sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025
Conservemos a mansidão necessária
Conservemos
a mansidão necessária
Sejamos
enriquecidos pelos escritos de Diádoco de Foticeia (séc. V), que nos ajuda no
caminho do aperfeiçoamento espiritual.
“O
autêntico conhecimento consiste em discernir sem erro o bem do mal; quando se
alcança isto, então o caminho da justiça, que conduz a alma para Deus, Sol de
justiça, introduz aquela mesma alma na luz infinita do conhecimento, de modo
que, doravante, vai segura após a caridade.
Convém
que, embora no meio de nossas lutas, conservemos a paz do espírito, para que a
mente possa discernir os pensamentos que a atacam, guardando na dispensa de sua
memória aqueles que são bons e possuem sua origem em Deus, e lançando deste
depósito natural aqueles que são maus e procedem do demônio.
O
mar, quando está calmo, permite aos pescadores enxergarem até o fundo dele e
descobrir onde se encontram os peixes; mas, quando está agitado, fica turvado e
impede aquela visibilidade, tornando inúteis todos os recursos dos quais os
pescadores se utilizam.
Somente
o Espírito Santo pode purificar o nosso espírito. Se Ele não entra, como o mais
forte do Evangelho, para vencer o ladrão, nunca lhe poderemos arrebatar sua
presa.
Convém,
portanto, que em toda ocasião o Espírito Santo Se encontre à vontade em nossa
alma pacificada, e assim teremos sempre acesa em nós a luz do conhecimento; se
ela sempre brilha em nosso interior, não somente serão reveladas as influências
nefastas e tenebrosas do demônio, mas também se debilitarão enormemente ao
serem surpreendidas por aquela luz santa e gloriosa.
Por
isto diz o Apóstolo: Não extinguis o
Espírito, isto é, não O entristeçais com as vossas más obras e pensamentos,
não aconteça que deixe de auxiliar-vos com a Sua luz.
Não
é que nós possamos extinguir o que existe de eterno e vivificante no Espírito
Santo, mas sim que podemos contristá-Lo, ou seja, ao ocasionar este
distanciamento entre Ele e nós, nossa alma fica privada de Sua luz e envolvida
em trevas.
A
sensibilidade do Espírito consiste em um ‘paladar apurado’, que nos dá o
verdadeiro discernimento. Da mesma forma que, pelo sentido corporal do paladar,
quando desfrutamos de boa saúde, apetece-nos aquilo que é agradável,
discernindo sem erro o bom do mau; assim também nosso espírito, desde o momento
em que começa a possuir plena saúde e a prescindir de preocupações inúteis,
torna-se capaz de experimentar a abundância da consolação divina e de reter em
sua memória a lembrança de seu sabor, por obra da caridade, para distinguir e
ficar com o melhor, conforme o que diz o apóstolo: E esta é a minha oração: que vosso amor continue crescendo mais e mais
em compreensão e em sensibilidade para apreciar os valores. (cf. Fl 1,9-11).”(1)
Supliquemos
a Deus que mantenhamos a mansidão necessária em todos os momentos em nossos
relacionamentos, sobretudo nos espaços de nossa comunidade eclesial
missionária, como discípulos missionários do Senhor, com a luz do Santo
Espírito.
De tal modo que não entristeçamos o Espírito, com o qual fomos
marcados como um selo no dia de nosso Batismo, e que nossa alma seja verdadeiramente
pacificada. Amém.
(1)
Lecionário Patrístico Dominical – Editora Vozes – 2013 – pág.
646-647
Jesus quer nossa resposta de amor
Reflitamos:
Em poucas palavras...
A virtude moral da justiça
“A justiça é a virtude moral que consiste na constante e firme vontade de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido. A justiça para com Deus chama-se «virtude da religião».
Para com os homens, a justiça leva a respeitar os direitos de cada qual e a estabelecer, nas relações humanas, a harmonia que promove a equidade em relação às pessoas e ao bem comum.
O homem justo, tantas vezes evocado nos livros santos, distingue-se pela retidão habitual dos seus pensamentos e da sua conduta para com o próximo. «Não cometerás injustiças nos julgamentos.
Não favorecerás o pobre, nem serás complacente para com os poderosos. Julgarás o teu próximo com imparcialidade» (Lv 19, 15). «Senhores, dai aos vossos escravos o que é justo e equitativo, considerando que também vós tendes um Senhor no céu» (Cl 4, 1).” (1)
(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n.1807.
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025
Curados pelo Senhor
terça-feira, 18 de fevereiro de 2025
“Eu era forasteiro, e me recebestes em casa”
Reflitamos:
PS: Celebrada dia 18 de fevereiro de 2019, no Santuário da Boa Viagem - Belo Horizonte - MG
Eucaristia: partilha e a solidariedade
Eucaristia: partilha e a solidariedade
“Ainda não entendeis?” (Mc 8,21)
Este foi o inquietante questionamento de Jesus aos Seus discípulos depois de multiplicar os pães e, ainda assim eles não terem entendido o que significou tal sinal, não compreenderem Sua ação, e tampouco Sua pessoa, Sua missão.
Também nós, muitas vezes, podemos encontrar dificuldade para compreender os acontecimentos, sobretudo, quando marcados pela tragicidade (uma perda súbita, a morte, um acidente).
Porém, por vezes, não somos capazes de ler e compreender os sinais da bondade de Deus nas vitórias, na superação, num desatar de uma situação, no descortinar dos véus de um acontecimento.
A vida tem seus mistérios, que muitas vezes só serão compreendidos na exata medida da fé, quando nos entregamos nas mãos d'Aquele que é fonte de todo nosso ser.
Na fidelidade ao Divino Mestre, como discípulos que o somos, haveremos de aprender as mais belas lições que de Seus lábios emanaram e que no Evangelho encontramos; compreendendo os fatos e a história com os olhos e a lógica de Deus. Somente assim, teremos um olhar profundo, capacidade de escuta e, de modo especial, um coração aberto a todos.
Na Barca/Igreja de Jesus nos refazemos de nossos cansaços em cada Eucaristia que celebramos e bem participamos. No Banquete Eucarístico renovamos nossas forças para que a fadiga da labuta pelo Reino e o enfrentar das dificuldades não nos fragilizem e não nos condenem ao fracasso e à derrota. Bem disse o Apóstolo: “Em Cristo somos mais que vencedores!” (Rm 8, 37).
É preciso que sejamos levedados pela Lógica de Sua Palavra e do Banquete Eucarístico que Ele celebrou com os Seus, prefigurados na partilha dos pães e peixes. Levedados pela “Lógica Eucarística” que se traduz em partilha e solidariedade para com o próximo.
Levedados pela “Lógica Eucarística”, as situações de ódio serão vencidas pela prática do Mandamento do Amor; as cobiças em gestos alegres de partilha; os pesadelos tornar-se-ão sonhos, pelos quais nos empenharemos sem esmorecimentos.
Levedados por esta tão bela lógica, a cruz carregada é prenúncio da glória eterna, vitória anunciada e já celebrada, porque não sucumbimos e não desistimos de nossas quedas tantas.
As metas não serão tão apenas ponto de chegada, mas no Mistério da Páscoa, um novo começo, pois elas devem se subordinar a lógica maior e infinita do Reino, que consiste no melhor de Deus para cada um de nós.
Sejamos levedados pela Lógica Eucarística, vivendo o amor, a partilha e a solidariedade.
PS: Passagem do Evangelho de Marcos (Mc 8,14-21)







