fatos não são se dissociam, mas têm implicações permanentes, muitas vezes com efeitos penosos sobre a vida do povo.
“Mestre, que eu veja” caminhos a serem trilhados numa participação ativa, consciente e frutuosa, no âmbito da política, para que, bem exercida, produza os frutos saborosos por Deus esperados, e por todos nós desejados.
Que nosso olhar não apenas fique condenado à cegueira, mas que também não seja um olhar derrotista, que nos leve a cair no imobilismo e indiferença política, com funestas consequências, que tão somente agravariam a situação em que estamos submetidos em todos os âmbitos (econômico, político, econômico, cultural, social).
Curados de nossa “cegueira”, tenhamos um olhar que ultrapasse a linha do horizonte do inédito que Deus tem a nos oferecer, mas que depende de cada um o melhor de si dar e, num compromisso afetivo e efetivo com a justiça, a fraternidade, a cada dia, renovar.
Curados, compreendamos e renovemos sagrados compromissos com a Boa-Nova do Reino, sem jamais na fé vacilar, na esperança esmorecer, e a chama da caridade permitir que se apague.
Supliquemos ao Divino Mestre, Jesus, que vejamos o Paraíso não como algo que ficou no passado, perdido, mas que pode ser, aqui e agora, reconstruído.
Evangelizar com ardor missionário
Evangelizar com ardor missionário
Assim como aconteceu com o Profeta Isaías, também somos enviados por Deus em missão: “Ouvi então a voz do Senhor, que dizia: ‘Quem enviarei? Quem irá por nós? Eu respondi: ‘Eis-me aqui: podeis enviar-me’” (Is 61,8).
Urge que nesta missão sejamos misericordiosos como o Pai (Lc 6,36), irradiando a Boa-Nova do Evangelho em todos os âmbitos, e de modo especial, vivendo as obras de misericórdia corporais e espirituais, em todo o tempo.
Somos enviados, também, com a missão de fortalecer os quatro pilares da evangelização de que nos falam as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – 2019-2023:
- da Palavra;
- do Pão;
- da Ação Missionária.
Deste modo, seremos uma Igreja em Estado Permanente de Missão, em que ela será uma Casa da Iniciação à Vida Cristã, lugar de Animação Bíblica da Vida e da Pastoral, verdadeiramente uma Comunidade de Comunidades, a serviço da vida plena para todos.
Oportunas são as palavras do Bispo São Boa Ventura (séc. XIII):
“Através da ferida visível vemos a ferida do amor invisível”, pois contemplando a ferida visível do Senhor, cravado na cruz pela nossa redenção, expressão ápice de Seu amor por nós, renovaremos o nosso ardor e a alegria de sermos enviados como sinais deste amor, através das atividades mais diversas que venhamos a multiplicar.
Enfim, somos enviados para viver com alegria a vocação de discípulos missionários do Senhor, comprometidos com o anúncio da Boa-Nova do Reino, evangelizando com amor, zelo e alegria, contando sempre com a força e presença do Espírito Santo.
Portanto, se o cansaço vier, se dificuldades aparecerem, contemos com o colo maternal de Maria, e cobertos por seu manto sagrado, refeitas nossas forças, continuaremos a nossa missão.
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