quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Em poucas palavras...(29/08)

                                                       


A morte de João Batista

“Tenho para mim que por isso foi permitida quanto antes a morte de João, para que, desaparecido ele, todo o fervor da multidão se dirigisse para Cristo, ao invés de se repartir entre os dois” (1)

 

 

(1)    São João Crisóstomo

Depois de um longo tempo... (29/08)


Depois de um longo tempo...

“As comunidades eram perseverantes na Doutrina dos Apóstolos,
na Comunhão Fraterna, na Fração do Pão e na Oração” 
(At 2, 42-45).

Amanhã, retomaremos às Missas com participação presencial parcial, observando as  necessárias restrições e limitações que o momento exige, no cuidado de si e do outro.

Protocolos a serem observados se somarão às rubricas necessárias, que garantam a beleza da celebração, e também a graça de  estarmos juntos e podermos celebrar.

Não verei o sorriso e a pureza do olhar das crianças, bem como  muitos rostos com suas marcas, rugas e cabelos prateados, sinal de uma vida na graça e no temor de Deus vivido.

Não veremos todos os bancos tomados, como é praxe acontecer, mas com certeza, se considerarmos que outros tantos conosco de casa participando, não há bancos que a todos possamos acolher.

Não nos saudaremos, tão pouco nos abraçaremos, mas a alegria do reencontro falará mais alto, porque há muito não nos víamos ao redor das Mesas Salutares da Palavra e da Eucaristia.

Amanhã, veremos o brilho no olhar, e que antes parecia impossível e distante, agora, aos poucos, começa a se tornar uma doce e sonhada e tão desejada realidade.

É uma etapa a ser vivida, acolhida com amor, prudência e paciência, e que esperamos, num breve tempo transcorrido, podermos nos reencontrar, e todos juntos, na alegria e fé celebrar.

Amanhã...

PS: Escrito em 29 de agosto de 2020.

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

“O Amor veio ao nosso encontro” (28/08)

                                                         

“O Amor veio ao nosso encontro”

Assim falou o Bispo e Doutor Santo Agostinho (séc. V):

“Na procura de Deus, é Ele quem
Se adianta e vem ao nosso encontro."

De fato, já dissera o Senhor que não fomos nós que O escolhemos, mas foi Ele que nos escolheu e nos enviou em missão, com a assistência do Espírito, para que inauguremos novas relações na superação do pecado, procurando construir relações mais justas e fraternas.

Também já dissera o Senhor que não nos chama de servos, mas de amigos. Ainda que paradoxal pareça ser, quanto mais servos o formos, mais amigos de Deus o seremos – “somos servos inúteis” é o que devemos dizer depois de o melhor e mais belo trabalho, por amor, ter feito.

Deste modo, embora O procuremos Ele já nos encontrou muito antes, quando o pecado entrou no mundo e do Seu convívio nos afastamos.

Porém em Sua infinita Misericórdia Deus jamais nos abandonou. Veio sempre ao nosso encontro fazendo Aliança conosco desde Abraão, firmando-a com Moisés, libertando-nos do Egito, dando-nos o Decálogo para que se vivido jamais voltássemos ao tempo de escravidão; suscitou inúmeros Profetas para serem Sua voz audível, uma vez que é próprio de Suas criaturas precisarem ouvir alguém que lhes faça reconhecer a trágica infidelidade e o necessário retorno para o Seu amor, carinho, ternura, bondade e compaixão como tão bem rezam e expressam os Salmistas.

Na plenitude dos tempos, Ele mesmo veio ao nosso encontro, encarnando-Se em Jesus Cristo. Fez-Se Verbo, Carne, assumiu nossa condição humana, viveu em tudo o que vivemos menos o pecado.

É próprio do amor de Deus vir sempre ao nosso encontro, sobretudo quando teimosamente e tragicamente ao Seu amor nos fechamos. Deus que nos criou por amor, não nos ignora. Tudo o que Ele quer de nós é uma resposta de amor.

Quando vemos cenas de violência, infidelidades de toda ordem, destruição da vida em todos os seus aspectos, relações marcadas pelas desigualdades sociais, conflitos étnicos e religiosos, preconceitos que se pretendem eternos, não será tudo isto um fechamento aos Desígnios de Deus e a Sua comunicação universal, a linguagem do amor, como vimos em Pentecostes?

Deus incansavelmente Se antecipa e vem ao nosso encontro. Não haverá jamais  perspectivas para a História se não nos deixarmos encontrar pelo Amor. Somente no encontro amoroso com Deus é que todo nosso existir ganha plenitude de vida, alegria, amor e paz...

Concluo com as palavras de Santo Agostinho, extraída das suas Confissões:
                
“Onde Te encontrei, Senhor, para Te conhecer?
Não estavas certamente em minha
memória antes que eu Te conhecesse...
Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova,
tarde Te amei!

Estavas dentro e eu fora Te procurava.
Precipitava-me eu disforme, sobre as coisas
formosas que fizeste. Estavas comigo,
Contigo eu não estava. (...)

Discípulos missionários: irradiar luz, promover a vida (27/08)

 


Discípulos missionários: irradiar luz, promover a vida

“Sois filhos dos que mataram os profetas”

Na quarta-feira da 21ª Semana do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Evangelho de São Mateus (Mt 23,27-32).

Após denunciar o fanatismo farisaico e do “purismo” exibicionista, compara os fariseus a sepulcros caiados, porque o agir destes não corresponde às suas convicções.

Deste modo, procurarão matar não somente a Jesus, mas Seus seguidores. Por isto as duras palavras de Jesus:

- “Ai de vós mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós sois como sepulcros caiados: por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão.” (Mt 23,27).

- “Com isso, confessais que sois filhos daqueles que mataram os profetas. Completai, pois, a medida de vossos pais!” (Mt 23,31).

Assim lemos no Lecionário Comentado:

“O tema sepulcro é muito significativo para a vida cristã. Embora frequentemente seja deixado fora da reflexão. Jesus no Evangelho (Mt 23,27-32) indica-o como símbolo dos Seus adversários, monumentos de conhecimento e de sabedoria humana que se devem contemplar, mas interiormente frágeis e fracos, pois estão cheios de morte.” (1)

Continuando sobre o tema sepulcro:

“O Senhor Jesus, depois de ter nascido numa manjedoura morreu numa Cruz, e foi acabar onde sepultamos os restos do nosso corpo e as obras da nossa existência. Mas desse lugar Deus quis declarar, ressuscitando-O dos mortos, que não há espaço onde a vida não possa entrar e levar luz e calor. Isto significa que toda a situação humana é recuperável aos olhos de Deus.” (2)

Como discípulos missionários do Senhor, devemos nos empenhar em viver uma religião pura e agradável a Deus, que consiste, antes de tudo, em ter pureza de coração, e todo esforço em colocar em prática Seus Mandamentos, pois tanto na Lei como no Evangelho, o primeiro e principal mandamento é amar a Deus, que não se separa do segundo mandamento que se expressa no amor ao próximo como Jesus Cristo nos falou na passagem do Evangelho de Mateus (Mt 22,34-40).

Deste modo, seremos portadores de vida, mesmo onde tudo pareça ser, irredutivelmente, morte para sempre.

Crer na Ressurreição de Jesus é sagrado compromisso de escancarar todos os sepulcros de hipocrisia, iniquidade e tudo aquilo que possa ferir a vida, em todos os seus aspectos, numa necessária ecologia integral, acenando para a eternidade. Amém.

 

(1) - Lecionário Comentado - Tempo Comum - Volume II - Editora Paulus - Lisboa - pág. 213

(2) idem

Em poucas palavras... (28/08)

 


Minha alma tem sede de Deus

“Senhor Deus meu,
minha única esperança,
atende-me e faz com que eu não cesse, 
por cansaço, de Te procurar,
mas sempre procure com ardor Teu rosto(...)
 
Diante de Ti está minha força e minha fraqueza:
conserva uma e cura a outra(...)
Faze que eu me lembre de Ti,
que Te compreenda, que Te ame”. (1)
Amém.
 

(1)         Santo Agostinho – in De Trinitate, XV, 28, 51

 

terça-feira, 27 de agosto de 2024

A autenticidade de vida nos faz luminosos (27/08)

                                                               

A autenticidade de vida nos faz luminosos

                                       “Ai de vós... que deixais de lado os
ensinamentos mais importantes da Lei, como
a justiça, a misericórdia e a fidelidade” (Mt 23, 23)

Senhor, concedei-nos a graça de não apenas parecermos,
Mas sermos aquilo que o nome cristão quer dizer: Vossos seguidores,
Tendo de Vós mesmos pensamentos e sentimentos, a Vós configurados
De tal modo que diminuamos para que Vós cresçais e sejais glorificado.

Senhor, fazei com que nossos pensamentos, palavras e ações
Sejam comunicação da Luz radiosa de Sua Ressurreição,
Que não nos dispensa de renúncias necessárias no cotidiano,
Para que com maior fidelidade a Vós, corajosamente, vivamos.

Senhor, fortalecei nossos passos na prática da justiça para com o próximo,
E concedei-nos crescer em intimidade convosco, que sois Misericórdia,
Esforçando-nos para alcançar a Salvação, que somente vem de Vós,
Em contínuo crescimento, fortalecimento e amadurecimento da fé.

Senhor, ajudai-nos a ser luminosos para quantos precisarem de Vossa Luz.
Que jamais renunciemos na procura da autenticidade diante de Vós;
Empenhando-nos na coerência entre o que pregamos e o que vivemos,
Cultivando a Vossa Palavra como Sementes Divinas em nosso coração. 
Amém!

Fonte: Evangelho Mt 23,27-32

“Não sejamos guias cegos” (26/08)

                                                      

“Não sejamos guias cegos”

Na terça-feira da 21ª Semana do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 23,23-26), em que Jesus nos apresenta advertências para que não sejamos “guias cegos”, como os escribas e fariseus.

E para isto, alguns cuidados são necessários:

1 – Nossas ofertas e dízimo, precisam estar acompanhados dos ensinamentos mais importantes da Lei, como a justiça, a misericórdia e a fidelidade;

2 – E devem ser feitas com um espírito que seja agradável a Deus, na pura gratuidade;

3 – Aprender a ver bem as coisas, cuidando de si mesmo numa atenção constante;

4 – Cuidar da purificação da própria intenção com que se faz todas as coisas;

5 – Cuidar da formação da própria consciência, a fim de que esteja sempre límpida, cristalina e serena, sem nenhuma ambição de posse e desregramento;

6 – Ter um coração limpo, pois o coração é a sede dos pensamentos, dos projetos, dos desejos, das paixões e das decisões de toda pessoa, segundo a tradição bíblica;

7 – Ter um coração pleno de coisas boas e edificantes, pois é nele que encontramos um pouco de tudo, e assim nossa boca falará do que ele está cheio;

8 – Ter um coração vigilante, pois é o lugar onde somos chamados a vigiar, com maior empenho, pois decidimos o que podemos tirar ou manter dentro de nós;

9 – Cultivar a autenticidade, que consiste na prática da verdadeira caridade, a fim de que sejamos justos diante de Deus e fiéis à Sua vontade;

10 – Fazer a vontade de Deus acima de tudo, para que Ele, que é luz e calor, Se torne próximo de todos os que sejam humildes de coração e nos sustente com Sua graça e força.

Oremos:

Ó Deus, concedei-nos a graça de uma mente e coração limpos e cristalinos, pois tão somente os puros de coração verão Vossa face um dia, como nos falou Vosso Filho.

Seja-nos concedida, também, a água refrescante do Vosso Espírito, que sacia nossa sede de amor, vida, justiça e paz.

Ajudai-nos, para que vivamos os santos propósitos que ora refletimos, a fim de que não sejamos “guias cegos” de Vosso rebanho. Por N.S.J.C.Amém.


Fonte de Inspiração: Lecionário Comentado – Editora Paulus – 2011 – Vol. II – p.209-210

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