sexta-feira, 25 de abril de 2025

Uma Igreja sinodal, misericordiosa e missionária

 


Uma Igreja sinodal, misericordiosa e missionária 

Por este motivo, exorto-te a reavivar a chama do dom de Deus

que recebeste pela imposição de minhas mãos. Pois, Deus não

nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza,

de amor e sobriedade” (2Tm 1,6)

 

A Doutrina Social da Igreja, vivida à luz da misericórdia divina, nos faz “misericordiosos como o Pai” (Lc 6,36), para que toda a Igreja se coloque a serviço da vida plena para todos. 

Conduzidos pelo protagonista da evangelização que é o Espírito Santo, somos fortalecidos pela Doutrina Social da Igreja, na vivência das obras de misericórdia corporais (dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, acolher os peregrinos, dar assistência aos enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos); e espirituais (aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as fraquezas do próximo, rezar a Deus pelos vivos e defuntos). 

Com o Espírito do Senhor, que não nos deixou órfãos, e nos assiste e nos acompanha nesta missão de construir um novo céu e uma nova terra, viveremos concretamente a misericórdia divina - “O Espírito do Senhor repousa sobre mim...” (Lc 4,18). 

E é este mesmo Espírito que não nos permite timidez, omissão, indiferença diante dos inúmeros apelos de vida que clamam aos céus, no deserto árido de nossa cidade, porque somos discípulos missionários do Cristo Ressuscitado, que doou a própria vida por toda a humanidade. 

Urge intensificar a formação de nossos agentes, a fim de que edifiquemos uma Igreja verdadeiramente sinodal, Povo de Deus a caminho, na comunhão, participação e missão em todos os âmbitos, dentro e fora dos espaços da Igreja, como sal da terra, fermento na massa e luz no mundo.

Deste modo, seremos uma Igreja misericordiosa, reavivando a chama da vocação como dom de Deus, e a graça de participar da missão evangelizadora que o Senhor nos confia, com zelo, amor, ardor e alegria.

O Jubileu e os clamores por sinais de esperança

 


O Jubileu e os clamores por sinais de esperança

O Papa na Bula da Proclamação Ano Jubilar 2025 – Peregrinos da Esperança, com o lema – “A esperança não nos decepciona” (Rm 5,5), apresenta algumas realidades que clamam por esperança, acompanhadas de compromissos expressos na compaixão, proximidade e solidariedade (parágrafos n. 7-15):

1-   Apelo pela paz para  todo o mundo – superação de conflitos e guerras. Em outro momento, o Papa fala em “terceira guerra mundial em pedaços”.

2- Abertura e cuidado da vida - paternidade e maternidade responsáveis; promoção da vida desde sua concepção ao seu declínio natural.

3-  Realidade dos presos - os privados de liberdade; reinserção social; preservação da dignidade; respeito aos direitos humanos; fim da pena de morte

4-  Doentes – em casa ou nos  hospitais; e gratidão aos profissionais de saúde, que atuam  em condições tantas vezes difíceis.

5- Jovens: desmoronamento de sonhos; falta de perspectiva e emprego; a ilusão das drogas; risco da transgressão e da busca do efêmero. É necessária a proximidade com os jovens, que são a alegria e esperança da Igreja e do mundo.

6-  Idosos – valorização do tesouro que são; experiência, vida e sabedoria que trazem consigo.

7-  Pobres – são milhões; escândalo do gasto com armas. São quase sempre vítimas e não os culpados. A superação da pobreza tem que estar na pauta dos debates políticos e econômicos internacionais.

Concluímos com a Oração do Jubileu:

Pai que estás nos céus,
 que nos deste no Teu filho Jesus Cristo, nosso irmão,
e a chama de caridade
derramada nos nossos corações pelo Espírito Santo
despertem em nós a bem-aventurada esperança
para a vinda do teu Reino.
 
A Tua graça nos transforme
em cultivadores diligentes das sementes do Evangelho
que fermentem a humanidade e o cosmos,
na espera confiante
dos novos céus e da nova terra,
quando, vencidas as potências do Mal,
se manifestar para sempre a Tua glória.
 
A graça do Jubileu
reavive em nós, Peregrinos de Esperança,
o desejo dos bens celestes
e derrame sobre o mundo inteiro
a alegria e a paz
do nosso Redentor.

A Ti, Deus bendito na eternidade,
louvor e glória pelos séculos dos séculos.
Amém. (1)
 

(1) Papa Francisco

Política: uma sublime vocação


Política: uma sublime vocação

Esta súplica do Papa Francisco é sempre iluminadora:

Peço a Deus que cresça o número de políticos capazes de entrar num autêntico diálogo que vise efetivamente sanar as raízes profundas e não a aparência dos males do nosso mundo. A política, tão denegrida, é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum.

Temos de nos convencer que a caridade ‘é o princípio não só das micro-relações estabelecidas entre amigos, na família, no pequeno grupo, mas também das macro-relações como relacionamentos sociais, econômicos, políticos’.  Rezo ao Senhor para que nos conceda mais políticos, que tenham verdadeiramente a peito a sociedade, o povo, a vida dos pobres” (1).

Acolhendo a súplica, multipliquemos espaços de reflexão, aprofundamento e discernimentos necessários, sobretudo neste momento em que estamos definindo nossas escolhas, vereadores e Prefeito que dirigirão nossas cidades.

É preciso que a política seja de fato uma “sublime vocação”; “uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum”, sobretudo quando a realidade nos apresenta uma face maculada pela corrupção em todos os âmbitos, de modo especial na política, pelo descaso com o bem público, absurda indiferença na promoção do bem comum, com a objetivação de interesses pessoais mesquinhos, que fazem multiplicar a dor e o sofrimento de milhões de empobrecidos, privados do pão, da moradia, da educação, da saúde, lazer e muito mais que lhes seria pleno direito como cidadãos.

Urge que sejamos criteriosos em nossas escolhas, não vendendo nosso voto, nem trocando por favores, de modo que nossas escolhas sejam expressão consciente, pois ainda que não pareça nosso voto tem um “preço” altíssimo que incide decididamente em toda a nossa vida, positiva ou negativamente.

Abertos à ação do Espírito, que nos fortalece na vocação profética, dom divino e resposta humana, empenhemo-nos na construção de uma nova realidade de vida plena e feliz para toda a humanidade, tendo a política, precioso e indispensável instrumento.

Ontem e hoje, o mundo precisa de Profetas, pessoas que não cedam à idolatria e injustiças, e se coloquem como vozes de Deus na defesa dos pequenos, dos pobres, dos excluídos, porque gozam de especial amor e predileção por Deus, como nos revela a Sagrada Escritura.


(1) cf. Exortação Apostólica “Evangelii Gaudium” n. 205 - Papa Francisco.

A Política é uma expressão exigente do amor


A Política é uma expressão exigente do amor

Estreita é a Porta que nos conduz à Salvação, com a inevitável cruz a ser carregada cotidianamente, com as renúncias necessárias.

E o carregar da cruz implica em compromissos irrevogáveis que brotam da fé, entre eles, a atuação política, o compromisso de fazer dela a promoção do bem comum.

Em 1971, O Papa Paulo VI, na “Octogesima Adveniens”, quando celebrávamos o 80 º Aniversário  da Encíclica “Rerum Novarum”, nos enriqueceu com esta afirmação: 

 “A política é uma maneira exigente - se bem que não seja a única - de viver o compromisso cristão, ao serviço dos outros.” (n.46).

E, no Lecionário Comentado encontramos: “... o compromisso político e social dos cristãos é a forma mais elevada da caridade: a atuação dos cristãos no mundo, sempre marcada pela lógica da Cruz, anuncia e faz amadurecer aqueles germens de paz e justiça que serão totais e perfeitos somente no Reino de Deus.”

O amor cristão é chamado a ser vivido por toda vocação e em todos os âmbitos. É imprescindível que não nos furtemos desta prática, para que nossa fé seja, de fato, irradiação de luz na construção de um mundo mais justo e fraterno.

Da mesma forma, é impossível cultivar a virtude da esperança, sem a multiplicação de atos solidários que garantem que a vida tenha mais esplendor, beleza e dignidade; sem qualquer sinal de exclusão, fome, miséria, aviltamento da condição humana e do planeta em que habitamos.

