quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

Natal: envolvidos pelo amor de Deus (Natal do Senhor)

                                                    

Natal: envolvidos pelo amor de Deus
 
Natal é a Festa do amor de Deus por nós. E é próprio do Seu amor, vir sempre ao nosso encontro para:
 
- Inspirar os nossos projetos, em conformidade ao Projeto de Deus querido para nós;

- Dirigir nossos passos no caminho do bem, da verdade e do amor, que se encontram;
 
- Corrigir os nossos rumos, quando mudanças são necessárias, porque todos somos necessitados de conversão;

- Ajudar-nos a vencer o medo humano de deixar o “seguro”, para nos lançarmos ao “mistério”.
 
Deste modo, ao celebrar o Natal, sejamos “...cada vez mais semelhantes Àquele que, neste tempo, Se tornou Menino por nosso amor; que em cada novo Natal nos encontre mais simples, mais humildes, mais santos, mais caridosos, mais resignados, mais alegres, mais repletos de Deus... Este é o tempo da inocência, da pureza, da mansidão, da alegria, da paz” (Santo Cardeal Newman).  
 
Natal é a Festa que deve nos tornar “mais”, em tudo que faz nossa vida mais luminosa, bem como a de todos com quem convivemos.
 
Mas também há de ser a Festa que nos torna “menos”, em tudo que rouba o verdadeiro sentido da vida: preconceitos, ódio, violência, fome, abandonos, descasos em relação aos pobres, exploração das riquezas de nossa casa comum...
 
Envolvidos pelo amor de Deus, celebremos o Natal do Senhor, e seja cada momento de nossas vidas, de discernimento do que contribui para um mundo melhor, e o que precisa ser mudado.
 
Feliz Natal do Senhor!


Em poucas palavras... (Natal do Senhor)

                                             


“O Natal do Senhor é o natal da paz”

“É a paz que gera os filhos de Deus e alimenta o amor; ela é a mãe da unidade, o repouso dos bem-aventurados e a morada da eternidade; sua função própria e seu benefício especial é unir a Deus os que ela separa do mundo (...)

O Natal do Senhor é o natal da paz. Como diz o Apóstolo, Cristo é a nossa paz, Ele que de dois povos fez um só (cf. Ef.2,14); judeus ou gentios, em um só Espírito, temos acesso junto ao Pai (Ef 2,18)” (1)

 

 

(1) Papa São Leão Magno (séc V)

Rezando à luz dos Prefácio do Natal do Senhor (Natal do Senhor)

                                                       


Rezando à luz dos Prefácio do Natal do Senhor

Prefácio do Natal I – O Cristo, luz do mundo

“Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo o lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso. No mistério da encarnação de vosso filho, nova luz da vossa glória brilhou para nós. E, reconhecendo a Jesus como Deus visível a nossos olhos, aprendemos a amar nele a divindade que não vemos. Por ele os anjos celebram vossa grandeza e os santos proclamam vossa glória. Concedei-nos também a nós associar-nos a seus louvores, cantando (dizendo) a uma só voz...”

 

Prefácio do Natal II – A restauração universal da Encarnação

“Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo o lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, por Cristo, Senhor nosso. Ele, no mistério do Natal que celebramos, invisível em sua divindade, tornou-se visível em nossa carne. Gerado antes dos tempos, entrou na história da humanidade para erguer o mundo decaído. Restaurando a integridade do universo, introduziu no reino dos céus o homem redimido. Por essa razão, hoje e sempre, nós nos unimos aos anjos e a todos os santos, cantando (dizendo) a uma só voz...”

 

Prefácio do Natal III – Intercâmbio no Mistério da Encarnação

“Na verdade é justo e necessário, É nosso dever e salvação Dar-vos graças, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, Por Cristo, Senhor nosso. Por Ele, realiza-se hoje O maravilhoso encontro que nos dá vida nova em plenitude. No momento em que vosso Filho Assume nossa fraqueza, A natureza humana recebe uma incomparável dignidade: Ao tornar-se ele um de nós, Nós nos tornamos eternos Por essa razão, Agora e sempre, Nós nos unimos à multidão dos anjos e arcanjos, Cantando (dizendo) a uma só voz: Santo, Santo, Santo...”

Natal: A Misericórdia veio ao encontro de nossa miséria (Natal do Senhor)

                                                        

Natal: A Misericórdia veio ao encontro de nossa miséria

Na Festa do Natal do Senhor, sejamos iluminados pelo Sermão de São Teódoto de Ancira (séc V), sobre a Natividade do Senhor.

“Veio o Senhor de todos sob a forma de servo, revestido de pobreza, de modo a não afugentar os que buscava. Em terra incerta, escolhendo um lugar desconhecido para nascer, foi dado à luz por uma Virgem pobre, na pobreza total, para que pelo silêncio cativasse os homens que vinha salvar.

Pois se tivesse nascido na glória, rodeado de muitas riquezas, diriam, sem dúvida, os infiéis, que a transformação da terra fora obra do dinheiro. Se tivesse escolhido Roma, a maior cidade, atribuiriam ao poder dos seus cidadãos a mudança do mundo.

