domingo, 11 de maio de 2025

Simplesmente creia... (IVDTPC)

                                                             

Simplesmente creia...
 “Eu sou o Bom Pastor,
as ovelhas conhecem minha voz!”

Creia, simplesmente creia!
Sou Teu Divino Pastor,
Te amo, te quero e te cuido.
Venha a mim com o Pai e o Espírito,
És para nós mais que precioso,

Creia, simplesmente creia!
Não te entregues, resista,
Conheço tuas fraquezas,
Conheço o meu rebanho...

Creia, simplesmente creia!
Escute minha voz,
Confie em minha Palavra
Experimente minha fortaleza,
Sou todo teu, Sou puro Amor.

Creia, simplesmente creia!
Conheço teus pensamentos,
Acompanhei tuas quedas,
Doem-me tuas feridas,
Quero curá-las!

Creia, simplesmente creia!
Sei das fraturas de tua alma,
Quero enfaixá-las!
Revigorar-te, fortalecer-te,
Reerguer-te, pôr-te a caminho.

Creia, simplesmente creia!
Nada pode me fazer desistir
De te amar e te curar,
Nada pode me fazer de ti esquecer,
Estás em meu coração,
Ofereço-te vida,
Alegria, paz e Salvação.

Creia, simplesmente creia!
Venha a mim com o Pai e o Espírito,
És para nós mais que precioso.

A voz do Bom Pastor (IVDTP)

                                                               

A voz do Bom Pastor

“Eu sou o Bom Pastor. Conheço as minhas ovelhas,
e elas me conhecem,  assim como o Pai me conhece
e Eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas.”
(Jo 10, 14-15)

Com a Liturgia do 4º Domingo da Páscoa (ano B), celebramos o dia do Bom Pastor, que é Jesus Cristo, como vemos evocado pelo Profeta Ezequiel (Ez 34).

Na passagem da primeira Leitura (At 4, 8-12), os discípulos são testemunhas do Ressuscitado, com o selo do Espírito Santo, que garante o êxito no aparente fracasso da Cruz por Jesus proposto, de modo que nada pode calar nem parar a missão da Igreja, porque o Espírito Santo está com ela, e é Ele quem anima nessa missão e dá coragem para o enfrentamento das oposições pelas forças de opressão que recusam esta Proposta.

É missão da Igreja comunicar ao mundo a Salvação que vem somente de Jesus, cabe aos discípulos levar esta Proposta libertadora a todos.

Jesus é a pedra base deste Projeto de vida nova e plena, e os discípulos são testemunhas desta salvação que Ele vem nos oferecer.

Há muito que ser feito ainda para que a Boa-Nova do Reino seja anunciada e vejamos sinais de uma nova realidade, porque ainda vemos genocídios, atos bárbaros de terrorismo, guerras religiosas, o avassalador capitalismo selvagem e suas vítimas multiplicadas.

Assim como foi com Pedro, hoje a Igreja precisa ter um anúncio corajoso e coerente, acompanhado do testemunho, confiante na presença do Espírito de Jesus Ressuscitado, e assim, nos momentos de crise, desânimo ou frustração, tomar consciência desta presença amorosa, que renova a nossa esperança para o necessário testemunho da fé n’Ele.

Com a passagem da segunda Leitura (1Jo 3,1-2), refletimos sobre nossa filiação divina e a exigência, portanto, de viver conforme esta filiação: uma vida cristã autêntica, marcada pela vivência dos Mandamentos divinos, em esforço contínuo na procura da perfeita coerência entre o que se crê e o que se vive.

Refletimos sobre a bondade, a ternura, a misericórdia e o amor que Deus tem para conosco, e a possibilidade de alcançarmos a vida eterna, contemplando a face de Deus: para alcançar a meta da vida definitiva, é preciso escutar o chamamento de Deus, acolhendo o dom que Ele nos oferece, e vivendo de acordo com a vida nova proposta.

Na passagem do Evangelho (Jo 10,11-18), temos a apresentação de Jesus como o Bom Pastor, num contexto de polêmica entre Jesus e alguns líderes judaicos (principalmente os fariseus):

“Jesus denuncia a forma como esses líderes tratam o povo: eles estão apenas interessados em proteger os seus interesses pessoais e usam o povo em benefício próprio: são, pois ‘ladrões e salteadores’ (Jo 10,1.8.10) que se apossam de algo que não lhes pertence e roubam ao seu povo qualquer possibilidade de vida e de libertação”. (1)

Jesus, ao contrário dos líderes de Seu tempo, é um Pastor diferente e único: ama e entrega Sua vida por amor ao rebanho, generosamente.

As ovelhas somos nós, que experimentamos este amor destinado a todos universalmente e incondicionalmente. Este amor nos faz semelhante a Deus, pois, quando amamos, nos assemelhamos a Deus, porque Deus é amor.

Jesus, o Bom Pastor, conhece a cada um de nós, conhece e nos chama pelo nome. Conhece nossos medos, angústias e frustrações. Cuida de cada um de nós com admirável e indizível amor. 

Jesus é o Bom Pastor do rebanho porque  "Ele não está apenas interessado em cumprir o contrato, mas em fazer com que as ovelhas tenham vida e se sintam felizes. A Sua prioridade é o bem das ovelhas que lhe foram confiadas. Por isso, Ele arrisca tudo em benefício do rebanho e está até, disposto a dar a própria vida por essas ovelhas que ama. N’Ele as ovelhas podem confiar, pois sabem que Ele não defende interesses pessoais, mas os interesses de Seu rebanho” (2).

Nosso Pastor por excelência é Jesus Cristo, mas precisamos ter cuidado com outros “pastores”, que nos arrastam e condicionam nossas escolhas.

Reflitamos:

- O que nos conduz e condiciona as nossas opções?
- Jesus Cristo é de fato o nosso Bom Pastor?
- Conhecemos e somos atentos à voz do Bom Pastor?


A Liturgia do Bom Pastor é propícia para rezarmos a Jesus, o Bom Pastor, para que nos envie pastores segundo o Seu coração; que sejam Seus imitadores, em absoluta e incondicional fidelidade, com mesmos pensamentos e sentimentos.

Rezemos pelo Papa e por todos aqueles que conduzem a Igreja, para que, conduzidos pelo Espírito, sejam para o rebanho a Voz do Bom Pastor, e também para que o rebanho não se perca por falta de pastores, ouvindo Sua Voz e procurando viver no zelo e fidelidade ao Senhor: 

“A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua messe (Lc 10, 2).

Renovemos a alegria de pertencermos ao rebanho do Senhor, pois Ele nos conduz aos verdes prados e água cristalina, pois Deus nos ama e quer sempre o melhor para nós. Entretanto, Ele também quer o melhor de nós, pois nos ofereceu, por amor, o que de melhor possuía: Seu próprio Filho, que do Pai nos enviou o Espírito, para que órfãos e abandonados não ficássemos, e amados nos sintamos e para sempre o sejamos.

Atentos ao apelo do Papa, construamos uma Igreja em saída, ao encontro das ovelhas feridas e distantes, que ainda não tiveram a graça de ouvir a Palavra do Bom Pastor e de Sua Igreja:

Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil: também a elas devo conduzir; elas escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só Pastor.” (Jo 10, 16)

Que a Voz do Bom Pastor, a Voz do Amado, penetre nossos ouvidos e alcance as entranhas de nosso coração, para que jamais nos afastemos de Seu rebanho.


Servidores zelosos do rebanho (IVDTP)

                                                                   

Servidores zelosos do rebanho

O Missal Dominical nos oferece uma rica reflexão sobre a missão dos Pastores da Igreja, e os apresenta como guias do povo, colocados à sua frente para conduzir o rebanho, com solicitude e humildade, como servos e não como senhores do mesmo.

“Falar hoje dos ‘pastores’ da Igreja não é fácil, devido às incrustações históricas que deformaram as perspectivas e as mentalidades, mesmo entre os fiéis. Restituir aos pastores e a suas funções na Igreja a verdade e a autenticidade é tarefa urgente hoje.

O Papa, pastor supremo, ainda é visto em muitos ambientes como um chefe político, um diplomata, a expressão de um monolitismo e de um absolutismo ultrapassados. Importa apresentá-lo como o centro de unidade e coesão da Igreja, o que realmente é.

O Bispo não é um solene dignitário, um alto funcionário do espírito, distante e separado do seu rebanho; é o centro de unidade da Igreja local, o mestre e pai da família diocesana.

O Pároco e os Sacerdotes empenhados no ministério pastoral não são burocratas e funcionários a quem nos dirigimos para pôr em dia as nossas ‘práticas’, não são altas personagens a quem se recorre para obter cartas de recomendação, nem distribuidores de esmolas ou de Sacramentos. São acima de tudo ‘pastores' totalmente dedicados a seu povo, a quem servem com amor, respeito e dedicação total.

Delegada a alguns homens, a autoridade na Igreja não pode ser mais do que o sinal do governo do Senhor: não é absoluta; é uma autoridade que está em relação com o Cristo Ressuscitado. A obediência do cristão é uma obediência de fé, oferecida ao Senhor, reconhecido nos sinais vivos, isto e, nas pessoas que dirigem a Igreja. (1)

Celebrando o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, elevemos orações pelo Papa Francisco, para que continue conduzindo com alegria e simplicidade a Igreja, como sinal do Bom Pastor, fortalecendo os vínculos de unidade.

Orações sejam elevadas pelos Bispos, para que, como mestres e pais das famílias diocesanas, cumpram com ardor e zelo o tríplice múnus de santificar, ensinar e governar a Igreja Particular a eles confiada.

Também, por todos os Párocos e Vigários Paroquiais, para que inseridos na Pastoral de Conjunto, vivam a fraternidade Presbiteral, inflamados pelo fogo do Espírito, com simplicidade de coração, em zelosa caridade pastoral frente às paróquias, comunidades de comunidades, a eles confiadas.

Enfim, sendo nossas comunidades conduzidas por zelosas sentinelas do Senhor, pastores e guias do rebanho, tenhamos crescente configuração ao Cristo Bom Pastor, que veio dar a vida pelo rebanho, para que todos tenham vida plenamente.

Deste modo, construiremos comunidades mais perseverantes na Doutrina dos Apóstolos, na Comunhão Fraterna, na Fração do Pão e na Oração.

Pai Nosso que estais nos céus...

(1) Missal Dominical - Editora Paulus - pág. 376.

Comprometidos com o Bom Pastor (IVDTP)

                                                                  



Comprometidos com o Bom Pastor
Somente n’Ele está a nossa Salvação!

A fé e a razão no coração e na
mente das “ovelhas” do Bom Pastor...

O Missal Dominical nos propõe, para o Domingo do Bom Pastor, uma reflexão, que tem como título e fio condutor: “Somente no nome de Jesus Cristo está a nossa Salvação”:

“O mediador único da Salvação é Jesus de Nazaré. Todos os outros títulos só servem para qualificar o Nome de Jesus, "Deus salva". Deus salva a humanidade no homem Jesus, em quem Se encontram a total disponibilidade e fidelidade da criatura com a "benevolência" e o Amor do Criador e Pai.

A pessoa (o nome) do Homem-Deus, perfeito acabamento da salvação, traz em Si o apelo à plenitude de vida e de amor que todo homem deseja, e a resposta, isto é, o cumprimento. [...]

A exigência da "Salvação" se faz sentir hoje com urgência em toda a nossa civilização. Depois dos otimismos exuberantes do século passado, que viam na ciência, então em seus primeiros passos, uma promessa de Salvação para todos os males do homem, nossos contemporâneos se tornaram mais cautelosos. 

A ciência como, aliás, todas as realidades humanas, revelaram sua face ambígua. Ainda hoje existem os que esperam a salvação da ciência, da economia, da técnica, da projeção estatística e da "futurologia". Mas seu número é cada vez mais escasso, seu otimismo cada vez mais condicionado.

