Quando ele acontece?
Quando menos esperamos.
Falo do levitar da alma daquele que em Deus crê.
Não falo de levitações que passam, mas daquelas que nos eternizam.
Quando a vontade d’Ele realizamos,
Sem medir esforços, na métrica imensurável da gratuidade
Que Ele nos apresentou ao ser cravado na Cruz.
Quando na vida de fé não recuamos;
Quando apesar de percalços, pedras, espinhos,
A dimensão do horizonte do Reino não perdemos.
Quando na vida de fé avançamos,
Alimentados e iluminados pela Palavra que no coração dos discípulos ardia,
Revigorados no Banquete Maior do Amor, da Eucaristia.
Quando doentes, na fidelidade ao Evangelho, visitamos
E sentimos a real presença do Senhor, pelo Evangelista tão bem descrito:
“estive doente e foste me visitar – vinde benditos de meu Pai”
Quando a vocação não é fuga, ilusão;
Quando não é resultado de incapacidade e falta de opção,
Mas a genuína resposta de um amor que nos fala ao coração.
Quando a família, incansavelmente, santificamos,
Com nossa presença, palavra, carinho e Oração,
Sem nenhum interesse se não que ali reine o amor sob o santo teto.
Quando compromissos alegremente assumidos,
Realizados com senso ético, lisura, clareza, transparência,
Sem a perda da necessária e convincente perfeita coerência.
Quando procuramos respostas que apontam novos rumos,
Como agora faço, e não consigo as mesmas esgotar;
Quando me abro a outras sinceras respostas acolher.
Quando Deus assim o quer, e maviosamente esta graça nos concede.
Quando não nos fechamos à Sua ação e manifestação.
Quando nos pomos silenciosamente em Oração.
Quando tiramos corajosamente da alma toda ferrugem;
Quando a tornamos mais leve, sem mágoas e nódoas do pecado;
Quando buscamos a divina misericórdia no Sacramento deixado.
Quando não perdemos a Alegria Pascal que vem da Cruz tão radiante,
Que brota e se renova com a Morte, aparência de derrota,
Porque bem mais forte foi o Amor de Deus que venceu a morte.
Quando as coisas do alto incansável e sedentamente buscamos;
Quando não mergulhamos na escuridão do pecado, trevas e morte;
Quando resplandecemos a luz divina, porque filhos da luz e do dia o somos!
Busquemos incansavelmente o levitar da alma,
Que somente Deus pode conceder para quem n’Ele confia,
a obra de Caridade que nos eterniza, não adia... Aleluia! Aleluia!
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