segunda-feira, 29 de setembro de 2025

“Santo Anjo do Senhor...”

                                                             



“Santo Anjo do Senhor...”

À luz da Sagrada Escritura, reflitamos sobre a presença e ação dos Anjos, que são mensageiros de Deus que nos comunicam a Sua vontade, Seus desígnios. 

Um Anjo anunciou o Mistério da Ação do Espírito, para gerar o Verbo no ventre de Maria.

Do mesmo modo, a José para que entendesse e participasse do Projeto de Salvação Divina, assumindo Maria como esposa, pois a concepção de sua amada esposa era uma ação do Espírito Santo.

Também em outro momento proclamado na Solenidade da Sagrada Família, em que por três vezes um Anjo fala com José: ora para fugir com Maria e o Menino para o Egito; ora para retornar para Israel e por fim para se dirigir para Nazaré para o cumprimento da Escritura, ainda mais que a vida da frágil Criança, do Divino Salvador ainda corria ameaça de morte (cf. Mt 2, 13-15).

Caminhando como discípulos missionários do Senhor, para maior fidelidade a Ele, suplicamos ao Senhor para que nos envie sempre Seus Anjos para nos proteger das ciladas do inimigo, para que nossos passos sejam cada vez mais firmados na verdade, na justiça, no amor, na liberdade e na paz.

Deus sempre nos envia Seus Anjos: os que vemos e outros não, sempre presentes em nossa vida, para que não vacilemos em nenhum instante, sequer tenhamos lampejos de esquecimentos dos Preceitos de Deus, para que O adoremos em espírito e verdade, com toda nossa alma, entendimento e coração.

E que em nossas fraquezas, os Anjos nos lembrem de que quando somos fracos então é que somos fortes, pois Deus manifesta Sua força e poder, como bem nos disse o Apóstolo Paulo: “Tudo posso n’Aquele que me fortalece” (cf. Fl 4,13), e ainda: “Quando sou fraco, então é que sou forte” (2Cor 12,10).

Que tenhamos, também, a graça de sermos como “Anjos” na vida de tantos quantos precisarem; “Anjos” que ajudam e animam o outro para não sucumbir diante das tentações que o mundo oferece, a não ceder ao domínio da mentira, da injustiça, da vaidade, do orgulho e da ambição, do ódio e do desamor...

“Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador...” 

Anjos que não vejo e anjos que vejo!

                                                        

Anjos que não vejo e anjos que vejo!

São Anjos e Arcanjos que não vemos; que nos trouxeram e nos trazem sempre alegres notícias. Como pedagogos e mestres, nos acompanham e nos defendem. Por isto toda reverência, gratidão e confiança.

Há Anjos que não vemos, mas cremos! Nossos pais deles nos falaram desde o ventre materno. Sentimos sua presença; sua amável e indispensável companhia, pois quis Deus que de nós fossem intrépidos defensores.

Na Bíblia, incontáveis passagens sobre eles encontramos, quer no Antigo, quer no Novo Testamento.

Mas, há também anjos que vemos. Anjos com nome e sobrenome, endereço...

- Anjos que fazem parte de nossa história.

- Anjos que vejo são mães que educam, acalentam e a semente do Verbo plantam no coração de seus filhos.

- Anjos que vejo são pais (também mães) que acordam de madrugada, ao trabalho acorrem (quando empregados), na busca do pão de cada dia, que a fome dos seus filhos sacia. Para além de todo cansaço, distâncias, congestionamentos, estresses, tensões... 

Anjos que nas comunidades espalhadas pelo campo e cidade evangelizam:

- Anjos que cantam, louvam e dançam;

- Anjos que cuidam das crianças para que nutridas sejam;

- Anjos que anunciam em tantos grupos de catequese;

- Anjos que nas Liturgias escrevem roteiros, criam, proclamam;

- Anjos que enfermos visitam, suas feridas tocam, lavam, curam, simplesmente por amor;

- Anjos que trabalham na prevenção, que acreditam na força e alegria da sobriedade, fruto da liberdade;

- Anjos que cestas enchem e partilham; que saciarão clementes barrigas vazias;

- Anjos que promovem festas; incentivam e cuidam do dízimo para que a Igreja evangelize;

- Anjos que acolhem, consolam; esperança plantam; sorrisos nos lábios colhem;

- Anjos que da vida cuidam, lutam contra a violação da vida, desde sua concepção até seu declínio natural – imortal teimosia e profecia.

Anjos...

Quantos anjos que vejo nos rostos de nossa Igreja! Talvez não tão “belos e televisivos”, mas sem eles, o mundo seria indiscutivelmente mais feio, gélido, sem brilho, vazio...

- Anjos que promovem a paz, que fazem da política o gesto sublime de caridade, exercício do poder que gera o bem comum.

- Anjos que comunicam boas novas à humanidade; reencantam a vida; refazem sonhos; revigoram esperanças...

O mundo precisa de anjos:

- Anjos sem asas para voar, mas com asas no coração, para que o amor alce voos mais altos.

- Anjos visíveis em ternas feições humanas que encantados e enamorados pela vida, por Cristo apaixonados, nos assegurem que vale a pena lutar, viver, sonhar, dias melhores buscar, paraíso construir.

- Anjos com rostos inocentes de crianças; com brilho imortal, pois por Deus plantado.

- Anjos com rosto da beleza da juventude, que nos desafiam com sua garra e inquietude.

- Anjos com rostos enrugados, cabelos agrisalhados, experiências adquiridas.

Anjos: anjos humanos, humanos anjos. Que não pairem nas nuvens, mas que conosco caminhem.

Comigo há sempre anjos que vejo e anjos que não vejo!

Mas, serei eu anjo na vida de alguém? 
É bom ter anjos! 
Mas, também é preciso que sejamos anjos na vida de alguém.


PS: A Igreja celebrará, no dia 02 de outubro, a Memória dos Anjos de Guarda (Ex 23,21-23; Salmo 91; Mt 18,1-5.10).

Santos Anjos da Guarda: reverência, gratidão e confiança

                                                           

Santos Anjos da Guarda: reverência, gratidão e confiança

No dia 02 de outubro, celebramos a Memória dos Santos Anjos da Guarda, sejamos enriquecidos pelo Sermão do Abade São Bernardo (séc. XII).

A teu respeito ordenou a Seus anjos que te guardem em todos os teus caminhos (Sl 90,11). Louvem o Senhor por Sua misericórdia e Suas maravilhas para com os filhos dos homens. Louvem e proclamem às nações que o Senhor agiu de modo magnífico a favor deles. Senhor, que é o homem para que assim o conheças? Ou por que inclinas para Ele teu coração? Aproximas dele teu coração, enches-te de solicitude por sua causa, cuidas dele. Enfim, a ele envias o Teu Unigênito, infundes o Teu Espírito, prometes até a visão de Tua face. E para que nas alturas nada falte no serviço a nosso favor, envias os Teus Santos Espíritos a servir-nos, confia-lhes nossa guarda, ordenas que se tornem nossos pedagogos.

A teu respeito, ordenou a Seus anjos que te guardem em todos os teus caminhos. Esta palavra quanta reverência deve despertar em ti, aumentar a gratidão, dar confiança. Reverência pela presença, gratidão pela benevolência, confiança pela proteção. Estão aqui, portanto, e estão junto de ti, não apenas contigo, mas em teu favor.

Estão aqui para proteger, para te serem úteis. Na verdade, embora enviados por Deus, não nos é lícito ser ingratos para com eles, que com tanto amor lhe obedecem e em tamanhas necessidades nos auxiliam.

Sejamos-lhes fiéis, sejamos gratos a tão grandes protetores; paguemos-lhes com amor; honremo-los tanto quanto pudermos, quanto devemos. Prestemos, no entanto, todo o nosso amor e nossa honra Àquele que é tudo para nós e para eles; de quem recebemos poder amar e honrar, de quem merecemos ser amados e honrados.
Assim, irmãos, n’Ele amemos com ternura Seus anjos como futuros coerdeiros nossos, e enquanto esperamos nossos intendentes e tutores dados pelo Pai como nossos guias. Porque agora somos filhos de Deus, embora não se veja, pois ainda estamos sob a tutela quais meninos que em nada diferem dos servos.

