segunda-feira, 1 de setembro de 2025
Vivamos a caridade, a plenitude da Lei! (1)
Rezando com os Salmos - Sl 75 (76)
Aguardamos a vinda gloriosa do Senhor
Com
instrumentos de corda. Salmo de Asaf. Cântico.
–2 Em Judá o Senhor
Deus é conhecido,
e seu nome é grandioso em Israel.
–3 Em Salém ele fixou a sua tenda,
em Sião edificou Sua morada.
–4 E ali quebrou os arcos e as flechas,
os escudos, as espadas e outras armas.
–5 Resplendente e majestoso apareceis
sobre montes de despojos conquistados.
=6 Despojastes os guerreiros valorosos
que já dormem o seu sono derradeiro,
incapazes de apelar para os seus braços.
–7 Ante as Vossas ameaças, ó Senhor,
estarreceram-se os carros e os cavalos.
–8 Sois terrível,
realmente, Senhor Deus!
E quem pode resistir à Vossa ira?
–9 Lá do céu pronunciastes a sentença,
e a terra apavorou-se e emudeceu,
–10 quando Deus se levantou para julgar
e libertar os oprimidos desta terra.
–11 Mesmo a revolta dos mortais Vos dará glória,
e os que sobraram do furor Vos louvarão.
–12 Ao Vosso Deus fazei promessas e as cumpri;
Vós que o cercais, trazei ofertas ao Terrível;
–13 ele esmaga os reis da terra em seu orgulho,
e faz tremer os poderosos deste mundo!”
O Salmo 75(76) é uma ação de graças pela vitória:
“Ação
de graças depois de esplêndida vitória devida à intervenção de Deus libertador.
Deus aparece em Sião, os inimigos são aniquilados. O povo é convidado a louvá-Lo
e a oferecer sacrifícios.” (1)
Concluindo, reflitamos sobre a intervenção de Deus na história, e vinda
gloriosa do Filho do Homem (Mt 24,29-31), como lemos no versículo 30:
“Aparecerá,
então, no céu, o sinal do Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com
grande poder e glória.”
(1)
Comentário da Bíblia Edições CNBB pág. 790
Acolhamos a Palavra do Senhor, com humildade e afeição íntima
Sejamos enriquecidos com um texto do Livro da Imitação de Cristo (séc XV):
“Ouve, filho, minhas palavras suavíssimas, que superam toda a ciência dos filósofos e sábios deste mundo. Minhas palavras são espírito e vida (cf. Jo 6,63), não ponderáveis por humanas inteligências.
Não devem ser puxadas para a vã complacência, mas escutadas em silêncio, acolhidas com total humildade e afeição íntima.
Eu disse: Feliz a quem instruis, Senhor, e lhe ensinas tua lei para que o alivies nos dias maus (Sl 93,12-13) e para que não se sinta abandonado na terra.
Eu, diz o Senhor, ensinei no início aos profetas e até hoje não cesso de falar a todos. Porém muitos, à minha voz, são surdos e endurecidos.
Muitos se comprazem em atender ao mundo mais que a Deus; com maior facilidade seguem os apetites de sua carne do que a vontade de Deus.
O mundo promete coisas temporárias e pequeninas e é servido com imensas cobiças. Eu prometo bens sublimes e eternos e se entorpecem os corações dos mortais.
Quem me serve e obedece com tanto empenho em todas as coisas, quanto se serve ao mundo e aos seus senhores?
Cora de vergonha, servo preguiçoso e descontente, porque aqueles estão mais prontos para se perderem do que tu para viveres.
Mais se alegram aqueles com a vaidade do que tu com a verdade.
E, no entanto, por vezes se frustra sua esperança, ao passo que jamais falha a alguém minha promessa, nem sai de mãos vazias quem em mim confia.
O que prometi, darei; o que falei, cumprirei.
Sou eu o remunerador dos bons e inabalável acolhedor de todos os fiéis.
Escreve minhas palavras em teu coração e rumina-as com cuidado; serão muito necessárias no tempo da tentação.
O que não entendes ao ler, entenderás quando te visitar.
Costumo visitar de dois modos meus eleitos: pela tentação e pela consolação.
E lhes leio diariamente duas lições: uma, arguindo seus vícios; outra, exortando a progredir na virtude.
Quem tem minhas palavras e delas faz pouco caso, terá quem o julgue no último dia (cf. Jo 12,48).”
Vivendo o mês de setembro, de modo especial dedicado ao mês da Bíblia, intensifiquemos e aprofundemos a oração, com a Sagrada Escritura.
Seja a Leitura Orante (leitura, meditação, oração e contemplação) um modo privilegiado para que nossa oração nos ajude a viver mais configurados a Jesus Cristo (Fl 2,1-11).
Que a Palavra de Deus seja para nós, como foi para todos os profetas, como assim o foi para Jeremias:
“Quando encontrei tuas palavras, alimentei-me; elas se tornaram para mim uma delícia e a alegria do coração, o modo como invocar eu nome sobre mim, Senhor Deus dos exércitos” (Jr 15,16).
A Sagrada Escritura e a missão de cada dia
Um olhar transcendente
para que Deus seja tudo em todos.
E quando todas as coisas lhe tiverem sido submetidas,
que tudo lhe submeteu,
para que Deus seja tudo em todos”
Caminhando sobre as pétalas dos ipês
Caminhando sobre as pétalas dos ipês
“Permanecei inabaláveis e firmes na fé,
sem vos afastardes da esperança que vos dá o Evangelho,
que ouvistes, que foi anunciado a toda criatura debaixo do céu.”
(1)
Manhã de primavera, caminhando sobre as pétalas,
que anunciam uma nova estação começada.
Pensamentos elevados aos céus, em súplicas.
Relembro pequenos gestos contemplados,
mãos enrugadas pelo tempo, trêmulas estendidas,
Aos pés de uma cruz, braços estendidos suplicantes...
Na sala de espera de um hospital, notícia recebida
Lágrimas copiosas vertidas, ainda pude ouvir:
“nossa bela criança para Deus voltou, partiu...”
Paisagens cortantes da alma, de cinzas pelos campos,
Árvores queimadas, vidas sacrificadas, fumaça asfixiante,
Talvez por fatalidade, talvez por desejos insanos.
As criaturas e a criação gemendo em dores de parto,
De novos tempos, numa necessária ecologia integral.
Do contrário, futuro comum ameaçado, o que esperar?
Ouço canções que me devolvem a confiança e esperança,
De novos amanheceres possíveis, não há que desistir
Mantenhamos a fé inabalável, não nos afastemos da esperança.
O amor de Deus nos impele para não nos curvarmos.
As estações se sucederão e novas primaveras virão.
As pétalas caem em gesto último, beleza ao chão pisado.
Novas primaveras hão de vir.
Não podemos jamais desistir.
Peregrinos da esperança a caminho.
(1) Cl 1,23