"Amor líquido"
“Convívio destruído” – capítulo IV
No último capítulo é abordada a questão da xenofobia: “Um espectro paira sobre o planeta: o espectro da xenofobia. Suspeitas e animosidades tribais, antigas e novas, jamais extintas e recentemente descongeladas, misturaram-se e fundiram-se a uma nova preocupação, a da segurança, destilada das incertezas e intranquilidades da existência líquido moderna” (p. 143).
Cada vez mais, refugiados se veem sob o fogo cruzado, numa encruzilhada (p.164). São expulsos à força ou afugentados de seus países nativos, mas a sua entrada é recusada em todos os outros, tornam-se alvo fixo em que se descarrega o excesso da angústia.
Presenciamos o medo do terrorismo em escala mundial, os conflitos imigratórios, a superação das barreiras geográficas.
O líquido mundo moderno produziu quantidade imensa de lixo e continua a produzir e ausência de espaços para aterros (p. 148), fomenta um consumismo sem precedentes na história, nem por isto uma humanidade feliz.
Temos uma sociedade do consumo e para o consumo, um sistema econômico capitalista que cada vez mais aumenta as desigualdades sociais, etc.
Conclui com estas palavras que nos colocam perante um desafio: “O continuado descontrole da rede já global de dependência mútua e de ‘vulnerabilidade reciprocamente assegurada’ decerto não aumenta a chance de se alcançar tal unidade. Isso só significa, contudo, que em nenhuma outra época a intensa busca por uma humanidade comum, assim como a prática que segue tal pressupostos, foi tão urgente e imperativa como agora”.
Para Bauman, na era da globalização – “a causa e a política da humanidade compartilhada enfrentam a mais decisiva de todas as fases que já atravessaram em sua longa história”, assim termina. (p. 183).


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