Nossos presentes para o Menino Deus
Reflitamos e contemplemos a visita dos Magos do oriente, que vieram para adorar o Menino Jesus, e a Ele oferecer seus presentes.
Vejamos o que nos disse o Bispo São Pedro Crisólogo (séc. V), em um de seus Sermões sobre estes presentes:
“...Hoje os Magos que O procuravam resplandecente nas estrelas, O encontram num berço. Hoje os Magos veem claramente, envolvido em panos, Aquele que há muito tempo procuravam de modo obscuro nos astros.
Hoje os Magos contemplam maravilhados, no presépio, o céu na terra, a terra no céu, o homem em Deus, Deus no homem e, incluído no corpo pequenino de uma criança, Aquele que o universo não pode conter.
Vendo-O, proclamam sua fé e não discutem, oferecendo-lhe místicos presentes: incenso a Deus, ouro ao Rei e mirra ao que haveria de morrer”.
Assim nos falou o Papa Francisco: “Se fomos ter com o Senhor de mãos vazias, hoje podemos remediar. Com efeito, o Evangelho contém por assim dizer uma pequena lista de prendas: ouro, incenso e mirra.
O ouro, considerado o elemento mais precioso, lembra-nos que, a Deus, deve ser dado o primeiro lugar. Deve ser adorado. Mas, para isso, é preciso privar-se a si mesmo do primeiro lugar e considerar-se necessitado, não autossuficiente.
E aqui entra o incenso, que simboliza o relacionamento com o Senhor, a oração, que se eleva para Deus como perfume (cf. Sl 141, 2). Ora, como o incenso para exalar o seu perfume se deve queimar, assim também para a oração é preciso «queimar» um pouco de tempo, gastá-lo para o Senhor. Mas fazê-lo de verdade, e não só em palavras.
A propósito de fatos, entra a mirra, unguento que seria utilizado ao envolver amorosamente o corpo de Jesus descido da cruz (cf. Jo 19, 39). Agrada ao Senhor que cuidemos dos corpos provados pelo sofrimento, da sua carne mais frágil, de quem ficou para trás, de quem só pode receber não tendo nada de material para retribuir. É preciosa aos olhos de Deus a misericórdia com quem não tem para restituir, a gratuidade. É preciosa aos olhos de Deus a gratuidade.
Neste tempo de Natal que está a terminar, não percamos a ocasião para dar um lindo presente ao nosso Rei, que veio para todos, não nos cenários faustosos do mundo, mas na pobreza luminosa de Belém. Se o fizermos, resplandecerá sobre nós a sua luz” (1).
Como vemos, os magos do Oriente dão ao Menino Deus o que têm de melhor. Reconhecem na Criança a realeza (Ouro), Ele é o grande Rei; a divindade (Incenso), porque Ele é o sumo Deus; a humanidade (Mirra), pré-anunciando a sepultura.
Jesus é divindade visibilizada na fragilidade de Sua humanidade e é Rei e Senhor de todas as nações.
Reconheçamos n’Aquela Criança, a realeza, a divindade e a humanidade, fazendo prolongar a grande Festa da Epifania.
Seja para nós, Jesus, a verdadeira e imprescindível riqueza (ouro), único mediador (incenso) e Aquele que garante que exalemos o mais belo Perfume de Amor (mirra).
Se assim o for, mais que ouro, ofereçamos a Ele o melhor que temos, em nossas famílias, comunidade e sociedade. Juntamente com os incensos nas Solenes Liturgias e orações, ofereçamos santos desejos que sobem aos céus, acompanhados de sagrados compromissos, para que se tornem uma realidade; e quanto à mirra, seja as unções tantas que possamos multiplicar, curando feridas, perseverando e salvaguardando a dignidade e sacralidade da vida, desde sua concepção ao seu declínio natural.
Iniciemos mais um ano guiados por Jesus, Deus presente naquela pequena criança. Ele que é e será sempre a Luz a nos guiar.
Como os Magos, ofereçamos nossos presentes a Jesus, o que de melhor possuímos, pois quem ama dá o melhor de si em tudo e em favor de todos. Amém.
(1) Trecho extraído da Homilia do Papa Francisco (06/01/ 2019).


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