Aliás, mesmo assim tão pequeninos e restando-nos ainda uma tão longa, e não só tão longa, mas ainda tão perigosa caminhada, que temos a temer com tão poderosos protetores? Eles não podem ser vencidos, nem seduzidos, e ainda menos seduzir, aqueles que nos guardam em todos os nossos caminhos. São fiéis, são prudentes, são fortes; por que trememos de medo? Basta que os sigamos, unamo-nos a eles e habitaremos sob a proteção do Deus do céu”.

De fato, deve aumentar sempre em nós a reverência pelos anjos, por sua presença conosco, acompanhada da gratidão sempre maior por sua benevolência constante por nós, bem como a confiança porque podemos contar com sua proteção em todos os momentos.
Reverência, gratidão e confiança sejam sempre renovadas em nós pela presença e ação dos anjos em nosso favor, pois assim é o desejo de Deus.

Contemplemos a ação dos anjos nas inúmeras páginas da Sagrada Escritura, bem como no ensinamento da Igreja, como podemos ver nos parágrafos 328-336 do Catecismo da Igreja Católica.

Concluo com os parágrafos 328 e 336, respectivamente:

Santo Agostinho diz a respeito deles: ‘Angelus [...] officii nomen est, non naturae. Quaeris nomen naturae, spiritus est; quaeris officium, angelus est: ex eo quod est, spiritus est: ex eo quod agit, angelus –Anjo é nome de ofício, não de natureza. Desejas saber o nome da natureza? Espírito. Desejas saber o do ofício? Anjo. Pelo que é, é espírito: pelo que faz, é anjo (anjo = mensageiro)’. Com todo o seu ser, os anjos são servos e mensageiros de Deus. Pelo fato de contemplarem ‘continuamente o rosto do meu Pai que está nos céus’ (Mt 18, 10), eles são ‘os poderosos executores das suas ordens, sempre atentos à sua palavra’ (Sl 103, 20)”.

“Desde o seu começo até à morte, a vida humana é acompanhada pela sua assistência e intercessão. ‘Cada fiel tem a seu lado um anjo como protetor e pastor para guiá-lo na vida’. Desde este mundo, a vida cristã participa, pela fé, na sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus”.

Como é bom saber que os anjos nos guardam em todos os caminhos, como rezamos no Salmo 91!

“Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador...”

Oração ao Arcanjo São Miguel

                                                           

Oração ao Arcanjo São Miguel

Ó Deus, pela intercessão do Arcanjo São Miguel, Padroeiro de nossa Diocese, protegei-a assim como as nossas cidades. Ajudai-nos na luta contra o pecado do egoísmo, da indiferença e do desânimo, para maior fidelidade a Vós.

Libertai-nos de toda maledicência e murmuração; expulsai de nosso meio tudo que gera divisão. Colocai em nosso coração muita coragem para lutar contra as forças do mal.

Fazei de nós ardentes discípulos missionários do Vosso Filho Jesus, iluminados e apaixonados pelo Evangelho, a fim de vivermos a fraternidade, a justiça, o amor e a solidariedade.

Alimentados pelo Pão da Palavra e da Eucaristia, a Vós confiamos e entregamos nossas paróquias, comunidades, famílias,  trabalhadores e enfermos.

Ensinai-nos a viver plenamente a vossa vontade, acolhendo no coração o que o Arcanjo São Miguel nos revela por sua missão: “Quem como Deus?”.

Tudo isso Vos pedimos por meio do Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Amém! 

Autores:
Pe. Hermes Firmiano Pedro – Diocese de Guanhães - MG
Dom Otacilio F. Lacerda

Vejo-Vos...

                                                            


 Vejo-Vos...

“Tal como ouvimos, assim vimos...”
Tal como ouvi, assim vi.

Eu Vos adoro, Senhor, Rei da terra,
Com todas as nações Vos sirvo,
Contemplo Vossa glória por toda a terra.

Vejo Vossos pés e mãos não mais por pregos fixos.
Vejo-Vos nos pés cansados e mãos calejadas.
Vejo-Vos nas mãos enrugadas pelo tempo.
Vejo-Vos nas mãos dos que se abrem e se solidarizam.

Vejo-Vos nos corpos pendentes pelo peso da cruz;
Da cruz do desemprego, da enfermidade, da solidão.
Vejo-Vos nos corpos pendentes, em corpos anêmicos
Que suplicam um copo de água, um pedaço de pão.

Vejo-Vos nos que estão nus, despidos de sonhos,
De esperança, porque lhes foi arrancada e pisoteada.
Vejo-Vos nos que foram sugados, vilipendiados,
Com direitos naturais à vida, subtraídos, negados.

Mas, vejo-Vos reinando naqueles que não se dobram
Diante da tirania do lucro, do poder, do prestígio, da fama,
E não traem seus princípios de igualdade, comunhão,
Na mais bela relação de liberdade, paz e fraternidade.

Vejo-Vos agindo naqueles que se comprometem
Com a Boa Nova do Vosso Reino, pelo qual Vos consumistes,
A própria vida entregastes, numa incrível História de Amor,
Que se consumou Ressuscitando e no céu fostes coroado.

Vejo-Vos naqueles que vivem e creem em Vós
Com fé inquebrantável, esperança viva e fortificada,
Caridade ativa, semente de um novo e belo tempo,
Pelo Pão da Palavra e da Eucaristia alimentados.

Vejo-Vos por um instante no tempo com coroas de espinhos
Escarnecido, crudelissimamente maltratado, por ela coroado.
Vejo-Vos por um tempo infinito recebendo uma nova coroação,
Acompanhada pelos Anjos e Santos que Vos louvam e glorificam. 

“Tal como ouvimos, assim vimos...” Tal como ouvi, assim vi.
Assim Vos vejo, Senhor, e quero assim imitar-Vos,
Praticando a compaixão, alcançando a máxima felicidade.
Vejo-Vos Encarnado, Padecente, Morto, Glorioso e Ressuscitado.

Vejo-Vos em corpos que vão silenciosamente morrendo.
Vejo-Vos em sinais de Ressurreição que vão acontecendo.
Vejo-Vos morrer, Vos vejo Ressuscitar,
A fé me concede um novo olhar...

                                            Amém. Aleluia! 

Os Arcanjos, enviai-nos, Senhor

                                        


Os Arcanjos, enviai-nos, Senhor

Enviai, Senhor, Vossos Arcanjos ao nosso encontro,
Sobretudo nestes momentos tão difíceis por que passamos,
Em que o sol parece se pôr como que para sempre,
Sem perspectivas de contemplar um novo amanhecer.
 
Devido a uma enfermidade, a partida de quem amamos
Para a eternidade, doce lembrança de momentos vividos,
Amargo gosto da ausência para um abraço, uma palavra,
Ainda que os tenhamos vivos na memória e coração.
 
Não fosse a fé que temos na Ressurreição,
Como suportaríamos a dor da saudade que nos consome?
Ah, se não fosse a presença amável dos Anjos e Arcanjos conosco,
Revelando-nos a divina onipotência de amor que nos envolve!
 
Vossos Arcanjos enviai-nos, Senhor, suplicamos-Vos.
Enviai Vosso Arcanjo Miguel, cujo nome revela uma missão:
“Quem é como Deus?”, para com Ele vencermos os combates
De nomes tantos do cotidiano, bem como a força do Maligno.
 
Vossos Arcanjos, enviai-nos, Senhor, suplicamos-Vos,
Enviai Vosso Arcanjo Gabriel, para renovar em nós
A fé, a coragem e a confiança incondicional em vosso poder,
Vossa força que vem em socorro de nossa humana fraqueza.
 
Vossos Arcanjos enviai-nos, Senhor, suplicamos-Vos.
Enviai Vosso Arcanjo Rafael, trazendo-nos de Vós a Cura
De nossas enfermidades físicas ou espirituais,
Que nos fragilizam no carregar da cruz cotidiana.
 
Vossos Arcanjos enviai-nos, Senhor, suplicamos-Vos.
Rafael, para a cura de nossas enfermidades múltiplas,
Gabriel, para nos comunicar a força divina,
Miguel, para vencermos o bom combate da fé. Amém.
 

Trilhemos nos passos de Jesus

                                                  

Trilhemos nos passos de Jesus

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de João (Jo 1,43-51) sobre o chamado dos primeiros discípulos, e oportuna é a Homilia do Bispo São João Crisóstomo (séc. IV).

“Por meio de homens ignorantes a Cruz persuadiu, e mais, persuadiu a terra inteira. Não falava de coisas sem importância, mas de Deus, da verdadeira religião, do modo de viver o Evangelho e do futuro juízo. De incultos e ignorantes fez amigos da sabedoria. Vê como a loucura de Deus é mais sábia que os homens e a fraqueza, mais forte.

De que modo mais forte? Cobriu toda a terra, cativou a todos por Seu poder. Sucedeu exatamente o contrário do que pretendiam aqueles que tentavam apagar o nome do Crucificado. Este nome floresceu e cresceu enormemente.

Mas Seus inimigos pereceram em ruína total. Sendo vivos, lutando contra o morto, nada conseguiram. Por isso, quando o grego me chama de morto, mostra-se totalmente insensato, pois eu, que a seus olhos passo por ignorante, me revelo mais sábio que os sábios.

Ele, tratando-me de fraco, dá provas de ser o mais fraco. Tudo o que, pela graça de Deus, souberam realizar aqueles publicanos e pescadores, os filósofos, os reis, numa palavra, todo o mundo perscrutando inúmeras coisas, nem mesmo puderam imaginar.

Pensando nisto, Paulo dizia: O que é fraqueza de Deus é mais forte que todos os homens (1Cor 1,25). Com isso se prova a pregação divina.

Quando é que se pensou: doze homens, sem instrução, morando em lagos, rios e desertos, que se lançam a tão grande empresa? Quando se pensou que pessoas que talvez nunca houvessem pisado em uma cidade e, em sua praça pública, atacassem o mundo inteiro?

Quem sobre eles escreveu, mostrou claramente que eles eram medrosos e pusilânimes, sem querer negar ou esconder os defeitos deles. Ora, este é o maior argumento em favor de sua veracidade. Que diz então a respeito deles? Que, preso o Cristo depois de tantos milagres feitos, uns fugiram, o principal deles O negou.

Donde lhes veio que, durante a vida de Cristo, não resistiram à fúria dos judeus, mas, uma vez Ele morto e sepultado – visto que, como dizeis, Cristo não ressuscitou, nem lhes falou, nem os encorajou – entraram em luta contra o mundo inteiro?

Não teriam dito, ao contrário: 'Que é isto? Não pôde salvar-Se, vai proteger-nos  agora? Ainda vivo, não socorreu a Si mesmo, e morto, nos estenderá a mão? Vivo, não sujeitou povo algum, e nós iremos convencer o mundo inteiro, só com dizer Seu nome? Como não será insensato não só fazer, mas até pensar tal coisa?'. Por este motivo é evidente que, se não O tivessem visto ressuscitado e recebido assim a grande prova de Seu poder, jamais se teriam lançado em tamanha aventura.”

Como vemos, os discípulos, entre eles Natanael, identificado com Bartolomeu, homens simples, incultos, entre outras limitações, conseguiram irradiar a força do Evangelho.

Cremos na Ressurreição, na força que dela emana em nossa missão, e assim, cremos que somos e podemos mais do que possamos ser e pensar, na força do Ressuscitado, como falou o apóstolo Paulo – “Tudo posso n'Aquele que me fortalece!” (Fl 4,13).

Cremos e aspiramos as coisas do alto onde Deus está, e também, se com Ele morrermos, com Ele ressuscitaremos, nos eternizaremos.

Cremos que em nós foi, um dia, pelo Batismo, lançada a semente da imortalidade, de modo que somos templos do Espírito. Morte experimentada, não como epílogo, rompimento sem horizonte, mas passagem, nascimento para o que de mais precioso desejamos: a Face Divina contemplar...

Cremos na Vida do Ressuscitado, e seduzidos por Ele, com o coração de amor inflamado, caridade testemunhada, fé e esperança irmanadas, numa ciranda provisória, que se perpetuará na eternidade.

Cremos que tão somente assim, nenhuma dificuldade será o bastante forte para aniquilar nossa força e apagar a  chama do fogo do Espírito do Ressuscitado em nosso coração, onde Ele quis habitar, para nos divinizar. 
Oremos:
“Ó Deus, sede a luz dos vossos fiéis e abrasai seus corações com o esplendor da vossa glória, para reconhecerem sempre o Salvador e a Ele aderirem totalmente. Por N.S.J.C. Amém.”


PS: Apropriado para a Festa dos Arcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael, quando se proclama a passagem do Evangelho de João (Jo 1,47-51)

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