Todos os humanismos ateus insistem unicamente no homem e em seu esforço por obter a salvação. Mas sua atitude termina em dois estados de espírito: a presunção ou o desespero. 

A presunção de Prometeu, que escala os céus e desafia os deuses, arrebatando-lhes o fogo sagrado. O desespero de Sísifo, que considera inútil sua longa fadiga, vão seu esforço. E então se esgota num cinismo cético e pessimista, renunciando à esperança.  [...]

O cristão sabe que só há Salvação em Cristo. Ele é o único Salvador. Em nenhum outro e em nada mais há Salvação: nem na ciência nem na técnica, na economia ou na arte. Somente em Cristo.  E não é uma Salvação parcial, puramente "espiritual". Atinge o homem em sua, globalidade, liberta-o e o salva interiormente para que se possa libertar e salvar também em todas as outras dimensões de seu ser, individual e social.

Salvação do homem todo. Salvação de todos os homens. Salvação que tem sua garantia de êxito na Páscoa do Senhor. O Vaticano II diz que os sacerdotes, para iniciar o povo na vivência do Mistério Pascal de Cristo, devem aprender a procurá-lo na meditação fiel da Palavra de Deus, na participação ativa dos Mistérios da Igreja, no bispo e especialmente nos pobres, pequeninos, enfermos, pecadores e incrédulos”

Mais uma vez aparece a clara relação que deve existir entre a fé e a razão. Uma não pode prescindir da outra.

Jamais a Igreja negou a contribuição das ciências para responder os apelos, desafios, limites da condição humana; para superação de obstáculos, que roubam a beleza e a dignidade da vida.

Nada enriquecedor para o desenvolvimento da História, que Deus começou a escrever desde o Éden até a Jerusalém Celeste, que tanto desejamos, o ignorar da ciência.

Do mesmo modo, nada enriquecedor será a idolatria à ciência, do saber, prescindindo do Absoluto, do Princípio e Fim da História e da Humanidade:  Jesus Cristo. Ele é, de fato, a nossa Salvação; somente em Seu Nome está a nossa Salvação.

Nisto consiste contemplarmos Jesus Cristo como o Bom Pastor, que dá a vida pelo Seu rebanho. O Bom Pastor não Se alegra com um rebanho sem vida.

Não tenho dúvida de que, como discípulos do Bom Pastor, devemos desenvolver todo saber técnico, científico, para tornar a vida mais bela, mais conforme os desígnios divinos.

Cada vez mais olhar para o Paraíso, não com olhares nostálgicos, mas com olhar de esperança e compromisso de um novo tempo, de um novo céu e nova terra: “Não tenhamos saudades do Paraíso, mas compromissos múltiplos e incansáveis com ele”.

Não sejamos discípulos de Prometeu, não mergulhemos no desespero “prometeico”, que nos condenaria à presunção. Não temos porque escalar os céus e desafiar a Deus, roubando-lhe o “fogo”.

Somos criaturas, Ele o Criador. A nós cabe, com Ele e por Ele, fazer mais bela a vida, como co-criadores, prolongando a Obra da Criação que foi iniciada, mas jamais concluída.

Está em nossas mãos recriar o mundo ou destruí-lo. Amar a vida, desde sua concepção até seu declínio, ou violá-la, maculá-la, fragilizá-la, vilipendiá-la.  Estão em nossas mãos, mente e coração, o livre arbítrio e o sadio uso da razão.

Não sejamos discípulos de Sísifo, não mergulhemos no desespero “sísifico”, vendo o trabalho como algo enfadonho, como se nada do que é feito trouxesse resposta aos anseios humanos; seria a própria morte da esperança, uma vida sem horizontes e sem sentido.

Que neste Tempo Pascal, sob a luz e ação do Espírito, fonte da Divina Sabedoria, tenhamos sede do saber, mas tenhamos também a sede de uma fé mais concreta, sólida, edificante, frutuosa.

Razão e fé, em sábia e sadia relação, nos farão mais Pascais, mais autênticas testemunhas do Cristo Ressuscitado, pois somente n'Ele a nossa Salvação.

Urge que a Palavra de Deus continue a arder em nosso coração, que não sejamos lentos de inteligência para compreensão dos Mistérios de Deus, e que nossos olhos se abram, em cada Banquete Eucarístico, para ver a proximidade do outro, a proximidade do Reino.

Façamos também de cada Encontro Eucarístico, um encontro com o Senhor. Que Sua Palavra e em Sua Presença, Viva e verdadeira, na Eucaristia, nos façam mais eucarísticos. E, assim, sigamos “eucaristizando” o mundo, na mais bela e perfeita Comunhão das Mesas: da Palavra, da Eucaristia e do cotidiano. Aleluia! 

O rosto do Deus Pastor (IVDTP)

                                                           

O rosto do Deus Pastor

Contemplemos o rosto do Deus Pastor:

O caminho da vida é longo e repleto de insídias, assemelha-se, por vezes a um 'vale escuro'. Eis então que aparece um outro rosto de Deus, mais frequente e familiar aos homens do Antigo Testamento e da Bíblia, profundamente abrangente também para nós hoje:  é o rosto do Deus Pastor.

O Senhor guia-nos, assiste-nos no fatigante caminho da vida, conduz-nos para verdes prados, para águas refrescantes, reza o salmista/orante (Sl 23), exprimindo a sua firme confiança na atuação de Javé em seu favor”. (1)

Insídias, armadilhas, ciladas, ou dito de outra forma, nós a serem desatados, caminhos obscuros a serem percorridos, em meio às incertezas e inquietações próprias do existir, fazem parte do enredo da vida de cada um.

É no viver este enredo, no desfazer dos nós, enfrentando situações adversas e aparentemente intransponíveis que, com a graça de Deus e com o Amor do Deus Pastor, não sucumbimos nem entregamos os pontos.

Deus Bom Pastor nos ilumina com Sua Palavra, a Sagrada Escritura, e nos sacia e nos revigora com o Corpo e Sangue presentes na Eucaristia, real presença de Deus que Se faz Verdadeira Comida e Verdadeira Bebida.

Como é bom saber que Deus nos conduz para águas tranquilas, verdes pastagens, como tão bem expressou o Salmista, e com ele rezamos.

Da mesma fora, que a luz de Deus irradia mais forte, quanto mais escuro for o vale por que passamos.

Bem se diz que, no auge da noite, começa a brilhar a luz de um novo dia.

Que a Luz de Deus continue iluminando nossos caminhos, e continuemos experimentando a força da Palavra divina, que nos liberta de todas as amarras, ciladas e insídias.

Rezemos o Salmo 91, que nos coloca em total confiança em Deus, que jamais nos desampara, jamais deixa de voltar Seu Rosto de Amor para nós, porque estamos para sempre em Seu Coração.

É próprio do Amor de Deus carregar-nos em Seu Coração, Fornalha ardente de Amor. 

Que seja próprio também a cada um de nós sentir e corresponder a este amor, testemunhando ao mundo a força inovadora deste amor, revelando a verdadeira face de Deus Pastor, um Deus de Amor.


(1) Lecionário Comentado - Editora Paulus - Lisboa - Pág. 772.

“Morramos...” (IVDTP)

                                                          

  “Morramos...” 

Morramos como grãos de trigo no campo da Igreja...
Morramos como grãos de trigo...
Morramos...

Sejamos enriquecidos por esta reflexão que o Missal Dominical nos oferece para aprofundamento da Liturgia do IV Domingo da Páscoa, Dia do Bom Pastor:

“Cabe aqui uma consideração a respeito do rebanho, isto é, da comunidade e de cada um dos que creem; não devem eles unicamente ser exigentes com seus pastores, como magistério, com a Igreja como instituição (o que corresponde à correção fraterna); devem também sentir e manifestar-lhes seu profundo amor, impregnado de franqueza, caridade e obediência.

Ao lado do Espírito de crítica e de rebelião, que grassa mesmo no seio da Igreja, não faltam os testemunhos. O cardeal Newman, que se tornou católico por devoção à Igreja, vê-se, em certo momento, impedido de trabalhar pela própria Igreja.

