quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

Natal e minha pobreza lexical! (Natal do Senhor)

                                                           

Natal e minha pobreza lexical!

O que escrever sobre o Natal?
Minha pobreza lexical, meu repertório...
Minhas palavras são miseráveis diante da riqueza infinita,
no mundo, irrompida com o Natal do Senhor.

Como falar deste Mistério imensurável e indescritível?
As palavras que conheço não conseguem este Mistério descrever.
Muito já se disse, será que ainda não há algo para ser dito?
Não direi mais que algumas palavras...
Natal, a Festa do Nascimento d’Aquele no qual a divindade Se fez próxima, visível, tocável.

Natal, a Festa da contemplação do humano,
Que nos comunicou a divindade.
Natal, a festa da contemplação do divino
Que assumiu nossa humanidade.

Encontro de duas naturezas, em que o Amor e a Verdade se abraçaram, como rezou o Salmista (Sl 85). Com Seu nascimento, a Luz resplandeceu em meio às trevas. As trevas com aparência de eternidade cederam ao esplendor da luz eterna.  

Natal e minha pobreza lexical!
Que Santo Ambrósio me empreste suas palavras para falar do Natal:

“Ele (Jesus), portanto, foi pequeno, foi criança, para que possais vós, ser perfeitos adultos; Ele foi envolvido em faixas, para que sejais, vós, libertados das garras da morte; Ele, na manjedoura, para vos por sobre o altar; Ele, na terra, para que estejais vós entre as estrelas; não havia lugar para Ele na sala comum, para que tenhais vós várias moradas na casa do Pai”.

Com ânsia de contemplar Mistério infinito, me aproprio das palavras do Papa São Leão Magno:

“Hoje, amados, filhos, nasceu o nosso Salvador.
Alegremo-nos. Não pode haver tristeza no dia em que
nasce a vida; uma vida que, dissipando o temor da morte,
enche-nos de alegria com a promessa de eternidade…

Exulte o justo, porque se aproxima da vitória; rejubile o pecador, porque lhe é oferecido o perdão; reanime-se o pagão, porque é chamado à vida…

Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade. E já que participas da natureza divina, não voltes aos erros de antes por um comportamento indigno de tua condição…

Pelo Sacramento do Batismo te tornaste templo do Espírito Santo. Não expulses com más ações tão grande Hóspede, não recaias sob o jugo do demônio, porque o preço de
 tua salvação é o Sangue de Cristo”.


Finalmente, o Papa Bento XVI, nos diz que quando o Natal é verdadeiro tudo muda!

Há algo em mim a mudar, e em cada criatura, e assim mundo novo haverá!

Celebremos o Natal como a Festa do Amor!
Da Luz, da Alegria, que invadiu nosso coração,
Em absoluto respeito a nossa liberdade,
Para que em nossa mente e coração,
Sementes do Verbo fossem plantadas.

Há de se cuidar, há de se regar:
Flores e frutos abundantes jamais hão de faltar!

Feliz Natal, apesar de minha pobreza lexical!
Festa do amor com dimensão horizontal e vertical!
Amor que se traduz em relacionamentos mais sinceros com o Divino e com o próximo.

Feliz Natal!
A luz resplandeceu sobre a terra!

Feliz Natal!
O Amor que nos amou até o fim em nosso meio está!

Feliz Natal!
O Verbo Se encarnou em nosso meio, Sua tenda armou entre nós!
Para sempre a solidão cedeu lugar ao Deus da proximidade, tocabilidade, intimidade, comunhão!

Feliz Natal!
Vejo uma luz brilhar em teus olhos, porque nossa fé foi purificada, acrisolada; porque a esperança ganhou novo fundamento com a Encarnação do Verbo.

A caridade revigorou de novo, fermento trazido pelo Deus Menino.

Glória a Deus no mais alto dos céus!
Céus e terra, anjos e santos, homens e mulheres, jovens e crianças cantai este Hino:
“Noite Feliz...” 

Sol dourado (Natal do Senhor)

                                                                    

Sol dourado

“... Que a treva ceda à aurora, a noite ao sol dourado:
e a luz da graça afaste a sombra do pecado...”

A cada amanhecer, vemos mais que um sol dourado
Rompendo a escuridão da noite.
É muito mais que o ceder dos luzeiros da noite,
Que dão lugar à luz que vem iluminar mais um dia.

A cada amanhecer, vemos mais que um sol dourado
Descortinando o chão do cotidiano,
Em que vamos dar passos para realização
De sonhos, metas, objetivos que nos movem.

A cada amanhecer, vemos mais que um sol dourado
Que reluz com todo fulgor, com calor em seus raios,
Para que, na gelidez do esfacelamento dos relacionamentos,
Se reencontre sempre caminho possível de reconciliação.

A cada amanhecer, vemos mais que um sol dourado
Iluminando os espaços, pequeninos vãos, com a réstia de Seus Raios,
Para que também aprendamos a abrir dentro de nós
Pequenos vãos do coração, iluminando a nossa alma.

A cada amanhecer, vemos mais que um sol dourado,
Vemos o próprio Sol Nascente, o Cristo Jesus,
Vindo ao nosso encontro, espargindo Seus raios
Que nos comunicam alegria, vida, saúde e vigor.

A cada amanhecer, vemos mais que um sol dourado:
Debaixo do azul do céu, conosco Ele caminha,
Não distante como se possa dizer e pensar,
Porque prometeu conosco para sempre estar.

A cada amanhecer, vemos mais que um sol dourado,
E um novo dia começa, irrompe a madrugada...
Renovai, Senhor, nossas forças para romper
Todas as amarras do pecado, revigorados por Vossa graça.

A cada amanhecer, vemos mais que um sol dourado:
O Filho de Deus humanado, o Sol da Justiça,
Não se cansa de nos convidar para ir ao Seu encontro,
Oferecendo-nos o leve e suave jugo da Cruz, paradoxalmente.

Sem a sombra tenebrosa do pecado,
Com a luz Divina do mais belo Sol Dourado,
Do Verbo Divino que Se fez Carne,
E entre nós para sempre fez morada!

Natal: nada nunca mais foi como era antes! (Natal do Senhor)

                                                      

Natal: nada nunca mais foi como era antes!
Tudo se transformou quando o Verbo Se encarnou...

Porque assim quer Deus, e se assim ainda não é, urge que o seja, para que o Natal não se reduza a um mito, lenda, história escrita em livros empoeirados pelo tempo sem nenhuma ressonância em nosso existir.

Natal não pode ser reduzido a uma doce fábula separada pelos séculos. Sem saudosismos estéreis, o Natal Cristão precisa ser vivido, como bela joia lapidada, como bela obra reescrita.

Natal há de ser uma página de Deus vivida a cada dia, porque assim é o amor de Deus: se renova a cada instante e nos acompanha instantemente, insistentemente... Ainda que não percebamos, ainda que não mereçamos, ainda que não correspondamos... É próprio do amor de Deus nos amar irrenunciavelmente, irredutivelmente, fielmente...

Nada, absolutamente nada, nunca mais foi como era antes!

A tristeza não suportou e evadiu do mundo
Porque a alegria e sua Fonte Plena vieram reinar.
A melancolia foi queimada pelo Fogo do Amor Eterno
Que veio firmar, com todos, laços mais fraternos!

As armas de guerra foram transformadas em instrumentos de trabalho:
O sangue dos justos e o suor serão derramados, mas que se produza e se coma o pão.
Os mesmos serão derramados, para que se plante e se colha,
Para que se construa e se more, para que se eduque e, na fraternidade, se viva...

As mentiras cederam à Verdade Encarnada,
A escuridão da noite ou do pleno dia foi iluminada pelo esplendor do Verbo Divino;
A morte, a dor, o pranto e o luto se curvaram diante da Vida, do amor e êxtase de Deus.
A injustiça sucumbiu diante do Mavioso, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz: Jesus!

As dúvidas encontraram suas respostas na fonte de todas as respostas: Jesus.
As inquietações foram tranquilizadas pela fonte da serenidade: Jesus
As asperezas, friezas foram superadas pela fonte da ternura: Jesus.
A maldade foi eliminada, não suportou a enormidade do Sumo Bem: Jesus.

A infidelidade tornou-se algo obsoleto diante da promessa cumprida
Na plenitude dos tempos, Ele veio entre nós morar, Sua tenda armar,
E a humanidade aprendeu para sempre que é preciso amar,
Para um novo mundo realizar, outro caminho jamais haverá!

As famílias ganharam tons de sacralidade e santidade;
Espaço vital do ensinamento de santos aprendizados se tornou:
Amor, verdade, respeito, obediência, liberdade, solidariedade
Valores, como sementes no coração de cada criança, plantados.

O mundo e a criação, enfim, reconciliados,
Dores de parto em alegria imensurável por nascimentos...
Tudo passou a ser tão diferente,
Por um Deus que Se fez carne – gente! (cf. Jo 1,14).

Se Deus como criança chorou,
A fragilidade com coragem assumiu.
E, ao mundo, apenas um colo, pediu
Para que no Seu ombro nos carregasse...

Se fome passou, lágrimas derramou...
Foi para que não apenas nos ombros nos carregasse,
Mas nas entranhas profundas de Seu coração,
Abismo infinito de amor e ternura, nos mergulhasse!

Se humilhação, rejeição, indiferença, suportou
Foi para nos ensinar nossa humana condição:
Que nenhum irmão humilhe jamais seu irmão.
Eis tão bela e divina lição que nos deixou.

Se a Cruz, como ápice de amor e doação,
Sem covardia a carregou e suportou
Foi porque o olhar transcendente o acompanhou,
Aparência de fracasso, mas vitória com a Ressurreição

O Natal não terá apenas gosto de champanhes e panetones.
O Natal terá verdadeiro gosto de alegria, Páscoa e Ressurreição.
O Menino frágil da gruta, que em graça, tamanho e sabedoria cresceu
É o mesmo que na Cruz, por amor da humanidade morreu.

Que nosso Natal tenha gosto de Páscoa,
Tenha matizes de Ressurreição,
Assim novo tempo se inaugura
Acolhendo o Verbo no coração.

Que alguma alma humana me faça, então, assim crer
Se tudo ainda foi nada o que, até aqui, eu disse
Que me faça novidades outras possíveis, perceber.
E assim a luz divina vai mais forte resplandecer!

Feliz Natal porque nada, absolutamente nada,
nunca mais foi como era antes!

Ele, em nosso meio habitou, Sua tenda armou, 
mais belo Hóspede nosso Se fez, 
e o mundo pode cantar com os anjos: 
“Glória a Deus no mais alto dos céus paz na terra aos homens por Ele amados” (cf. Lc 2,14) – 
d’Ele, do Menino Jesus, 
Nosso Senhor e Salvador
alegres mensageiros o sejamos. Amém.

A ausência da conversão é o esvaziamento do Natal! (Natal do Senhor)

                                                                  

A ausência da conversão é o esvaziamento do Natal!

cada dia nos aproximamos da Festa tão linda, tão esperada: o Natal. Mas não haverá Natal se o apelo litúrgico não encontrar o caminho de nossos ouvidos, chegando onde deve chegar, no mais profundo de nosso coração: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo” (Mt 3,1-12).

Advento, Tempo de conversão...
Tempo de nos prepararmos para acolher o Espírito do Senhor que nos enriquecerá com os Seus dons para que vivamos com sabedoria e inteligência, com o dom do conselho e a fortaleza; acompanhe-nos a ciência (conhecimento), o temor e a piedade.

Tempo de abandono da efemeridade, do passageiro, para que abracemos o essencial e eterno na acolhida do “Novo de Deus”, Jesus, com a chegada de Seu Reino de amor e verdade, justiça e paz, santidade, graça e vida.

Tempo de renovação da mentalidade, procurando fundamentar a vida em valores que edifiquem e santifiquem a vida, tornando-a mais conforme o desígnio divino.

Tempo de expectativa da vinda do Messias, mais que esperado, porque por Deus prometido, que veio, vem e virá restaurar todas as coisas, reconduzir-nos ao paraíso perdido, não como saudade inútil e estéril, mas como compromisso inadiável para que construamos uma nova realidade, sem divisões, discórdia, discriminações, marcadas pela acolhida, harmonia, fraternidade, partilha e amor.

Tempo de escutar a voz de João que não apenas grita solitariamente no deserto, mas grita também no sórdido deserto de nossas cidades: “Esta é a voz daquele que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas!” (cf Mt 3,3).

Tempo de revermos o que precisa ser mudando em nossa vida pessoal, familiar, comunitária, social, cósmica...

Que o grito de João não seja um ato solitário, mas que sejamos interpelados a fim de que com ele sejamos mais que solidários, abrindo-nos ao indispensável propósito de conversão, mudança, transformação...

A ausência da conversão é o esvaziamento do Natal!

Que o Mistério Pascal do Natal seja precedido de atitudes de conversão, passagem...

Que o fogo do Espírito queime nossos pecados e
nos transforme para um Natal verdadeiro,
pois somente a partir de corações novos
faremos com que o mundo tenha
um coração novo!

Renovemos a alegria do encontro com o Senhor (Natal do Senhor)

                                                           

Renovemos a alegria do encontro com o Senhor

“E o Verbo Se fez carne,
e habitou entre nós” (Jo 1,14)

Terminando mais um ano com olhares retrospectivos, voltemos também nosso olhar para o ano novo, para evitar novos erros, fortalecer os passos, intensificar os acertos, em nossa árdua missão evangelizadora, que deve ser realizada com amor, zelo e alegria.

São oportunas, neste sentido, as palavras do Papa Francisco em sua Exortação Apostólica:

Convido todo o cristão, em qualquer lugar e situação que se encontre, a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de procurá-Lo dia a dia sem cessar. Não há motivo para alguém poder pensar que este convite não lhe diz respeito, já que ‘da alegria trazida pelo Senhor ninguém é excluído’” (Evangelii Gaudium n.3).

Momento propício para este encontro e renovação, é o Tempo do Advento a fim de bem prepararmos a celebração do do acontecimento que mudou o rumo da História da humanidade: a Encarnação do Verbo, como nos disse o Evangelista: “E o Verbo Se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a Sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1,14).
Além da beleza e esplendor da Liturgia do Advento, temos a graça de participar da Novena de Natal, acompanhada do indispensável e fecundo Sacramento da Penitência, que muito nos ajudam para bem acolher e celebrar o nascimento do Senhor no mais profundo de nós.

E para que tudo isto faça sentido, é imprescindível que multipliquemos gestos de amor e partilha, reconciliação, fraternidade e paz, preparando a chegada do Deus Menino, que vem mais uma vez ao nosso encontro, e deseja ardentemente que O acolhamos.

Urge que nos empenhemos, para que a Noite de Natal não se reduza a ceias, amigos secretos e trocas de presentes, esvaziando seu verdadeiro sentido, que é a celebração do Nascimento do Menino Jesus, Aquele que cresceu em tamanho, sabedoria e graça diante de Deus, e deu Sua vida por todos nós, para que fôssemos redimidos e salvos, mas que antes nos comunicou a Boa-Nova do Reino.

Celebremos um Natal com gosto de Páscoa, construindo um novo céu e uma nova terra, alegres e solícitos, pois Jesus, é a própria Misericórdia Divina que se encarnou para conosco caminhar, de modo que podemos parafrasear o Evangelista: “O Verbo Se fez Misericórdia e encarnou entre nós e nós vimos a Sua Glória”.

Quando iniciarmos mais um ano, tenhamos feito este encontro e acolhida do Verbo, deixando-nos envolver pelo Seu amor e ternura, iluminados por Sua Luz, que nunca se apagas,  e nos acompanha em todos os instantes.

E assim, conduzidos pelo Divino Espírito, sejamos misericordiosos como o Pai, firmando os nossos passos, para que tenhamos uma vida plena e feliz, empenhados na construção de um mundo justo e fraterno, como sinal do Reino de Deus por Jesus inaugurado.

Natal: O mavioso encontro de duas naturezas (Natal do Senhor)

                                                                           

Natal: O mavioso encontro de duas naturezas

Com a da Carta do Papa São Leão Magno (Séc.V), refletimos sobre o mavioso encontro das duas naturezas de Cristo: a humana e a divina.

“De nada serve afirmar que nosso Senhor, filho da Virgem Maria, é verdadeiro e perfeito homem, se não se acredita que Ele também pertence a essa descendência proclamada no Evangelho.

Escreve São Mateus: Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão (Mt 1, 1). E, a seguir, apresenta a série de gerações desde os primórdios da humanidade até José, com quem estava desposada a Mãe do Senhor.

São Lucas, porém, percorrendo em sentido inverso a ordem dos descendentes, chega ao começo do gênero humano, para mostrar que o primeiro e o último Adão têm a mesma natureza.

Com efeito, seria possível à onipotência do Filho de Deus, para ensinar e justificar os homens, manifestar-se do mesmo modo que aparecera aos Patriarcas e Profetas, como, por exemplo, quando travou uma luta ou manteve uma conversa, ou quando aceitou os serviços da hospitalidade a ponto de tomar o alimento que lhe apresentaram.

Mas essas aparições eram imagens, sinais misteriosos, que anunciavam a realidade humana do Cristo, assumida da descendência daqueles antepassados.

Nenhuma daquelas figuras, entretanto, poderia realizar o mistério da nossa reconciliação, preparado desde a eternidade, porque o Espírito Santo ainda não tinha descido sobre a Virgem Maria, nem o poder do Altíssimo a tinha envolvido com a sua sombra; a Sabedoria eterna não edificara ainda a sua casa no seio puríssimo de Maria para que o Verbo Se fizesse homem; o Criador dos tempos ainda não tinha nascido no tempo, unindo a natureza divina e a natureza humana numa só pessoa, de modo que Aquele por quem tudo foi criado fosse contado entre as Suas criaturas.

Se o homem novo, revestido de uma carne semelhante à do pecado (cf. Rm 8, 3), não tivesse assumido a nossa condição, envelhecida pelo pecado; se Ele, consubstancial ao Pai, não se tivesse dignado ser também consubstancial à Mãe e unir a Si nossa natureza, com exceção do pecado, a humanidade teria permanecido cativa sob o jugo do demônio; e não poderíamos nos beneficiar do triunfo do Vencedor, se esta vitória fosse obtida numa natureza diferente da nossa.

Dessa admirável união, brilhou para nós o Sacramento da regeneração, para que renascêssemos espiritualmente pelo mesmo Espírito por quem o Cristo foi concebido e nasceu.

Por isso diz o Evangelista, referindo-se aos que creem: Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus mesmo (Jo 1, 13)”. 

Reflitamos sobre o Encontro de duas naturezas, quando o Verbo Se fez Carne e habitou entre nós.


Nisto consiste o verdadeiro Natal que haveremos de celebrar: uma das mais belas Festas da Igreja, a Festa do esplendor da luz Divina que vem nos iluminar, reconciliar, renovar, recriar, novos caminhos nos reconduzir...

Quantas mensagens são trocadas, e quanta reflexão acontece no silêncio do quarto de cada um, no mais profundo do coração humano.

Reflitamos:

ü Quem poderia ver na humanidade daquela criança a divindade ocultada?
ü Quem poderia ver o mistério da divindade submetendo-se às limitações próprias da materialidade humana?
ü Quem poderia num rosto angelical de uma criança, frágil, incapaz de sobreviver por si mesma, a fonte de nossa vida, de nossa salvação?

Aquele que aceitou as limitações da sobrevivência nos possibilitou alcançar com Sua Encarnação, Morte e Ressurreição, o que também aparentemente pareceria impossível: a nossa salvação.

A divindade ocultada naquela frágil criança foi apenas percebida pelos que possuem fé. Da mesma forma, aquele mesmo corpo na Cruz, flagelado, desfigurado, inerte, sem vida, sinal de aparente fracasso, ressuscitado será, para que com Ele também ressuscitados o sejamos... 

Natal: ó incrível encontro de duas naturezas que nos regenerou e nos eternizou na glória da eternidade. Amém!       

Contemplemos os sinais do Natal do Senhor! (Natal do Senhor)

                                                           

Contemplemos os sinais do Natal do Senhor!

“O Verbo Se fez carne e habitou entre nós,
e vimos a Sua glória...” (Jo 1,14)

Contemplamos inúmeros sinais que revelam o nascimento do Verbo que veio armar Sua tenda em nosso meio.

Celebrar este nascimento nos traz como imperativo a correção e a superação; o avanço e o alargamento de horizontes pastorais, e em todos os âmbitos de nossa vida, para que avançando em águas mais profundas (cf. Lc 5,1-11) contemplemos as maravilhas do Reino por Jesus inaugurado.

Há inúmeros acontecimentos que revelam este mavioso acontecimento, o maior fato inusitado da história da humanidade, que a mudou para sempre: a Encarnação de Deus na forma de uma criança. O mais belo e magnífico presente que Ele nos prometeu foi dado.

Para os cristãos, o Natal não se reduz a rememoração de um fato ocorrido há dois milênios; é a celebração do nascimento do Senhor em cada instante, pois todo dia é Natal quando acolhemos a presença de Deus em nossa vida e na vida de nosso próximo.

Portanto, é Natal quando possibilitamos que o Senhor nasça e cresça, trazendo consigo a esperança, a paz, a alegria e o amor verdadeiro, para que resplandeçamos Sua Luz.

Acolher o Verbo é colocar-se numa constante atitude de despojamento de si mesmo no carregar da cruz, amando-O como Criança, mas também amando Sua proposta, Seu Evangelho e aceitando o convite para segui-Lo até o fim. 

Com o Senhor nascer, crescer e viver sem esquecer que o Natal também tem matizes Pascais. Do Cálice Sagrado partícipes, até que possamos gozar as alegrias da eternidade.

Feliz Natal com exigências e tons Pascais!

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