Frei Raniero Cantalamessa finaliza nos falando da dificuldade que temos de crer no amor, considerando numerosas traições e decepções: “quem foi traído ou ferido uma vez, tem medo de amar e de ser amado, porque sabe quanto é dolorido ser enganado...”
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025
"Deus nos ama e nós cremos no amor"
Frei Raniero Cantalamessa finaliza nos falando da dificuldade que temos de crer no amor, considerando numerosas traições e decepções: “quem foi traído ou ferido uma vez, tem medo de amar e de ser amado, porque sabe quanto é dolorido ser enganado...”
A Evangelização: lançar as redes em águas mais profundas
A Evangelização: lançar as redes em águas
mais profundas
“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6)
Um Planejamento
Pastoral deve ser fruto do trabalho conjunto de muitas mãos, mentes e
corações, que possibilita a continuidade da ação evangelizadora.
Um valioso instrumento que ajuda a lançar as
redes em águas mais profundas (Lc 5,1-11), pois a evangelização prima pela
superação da superficialidade e ativismo inconsequente; provoca-nos para
respostas comunitárias, sem ações individualizadas, mas inseridas na Pastoral
de Conjunto.
Precisamos buscar respostas evangélicas para
os grandes desafios que enfrentamos na realidade urbana e pós-moderna:
- A realidade urbana: desafios e
respostas;
- A evangelização da família;
- O resgate da pessoa humana no
exercício de sua cidadania;
- O aprimoramento das atitudes de
acolhida e fortalecimento dos vínculos de comunhão fraterna;
- O desafio da evangelização da
juventude;
- Um projeto missionário que expresse a
dimensão missionária de toda a Igreja;
- Presença evangelizadora nas escolas e
universidades;
- A necessidade de uma linguagem comum
para os Sacramentos;
- Formação bíblica e espiritualidade do
agente de pastoral;
- Maior cuidado com os momentos
litúrgicos, para que sejam momentos fortes de oração;
- Evangelizar através dos Meios de
comunicação social contando com a sóbria utilização dos recursos da
inteligência artificial;
- Fortalecimento das pastorais sociais
na promoção da dignidade da vida e o cuidado da Casa Comum.
Deste modo, é necessário que as vocações
cristãs leigas, alimentadas pela Palavra e Eucaristia, atuem em sintonia com
padres, Bispo, religiosos e religiosas, em diversas estruturas, organismos e
pastorais.
Urge que no espírito sinodal, comunhão e
participação, e na evangélica opção preferencial pelos pobres, participemos da
construção de uma sociedade justa, fraterna e mais solidária, a caminho do
Reino definitivo.
Tenhamos sempre
em mente que o Protagonista da evangelização é o Espírito Santo, de modo que a
diversidade de carismas, dons e ministérios devem ser compartilhados, garantia
de êxito na evangelização (1 Cor 12-30), na fidelidade a Jesus, o Caminho, a
Verdade e a Vida (cf. Jo 14,6), e tão somente assim evangelizaremos e
avançaremos para as águas mais profundas.
Em poucas palavras...
“O homem que descia é Adão...”
“O homem que descia é Adão, Jerusalém é o paraíso, Jericó, o mundo; os ladrões são os poderes inimigos, o sacerdote é a lei, o levita são os profetas, o samaritano é Cristo; as feridas são a desobediência; o jumento, o corpo de Cristo; a hospedaria que acolhe a todos os que querem entrar é a Igreja; os dois denários são o Pai e o Filho; o dono da hospedagem é o pastor da Igreja a quem é confiada a cura; o fato de que o samaritano promete voltar lembra a segunda vinda do Salvador” (1)
(1) Orígenes, Hom. In Lc. 34) – séc III - sobre a passagem Lc 10,25-37
O Reino de Deus germina silenciosamente (XIDTCB)
Não podemos nos curvar diante da cultura do provisório, do que é fácil e efêmero, mas caminhar com passos firmes para a eternidade, procurar o que é duradouro e nos assegure a vida definitiva.
Digamos sempre: “Como é bom trabalhar na construção do Reino como Igreja que somos!”
(1) Lecionário Comentado - Volume Tempo Comum I -
Editora Paulus - pág.518
(2) Liturgia Dominical - Mistério de Cristo
formação dos fiéis (anos ABC) - pág.290
“Cala-te, sai deste homem!”
“Cala-te, sai deste homem!”
Sejamos enriquecidos pelo Comentário de São Jerônimo, Bispo da Igreja (séc. V), sobre a passagem do Evangelho de São Marcos (Mc 5,1-20) proclamada na quarta segunda-feira do Tempo Comum (ano B)
“E Jesus ameaçou: Cala-te e sai deste homem. A verdade não necessita de testemunho da mentira. Não vim para ser reconhecido pelo teu testemunho, mas para precipitar-te de minha criatura.
Não é belo o louvor na boca do pecador. Não necessito do testemunho daquele ao qual quero atormentar. Cala-te. Teu silêncio seja o meu louvor. Não quero que a tua voz me louve, mas os teus tormentos: tua pena é meu louvor.
Não me é agradável que me louves, mas que se retire. Cala-te e sai deste homem. Como se dissesse: sai de minha casa, o que fazes em minha morada? Eu desejo entrar: Cala-te e sai deste homem.
Deste homem, ou seja, deste animal racional. Sai deste homem: abandona esta morada preparada para mim. O Senhor deseja a sua casa: sai deste homem, deste animal racional.
Sai deste homem, disse também em outro lugar a uma legião de demônios para que saíssem de um homem e entrassem nos porcos.
Vede quão preciosa é a alma humana. Isto contradiz àqueles que creem que nós e os animais temos uma mesma alma e trazemos um mesmo espírito.
De um só homem é lançada a legião e envida a dois mil porcos, o que nos permite ver que é precioso o que se salva e de pouco valor o que se perde.
Sai deste homem e vai-te para os porcos, vai-te para os animais, vai-te para onde queiras, vai-te aos abismos. Abandona ao homem, ou seja, abandona uma propriedade particularmente minha.
Sai deste homem: não quero que tu possuas ao homem; para mim é uma injúria que habites no homem, sendo eu o que habita nele.
Eu assumi o corpo humano, eu habito no homem. Essa carne que possuis é parte de minha carne, portanto, sai deste homem.
E o espírito imundo, agitando-o violentamente... Com estes sinais mostrou sua dor, agitando-o violentamente.
Aquele demônio, ao sair, como não podia causar dano à alma, o fez ao corpo, e, como não podia fazer-se compreender por outro meio, manifesta com sinais corporais que saiu.
E o espírito imundo, agitando-o violentamente... Porque ali estava o espírito impuro que foge do espírito puro. E dando um grito, saiu dele. Com o clamor da voz e a agitação do corpo manifestou que saía.” (1)
Contemplemos a ação libertadora de Jesus, ontem, hoje e sempre em Sua Igreja.
Quão preciosos somos aos olhos de Deus, e nada pode roubar nossa liberdade, tão pouco violar a sacralidade de nossa existência.
Acolhamos com fé a Palavra do Senhor, que nos liberta de toda possessão, e faz luminosos nossos caminhos.
Experimentemos, cotidianamente, a força da Palavra de Deus, e dela nos saciemos incessantemente, renovando nossas forças no bom combate da fé.
(1)Lecionário Patrístico Dominical – Editora Vozes – 2013 – pág. 379-380
Em poucas palavras...
Jamais a desventura de não aceitar o Senhor
“... há muitos modos de dizer ‘não a Deus’, e todos se voltam contra nós: recusar a luz é ficar na escuridão, recusar o calor é permanecer no frio, recusar o alegre anúncio é tristeza.
Contudo, luz, calor, alegre anúncio irão para os outros que os acolherão. Cristo é a ‘Salvação’: não aceitá-Lo é desventura.” (1)
(1) Comentário do Missal Cotidiano, sobre a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 12,1-12) –
Editora Paulus – pág. 846
O crepitar da chama em nossos corações
O crepitar da chama em nossos corações
Livrai-nos,
Senhor, da tentação das propostas de um messianismo fácil e triunfalista, pois
não foi assim que Vos apresentastes como o Verdadeiro Messias.
Renovai em nós o
amor, zelo e ardor da missão evangelizadora, com coragem para as renúncias e melhor segui-Lo e servi-Lo na pessoa de nosso próximo, carregando, com ousadia
e fidelidade, nossa cruz de cada dia.
Ajudai-nos a
viver a graça da fé em Vós, que vivestes plena fidelidade ao Pai na comunhão
com o Santo Espírito, até o fim na missão redentora da humanidade, fazendo
crepitar a chama do amor em nossos corações.
Concedei-nos a
sabedoria para cultivar e manter viva a esperança da chegada do Vosso Reino, já
presente entre nós, lançando as sementes fecundadoras de novos tempos,
recriando o paraíso, não como uma vil saudade, mas compromisso inadiável
sempre.
Inflamai-nos com
o fogo do Santo Espírito, para que vivamos a caridade como a plenitude da Lei,
como vivestes e nos ensinastes a viver (cf. Rm 13,10), enriquecidos pelos sete
dons, e assim, produzirmos os sagrados frutos do Espírito (Gl 5,22). Amém.
PS: Passagem do Evangelho de Marcos (Mc 12,35-37)