Se fosse filho do imperador, atribuiriam ao poder tal benefício. Se fosse filho de um legislador, atribuiriam-no às leis. Mas que fez Ele? Escolheu tudo o que é pobre e vil, tudo que há de mais medíocre e obscuro, para sabermos que só a divindade transformou a terra. Por isto, escolheu uma mãe pobre, uma pátria ainda mais pobre, fazendo-Se pobre de bens terrenos.

Isto te é mostrado pelo presépio. Como não havia um berço para reclinar o Senhor, foi colocado numa manjedoura, e Sua indigência das coisas mais necessárias tornou-se uma ótima profecia. Foi assim posto na manjedoura para anunciar que Se fazia Alimento até mesmo dos irracionais. Pois o Verbo, Filho de Deus, nascendo pobre e jazendo num presépio, atrai a Si os ricos e os pobres, os eloquentes e os incultos.

Vede, portanto, como a indigência se tornou profecia, e a pobreza mostrou ser acessível a todos Aquele que por nós Se fez pobre. Ninguém se deteve por medo das esplêndidas riquezas do Cristo, nem a imponência do poder impediu alguém de se aproximar d’Ele; mas apareceu pobre e comum, oferecendo-se a Si mesmo para salvar a todos.

No presépio, o Verbo de Deus Se manifesta corporalmente, a fim de que tanto os seres racionais como os irracionais possam participar do alimento da salvação. Penso ser isto que o Profeta proclamava, quando falava do mistério do presépio: O boi conhece o seu dono, e o jumento, a manjedoura de seu senhor; mas Israel é incapaz de conhecer, o meu povo não pode entender (Is 1,3). Fez-Se pobre por nós aquele que é rico, tornando facilmente perceptível a todos a salvação do Verbo de Deus. Também Paulo o indica, ao escrever: Por causa de vós Se fez pobre, embora fosse rico, para vos enriquecer com a Sua pobreza (2Cor 8,9).

Mas quem era esse que enriquecia? E de que enriquecia? Como Ele Se fez pobre por nós? Quem é, dizei-me, que, sendo rico, Se fez pobre por minha pobreza? Pensas que foi o homem que apareceu? Mas este nunca Se tornou rico, nascido que foi pobre e de pais pobres. Quem era, pois, e de que enriquecia esse rico que por causa de nós Se fez pobre? A resposta é: Deus enriquece a criatura. Foi Deus mesmo quem Se fez pobre, fazendo Sua a pobreza daquele que se podia ver. Pois ele é rico pela divindade, e por causa de nós se fez pobre”.

Silenciemo-nos diante de um presépio. Ainda que seja um  imaginário e meditar na fragilidade, pobreza do local onde a Misericórdia Se fez Carne e veio conosco habitar.

Verdadeiramente o Natal do Senhor é o Deus de Misericórdia encarnando-Se na Pessoa do Filho, na comunhão com o Espírito, para socorrer e resgatar nossa miséria.

Não fomos salvos pelo poder, riqueza, influência, grandiosidade aos olhos dos homens, mas pela encarnação de Deus na fragilidade de uma criança, que cresceu em tamanho, sabedoria e graça, e consumou Sua missão em amor incondicional por nós; na Cruz morrendo e por Deus Ressuscitado, confirmando assim Sua missão Redentora da humanidade.

Salvos por Ele, tão igual a nós, exceto no pecado, para nos redimir e nos introduzir no Reino Eterno e Universal da alegria, paz, amor, verdade, luz, bondade, justiça, fraternidade...

Natal: o melhor de Deus renasce no coração humano (Natal do Senhor)

                                                           

Natal: o melhor de Deus renasce no coração humano

Natal:
A graça de Deus se manifestou por meio de Jesus a toda humanidade
Para que a salvação, desde sempre e para sempre esperada, fosse a ela oferecida.

Natal:
Com a vinda de Jesus se dá a mais bela revelação histórica e visível do Amor divino,
Um amor completamente gratuito, não levando em conta os nossos méritos, mas ao contrário.

Natal:
Em Jesus a visibilidade do Amor divino que salva a humanidade,
Salvação que nos é concedida como dádiva, não mera conquista humana.

Natal:
Salvação mais que dádiva para alguns, dirigida a todos os povos que a buscam.
Rompem-se barreiras, superam-se particularismos, laços de fraternidade universal são fortalecidos.

Natal:
Não dispensa de cada um de nós santos e desejáveis compromissos:
Equilíbrio nas decisões e atitudes, nas relações com o outro e com a natureza.

Justiça perpassando nas pequenas e grandes ações, e no silêncio do cotidiano,
Contemplada e realizada nos grandes âmbitos imagináveis da existência.

A piedade marcando nossa sincera relação com Deus, num temor edificante
Que nos faz mais de Deus filhos e filhas, do outro, nosso próximo, um irmão.

Piedade que se visibiliza nos Cultos celebrados e na vida ressoados
Pelo anúncio e testemunho vivido: sal, luz e fermento de um mundo novo.

Natal:
O melhor de Deus transborda em nosso coração,
Renova e revigora a fé, tão fecunda, tão iluminadora.

A esperança dilata o coração para compromissos mais belos e divinos,
A apatia e a ausência da esperança sufocam sonhos, rouba-nos as forças.

Natal:
No coração dilatado, o amor, a alegria, a paz são transbordados,
A Luz da Divina Fonte ilumina nossos passos e o rumo da história.

Natal:
A paz vem como a grande sombra visível da glória invisível de Deus;
Glória que é o rosto de Deus, expressão de Seu eterno e universal amor.

Natal:
Contemplamos a glória de Deus na fragilidade de um recém-nascido,
De um Deus que veio ao nosso encontro, na doçura, no encanto de um menino.

Natal:
A glória de Deus é a vida da humanidade bela e plena.
Que a vida da humanidade seja a busca da contemplação desta face divina.

Natal:
Nasceu Jesus, alegremo-nos!
Nada nunca mais foi nem será como antes!

Alegremo-nos! É o Natal do Senhor!
Vida com equilíbrio justiça e piedade.

Juntemo-nos aos Anjos e a todos de boa vontade,
Com os pastores, José e Maria glórias cantemos.

Emanuel, Deus conosco está!
Feliz Natal!

O Natal do Menino Jesus mudou nossa história (Natal do Senhor)

                                                   


O Natal do Menino Jesus mudou nossa história


Natal:
Mergulhemos na beleza imensurável deste acontecimento.
 
Natal:
Ó inédito e tão esperado acontecimento que mudou a história da humanidade!
 
Natal:
Nasceu o nosso Salvador, portanto, alegremo-nos, pois não pode haver tristeza no dia em que nasce a vida.
 
Natal:
A Divina Fonte da vida nasceu para dissipar o temor da morte e encher-nos de alegria com a promessa de eternidade.
 
Adoremos Aquela Criança, Jesus, Deus conosco, fez-Se tão pequeno, fez-Se criança, para que possamos ser perfeitos adultos.
 
Prostremo-nos diante d’Aquela Criança, um Deus que Se fez homem para que o homem se tornasse Deus, e assim, viéssemos a comer o Pão dos Anjos. O que mais poderia ter feito? O Senhor dos Anjos Se fez homem!
 
Amemos Aquela Criança, o Emanuel, que foi envolvido em faixas, para que sejamos libertos das garras da morte.
 
Glorifiquemos Aquela Criança, Deus conosco, posto na manjedoura para nos colocar sobre o Altar.
 
Acolhamos Aquela Criança, Luz da humanidade, veio a terra para nos elevar entre as estrelas.
 
Contemplemos Aquela Criança, sem lugar na sala comum, para que alcancemos morada na casa do Pai.
 
Glorifiquemos a Trindade Santa que, pelo Sacramento do Batismo, nos tornou templo do Espírito Santo.
 
Tomemos consciência, como cristãos que somos, de nossa dignidade, de modo que participando da natureza divina, não voltemos aos erros de antes por um comportamento indigno de nossa condição.
 
Não expulsemos, com más ações, tão grande Hóspede que em nós habita, para que não recaiamos sob o jugo do demônio, porque o preço de nossa Salvação é o Diviníssimo Sangue de Jesus na Cruz derramado.
 
Silenciemo-nos diante d’Aquela Criança: pecamos e nos tornamos culpados, mas Deus nasceu como homem para nos libertar.
 
Verdadeiramente, pelo homem caiu, mas Deus desceu: o homem caiu miseravelmente, Deus desceu misericordiosamente; o homem caiu por orgulho, Deus desceu com a Sua graça e veio ao nosso encontro.
 
Natal:
Corramos ao encontro d’Aquela Criança, abramos nosso coração para acolhê-La, a Criança que em cada um dos pequeninos, pobres, enfermos, preso, doente, em quem quis ser reconhecido e amado para sempre.
 
Oremos:
 
Ó Deus, concedei-nos a graça de contemplar o Mistério da Encarnação do Vosso Filho, um Deus que Se faz tão frágil na forma de uma Criança; concebido pelo poder do Espírito Santo, e fortalecei nossos passos, para que cada vez mais correspondamos a este Mistério intenso e imenso de amor. Amém.
 
 
 
Fontes: Santo Ambrósio, Bispo e Doutor da Igreja (séc. IV); Papa São Leão Magno (séc. V) e  Bispo Santo Agostinho (séc. V)

Em poucas palavras...(Natal do Senhor)

                                                

"Ele, no mistério do Natal..."


“Ele, no mistério do Natal que celebramos, invisível em sua divindade, tornou-se visível em nossa carne. 

Gerado antes dos tempos, entrou na história da humanidade para erguer o mundo decaído. 

Restaurando a integridade do universo, introduziu no reino dos céus o homem redimido” (1)

 

(1)   Prefácio do Natal II

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