sábado, 2 de novembro de 2024

Alegremo-nos: Deus tem sempre a última palavra!

Alegremo-nos: Deus tem sempre a última palavra!


“Se Jesus morreu e ressuscitou – e esta é a nossa fé – de modo semelhante Deus trará de volta, com Cristo, os que através dele entraram no sono da morte.” (1 Ts 4,14)

Quantas vezes, como pastores, no múnus da pregação e consolação do Povo de Deus, somos desafiados diante da mais inquietante experiência humana: a realidade da morte.
 
Urge que nos coloquemos, seja de forma previsível ou imprevisível: Para além de toda dor, para comunicar a mensagem de que Deus tem sempre a última Palavra!
 
Não tem a última palavra a aparente vitória de Jacó, mas a permanente e eterna vitória de Deus. Não as inquietações, resistências frente aos desígnios divinos, mas a confiança inabalável na sua força, porque contra Deus não há por que, nem como resistir!
 
Não terá última palavra o desespero frente aos desafios da evangelização, mas a confiança na presença e sopro do Espírito a nós enviado: “Eis que eu estarei convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28,20).
 
Deste modo, não terão última palavra a mudez e surdez da humanidade, mas a alegre escuta e proclamação das maravilhas por Deus sempre realizadas.
 
Como também não tem a última palavra o isolamento e o peso da exclusão, mas a libertação e a integração/comunhão, na força da ternura de Jesus, que supera toda dureza/frieza e legalismo farisaico de todos os tempos.
 
Não terá última palavra a indiferença para com os pobres, sofredores, mas a compaixão que emana do Seu Sagrado Coração, que envia operários para a vinha manifestando a solicitude de Deus, que não nos deixa sem pastores, excluindo todo sentimento de orfandade.
 
Contemplemos a Cruz e o lado trespassado de Jesus (Jo 19,37). Não contemplemos o aparente fracasso da cruz, mas o gosto de vitória que emana da Cruz – “todos nós devemos nos gloriar na cruz de Nosso Senhor” (Gl 6,14); contemplemos a inevitabilidade do caminho da glória, que passa pela Cruz Redentora de Jesus.
 
Não prevalecerão as lágrimas incontáveis e o lamento pela morte, que separam os casados; que dura e cruelmente também separam os amigos, mas a alegria da imortalidade alcançada; já experimentada na oração e comunhão dos santos, e que nos possibilitará um novo e eterno abraço, quando acolhidos pelos que nos antecederam na glória dos céus – “É sentida por demais pelo Senhor a morte de seus santos, seus amigos” (Sl 115,15).
 
Não será eternizado o sono que nos impede de sermos acordados para Deus, porque acontecerá o mais difícil despertar: o despertar do sono da morte que Deus mais facilmente pode realizar, a partir da Morte e Ressurreição de seu Filho.
 
A morte não será último horizonte, mas sim a glória da imortalidade que desconhece horizontes, pois mergulha na plenitude do amor de Deus – viver no céu é estar imerso no horizonte infinito do Amor de Deus.
 
Em tudo demos graças a Deus, e como Deus tem sempre a última Palavra:
 
“Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: Alegrai-vos! Não vos inquieteis com nada; mas apresentai a Deus todas as vossas necessidades pela oração e pela súplica em ação de graças. Então a paz de Deus, que excede toda a compreensão guardará os vossos corações e pensamentos, em Cristo Jesus” (Fl 4,4.6-7).

 

A Ele toda honra, glória e poder, pelos séculos dos séculos.

Amém!

 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG