domingo, 4 de maio de 2025

A Água do Batismo e as lágrimas da Penitência (18/09)

                                                       

A Água do Batismo e as lágrimas da Penitência

Vejamos o que nos diz o Catecismo da Igreja sobre a conversão e as duas águas da Igreja: a água do Batismo e as lágrimas da penitência:

“Ora, o apelo de Cristo à conversão continua a fazer-se ouvir na vida dos cristãos.

Esta segunda conversão é uma tarefa ininterrupta para toda a Igreja, que «contém pecadores no seu seio» e que é, «ao mesmo tempo, santa e necessitada de purificação, prosseguindo constantemente no seu esforço de penitência e de renovação».

Este esforço de conversão não é somente obra humana. É o movimento do «coração contrito» atraído e movido pela graça  para responder ao Amor misericordioso de Deus, que nos amou primeiro.

Testemunho disto mesmo, é a conversão de Pedro, depois de três vezes ter negado o Seu Mestre. O olhar infinitamente misericordioso de Jesus provoca-lhe lágrimas de arrependimento e, depois da Ressurreição do Senhor, a tríplice afirmação do seu amor para com Ele.

A segunda conversão tem, também, uma dimensão comunitária. Isto aparece no apelo dirigido pelo Senhor a uma Igreja inteira: «Arrepende-te!» (Ap 2, 5-16).

Santo Ambrósio diz, a respeito das duas conversões que, na Igreja, «existem a água e as lágrimas: a Água do Batismo e as lágrimas da Penitência»” .(CIC 1428-1429)

A Água de todas as águas: a Água do Batismo! A mesma que jorrou do lado aberto do Senhor, no alto da Cruz, por Amor de nós crucificado, como tão bem expressou o Evangelista João:

“Deus amou tanto o mundo que entregou o Seu Filho único, para que todo o que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).

O mesmo Evangelista também nos fala da água que jorrou do seu lado, quando narra a Paixão e Morte do Senhor:

Mas um dos soldados, traspassou-lhe o lado com a lança e imediatamente saiu Sangue e Água” (Jo 19,34).

A primeira Água é aquela na qual fomos submersos, para que, morrendo para o pecado, vivamos para Deus (Rm 6,1-11).

E, como batizados, para testemunharmos a vida nova que o Senhor nos alcançou – “Ele que foi manifestado na Carne, justificado no Espírito, aparecido aos anjos, proclamado às nações, acreditado no mundo, exaltado na glória” (1 Tm 3,16).

Há a água da penitência, que a pecadora derrama copiosamente nos pés de Jesus, banhando-os com perfume, secando-os com seus cabelos, e cobrindo-os de beijos (Lc 7,36-50). 

Jesus soube tornar puros as lágrimas e os beijos da pecadora, porque todos somos pecadores e precisamos derramar esta segunda água  em atitude de penitência, reconhecedores de nossa finitude, limitações, miséria, curvando-nos aos pés do Senhor, rico em misericórdia, para que por Ele, amados sejamos, perdoados também e vida nova encontremos.

Amados e perdoados, tão somente assim, podemos também amar e perdoar. E só podemos amar e perdoar, porque o Senhor nos amou e nos perdoou primeiramente.

Em poucas palavras... (IIIDTPC)

 


Liturgias terrestre e celeste

«Na liturgia da terra, participamos, saboreando-a de antemão, na liturgia celeste, celebrada na cidade santa de Jerusalém, para a qual nos dirigimos como peregrinos e onde Cristo está sentado à direita de Deus, como ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo; com todo o exército da milícia celestial, cantamos ao Senhor um hino de glória; venerando a memória dos santos, esperamos ter alguma parte e comunhão com eles; e aguardamos o Salvador, nosso Senhor Jesus Cristo, até que Ele apareça como nossa vida e também nós apareçamos com Ele na glória» (1).

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 1090 – citação da SC 8 e LG 50.

Rezando com os Salmos - Sl 37 (38)

 


Vinde em nosso socorro, ó Deus!

“1 Ao maestro do coro, Salmo de Davi.
–2 Repreendei-me, Senhor, mas sem ira;
 corrigi-me, mas não com furor!
–3 Vossas flechas em mim penetraram;
vossa mão se abateu sobre mim.
–4 Nada resta de são no meu corpo,
pois com muito rigor me tratastes!

– Não há parte sadia em meus ossos,
pois pequei contra Vós, ó Senhor!
–5 Meus pecados me afogam e esmagam,
como um fardo pesado me oprimem.

–6 Cheiram mal e supuram minhas chagas
por motivo de minhas loucuras.
–7 Ando triste, abatido, encurvado,
todo o dia afogado em tristeza.

–8 As entranhas me ardem de febre,
já não há parte sã no meu corpo.
–9 Meu coração grita e geme de dor,
esmagado e humilhado demais.

–10 Conheceis meu desejo, Senhor,
meus gemidos Vos são manifestos;
=11 bate rápido o meu coração,
minhas forças estão me deixando,
e sem luz os meus olhos se apagam.

=12 Companheiros e amigos se afastam,
fogem longe das minhas feridas;
meus parentes mantêm-se à distância.
–13 Armam laços os meus inimigos,
que procuram tirar minha vida;
– os que buscam matar-me ameaçam
e maquinam traições todo o dia.

–14 Eu me faço de surdo e não ouço,
eu me faço de mudo e não falo;
–15 semelhante a alguém que não ouve
e não tem a resposta em sua boca.

–16 Mas, em Vós, ó Senhor, eu confio,
e ouvireis meu lamento, ó meu Deus!
–17 Pois rezei: ‘Que não zombem de mim,
nem se riam, se os pés me vacilam!’

–18 Ó Senhor, estou quase caindo,
minha dor não me larga um momento!
–19 Sim, confesso, Senhor, minha culpa:
meu pecado me aflige e atormenta.

=20 São bem fortes os meus adversários
que me vêm atacar sem razão;
quantos há que sem causa me odeiam!
–21 Eles pagam o bem com o mal,
porque busco o bem, me perseguem.

–22 Não deixeis vosso servo sozinho,
ó meu Deus, ficai perto de mim!
–23 Vinde logo trazer-me socorro,
porque sois para mim Salvação!” 

O Salmo 37(38) é uma súplica de um pecador em extremo perigo.

Trata-se de um Salmo penitencial: conforme a mentalidade da época, um doente reconhece nos sofrimentos o castigo de seu pecado. Com firme esperança no perdão de Deus, implora a Sua misericórdia.”(1)


Na passagem do Evangelho de Lucas, ao descrever a morte do justo, Jesus, que também viveu semelhante realidade, mas não por pecados cometidos, mas por causa de nossos pecados:

“E todos os conhecidos de Jesus, à distância, bem como as mulheres que O seguiam desde a Galileia, estavam observando essas coisas.” (Lc 23,49).

Na saúde ou na doença, na alegria ou na tristeza, mantenhamos incondicional confiança em Deus, que jamais nos desampara.

No Senhor, confiamos e no Senhor refazemos nossas forças, como peregrinos de esperança, sem jamais abandonar o caminho da fé, tampouco abandonar a prática da caridade.

Oremos: 

Vinde em nosso socorro, ó Deus,
Voltai para nós Vosso olhar de amor e ternura.
Em Vós confiamos e nos entregamos com plena confiança,
Na certeza de que jamais seremos desamparados ou derrotados.
Vós sois nossa força, nosso refúgio, nossa fortaleza.
Enviai o Vosso Espírito, para que, nos passos de Vosso Filho,
Firmemos os nossos, até que mereçamos alcançar a glória eterna. Amém.

 

(1) Comentário da Bíblia Edições CNBB – p.759

 


Acolhidos pela Mãe da Piedade



Acolhidos pela Mãe da Piedade

Em 2018, tivemos a graça da Peregrinação das Paróquias da Região Episcopal Nossa Senhora Aparecida – RENSA – ao Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade – Caeté – MG.

Aproximadamente, 1500 peregrinos (padres, religiosos, religiosas, seminaristas, cristãos leigos e leigas), numa alegre, piedosa, frutuosa e orante participação, acompanhada do encontro de irmãos e irmãs de caminhada, num lugar que encanta nossos olhos, enche nosso coração de paz pelas maravilhas criadas pelas mãos divinas, além de sentirmos a presença de nossa Mãe, sob o título de Nossa Senhora da Piedade, Padroeira de Minas Gerais.

Subimos a Serra da Piedade, como que subindo ao Monte Tabor, e contemplamos a face e presença do Senhor, de modo especial, ao lado de Sua amantíssima Mãe.

O ponto ápice da nossa peregrinação foi, indubitavelmente, a Santa Missa, em que a Liturgia do 5º sábado do Tempo da Páscoa nos ofereceu a passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos (At 16,1-10); Salmo 99 e o a passagem do Evangelho de João (Jo 15,18-21).

Na Homilia, destaquei alguns pontos, à luz da Palavra proclamada:

- precisamos ser uma Igreja decididamente missionária, uma Igreja em saída para as periferias existenciais, como tem insistido o Papa Francisco, com a presença e ação do Espírito Santo, revigorando cada dia a nossa fé e fidelidade ao Senhor;

- somos enviados a proclamar a Boa-Nova a todos os povos, em todo o tempo e em todo lugar, pois nisto consiste a missão dos discípulos missionários do Senhor, como nos fala o final da passagem da primeira leitura, em perfeita sintonia com a 5ª Assembleia da Arquidiocese de Belo Horizonte – MG, com seu objetivo maior de proclamar a Palavra oportuna e inoportunamente, à luz da Palavra do Apóstolo Paulo a Timóteo - “prega a Palavra, insiste oportuna e importunamente, repreende, ameaça, exorta com toda paciência e empenho de instrui” (2 Tm 4,2).

Esta missão é possível e necessária, porque o próprio Senhor nos escolheu e nos enviou, como Ele mesmo nos diz na passagem do Evangelho.

Alegremo-nos e exultemos por esta escolha que o Senhor fez, não pelos nossos merecimentos, antes, porque nos ama e em nós depositou Sua confiança.

No entanto, poderemos, a exemplo d’Ele, ser pelo odiados e perseguidos, mas não poderemos jamais temer ou recuar diante dos desafios da evangelização. Assim nos ensinaram os santos e mártires de nossa Igreja. Assim também haveremos de ser e fazer, contando com a presença e ação do Espírito, como amigos do Senhor, na fidelidade ao Projeto do Reino, que o Pai nos confia e nos convida a participar de sua construção.

Após os ritos finais da Santa Missa, tendo ouvido e acolhido a Palavra do Senhor, voltamos para casa renovados, revigorados e motivados a dar continuidade à nossa missão; descemos à planície do cotidiano, para viver a fé, cultivar a esperança, a fim de florescer em frutos Pascais, de quem se move pela caridade, porque amados discípulos do Senhor o somos.

Faça arder nosso coração, abra nossos olhos, Senhor! (IIIDTPA)

Faça arder nosso coração, abra nossos olhos, Senhor!

Que a Boa Nova da Ressurreição de Jesus
seja nossa força na missão: A Ressurreição
de Jesus se descobre caminhando.

A Liturgia do 3º Domingo da Páscoa (Ano A) nos convida a descobrir Cristo vivo, que Se manifesta caminhando com os discípulos, assim como caminha com a humanidade.

Com Sua Palavra, medo, mágoas, tristezas, desânimo são superados, dando lugar à coragem, ao perdão, à alegria, à esperança.

Assim como Sua voz fez arder o coração dos discípulos de Emaús, enquanto lhes falava das Escrituras, também o nosso em cada Eucaristia que participamos e a Palavra de Deus ouvimos.

Do mesmo modo, nossos olhos se abrem ao partir e repartir o Pão, Corpo e Sangue do Senhor, como também o fez com os discípulos, ficando com eles naquele entardecer inesquecível, assim faz conosco em cada Banquete Eucarístico que participamos.

Na passagem da primeira Leitura (At 2,14.22-33) refletimos sobre a identidade da comunidade que testemunha o Ressuscitado: a prática de um amor que se faz dom a Deus e aos irmãos.

É preciso que a comunidade se prepare para dar testemunho de Jesus, em Jerusalém e até os confins do mundo. Encontramos na Leitura o primeiro anúncio de Jesus feito por Pedro (“kerigma") aos habitantes da cidade, e a quantos ali se encontravam.

“Este discurso, colocado na boca de Pedro, não é a reprodução histórica exata de um discurso feito por Pedro junto do cenáculo, no dia da Festa de Pentecostes; mas é um discurso construído pelo autor dos Atos, que reproduz, em parte, a pregação que a primitiva comunidade cristã fazia sobre Jesus” (1)

A mensagem do texto é explícita: Deus Ressuscitou Jesus, não permitiu que Ele fosse derrotado pela morte. De fato, uma vida consumida a serviço do Plano do Pai, em favor da vida da humanidade, conduz, necessariamente, à Ressurreição, à exaltação, à Vida em Plenitude.

Com isto, somos reanimados quando “... nos sentimos desiludidos, decepcionados, fracassados, derrotados, criticados, por gastarmos a vida numa dinâmica de serviço, de entrega, de amor.

Uma vida que se faz dom nunca é um fracasso; uma vida vivida de forma egoísta e autossuficiente, à margem de Deus e dos outros, é que é fracassada, pois não conduz à vida em plenitude”. (2)

De modo que temos que fazer nossa escolha: ou testemunhar o Cristo Ressuscitado ou ceder à proposta do mundo, com valores contrários aos que Jesus apresenta e pelos quais morreu e o Pai O Ressuscitou.

Na passagem da segunda Leitura (1 Pd 1,17-21) refletimos sobre a vida nova que nos vem do Cristo Ressuscitado, que nos comunica a grandeza do Amor de Deus.

É uma forte exortação de confiança, de esperança, de amor e solidariedade, com matizes de alegria, coragem, coerência e fidelidade à opção cristã feita pela comunidade:

“O cristão é, pois, convidado a contemplar o plano de salvação que Deus quer concretizar em favor do homem e que leva Jesus (o Filho de Deus) a morrer na Cruz.

Constatando a grandeza do Amor de Deus e a Sua vontade salvífica, o homem aceita renascer para uma vida nova e santa (mesmo no meio das dificuldades e perseguições). Dessa forma, nascerá um Povo novo, consagrado ao serviço de Deus” (3)

A comunidade tem diante de si um horizonte tenebroso, com massacres, torturas e sofrimentos indizíveis. Fortes hostilidades são enfrentadas pela comunidade, mas ela precisa manter-se fiel a Jesus Cristo Ressuscitado. Olhar para Cristo que passou também pela experiência da Paixão e da Cruz, até alcançar a glória da Ressurreição.

A contemplação do Amor de Deus testemunhada por Jesus Cristo leva a comunidade a uma nova conduta, marcada pela obediência e total fidelidade superando a lógica do egoísmo, amor próprio, e vivendo no amor, entrega e doação, para alcançar a vida em plenitude.

Na passagem do Evangelho (Lc 24, 13-35) contemplamos a presença de Cristo Vivo, Ressuscitado e Vitorioso, que caminha com a comunidade. Enche o coração dos discípulos de esperança, fazendo o mesmo arder, e Se dá a reconhecer na partilha do Pão.

Deus não intervém de forma espetacular, mas no caminhar, no comunicar Sua Palavra e no simples gesto do Partir do Pão (simples e com tons Eucarísticos).

A passagem é uma página verdadeiramente catequética, e não uma reportagem jornalística. O Evangelista quis levar a comunidade à acolhida da Palavra do Ressuscitado, para retomar o caminho com ardor missionário, nutridos pela presença do Ressuscitado, encontrada no Pão Eucarístico, na Ceia piedosa, consciente, ativa e frutuosamente celebrada, como a Igreja nos ensina ao longo dos tempos.

É preciso passar do contexto do fracasso, do desencanto, da frustração para uma nova postura: alegres e corajosos discípulos missionários que encontram e sentem a presença do Ressuscitado caminhando. A fé não permite que haja recuos, desistência da Novidade do Reino por Jesus inaugurado.

O Evangelista dirige sua mensagem à comunidade dos que creem e caminham; pelas dificuldades, desanimados e sem rumo, para que não deixem morrer os sonhos que parecem diluir e desmoronar, diante da realidade monótona, ou hostil, com suas provações e adversidades.

Quando se sente a presença de Jesus, que Se faz companheiro, que caminha junto, que conhece nossas alegrias e tristezas, angústias e esperanças, sentimos que não estamos sós, que Alguém, ainda que não vejamos, conosco caminha, e esta presença se dá desde que Ele nos comunicou, com o Seu Divino Sopro, o Espírito, e nos enviou como Suas testemunhas: ”Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!” (Mc 16,15).

