quinta-feira, 6 de março de 2025
“Na vida de fé, quem não avança, recua”
"Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”
"Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”
Gostar de mais ou amar menos?
Demos um passo naquilo que há de mais essencial no ser cristão: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Amar, capacidade inata à pessoa humana, pois o amor é por Deus plantado como semente em nosso coração, antes mesmo de nascermos.
Deste modo é preciso mais do que gostar demais, ou amar menos, amar muito mais, para que sejamos misericordiosos como o Pai (Lc 6,36):
Em primeiro lugar, amar mais nas famílias:
A família é o “berço das vocações e santuário da vida”, é o espaço para se aprender, não apenas, “gostar demais, mas amar mais e muito mais…” Sem dúvida a família é uma eterna escola do mandamento do amor. Se quisermos transformar o mundo, jamais poderemos nos esquecer de buscar e promover tudo aquilo que for possível, para que a família venha a dar esta contribuição e que ela seja uma escola do amor, dos princípios vitais e amadurecimento de necessárias virtudes…
Amar mais nos centros de decisões políticas do mundo:
Gosta-se demais do capital, do lucro, do poder, do aparente êxito do neoliberalismo (aparente, pois vai se criando um abismo cada vez maior e problemas sociais assustadores, dezenas de conflitos e guerras todos os dias, processo dilacerador de exclusão e empobrecimento). É preciso amar mais as pessoas, imagem e semelhança de Deus, o Novo Mandamento de Nosso Senhor…
Nos 3 Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário):
De modo geral, os que dirigem a nação, gostam demais do atual modelo econômico, curvando-se à cartilha do neoliberalismo mundial e ao processo de globalização, que em si, não é todo ruim.
Péssimo é quando não se globaliza a riqueza, a fraternidade, a solidariedade, os bens da criação, as riquezas das culturas.
É preciso amar mais, globalizar concretamente o amor em leis que não privilegiem alguns poucos e condenem milhões a um irrisório salário, que não permite dignas condições de vida.
Nos Palácios do Governo dos Estados, nas Prefeituras, nas Câmaras:Seria tão diferente se gostassem menos dos privilégios, das mazelas, das falcatruas.
Se amassem mais o povo, com significativos investimentos na educação, na saúde, no lazer, no pão nosso de cada dia.
Se concretizado o Novo Mandamento do Amor não haverá mais corrupção, desvio de verbas, mas sim a legítima aplicação dos impostos pagos pelo povo, com sábia resposta para a suspensão da violência, bem como suas causas.
Amar mais nos meios de comunicação:
É preciso não gostar de mentiras, das ilusões, da imposição de valores que atentam contra a vida (aborto, pena de morte, destruição da família, falso conceito de liberdade…).
É preciso amar mais nos meios de comunicação, semeando a verdade do Evangelho, anunciando e denunciando, não se contentando em ocupar espaço na mídia para apenas músicas e danças, sem nenhuma alteração do quadro social em que nos encontramos… canta-se e dança-se na mídia, enquanto ela quiser; enquanto não afetar os interesses dos grandes; quando se assegura alguns pontos no ibope…
Na escola, no trabalho, nos movimentos populares, partidos e sindicatos, nas ruas e estradas, em todo e em qualquer lugar… De fato, não basta gostar demais! É preciso amar mais. Quem ama percebe no colega de escola, de trabalho, a presença de Deus; vê no outro um templo do Espírito Santo. E, quanto mais amarmos, mais iremos entender e falar a linguagem de Deus: “o amor”. Só quem ama conhece a Deus e guarda os Seus Mandamentos, nos lembra o querido São João em sua primeira Carta na Bíblia (cf. 1Jo 4,7-8).
Que todos nos esforcemos em não apenas gostar das pessoas, mas amar evangelicamente o próximo!
“O meu Mandamento é este: Amem-se uns aos outros, assim como Eu amei vocês.” (Jo 15,12).
Como cristãos, temos também um longo caminho a percorrer, incansavelmente!
Sejamos eternos aprendizes na “Escola do Amor”: A família e a Igreja, da qual começamos a fazer parte pelo Batismo.
Quanto mais belos aprendizes e praticantes do Mandamento Maior, mais crível será a nossa fé, mais alicerçada a nossa esperança, mais ardor e esplendor ver-se-ão em nossas ações como expressão da genuína caridade.
Quaresma: as tentações do Maligno (IDTQB)
Retomemos a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 1,15), em que Jesus é levado pelo Espírito para o deserto, e lá foi tentado por Satanás, por quarenta dias.
Reflitamos sobre a vitória de Jesus sobre Satanás:
- Com Jesus, somos mais que vencedores (cf. Rm 8,37):
“Pois não há, amadíssimos, atos de virtude sem a experiência das tentações, nem fé sem prova, nem combate sem inimigo, nem vitória sem batalha”. (Papa São Leão Magno – séc. V)
Cinjamos nossos rins com a verdade, revistamos a couraça da justiça e tenhamos os pés calçados de prontidão para anunciar o Evangelho da paz.
Tenhamos como proteção constante, o escudo da fé, coloquemos o capacete da Salvação e com a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, e tão somente assim, venceremos as propostas sedutoras do Maligno (cf. Ef 6,10-20).
- Peregrinar pelo deserto com Jesus:
“Com efeito, nossa vida, enquanto somos peregrinos neste mundo, não pode estar livre de tentações, pois é através delas que se realiza nosso progresso e ninguém pode conhecer-se a si mesmo sem ter sido tentado.
Ninguém pode vencer sem ter combatido, nem pode combater se não tiver inimigo e tentações”. (Santo Agostinho – séc. V)
- Quaresma: vençamos as tentações (Catecismo da Igreja Católica – nn. 539-540):
“A vitória de Jesus sobre o tentador, no deserto, antecipa a vitória da Paixão, suprema obediência do Seu amor filial ao Pai (...)
(...) Todos os anos, pelos quarenta dias da Grande Quaresma, a Igreja une-se ao Mistério de Jesus no deserto”.
Continuemos, também, nosso itinerário Quaresmal, vivendo nosso tempo de deserto, vencendo as tentações do Maligno: ter, poder e ser (acúmulo, domínio e prestígio, respectivamente).
Urge que sejamos iluminados pelas reflexões acima, nutridos pela Palavra e revigorados pela Eucaristia, para que, vivendo intensamente a Quaresma, configurados e unidos a Jesus no Mistério de Sua Paixão e Morte, possamos celebrar o coração da Liturgia, a Sua Páscoa, exultantes de alegria e o Aleluia ressoará mais forte.
PS: Apropriadas para as passagens do Evangelho de Mateus (Mt 4,1-11 e Lucas (Lc 4.1-13)
Quaresma: a prática da misericórdia nos faz fraternos (23/02)
Somente o amor na simplicidade e na gratuidade nos eterniza. Quem vive a misericórdia, o amor, a solidariedade ativa não tem motivo para temer o julgamento final (Tg 2,12-13).
e somos movidos pela fé na Ressurreição.
A solidariedade, a fraternidade, o amor à vida,
a paixão pelo Reino nos consome,
e nos sentimos fascinados por Sua Palavra,
em nosso pregar e viver,
naqueles que nos ouvem.
Eliminemos a ferrugem da alma!
Eliminemos
a ferrugem da alma!
A Liturgia das Horas nos apresenta, na
Quinta-feira depois das cinzas, um sermão do Papa São Leão Magno (séc. V):
“Em todo tempo, amados
filhos, a terra está repleta da misericórdia do Senhor (Sl 32,5). A
própria natureza é para todo fiel uma lição que o ensina a louvar a Deus, pois
o céu, a terra, o mar e tudo o que neles existe proclamam a bondade e a
onipotência de seu Criador; e a admirável beleza dos elementos postos a nosso
serviço requer da criatura racional uma justa ação de graças.
O retorno, porém, desses dias que os mistérios da salvação humana
marcaram de modo mais especial e que precedem imediatamente a festa da Páscoa,
exige que nos preparemos com maior cuidado por meio de uma purificação
espiritual.
Na verdade, é próprio da solenidade pascal que a Igreja inteira se
alegre com o perdão dos pecados. Não é apenas nos que renascem pelo santo
Batismo que ele se realiza, mas também naqueles que desde há muito são contados
entre os filhos adotivos.
É, sem dúvida, o banho da regeneração que nos torna criaturas novas;
mas todos têm necessidade de se renovar a cada dia para evitarmos a ferrugem
inerente à nossa condição mortal, e não há ninguém que não deva se esforçar
para progredir no caminho da perfeição; por isso, todos sem exceção, devemos
empenhar-nos para que, no dia da redenção, pessoa alguma seja ainda encontrada
nos vícios do passado.
Por conseguinte, amados filhos, aquilo que cada cristão deve praticar
em todo tempo, deve praticá-lo agora com maior zelo e piedade, para cumprir a
prescrição, que remonta aos apóstolos, de jejuar quarenta dias, não somente
reduzindo os alimentos, mas sobretudo, abstendo-se do pecado.
A estes santos e razoáveis jejuns, nada virá juntar-se com maior
proveito do que as esmolas. Sob o nome de obras de misericórdia, incluem-se
muitas e louváveis ações de bondade; graças a elas, todos os fiéis podem
manifestar igualmente os seus sentimentos, por mais diversos que sejam os
recursos de cada um.
Se verdadeiramente amamos a Deus e ao próximo, nenhum obstáculo
impedirá nossa boa vontade. Quando os anjos cantaram: Glória a Deus nas
alturas e paz na terra aos homens de boa vontade (Lc 2,14), proclamavam
bem-aventurado, não só pela virtude da benevolência mas também pelo dom da paz,
todo aquele que, por amor, se compadece do sofrimento alheio.
São inúmeras as obras de misericórdia, o que permite aos verdadeiros
cristãos tomar parte na distribuição de esmolas, sejam eles ricos, possuidores
de grandes bens, ou pobres, sem muitos recursos. Apesar de nem todos poderem
ser iguais na possibilidade de dar, todos podem sê-lo na boa vontade que
manifestam.”
Iluminadoras suas palavras: “... todos têm necessidade de se renovar a
cada dia para evitarmos a ferrugem inerente à nossa condição mortal, e não há
ninguém que não deva se esforçar para progredir no caminho da perfeição...”.
A reflexão deste sermão nos ajuda no aprofundamento do sentido espiritual do
jejum e da caridade, que brotam de um coração orante, na fidelidade ao Senhor,
a Luz das Nações, Salvador de todos os povos.
Quaresma é um convite para que nossa vida cristã
consista em dar passos contínuos, sem cansaço ou desistência, no itinerário que
tem como meta a eternidade, a glória. No entanto, é inevitável, para alcançar
esta meta, passar pelo caminho da cruz.
Não tenhamos medo de embarcar nesta maravilhosa
aventura de amor com o Cristo Senhor, tomando cada dia a nossa cruz, na mais
estreita configuração a Ele, procurando eliminar do coração toda ferrugem da
alma.
Por isto, retomemos esta expressão “ferrugem
inerente à nossa condição mortal...” , e como discípulos missionários
do Senhor, façamos silêncio e um mergulho no mais profundo de nós mesmos,
com a necessária purificação interior, acolhidos e envolvidos pela Misericórdia
Divina para que, em atitudes contínuas de conversão, possamos atender ao apelo
do Papa Clemente I (séc. I):
“Convertamo-nos sinceramente ao Amor de Deus. Abandonemos as
obras más, a discórdia e a inveja que conduz à morte”.
Eliminemos a ferrugem da alma, para que o
esplendor da Páscoa seja mais do que desejável, uma realidade, e Luz do Senhor
brilhe mais forte por meio de nosso testemunho.
Sejamos pessoas verdadeiramente pascais, que sabem e acreditam que a palavra
última não ficou escrita no Calvário, pois, definitivamente, a Palavra que
existiu desde sempre, Ressuscitou, e junto do Pai e conosco está.
Urge, portanto, buscar a purificação espiritual,
por meio do jejum e da misericórdia divina, que nos recria e nos faz novas
criaturas, a fim de que a Quaresma seja um tempo favorável de salvação, não
desperdiçando a graça de Deus que nos é derramada, abundantemente, todos os
dias de nossa vida.
Façamos da Quaresma um tempo de purificação e solidificação de nossa fé, para
que nossa esperança seja sólida, porque enraizada na Fonte inesgotável do Amor
de Deus, que nos é comunicada de maneira especialíssima na Celebração da
Eucaristia, na qual Deus nos sacia a fome com Sua Palavra, que é Pão, e com Seu
Corpo e Sangue, que também é Verdadeira Comida e Verdadeira Bebida.
Deste modo, iniciaremos as primeiras reflexões
sobre a Campanha da Fraternidade 2025, com o tema: “Fraternidade e
Ecologia Integral", e o lema: “Deus
viu que tudo era muito bom" (Gn 1,31).
Seguindo o caminho de purificação espiritual, eliminando
a ferrugem da alma, vivamos o tempo favorável de nossa Salvação, que nos foi
alcançada por meio de Jesus Cristo, que por nós morreu para nos redimir e
abrir-nos o caminho de vida plena, eterna e feliz.
Sem a ferrugem da alma, com esforços
multiplicados se alcança o desejável: que iluminados e iluminadores
sejamos, e o odor do Amor Divino seja exalado
em todos os momentos e lugares em Primaveras do Espírito permanentes
através de nossas palavras e ações.
quarta-feira, 5 de março de 2025
A sede da alma...
Sair chegar lá fora e encontrar alguém
Que não me dissesse nada,
Não me perguntasse nada também
Que me oferecesse um colo ou um ombro
Onde eu desaguasse todo desengano,
Mas a vida anda louca,
As pessoas andam tristes,
Meus amigos são amigos de ninguém.
Morar no interior do meu interior
Pra entender porque se agridem,
Se empurram pro abismo
Se debatem, se combatem sem saber.
Deixa eu chorar até cansar
Me leve pra qualquer lugar
Aonde Deus possa me ouvir
Minha dor...
Eu não consigo compreender
Eu quero algo pra beber
Me deixe aqui pode sair.