Somente assim, vivendo esta maneira exigente e não exclusiva, mas de sublime expressão do compromisso cristão, consolidaremos a caridade, como Mandamento Maior do Senhor, do Amor a Deus que não se separa do segundo que é semelhante a este: o amor ao próximo.

Providencial, e ninguém pode ficar indiferente à preocupação de formar ou fortalecer um grupo de Fé e Política em cada Paróquia, como motivadores, animadores, mas não exclusivos, para que a nossa Fé, Esperança e Caridade assim também o sejam.

O mandato missionário do Senhor

                                                            

O mandato missionário do Senhor

No dia 25 de abril, celebramos a Festa do Evangelista São Marcos e ouvimos a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 16,15-20).

Trata-se do mandato do Senhor, enviando os discípulos pelo mundo, para continuar a sua missão.

Esta acontece todo dia e em todo lugar desde o dia de nosso Batismo, como profetas, sacerdotes, reis e pastores, num mundo marcado por inúmeros desafios, perplexidade, incertezas, por uma pobreza espiritual fomentada pelo processo de secularização e secularismo; culto do prazer (hedonismo); materialismo, às vezes até negando Deus, pregando e afirmando a Sua morte; acentuado relativismo, onde o que conta é a verdade de cada pessoa e de cada tempo (verdades passageiras e transitórias).

Sendo assim, os frutos amargos são consequências inevitáveis: incertezas, vazios, cansaços inúteis, ausência de sentido, depressão e violação da sacralidade da vida, perda do valor e da beleza da dignidade de cada pessoa.

E, é neste vasto e complicado mundo que somos desafiados a proclamar a Boa Nova do Evangelho, com alegria, coragem, ardor, criatividade, disponibilidade, confiança.

Urge um novo modo de ser cristão e viver o Evangelho, sem jamais negá-lo, sem nos acomodarmos diante da realidade - como nos disse o Apóstolo Paulo, não podemos nos conformar a este século.

O Evangelho é que deve fermentar o mundo, iluminá-lo, transformá-lo, jamais o contrário e, assim, se cumpra a ordem do Senhor: “Ide pelo mundo pregai o Evangelho a toda criatura...” (Mc 16,15).

É tempo favorável para nos revigorarmos na missão evangelizadora, comunicando a Boa Nova do Evangelho em todos os meios, em novos areópagos, santificando e estruturando nossas famílias, assumindo atitudes de conversão pessoal e estrutural da Igreja, na comunhão e participação de todos, construindo uma paróquia, como comunidade de comunidades e a inadiável e evangélica opção preferencial pelos pobres, no serviço à vida plena.

Como bem diz as Diretrizes da Ação Evangelizadora do Brasil (Doc. 94): “Jesus Cristo, o grande missionário do Pai, envia, pela força do Espírito, Seus discípulos em constante atitude de missão (Mc 16,15). Quem se apaixona por Jesus Cristo deve igualmente transbordar Jesus Cristo, no testemunho e no anúncio explícito de Sua Pessoa e Mensagem. A Igreja é indispensavelmente missionária. Existe para anunciar, por gestos e palavras, a pessoa e a mensagem de Jesus Cristo. Fechar-se à dimensão missionária implica fechar-se ao Espírito Santo, sempre presente, atuante, impulsionador e defensor (João 14,16; Mt 10,19-20)...”.

Cremos que se a missão evangelizadora por todos, com alegria e ardor, for assumidas, transformaremos inúmeras realidades. Poderemos transfigurar o “cinza” triste da cidade, com seus sinais de morte, num Jardim do Éden, não perdido, mas como horizonte e compromisso, sobretudo daqueles que têm fé.   

É preciso, portanto, impregnar a todas as atividades um sentido missionário. Não se trata de uma atividade a mais, mas  de empenharmos todas as forças, criatividade no  testemunho corajoso do Senhor e de Sua Boa Nova.

Seduzidos pelo Senhor, enraizados e solidificados em Sua Palavra, como bem falou o Apóstolo Paulo: “Proclama a Palavra, insiste, no tempo oportuno e no inoportuno, refuta, ameaça, exorta com toda paciência e doutrina” (2Tm 4,2).

É tempo da Primavera de Deus em nossas vidas, em nossas comunidades. No canteiro de nosso coração e do mundo, semeemos as Sementes do Verbo, até que um dia possamos contemplar a Primavera Divina da Eternidade!

Grande graça o Senhor nos concedeu: continuar a Sua missão

                                                     

Grande graça o Senhor nos concedeu: continuar a Sua missão


 “Foi elevado ao Céu e sentou-Se
à direita de Deus” Mc 16,19

No dia 25 de abril, celebramos a Festa do Evangelista São Marcos, e ouvimos a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 16,15-20).

Como discípulos missionários, o fim último de todos nós é a  comunhão com Deus, o Céu.

A ida de Jesus para o Céu, não é a afirmação de Sua partida e ausência, mas é a garantia de Sua eterna presença conosco, até que Ele venha pela segunda vez, como afirmamos na Missa: “anunciamos Senhor a Vossa morte e proclamamos a Vossa Ressurreição, vinde Senhor Jesus”.

Antes, porém,  é preciso assumir com coragem, no tempo presente, a missão por Deus a nós confiada: anunciar o Evangelho a todos os povos, empenhados, decididamente, no Projeto de Salvação Divina.

É preciso sempre superar a passividade alienante: ir para o meio do mundo, como sal, luz e fermento; levar a humanidade a viver a comunhão querida por Deus, a fim de que todos sejamos um em Cristo Jesus.

À Igreja, portadora da plenitude de Cristo, nada falta para cumprir esta missão.

É o que contemplamos na passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos  (At 1,1-11) onde encontramos o retrato de uma comunidade que vive num contexto de crise, desilusão e frustração. O tempo vai passando e não vê realizar o Projeto Salvador. Quando será, enfim, realizado?

São Lucas, autor dos Atos dos Apóstolos, escreve em tons de catequese sólida, substancial, para que a comunidade não vacile na fé, não esmoreça na esperança e nem esfrie na caridade. A construção do Reino exige empenho contínuo e nisto consiste o papel da comunidade formada por aqueles que creem e se afirmam cristãos.

Lucas escreve a Teófilo (aqueles que são amados por Deus = amigos de Deus) apresentando o Protagonista maior da Evangelização, que é o Espírito Santo, e conta com a participação e ação dos Apóstolos.

O Apóstolo Paulo, escrevendo aos Efésios (Ef 1,17-23), fala da comunidade como um corpo. Cristo é a cabeça e a Igreja é o corpo. Nisto consiste o “pleroma”, ou seja, na Igreja reside a plenitude, a totalidade de Cristo.          

A Igreja é a habitação onde Cristo Se torna presente no mundo.     Estando Cristo presente neste Corpo, Ele enche o mundo e atrai a Si o universo inteiro, até que Ele “seja tudo em todos” (Ef 1, 23).

A Ressurreição/Ascensão/Glorificação de Jesus é a garantia da nossa própria ressurreição/glorificação, por isto é preciso avançar no caminho superando as dificuldades.

Voltando ao Evangelho, que se trata de uma conclusão, possivelmente um acréscimo posterior à redação, escrito com o intuito de afastar todo medo da comunidade, para ajudá-la a superar a sua acomodação, instalação, afastando também toda perspectiva de recuo, desistência na árdua e maravilhosa missão do anúncio da Boa-Nova.

Jesus voltando para o Pai, e ficando para sempre no meio dos Seus discípulos, confia a eles a continuidade da missão. Deste modo, com a Ascensão, podemos afirmar que Jesus cumpriu plenamente a Sua missão e reentrou na comunhão do Pai, e assim dá início à nossa missão.

Ele sentou-Se à direita do Pai para reinar sobre tudo e todos, através da missão dos discípulos.

É sempre tempo de tomarmos consciência do quanto Deus em nós confia.

Reflitamos:

- Tenho consciência da universalidade da missão?
- Como discípulo, procuro aprender, assimilar e viver os ensinamentos de Jesus para que a missão tenha crédito e seja uma luz para o mundo?

- A vida dos discípulos não está livre da desilusão, sofrimento, frustração... Mas também está presente uma certeza que alimenta a coragem do que cremos: “Eu estarei convosco até o fim dos tempos”. Tenho viva esta certeza em meu coração?

- No seguimento de Jesus, não podemos nos instalar. Ser cristão é ser pessoa do tempo, sem medo de novidades. Estou instalado, acomodado, de braços cruzados, ou fascinado por Cristo e pela missão confiada?

- Procuro a sabedoria e força do Espírito para corresponder à altura?
- Ser cristão é ser alguém que deixou se levar pelo grande sopro do Espírito; é saber que pode contar com Ele na missão.

- Quais são os medos que temos a enfrentar no desempenhar na missão evangelizadora?
- Sentimos a presença do Ressuscitado em nossa missão?

- Temos sentimentos de gratidão pela confiança de Deus em nós depositada para levar adiante a missão?

Como pessoas que creem, deixemos de olhar para o céu, não façamos do cristianismo uma “agência de serviços sociais”, não meçamos esforços para encontrar Cristo, tanto na Palavra como na Eucaristia e nos demais Sacramentos, para que então renovados, revigorados, nos empenhemos apaixonadamente por Cristo na construção do Reino de Deus.

As CEB’s e a comunidade do Ressuscitado

                                                          

As CEB’s e a comunidade do Ressuscitado

Reflitamos sobre sobre a identidade de nossas Comunidades Eclesiais de Base (CEB’s), que professam a fé na presença e ação do Ressuscitado:

1)    É a comunidade cristã o lugar privilegiado do encontro com Jesus Cristo Ressuscitado: na Palavra proclamada, no pão partilhado, no amor vivido e no corajoso testemunho dado;

2)   A Comunidade precisará sempre romper as portas fechadas do medo de tantos nomes (fome, destruição ambiental, fanatismos, terrorismos, desemprego, enfermidades, violência...). Nada pode impedir a ação e presença do Ressuscitado (Jo 20,19-31);

3)   Jesus Cristo Ressuscitado tem que estar sempre no centro da Comunidade. É preciso que centralizemos Jesus Cristo Ressuscitado em nossa vida, de modo que nada possa sobrepô-lo ou colocá-Lo em plano inferior. Sendo o centro de nossa vida, somos impelidos, com coragem e dedicação, para a missão que nos confia, afinal, para nós “o viver é Cristo” (Fl 1,21);

4)   A Comunidade acolhe a saudação de paz – “Shalom”, plenitude de todos os bens, dons e graça confiados pelo Ressuscitado; de modo que ela será portadora da mensagem de paz e vida plena para o mundo, contrapondo-se à cultura da violência e da morte;

5)   Ela acolhe o Sopro do Ressuscitado, que nos comunica o Seu Espírito e que vai acompanhar e assistir na missão; comunicando o perdão e a vida nova que somente nasce da Vida Nova do Ressuscitado, concedendo a remissão dos pecados, criando perspectivas de novos tempos e novos relacionamentos;

6)   A Comunidade do Ressuscitado faz a profissão de fé que Tomé fez oito dias depois, quando estavam novamente reunidos – “Meu Senhor e meu Deus”. Cremos na vida nova do Ressuscitado presente na vida da comunidade, com Suas chagas gloriosas;

7)   A Comunidade do Ressuscitado é a comunidade dos bem-aventurados que creram sem nunca ter visto, nem nunca ter tocado as chagas de Jesus Cristo, e são enviados a tocar as chagas dolorosas do Cristo no dia a dia, com seus tantos nomes (enfermos, idosos abandonados, desempregados, jovens assassinados, vítimas do tráfico e da violência...). A comunidade um dia contemplará as chagas gloriosas do Senhor nos céus, mas enquanto aguardamos a Sua Vinda Gloriosa, é preciso compromisso com os “chagados da história”.

8) São, finalmente, comunidades eclesiais missionárias, como nos falam as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora do Brasil (2019-2023), em que todos são discípulos missionários do Ressuscitado, com a presença e ação do Espírito Santo, o protagonista principal da ação Evangelizadora.

As Comunidades Eclesiais de Base devem, portanto, reavivar sempre a sua fé no Ressuscitado, e com renovado ardor, pôr-se a serviço da Palavra e da Eucaristia, na vida prolongada.

Oremos:

“Ó Deus de eterna misericórdia, que reacendeis a fé do Vosso povo na renovação da festa Pascal, aumentai a graça que nos destes. E fazei que compreendamos melhor o Batismo que nos lavou, o Espírito que nos deu a vida e o Sangue que nos redimiu. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém”.

Quem sou eu

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