sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Cristãos leigos: artífices da paz e da justiça

                                                   


Cristãos leigos: artífices da paz e da justiça

“Não compete aos pastores da Igreja intervir diretamente na construção política e na organização da vida social. Este papel faz parte da vocação dos fiéis leigos, agindo por sua própria iniciativa juntamente com os seus concidadãos.

A ação social pode implicar uma pluralidade de caminhos concretos; mas deverá ter sempre em vista o bem comum e conformar-se a mensagem evangélica e o ensinamento da Igreja.

Compete aos fiéis leigos «animar as realidades temporais com o seu compromisso cristão, comportando-se nelas como artífices da paz e da justiça» (João Paulo II, Enc. Sollicitudo rei socialis, 47: AAS 80 (1988) 582; cf. Ibid., 42: AAS 80 (1988) 572-574.).” (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica - Parágrafo n. 2442

O esplendor da verdade nos conduz

                                                        

O esplendor da verdade nos conduz

Na história da humanidade, cada tempo apresenta suas sombras e luzes; desafios que clamam por respostas, e cremos que cada pessoa tem um papel inadiável e intransferível para contribuir na escrita de linhas diferentes com matizes de esperança, que possibilitem o descortinar de uma nova realidade.

Cada um de nós tem uma vocação, e é preciso refletir sobre a mesma não apenas com a tradicional abordagem que fazemos nos espaços da Igreja. Refletiremos não apenas na tradicional abordagem (ministros ordenados, ministros não ordenados, vida consagrada...), mas vocação como responsabilidade na resposta que devemos dar ao chamado de Deus, que espera que sejamos sinal de Sua presença na Igreja e no mundo.

Mas há sempre para cada batizado o necessário revigoramento e renovação da chama vocacional; vocação à santidade, como presença viva de Jesus em todos os âmbitos de nossa vida.

Como Igreja presente no mundo e, para que melhor possamos professar nossa fé, comunicando o esplendor da verdade do Senhor e sua Boa Nova, se faz necessário que conheçamos a Doutrina de nossa Igreja, refletindo e vivendo os Mandamentos que o Pai nos deixou.

Viver a fé e manter vivo o esplendor da verdade que nos conduz no mundo da política.

O esplendor da verdade se manifesta quando acolhemos o sopro do Espírito e promovemos pequenas e grandes coisas pela santificação das famílias.

Que as palavras do Apóstolo Paulo encontrem acolhida em nosso coração: “Renunciando à vossa existência passada, despojai-vos do homem velho, que se corrompe sob o efeito das paixões enganadoras, e renovai o vosso espírito e a vossa mentalidade. Revesti o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4,22-23).

É preciso renunciar e despojar o homem velho que habita em nós, e assim, renovados e revestidos de Cristo, sejamos homens novos, criaturas novas, criados à imagem de Deus, revelando Sua face no mundo.

Nossa vocação é ser luz do mundo. Portanto, nossos pensamentos, palavras, atitudes, deverão ser sempre a expressão desta bela verdade, somente assim viveremos a vocação no seu sentido mais amplo e verdadeiro, como Deus espera de nós, ordenados ou não, na Igreja ou fora de suas paredes.

Oração do 3º Ano Vocacional do Brasil

                                                


Oração do 3º Ano Vocacional do Brasil

 

Senhor Jesus,

enviado do Pai e Ungido do Espírito Santo,

que fazeis os corações arderem

e os pés se colocarem a caminho,

ajudai-nos a discernir a graça do Vosso chamado

e a urgência da missão.

 

Continuai a encantar famílias, crianças

adolescentes, jovens e adultos,

para que sejam capazes de sonhar e se entregar,

com generosidade e vigor,

a serviço do Reino,

em Vossa Igreja e no mundo.

 

Despertai as novas gerações

para a vocação aos Ministérios Leigos,

ao Matrimônio, à Vida Consagrada

e aos Ministérios Ordenados.

 

Maria, Mãe, Mestra e Discípula Missionária,

ensinai-nos a ouvir o Evangelho da Vocação

e a responder com alegria. Amém!

 

PS: 3º ano Vocacional do Brasil (20/11/2022 a 26/11/2023).  Tema – “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33).


Consolidemos nossa vocação com a graça divina

                                          

Consolidemos nossa vocação com a graça divina

O mês de agosto é especialmente dedicado, pela Igreja, à reflexão sobre a graça da vocação a qual cada pessoa é chamada.

Vivendo a vocação como chamado de Deus e resposta nossa, é oportuna e inspiradora a afirmação de Santo Ambrósio (séc. IV), Bispo e Doutor da Igreja: “Do corpo de Deus brotou para mim uma fonte eterna; Cristo bebeu minhas amarguras para dar-me a suavidade de Sua graça”.

Quando somos envolvidos e enriquecidos pela suavidade da graça divina, temos a força necessária para a consolidação de nossa vocação e eleição, vivendo nosso batismo como autênticos discípulos missionários do Senhor.

Deste modo, a suavidade da graça divina nos acompanha para continuarmos a inquietante busca de caminhos para uma ação evangelizadora.

Esta mesma graça é abundantemente derramada em diversos acontecimentos, atividades pastorais, movimentos, comprometimentos sociais e políticos a fim da construção do Reino, a fim de edificarmos uma sociedade mais justa e fraterna.
Urge  criatividade e ardor na evangelização, acompanhado sobre a reflexão da vocação que Deus nos concede, para vivê-la em todos os âmbitos, dentro e fora da Igreja, reavivando as chamas da fé, do amor e da esperança, renovando a alegria de  nos colocarmos a serviço da vida plena e feliz para todos.

E ainda, para o revigoramento de nossa vocação, ressoem as Palavras do Apóstolo Pedro: “… Procurai com mais diligência consolidar a vossa vocação e eleição, pois, agindo desse modo, não tropeçareis jamais; antes, assim é que vos será outorgada generosa entrada no Reino eterno de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2Pd 1,11), “ como pedras vivas e escolhidas de Deus” (1Pd 2,1-3).

Envolvidos pela suavidade da graça divina, que nos é derramada abundantemente, é, mais do que nunca, ocasião favorável para consolidação de nossa fé, vocação e eleição, renovando sagrados compromissos com o Reino de Deus, com o ardor,zelo e a alegria.

Tendo o Senhor “bebido nossas amarguras”, e nos comunicado, em cada instante, a suavidade de Sua graça, consolidaremos nossa vocação e eleição; tão somente assim, Ele verá Sua face resplandecendo em cada um de nós, que aceitou o Seu chamado, e prontamente respondeu, deste modo, enfrentaremos e venceremos os momentos difíceis em diversos campos (econômico, político, social), que estamos vivendo.

“Deus na Cidade”

                                                    

“Deus na Cidade”

Em agosto de 2015, participei, em Itaici, do Curso Teológico-Pastoral promovido pela Arquidiocese de São Paulo, com o tema “Deus na Cidade”, assessorado pelo Pe. Dr. Carlos Maria Galli.

Fomos iluminados pelas reflexões da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe (Documento de Aparecida); e também pela Exortação Apostólica “Evangelii Gaudium”, pela Encíclica “Laudato Si”, ambas do Papa Francisco.

A reflexão partiu do parágrafo 514 do Documento de Aparecida: “A fé nos ensina que Deus vive na cidade, em meio às suas alegrias, desejos e esperanças, com também em meio às suas dores e sofrimentos. As sombras que marcam o cotidiano das cidades, como exemplo, a violência, pobreza, individualismo e exclusão, não podem nos impedir que busquemos e contemplemos a Deus da vida também nos ambientes urbanos.

As cidades são lugares de liberdade e de oportunidade. Nelas, as pessoas têm a possibilidade de conhecer mais pessoas, interagir e conviver com elas. Nas cidades é possível experimentar vínculos de fraternidade, solidariedade e universalidade. Nelas, o ser humano é constantemente chamado a caminhar sempre mais ao encontro do outro, conviver com o diferente, aceitá-lo e ser aceito por ele”.

Vimos a necessidade de repensar a Pastoral Urbana, neste contexto, para efetiva e afetiva presença da Igreja nas realidades mais desafiadoras:

-  Como ser uma Igreja “em saída” verdadeiramente missionária?
- Como descobrir a presença de Deus com rosto humano e urbano, contemplando e anunciando a presença de Cristo presente no outro?

Para tanto, se faz necessária a conversão das estruturas e a conversão pessoal para uma nova Pastoral Urbana, em que a evangélica opção preferencial pelos pobres se torne uma realidade; pequenas comunidades, onde vínculos mais estreitos e fraternos sejam estabelecidos, superando toda forma de isolamento e anonimato.

Urge que passemos de uma pastoral de conversão para uma pastoral decididamente missionária; de uma pastoral estática para uma pastoral extática, colocando-se a serviço da vida plena para todos, a partir do encontro pessoal com Jesus, que traz um novo horizonte e um novo sentido para a própria existência de quem O encontrou.

Por este viés caminhou a reflexão: como ser uma Igreja urbana, e fazer de toda a ação eclesial na cidade uma ação evangelizadora urbana, porque a cidade é, de fato, um campo prioritário para a vida e a missão da Igreja, a partir dos subsídios apresentados, e do livro do assessor (Dios vive em la ciudade. Hacia uma nueva pastoral urbana a la luz de Aparecida y del proyeto missioneiro de Francisco – Buenos Aires – Ágape, 3.a Edición corregida y aumentada, 2014).

Como Igreja que somos, presentes na cidade, atentos aos clamores que sobem aos céus, não podemos nos acomodar, mas nos incomodar, com as sombras que pairam sobre a cidade, e ser presença iluminadora, como nos diz o Senhor, confiantes de que o Espírito Santo nos acompanha em nossa missão, para que vejamos Deus presente na cidade, ora com belos traços, ora nem tanto assim, porque há desfigurados, maltratados, maltrapilhos, nas ruas e praças, e em outros tantos lugares.

Continuemos, portanto, empenhados pela defesa da vida na cidade, em todos os aspectos, desde a concepção até seu declínio natural, eis a nossa missão e desafio, afinal Deus vive na cidade, e está presente em cada um que nela habita; como também na promoção da vida daqueles que nela moram, preservando a casa comum na qual todos moramos.

Em poucas palavras...

                                                 


“A Igreja é, por sua própria natureza, missionária...”

“«Consumada a obra que o Pai confiou ao Filho para cumprir na terra, no dia de Pentecostes foi enviado o Espírito Santo para que santificasse continuamente a Igreja» (LG 4).

Foi então que «a Igreja foi publicamente manifestada diante duma grande multidão» e «teve o seu início a difusão do Evangelho entre os gentios, por meio da pregação» (AG 4).

Porque é «convocação» de todos os homens à salvação, a Igreja é, por sua própria natureza, missionária, enviada por Cristo a todas as nações, para de todas fazer discípulos (Mt 28,19-20; AG 2,5-6).” (1)

 

(1)Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n.767

Vocação é graça e missão

                                                


Vocação é graça e missão
 
“Corações ardentes, pés a caminho”
(Cf. Lc 24,13-35)
 
Com Ele, vivamos.
Corações ardentes,
Olhos iluminados,
Pés a caminho.
 
Não permitir que frio, fique o coração,
Quando tudo parece perder real sentido,
Nem sonhos, nem esperanças sobrevividas,
Como que tudo a cinzas para sempre reduzidas.
 
Somente se d’Ele Palavra no caminho ouvida,
Possibilitando vislumbrar novos horizontes,
E para a vida, com o divino encontro, um novo sentido,
Inflamado o coração, forças revigoradas na Divina Fonte.
 
Corações ardentes, tão somente
Quando Sua Palavra é ouvida,
No mais profundo do coração,
Acolhida, acreditada, vivida.
 
Não permitir que os olhos percam o brilho,
Ainda que os fatos os queiram ofuscar,
É preciso n’Ele, a Luz que não se apaga,
Incansavelmente, e a cada instante confiar.
 
Com Ele, podemos sempre contar,
E o colírio da fé jamais há de nos faltar,
Para um olhar que transcenda o ilusório,
Olhar que ultrapassa o aparente e transitório.
 
Olhos que se abrem no partir do Pão,
Gesto que se repete em cada Eucaristia.
Pão partilhado, Sua Real presença,
Que nos alimenta e renova forças e alegria.
 
Não permitir que os pés se cansem no caminho,
Subindo montanhas, atravessando vales e campinas,
Confiantes que jamais nos faltará a Sua presença
Contemplada desde sempre na suave brisa divina.
 
Viver a graça da sinodalidade, como Igreja que somos,
Caminhar sempre juntos para mais longe chegar,
Com renúncias e sacrifícios necessários,
Sonhos e utopias que nos movem, compartilhar.
 
Pés a caminho, sem jamais desistir.
Quedas e cansaços inevitáveis, mas
Com a força da oração e da Eucaristia, e a
Presença da Estrela da Evangelização: Maria. Amém. 

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG