quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

A mais bela Notícia: “Nasceu nosso Salvador!” (Natal do Senhor)

                                     

A mais bela Notícia: “Nasceu nosso Salvador!”

A Liturgia da Noite de Natal nos apresenta o Nascimento de uma criança em Belém na escuridão e nudez de um estábulo: Jesus.

Quem ficaria sabendo, não fossem os Anjos anunciarem o Nascimento de Jesus a alguns pastores que por ali andavam com os seus rebanhos?

Refletimos a revelação do sentido profundo e o extraordinário alcance deste nascimento escondido: “O povo que caminhava nas trevas viu uma grande luz”; “Hoje nasceu um Salvador para nós” e ouvimos o alegre anúncio dos Anjos – “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens que Ele ama!” (cf. Lc 2,14).

A passagem da primeira Leitura, o Profeta Isaías (Is 9,1-6) traz uma mensagem de alegria no meio das trevas de um povo deportado: o Nascimento de um Menino com títulos ilustres; promessa de um futuro de paz, de justiça e direito para todos.

As maravilhas realizadas pelo Senhor do Universo com todas as virtudes dos heróis de Israel, tem a Sabedoria de Salomão; a coragem de Davi; a piedade de Moisés e dos Patriarcas. Ele é o verdadeiro Emanuel.

A passagem da segunda Leitura, a Carta de Paulo a Tito (Tt 2,11-14), é a revelação de um Deus que mostra a Sua graça a todos, oferecendo a Salvação que conduz as nossas vidas à felicidade verdadeira.

A Celebração desta manifestação divina faz com que voltemos o  olhar para um futuro de felicidade sem limites, pois este Nascimento reorienta o curso da História e o sentido de nossas vidas, de modo que viveremos com equilíbrio, justiça e piedade renunciando a todo o mal.

A passagem do Evangelho de Lucas (Lc 2,1-14) nos apresenta o Nascimento de Jesus, nosso Salvador, em tempo e realidade concretos: Jesus encarna-Se na História da Humanidade.

Diferentemente de João, o Precursor, que nasceu na casa de seus pais, rodeado dos seus vizinhos, Jesus veio à luz num curral. Maria e José estavam de viagem por causa do recenseamento ordenado pelo Imperador. Eles viveram um contratempo que acontece de modo geral aos pobres.

O conhecimento d’Aquele Nascimento somente foi possível pela ação do Anjo do Senhor, e de  algumas pessoas a quem a sociedade dava pouco valor, os pastores (desprezíveis e odiados pela profissão exercida – cuidar de animais e ocupar terras de terceiros).

Somente por eles o mundo tomou conhecimento do humilde Nascimento de um Salvador.

Quem poderia imaginar que assim o fosse, pois se sabia que Deus Se manifestava na fraqueza; mas, ninguém suspeitaria que o próprio Filho de Deus Se fizesse um bebê “deitado numa manjedoura!”, na humildade, pobreza e pequenez: o Altíssimo na estatura de uma criança; o Onipotente na fragilidade de uma criança; o Senhor do Universo contemplado num sorriso ou choro, expressão da sua condição humana.

Celebrando o Nascimento do Salvador, que a alegria anunciada pelos Anjos e experimentada pelos pastores seja também a nossa.

Cristo nascendo e renascendo a cada momento de nossa vida, é a Misericórdia Divina que vem ao nosso encontro, e assim nos comunicando o que tanto desejamos: amor, alegria, vida, luz e paz...

Natal: O Verbo se fez Misericórdia e habitou entre nós, e nós vimos a Sua Glória. Nossa miséria foi assumida para ser redimida.

É Natal, uma luz brilhou e há de brilhar sempre mais forte para iluminar os caminhos sombrios da História, assim o cremos, quando a Eucaristia celebramos: “A Eucaristia é verdadeiramente um pedaço de céu que se abre sobre a terra; é um raio de glória da Jerusalém celeste, que atravessa as nuvens da nossa história e vem iluminar o nosso caminho” (Papa São João Paulo II -  Encíclica Ecclesia de Eucharistia).

A celebração do Natal renova-nos no sagrado compromisso de comunicar a Divina Luz a quantos precisarem... Mas como iluminar sem que antes nos deixemos por Ele sermos iluminados?

Iluminados pela Divina Luz, sejamos luz no mundo.


PS: - Missal Quotidiano, Dominical e Ferial – p.170-173 – Paulus - Lisboa; Missal Dominical – pp. 87-90

Oração de Natal: Natal é a Festa de quem teve coragem de ousar! (I)

                                                         

Oração de Natal

Natal é a Festa de quem teve coragem de ousar!
É a Festa de quem teve coragem de n’Ele acreditar,
Para que um dia, na vida acolhida, paixão assumida,
Alcançando também a graça de n’Ele Ressuscitar!

Natal é a Festa de quem teve coragem de mudar,
De rever caminhos, passos, atitudes e projetos...
Não se reduziu aos sonhos da noite, sonhando em pleno dia...
Quem multiplicou relações fraternas de sinceros afetos.

Natal é Festa para quem não esperou passivamente.
Natal para quem não viveu amedrontadamente.
Preparando o Caminho para a vinda do Senhor...
Transformando sinais de ódio em sinais de amor!

Senhor, nesta Noite tão bela e Santa,
Em Tua manjedoura, sonhos, lágrimas, esperança depositamos...
Cumule-nos com copiosas bênçãos, Jesus – Menino!
 Que nossa vida reflita a luz e o Amor Divino!

  Feliz Natal do Senhor!

Oração de Natal: Ó Jesus, que Te fizeste criança, tão pequenino (II)

                                                        

Oração de Natal

Ó Jesus, que Te fizeste criança, tão pequenino.
Ó Verbo de Deus, fizeste assim morada em nosso meio,

Nós Te contemplamos na manjedoura, tão frágil,
Para nos dar na vida, alegria, força e vigor.
Nós Te contemplamos sem casa, sem aconchego,
Mas em Teu peito encontramos revigorante descanso.

Nós Te contemplamos tão rejeitado, tão desprezado,
Mas em Teu coração nos refazemos num terno abrigo.
Assim, te vemos já crescido, na barca Te ouvimos,
Pregando a Boa Nova de Amor num mundo sem amor.

Nós Te escutamos, Verbo Divino Homem, anunciando
E o milagre da vida, da alegria, divinamente realizando.
Abrimos as portas ao Teu suave e amoroso convite:
“Eis que estou à porta e bato...” – entra, Senhor!

Nós Te adoramos, Senhor, agora caminhando para a Cruz,
Porque fizeste dela Teu escandaloso Trono.
Seguimos contigo até o momento ápice do amor,
Ouvimos Tuas Palavras: “tudo está consumado”.

Cremos que és o Verbo que Se fez Carne, Menino, Homem;
Se fez Amor, Amou por Amor, Ressuscitou.
Nós Te suplicamos, Senhor, que nosso Natal seja autêntico,
Que Te vejamos sempre o mesmo, inseparavelmente:

Na manjedoura tão terno, frágil, sereno e inocente.
Na barca ou caminhando, a Palavra sempre anunciando,
Por amor, pela Cruz passando, em nosso coração
Para sempre reinando, alegria, luz, amor  e paz comunicando!
Amém.

Oração de Natal: Menino Jesus, Tu que nasceste nu... (III)

                                                     

Oração de Natal

Menino Jesus,
 Tu que nasceste nu, tens o poder de nos revestir com
Teu Amor infinito e cheio de compaixão.

 Tu que nasceste pobre para nos enriquecer com 
Tua presença vivificante e salvadora.

 Tu que nasceste sem teto, fizeste morada em nosso meio 
e em nós
e anunciaste um mundo em que a ninguém seja
negado o direito de moradia.

 Tu que nasceste à margem da sociedade, por Tua Palavra e ação soubeste a todos acolher e incluir, como filhos e filhas de Deus, no grande Banquete do Reino.

Tu que és o Filho de Deus, que Te fizeste homem para nos elevar à luminosa morada do Pai, conceda que, em Ti crendo e seguindo, jamais caminhemos nas trevas, mas alcancemos a luz, a alegria e a vida eterna. Amém.

Oração de Natal: Natal com gosto de Páscoa (IV)

                                                            

Natal com gosto de Páscoa
 
Senhor, por vezes Te apalpamos como cegos, andamos tateando; jazemos como mortos nas trevas; rugimos como ursos e gememos como pombos, à espera da salvação, como profetizou Isaías.
 
Acolhemos nesta Noite Santa o anúncio de uma grande alegria: Nasce como nosso Deus, nosso salvador, Cristo Senhor.
 
Menino Jesus, nossos ouvidos escutaram no meio da noite: a Estrela da manhã Se levantou! Como um menino, Deus nasceu para nós!
 
Medito em Teu nome: "Deus vem salvar-nos". És nosso "Salvador" na fragilidade de uma criança, um Salvador tão vulnerável, tão frágil e desarmado como uma criança.
 
Menino Jesus, vieste para nos reconquistar para Deus, elevar-nos de nossa queda do Paraíso, para falar conosco.
           
Menino Jesus, tiveste coragem de vir a este mundo como uma criança; como um balbucio que é fácil sufocar. E, de fato, Te sufocamos.
 
Às vezes, Senhor, Te sufocamos fazendo do Natal a festa da sociedade de consumo, do esbanjamento institucionalizado; festa dos presentes e das decorações luminosas, do décimo terceiro salário e dos champanhas e panetones; festa de certa poesia de bondade generalizada, de um difuso sentimentalismo com verniz de generosidade e emoção.
 
Outras vezes, Te sufocamos, Deus-Menino, Te impedindo de crescer, deixando-Te permanentemente criança, Te reduzimos a uma frágil estatueta de terracota, relegada a uma caixa, que colocamos no presépio uma vez por ano.
 
Menino Jesus, queremos ouvir as Palavras que nos trouxeste; com seu teor tão exigente e oportuno, sem incorrermos num cristianismo adocicado, porque muito mais cômodo.
 
Menino Jesus, não queremos Te reduzir a uma tradição anual, tão pouco fazer de Ti um mito, uma fábula, porque és parte verdadeira da nossa história humana.
 
Menino Jesus, que vivamos a autêntica poesia do Natal, a Palavra de Deus que Se faz carne; fizeste morada entre nós, a história concreta e real da humanidade, tornando-Te um homem como nós!
 
Menino Jesus, contemplamos o grande Mistério de Tua encarnação, em que Te apresentaste como um homem como todos nós; porém, em toda a Tua existência terrena, do nascimento à terrível morte na Cruz, ultrapassando de tal modo as dimensões do humano que nos abriste uma porta que faz entrever a transcendência da existência humana.
 
Menino Jesus, Te fizeste homem que faz sinais extraordinários e pronuncia Palavras que não passam; puseste  em prática o Amor como nenhum outro; revelaste o que é o Amor que salva os homens. És imagem e sinal de Deus neste mundo.
 
Menino Jesus, Tu és um homem em quem o eterno irrompe no tempo; através do qual os homens vêm a conhecer a profundidade e a altura da existência humana.
 
Torna-Te esperança para os homens destinados à morte, pois morrendo nos mereceste a vida e nos abriste um novo futuro.
Tudo isso se revela desde o Teu nascimento; na frágil criança posta na manjedoura.
 
Menino Jesus, Tu és verdadeiramente o Salvador do mundo. Contigo nasce e renasce a imperecível e sempre nova mensagem do Natal - sem mito e nem lenda -; a mais bela mensagem de amor, vida, graça, luz e paz.
 
Menino Jesus, Tua paz queremos, a paz que é a sombra visível, terrena, da glória invisível de Deus com quem sempre estiveste: antes da criação e para sempre.
 
Menino Jesus, nasceste para vir ao nosso encontro tão apenas por Amor e, crescendo em tamanho, sabedoria e graça diante de Deus, também por Amor, contínuo e irrevogável, por nós na Cruz morreste. E pelo mesmo Amor e por Amor Deus o Ressuscitaste e o Teu Santo Espírito nos enviou.


Natal com gosto de Páscoa! 

Assim quero celebrar contigo, Senhor! Amém.

 

 


Ps: Livre adaptação Missal Dominical - Editora Paulus - páginas 118 – 119.

 

Oração de Natal: Ele vem conosco caminhar (V)

Natal: Ele vem conosco caminhar

Menino Jesus, celebrando o Teu Nascimento, não queremos que seja reduzido apenas a uma comemoração com mesas fartas, consumos desmedidos, esquecendo-nos de Ti.

Menino Jesus, no ventre de Maria, Tua amada mãe, és o Unigênito do Pai, e cremos que não estás somente revestido de carne, mas também inserido plenamente na nossa condição humana.

Menino Jesus, encarnando-Se, não somente Te uniste a um “corpo verdadeiro”, mas te tornaste “realmente homem”, em tudo como nós, exceto no pecado, para nos redimir e nos salvar.

Cristo Jesus, crescendo em tamanho, sabedoria e graça diante de Deus, experimentaste os nossos sentimentos, as nossas emoções, as nossas paixões.

Cristo Jesus, melhor do que ninguém, conheceste as alegrias dos afetos e a desilusão das traições; partilhaste as nossas ânsias, as nossas dores e as nossas humilhações.

Cristo Jesus, soubeste compreender e suportaste a nossa ignorância, dureza de coração e infidelidade ao vosso projeto, respondendo com gesto de misericórdia e perdão.

Cristo Jesus, conheceste a nossa satisfação em aprender e também o nosso medo perante a morte, assim como não fugiste da agonia na hora da Tua, com suor de sangue vertido.

Senhor Jesus, não permita que Te reduzamos a uma mera estátua colocada num presépio, inerte, como se jamais houvesse crescido e a vida, por nós, concedido, na morte, por amor incondicional, na Cruz.

Senhor Jesus, Tu és o mesmo que no monte da Galileia, após a Ressurreição, enviaste os discípulos ao mundo inteiro para continuar Tua divina missão, e também a nós envias.

Senhor Jesus, conduzi-nos, como discípulos missionários Teus, para fazermos novos discípulos, em todas as nações, com a promessa de que estará conosco todos os dias, até o fim do mundo (Mt 28, 20). Amém.

Natal: manjedoura, barca e cruz (Natal do Senhor)

 


Natal:  manjedoura, barca e cruz

 

“Temos no texto de hoje,
três agentes que participam nesse milagre da vida:
o Espírito Santo que gera, Maria que dá à luz, José dá o nome.” (1)
 

Que o Natal seja a Festa do Eterno Amor (o Espírito Santo), que veio ao encontro da humanidade por meio do Eterno Amado (Jesus Cristo), comunicador do pleno e infinito amor do Pai (o Eterno Amante).

Aprendamos com Maria e José a abertura aos desígnios divinos, que ultrapassam sempre nossos possíveis mesquinhos projetos e medidas bem como os horizontes.

Obediência à vontade divina, é critério incondicional para o autêntico Natal: nascimento da Vida, do Amor, da Luz que veio ao nosso encontro, ao Se fazer Deus Menino, e ao encarnar-Se, igual a nós, exceto no pecado.

Ele, Jesus na barca, à beira da praia, na montanha, na planície, sempre na proximidade e compaixão para com os pobres, nos ama, nos chama, nos envia, e a nós confia o Fogo e a Luz da Eterna Chama: o Santo Espírito do Pai, enviado para continuar Sua divina missão.

No Mistério da Encarnação, na manjedoura, lugar do alimento dos animais, foi posto; depois no Mistério de nossa Redenção, antes de ser glorificado, quis, para sempre, no altar, dar-Se em Comida e Bebida, Pão da Vida, Bebida de Imortalidade: A Santa Eucaristia. Amém.

 

(1)    Comentário de Pe Nilo Luza, ssp – Liturgia Diária – dezembro 2025 – p. 75

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