É preciso sempre pôr-se a caminho, com a convicção de que Jesus caminha conosco, ao nosso lado, para que superemos crises, fracassos, desalentos, desânimos.

Reflitamos:

- Qual o lugar da Palavra de Deus em nossa vida?
- Arde nosso coração quando lemos, proclamamos, refletimos, pregamos a Palavra de Deus, sobretudo nas Missas que participamos?

- Nossos olhos se abrem na Partilha do Pão e reconhecemos a presença do Ressuscitado?
- Repetimos este gesto de amor e partilha, com nossos irmãos, no cotidiano?

- Voltar para Emaús e desistir ou voltar para “Jerusalém” e, com coragem, proclamar a Boa Nova da Ressurreição?

- Em nossas Missas, sentimos o que aconteceu com os discípulos de Emaús: arde nosso coração e se abrem nossos olhos?

- Cléofas e outro caminhavam de volta, desanimados, tristes, derrotados. Também já nos sentimos assim na caminhada da comunidade?

Concluindo, vemos que a história dos discípulos de Emaús é a nossa história de cada dia:

“Os nossos olhos fechados que não reconhecem o Ressuscitado... os nossos corações que duvidam, fechados na tristeza... os nossos velhos sonhos vividos com decepção... o nosso caminho, talvez, afastando-se do Ressuscitado...

N’Ele, durante este tempo, ajustemos o Seu passo ao nosso para caminhar junto de nós no caminho da vida.  Há urgência em abrir os nossos olhos para reconhecer a Sua Presença e a Sua ação no coração do mundo e para levar a Boa Notícia: Deus Ressuscitou Jesus! Eis a nossa fé! (4)

Que ao celebrar o 3º Domingo da Páscoa, renovemos a alegria de caminhar com Jesus, renovemos também a alegria de ser discípulo missionário, cujo coração arde pelo fogo da Palavra proclamada, acolhida, crida e vivida; cujos olhos se abrem e reconhecem Jesus no partir do Pão, um gesto tão simples, tão belo, tão divino, que há de se repetir em outros tantos gestos de amor e partilha no cotidiano a fim de que todos tenhamos vida plena, abundante.

De fato, a Boa-Nova da Ressurreição de Jesus é a grande Verdade, que nos encoraja e nos fortalece, e isto se dá quando nos pomos a caminho com Ele.

Em cada Eucaristia que participamos, Deus nos fala ao coração e nos abre os olhos, para que O reconheçamos, e, tão somente deste modo, o  desalento, o desânimo, a frustração, o fracasso e a derrota cedem lugar à fidelidade, à esperança, à coragem, aos sonhos, à alegria.

Tudo isto é possível quando o Amor de Deus é derramado em nossos corações, por meio do Cristo Ressuscitado e da presença do Seu Espírito. Aleluia!


(1) (2) (3) (4) www.Dehonianos.org/portal 

“Ele está no meio de nós!” Aleluia! (IIIDTPB)

“Ele está no meio de nós!” Aleluia!

Com a Liturgia do terceiro Domingo da Páscoa (Ano B), refletimos sobre o modo de testemunhar o Cristo Ressuscitado; a dinâmica da Vida Nova que brota da experiência da Ressurreição na vida dos discípulos; e o testemunho de que Ele está Vivo.

Jesus Ressuscitado é o centro da comunidade reunida; sempre presente no caminho e na missão do discípulo, e é necessário coragem para testemunhar e anunciar a Palavra do Ressuscitado.

É o que vemos na primeira leitura (At 3,13-15.17-19): o realizar desta missão se dará pelo testemunho dado diante do mundo, com a pregação e ações concretas. Com estas atitudes, poderão ter aceitação, rejeição e até mesmo sofrer perseguição.

A pregação dos Apóstolos é um convite ao arrependimento, à conversão, à fé em Jesus Cristo, acolhendo Sua Pessoa e a Boa-Nova do Reino por Ele iniciado.

A conversão implica na superação do egoísmo, do orgulho, do comodismo, da autossuficiência, do individualismo, da indiferença...

O testemunho dos discípulos será a grande manifestação da Vida do Ressuscitado. Somente com uma vida marcada pela doação e entrega total, trilhamos o caminho para o alcance da Vida Eterna. Eis o autêntico caminho da vida cristã.

Reflitamos:

- A minha vida e meus gestos testemunham o Cristo Vivo, Ressuscitado?
- Quais os sinais que manifestam a presença do Ressuscitado na minha comunidade?
- Quais são os apelos de conversão que ressoam fortemente no mais profundo de mim e da minha comunidade?

Na passagem da segunda leitura (1 Jo 2,1-5a), refletimos sobre a comunidade que reconhece a sua fragilidade e não se desespera, pois bem sabe que tem o Defensor, o Advogado, o Paráclito.

Os membros da Comunidade cultivam uma intimidade profunda com Deus, na escuta, acolhimento e vivência de Sua Palavra, reconhecendo a condição da realidade pecadora inerente à criatura humana, sem jamais desistir do caminho da Salvação, num permanente amadurecimento e crescimento da coerência entre a fé e a vida.

A comunidade deve estar sempre atenta para o não abandono do amor fraterno, por isso a necessária vigilância para uma vida de santidade se faz necessária, com renúncia ao pecado e aberta à proposta de Salvação que Deus nos oferece.

Reflitamos:

- Qual é a profundidade do meu relacionamento com Deus?
- Como cultivo minha amizade e familiaridade com Deus?
- Como sinto Sua proximidade no dia a dia?

- Sinto a presença do Espírito que assiste, acompanha, orienta e fortalece a vida da Igreja?
- Qual é a coerência que há entre a fé que professo e a minha vida?

Na passagem do Evangelho (Lc 24,35-48), os discípulos, na escuta da Palavra e na partilha do Pão, sentem e reconhecem a presença do Ressuscitado.

Somente no amor e na fraternidade, a comunidade é capaz de enxergar e tornar visível a presença do Ressuscitado. 

A Ressurreição é a prova de que Deus dá razão a Jesus e que Seu Amor é mais forte que a morte.

A comunidade crê n’Aquele que foi rebaixado pelos injustos, desceu à mansão dos mortos, foi reerguido por Deus, mostrado glorioso aos que n’Ele acreditam.

Na intimidade Eucarística, Ele nos dirige Sua Palavra e nos dá o Seu Corpo e Sangue: Verdadeira Comida e Verdadeira Bebida.

Crer na Ressurreição é a grande força que move a ação da comunidade, pois ela é, na exata medida, a vitória do Projeto de Jesus.

A Ressurreição é um fato real, mas não pode ser provado cientificamente. A comunidade teve que percorrer um longo e difícil caminho para o reconhecimento da presença de Jesus Vivo e Ressuscitado. Foi inevitável a dúvida, a incerteza, o medo, a fragilidade... até  que pudesse passar da incredulidade à fé.

Somos uma comundade com a presença do Ressuscitado que nos traz a verdadeira paz; comunica-nos o “shalom”: harmonia, serenidade, confiança, a vida plena.

A comunidade deve crescer no amor mútuo, na fraternidade, tornando visível a presença do Ressuscitado.

A ação do discípulo é a continuidade da missão do próprio Jesus. Ele continua a obra redentora do Salvador, d’Aquele que foi morto e Ressuscitado.

Reflitamos:

- Qual é o caminho para a descoberta e o encontro com o Ressuscitado?
- Temos sentido a presença do Ressuscitado através da Palavra Proclamada, ouvida, acolhida e vivida?

- Jesus Ressuscitado tem a centralidade em nossa comunidade?

Observando os Mandamentos divinos
Deus Se torna uma Verdade em nós. Portanto, amemos a Deus e acreditemos no Filho amado! Escutemo-Lo, pois Ele venceu o mundo! A vida venceu a morte.  Contemos com a presença e ação do Espírito Santo. Amém Aleluia!

sábado, 3 de maio de 2025

Em poucas palavras...

                                                 


                           “...O amor ignora as leis...”
 
“Deus, que o mundo não pode conter, como o olhar limitado do homem o abrangeria? Mas o que deve ser, o que é possível, não é a regra do amor.
 
O amor ignora as leis, não tem regra, desconhece medida. O amor não desiste perante o impossível, não desanima diante das dificuldades.” (1)

 

(1)São Pedro Crisólogo, Bispo - (séc V)

 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG