terça-feira, 1 de abril de 2025

Em poucas palavras...

                                                    


A Cultura do Encontro

“A cultura do encontro constrói pontes e abre janelas para os valores e princípios sagrados que inspiram os outros.

Derruba os muros que dividem as pessoas e as mantêm prisioneiras do preconceito, da exclusão ou da indiferença.” (1)



(1) Papa Francisco à delegação de monges budistas de Taiwan  (16/03/23)

 

Em poucas palavras...

                                      


Quaresma: tempo forte da prática penitencial da Igreja

“Os tempos e os dias de penitência no decorrer do Ano Litúrgico (tempo da Quaresma, cada sexta-feira em memória da morte do Senhor) são momentos fortes da prática penitencial da Igreja (1).

Estes tempos são particularmente apropriados para os exercícios espirituais, as liturgias penitenciais, as peregrinações em sinal de penitência, as privações voluntárias como o jejum e a esmola, a partilha fraterna (obras caritativas e missionárias).”(2)

 

(1)        (cf. SC 109-110; CIC cân.1249-1253; CCEO, cân. 880-883).

(2)      Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 1438

Em poucas palavras...

                                                           

                                Devoção agradável a Deus 

“Nenhuma devoção dos fiéis agrada tanto a Deus como a dedicação para com os Seus pobres, pois nesta solicitude misericordiosa Ele reconhece a imagem de Sua própria bondade”. (1)

 

(1)Papa São Leão Magno (séc. V)

 

A prática da caridade tudo renova

A prática da caridade tudo renova

Percorrendo o itinerário Quaresmal, a Igreja nos enriquece com o Sermão do Papa São Leão Magno (Séc. V), sobre o bem da caridade, que somos chamados a viver mais intensamente neste tempo.

“Diz o Senhor no Evangelho de João: Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros (Jo 13,35). E também se lê numa Carta do mesmo Apóstolo: Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. Quem não ama, não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor (1 Jo 4,7-8).

Examine-se a si mesmo cada um dos fiéis, e procure discernir com sinceridade os mais íntimos sentimentos de seu coração. Se encontrar na sua consciência algo que seja fruto da caridade, não duvide que Deus está com ele; mas se esforce por tornar-se cada vez mais digno de tão grande hóspede, perseverando com maior generosidade na prática das obras de misericórdia.

Se Deus é amor, a caridade não deve ter fim, porque a grandeza de Deus não tem limites.

Para praticar o bem da caridade, amados filhos, todo tempo é próprio. Contudo, estes dias da Quaresma, a isso nos exortam de modo especial. Se desejamos celebrar a Páscoa do Senhor com o espírito e o corpo santificados, esforcemo-nos o mais possível por adquirir essa virtude que contém em si todas as outras e cobre a multidão dos pecados.

Ao aproximar-se a celebração deste Mistério que ultrapassa todos os outros, o Mistério do Sangue de Jesus Cristo que apagou as nossas iniquidades, preparemo-nos em primeiro lugar mediante o sacrifício espiritual da misericórdia; o que a bondade divina nos concedeu, demo-lo também nós àqueles que nos ofenderam.

Seja, neste tempo, mais larga a nossa generosidade para com os pobres e todos os que sofrem, a fim de que os nossos jejuns possam saciar a fome dos indigentes e se multipliquem as vozes que dão graças a Deus.

Nenhuma devoção dos fiéis agrada tanto a Deus como a dedicação para com os Seus pobres, pois nesta solicitude misericordiosa Ele reconhece a imagem de Sua própria bondade.

Não temamos que essas despesas diminuam nossos recursos, porque a benevolência é uma grande riqueza e não podem faltar meios para a generosidade onde Cristo alimenta e é alimentado. Em tudo isso, intervém aquela mão divina que ao partir o pão o faz crescer, e ao reparti-lo multiplica-o.

Quem dá esmola, faça-o com alegria e confiança, porque tanto maior será o lucro quanto menos guardar para si, conforme diz o santo Apóstolo Paulo: 

Aquele que dá a semente ao semeador e lhe dará pão como alimento, Ele mesmo multiplicará vossas sementes e aumentará os frutos da vossa justiça (2Cor 9,10), em Cristo Jesus, nosso Senhor, que vive e reina com o Pai e o Espírito Santo pelos séculos dos séculos. Amém.”

Seja para nós este tempo, o tempo favorável de nossa salvação, com gestos de caridade multiplicados, expresso pelas obras de misericórdia corporais: Dar de comer a quem tem fome; dar de beber a quem tem sede; vestir os nus; dar pousada aos peregrinos; assistir aos enfermos; visitar os presos; enterrar os mortos. Do mesmo modo, as obras de misericórdia espirituais: Dar bom conselho; ensinar os ignorantes; corrigir os que erram; consolar os aflitos; perdoar as injúrias; sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo; rogar a Deus por vivos e defuntos. 

Façamos progressos maiores ainda na devoção que mais agrada a Deus: a dedicação para com os pobres, com os quais se identificou, fazendo-se pobre para nos enriquecer de todas as graças, bens e dons, como nos diz o Apóstolo Paulo (Fl 2,1-11).

Uma súplica a Deus elevamos, para que a realidade sociopolítica que vivemos, marcada por corrupção, desvios de verbas, desesperança, desemprego, violência, e tantas outras marcas indesejáveis, cedam lugar às novas posturas, novos valores, salutares e proféticos compromissos com a fraternidade, a justiça e a paz.

Seja, de fato, a política a mais sublime expressão da caridade, pois tão somente assim, possibilitaremos para todos, sem exceção, vida plena, digna e feliz.

Em poucas palavras...

 


Perdão, cura e amorosidade

1 – “’Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?’. Jesus respondeu: ‘Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete'.” (Mt 18,21-22)

2 – Quaresma: tempo favorável de penitência, reconciliação e  vivência do perdão; e também, de sermos curados de toda enfermidade física e espiritual.

3 – Amorosidade vivida, muros destruídos, pontes edificadas...

 

Em poucas palavras...

                                                                 


A penitência interior

“A penitência interior é uma reorientação radical de toda a vida, um regresso, uma conversão a Deus de todo o nosso coração, uma rotura com o pecado, uma aversão ao mal, com repugnância pelas más ações que cometemos.

Ao mesmo tempo, implica o desejo e o propósito de mudar de vida, com a esperança da misericórdia divina e a confiança na ajuda da Sua graça.

Esta conversão do coração é acompanhada por uma dor e uma tristeza salutares, a que os Santos Padres chamaram ‘animi cruciatus’ (aflição do espírito), ‘compunctio cordis’ (compunção do coração) (Concílio de Trento).” (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 1431

segunda-feira, 31 de março de 2025

Cuidemos melhor do planeta que Deus nos confiou

Cuidemos melhor do planeta que Deus nos confiou

“Sede fecundos, enchei a terra e submetei-a;
dominai sobre os peixes do mar, as aves do céu
e todos os animais que rastejam sobre a terra.”

À luz de um artigo sobre a preocupante questão do ecossistema, a problemática ecológica, a sobrevivência humana, ou seja, o necessário cuidado do planeta, a nossa casa comum, apresento esta reflexão.

Atentemos à definição de Lionel Robbin (1898-1984) sobre a Economia – “a ciência que estuda o comportamento humano como uma relação entre fins e meios escassos que têm usos alternativos”. Isto me fez lembrar de quando fiz Economia, e o professor insistia numa breve definição de Economia que ficou gravado e minha memória: “Economia é a gestão dos recursos esgotáveis que estão disponíveis para nossa sobrevivência”.

Uma definição aparentemente simples, mas que carrega inúmeras questões implícitas. E, são estas que me levam a apresentar alguns pontos de extrema relevância.

Diante da realidade do meio ambiente, que apresenta evidentes sinais de enfraquecimento devido à agressão patrocinada pela expansão econômica desmedida – “sem freios” – é preciso pensar numa Economia Ecológica (EE).

Entenda-se EE como “a compreensão de que o sistema econômico gira (funciona) em torno do mundo biofísico de onde saem matérias-primas e energia... A EE busca nas Leis da Termodinâmica (calor, potência, energia, movimento) a base para explicar teoricamente a realidade socioeconômica e ambiental”.

Com isto, pode-se afirmar, sem hesitações, que há limites para o crescimento econômico, e põe-se em pauta a necessária discussão entre consumo e meio ambiente; ou ainda, dito de forma mais contundente, a relação entre a velocidade do crescimento econômico e a limitada capacidade de regeneração dos recursos naturais.

Sabendo da limitação própria do meio ambiente, é preciso repensar a Economia, tomando em consideração que as pessoas e a economia dependem do meio ambiente, e este por sua vez não depende de ninguém (uma espécie de soberania), carregando consigo a finitude dos recursos (é óbvio que o planeta Terra não tem como aumentar de tamanho – recursos são, portanto, finitos, alguns renováveis, e outros não).

Esgotado ou destruído o meio ambiente não há horizonte para a pessoa e tão pouco para a economia.

Economia Ecológica coloca a questão inquietante e que pede conversão de todos nós: não é possível crescer economicamente a qualquer preço.

Há uma necessidade de reeducar, repensar as necessidades humanas.
Aqui se coloca a seríssima questão do consumismo com consequências dolorosas para o planeta e, portanto, para a própria humanidade.

Como reduzir o consumo?
O que é preciso ser repensado, reduzido, reciclado? Para quem sonha um mundo melhor, para quem se preocupa com a sua própria sobrevivência e daqueles que hão de vir, é preciso colocar em pauta a questão da EE.

Finalizo reportando à passagem bíblica que nos fala do Paraíso, Deus disse: “Sede fecundos, enchei a terra e submetei-a; dominai sobre os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que rastejam sobre a terra” (Gn 1,18).

Infelizmente a ordem do Criador, “dominai”, tem sido desvirtuada.
Que o dominar não seja sinônimo de exaurir os recursos que o planeta nos oferece sem critérios, irresponsavelmente.

Que o dominar seja a manutenção da beleza do Paraíso, que não nos remete ao passado como saudade de algo perdido e incompreendido, mas algo que nos impulsiona, responsabiliza, amadurece e nos compromete com o mundo novo, onde todos possam viver na paz, alegria, harmonia e sobriedade.

Que aprendamos a cuidar de nossa casa comum, que aprendamos a cuidar de nosso planeta Terra. Ele está clamando, está em alguns casos em situação crítica, gravemente enfermo.

Não se trata de alarmismo inconsequente, os números e os fatos comprovam.

A conversão, no compromisso com a vida humana e a vida do planeta, é para todos nós. Não podemos nos omitir, pois comprometemos a nossa própria vida e o futuro da humanidade.
  

Fonte: http://blogdoprofmarcuseduardo.blogspot.com      

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG