quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

“Amor Líquido” (Capítulo II)


“Amor Líquido” 

“Dentro e fora da caixa de ferramentas da sociabilidade” – capítulo II

Bauman, neste capítulo, nos ajuda a refletir como são os relacionamentos no líquido mundo moderno; os filhos como a aquisição mais cara que o consumidor médio pode fazer ao longo de toda a sua vida.

Outra questão fundamental: para o autor, o consumismo sem limites e sua insatisfação e o paralelo com as relações que também são mais marcadas pela quantidade, do que pela qualidade – “quando a qualidade o decepciona, você procura salvação na quantidade. Quando a duração não está disponível, é a rapidez na mudança que pode redimi-lo” (p. 77).

Nesta modernidade líquida, também entra em crise a questão da proximidade virtual e a distância virtual: “a suspensão, talvez até a anulação, de qualquer coisa que transforme a contiguidade topográfica em proximidade. A proximidade não exige mais a contiguidade física; e a contiguidade física não determina mais a proximidade” (p.81).

Citando Schluter e David Lee, nos diz que podemos usar a privcacidade como um traje pressurizado –“tudo menos convidar ao encontro, tudo menos envolver-se”. Deste modo os lares não são mais ilhas de intimidade em meio aos mares, em rápido resfriamento, da privacidade.

Os lares se transformaram em compartilhados playgrounds do amor e da amizade em locais de escaramuças territoriais; e de canteiros de obras onde se constrói o convívio em conjuntos de bunkers fortificados –“Nós entramos em nossas casas separadas e fechamos a porta, e então entramos em nossos quartos separados e fechamos a porta.

A casa torna-se um centro de lazer multiuso em que os membros da família podem viver, por assim dizer, separadamente, lado a lado” (citando autores acima mencionados). (cf p. 84

Segundo Bauman, “A solidão por trás da porta fechada de um quarto com um telefone celular à mão pode parecer uma condição menos arriscada e mais segura do que compartilhar o terreno doméstico comum” (p. 84).

Finaliza o capítulo refletindo como a modernidade líquida faz do outro um objeto de consumo:

“O desvanecimento das habilidades de sociabilidade é reforçado e acelerado pela tendência, inspirada no estilo de vida consumista dominante, a tratar os outros seres humanos como objeto de consumo e a julgá-los, segundo o padrão desses objetos, pelo volume de prazer que provavelmente oferecem em termos de seu ‘valor monetário’... A solidariedade humana é a primeira baixa causada pelo triunfo do mercado consumidor” (p. 96).



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