Menosprezado pelos protestantes, mal interpretado por muitos católicos, olhado com desconfiança por certos bispos, suspeito de heresia, carregou sua cruz com paciência heroica, até o momento em que pôde retomar a atividade apostólica que era o objetivo de sua vida.

"Será necessário superarmos a nós mesmos, morrendo como grãozinhos de trigo no campo da Igreja, em lugar de morrermos como revolucionários diante de suas portas" (K. Rahner).

São exaltados, na reflexão, o valor e a beleza da exigência e da criticidade para com os pastores que cuidam do rebanho, mas também exaltadas as atitudes que devem impregnar a vida do rebanho, como o amor, a franqueza, a caridade e a obediência.

A criticidade e a exigência para com os pastores serão sempre bem-vindas, mas feitas com caridade e numa relação de lealdade e transparência. A mesma postura também será exigida dos pastores em relação ao rebanho, sem a qual, não serão ouvidos, e se ouvidos, o serão pelo medo e não pela relação de amor, maturidade e fraternidade que deve construir com o rebanho.

Atitudes que devem ser vividas também entre o próprio rebanho; entre aqueles que conduzem as Pastorais, quer coordenando, quer coordenados...

A ausência destas atitudes, a saber: criticidade com caridade, lealdade acompanhada da caridade, obediência acompanhada do desejo de se colocar no caminho do crescimento e amadurecimento, muitas vezes leva ao desânimo, afastamento, esfriamento, esmorecimento, cansaço, falta de horizontes, desculpas multiplicadas, forças subtraídas, experiências negativadas somadas, comunidade dividida: falta da liberdade nas coisas possíveis, enfraquecimento da unidade necessária, e esfriamento da caridade que, acima de tudo, há de sempre estar...

Deste modo, a afirmação de K. Rahner é providencialíssima e oportuna:

"Será necessário superarmos a nós mesmos, morrendo como grãozinhos de trigo no campo da Igreja, em lugar de morrermos como revolucionários diante de suas portas".

Bem sabemos que nossa Igreja é santa e pecadora. Por isto iniciamos a Santa Missa confessando nossos pecados diante da misericórdia de Deus e também reconhecemos nossas limitações e imperfeições ao rezar o Prefácio da Oração Eucarística V:

“E a nós, que agora estamos reunidos e somos povo santo e pecador, dai força para construirmos juntos o Vosso Reino que também é nosso”.

Na fidelidade ao Cristo Bom Pastor, renovemos a alegria de pertencermos a Igreja e façamos nossa declaração de amor a Jesus, que nos confiou o cuidado do Seu rebanho, ainda que não mereçamos.

Jamais nos extraviemos do rebanho. Importa darmos o melhor de nós, para que nenhuma ovelha se perca, e também saibamos ir ao encontro das ovelhas extraviadas.

Não nos acomodemos por sermos e pertencermos ao rebanho, pois seremos cobrados por aquela que se extraviou e que o Senhor jamais se esqueceu ou desprezou, conforme vemos na Parábola da Misericórdia (Lc 15).

Dai-nos Senhor a docilidade necessária.
Afastai de nós toda rebeldia inútil e estéril.
Fazei-nos membros apaixonados e vivos do
Seu amado e querido rebanho. 

Morramos como grãos de trigo no campo da Igreja,
Morramos como grãos de trigo.
Morramos!

Fecundemos um mundo novo!
Semeemos o essencial: amor, verdade, justiça, liberdade...
Frutifiquemos! Glorifiquemos! Ressuscitemos!

Amemos e sigamos o Bom Pastor, por amor a Ele, 
amando Sua Igreja.

Eis a grande revolução:
Amar e um mundo novo construir,
gerado pelo e no Coração que nos acolheu,
fez-nos nascer e nos alimentou.
Amém. Aleluia!

Servos do Bom Pastor (IVDTP)

                                                                 

Servos do Bom Pastor

Há sempre a necessidade de bons pastores que amem a Jesus Cristo, o “Pastor dos pastores” com “cheiro das ovelhas”, como expressou recentemente o Papa Francisco.

Enriquecedora para nós é a reflexão de Dom Vital Corbellini, bispo de Marabá - PA, a partir da “Regra Pastoral do Papa São Gregório” (séc. VI).

Apresenta-nos os requisitos para um pastor de almas, e também sobre a existência e a importância do pastor para a vida do mesmo rebanho a ele confiado.

Ofereço alguns aspectos desta reflexão, que muito nos ajuda, quer como pastor do rebanho ou como membro deste:

1 – O pastor tem a arte de cuidar das almas a ele confiadas, sendo o governo das almas a arte das artes, não possibilitando ao pastor a displicência ou a improvisação como expressão da falta do zelo pelo rebanho.

2 – O pastoreio não pode ser cumprido como expressão de honra humana. O pastoreio deve ser exercido com humildade e ardor, sem o que o incapacita para a acolhida e exercício da missão como serviço.

3 – O pastor deve se ocupar com as almas, com as pessoas em sua totalidade, sem se desviar do fundamental, zelando pelo bem do rebanho conduzindo-o à glória de Deus.

4 – O pastor deve tomar cuidado para não incorrer num ativismo estéril e, consequentemente, no descuido do rebanho.

5 – O pastor tem o poder a ele confiado não para transformá-lo em exaltação própria, mas expressar este poder em atitudes de serviço, como discípulo de Jesus, o Servo por excelência.

6 – O pastor precisa ter um amor preferencial para com Jesus: amar mais a Jesus que a si mesmo, para que assim se doe alegremente pelo rebanho. Somente o amor verdadeiro do pastor para com Jesus Cristo levará o rebanho ao mesmo amor.

7 – O pastor deve, pelo seu comportamento, ser exemplo para o rebanho, de forma integral, num constante empenho pessoal.

8 – O pastor tem para com o rebanho o sentimento de compaixão, não deixando de lado a contemplação. Conciliando a compaixão e a contemplação, cuidará melhor do rebanho em todos os aspectos. Aproximando-se das fraquezas dos outros, não deixará de lado as aspirações celestiais, as coisas do alto, como tão bem expressou o Apóstolo Paulo.

9 – O pastor é, portanto, o homem da caridade, elevando às alturas seu rebanho, no exercício da misericórdia para com os que sofrem.

10 – O pastor é um humilde aliado aos que fazem o bem, no zelo de justiça, mas inflexível contra os vícios dos pecadores.

11 – O pastor, por palavras e ações, testemunha os valores da verdade, da justiça e do amor.

12 – O pastor é vigilante na espera do Senhor que vem (Lc 21,34-35), fervoroso no cuidado dos interesses espirituais dos seus fiéis (interiores e exteriores).

13 – O pastor sabe com o que se ocupar (2 Cor 6): as coisas verdadeiras e santas, e não com atividades que impeçam a vivência da vocação e a santidade de vida.

Mas o fundamental, ressalte-se, é que o pastor tenha um grande amor por Jesus, ao Reino por Ele inaugurado, e, como zelosa sentinela, o cuidado do Rebanho..

Oportunas as palavras conclusivas de Dom Vital:
“O mundo necessita de pastores atentos aos sinais de Deus que se revelam nas pessoas, nos acontecimentos eclesiais e sociais. O pastoreio deve ser guardado por pastores que O amam, O anunciam para os outros e dão a vida como Jesus Cristo fez por toda a humanidade.”

E, para a continuidade da reflexão, proponho a retomada de três textos bíblicos: Ez 34; Jo 21, 1-19; 1 Pd 5, 1-11.

Elevemos Orações:
- pelos que já combateram o bom combate da fé, como pastores do rebanho, e que hoje se encontram na glória de Deus.

- por aqueles que, apesar das fragilidades, se empenham em viver santos propósitos.

- por aqueles que estão a caminho, que um dia serão ordenados e colocados à frente do rebanho.

Pai Nosso que estais nos céus...

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