sábado, 27 de dezembro de 2025

Famílias, eternas aprendizes da Sagrada Família (Ano A)

                                                      


Famílias, eternas aprendizes da Sagrada Família
 
Reflitamos sobre o papel fundamental que tem a família no Plano de Salvação que Deus nos propõe, à luz da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 2,13-18).
 
Vemos retratada a fuga da Sagrada Família para o Egito,  conforme a mensagem do Anjo do Senhor a José – “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito”.
 
Vemos quão inserida se encontra a Sagrada Família na tragédia e dificuldades humanas. Dentre elas a condição de refugiados, fugindo de terrível ameaça de morte contra o Menino Jesus por Rei Herodes.
 
Vemos que a Sagrada Família viveu uma realidade de muitas outras famílias, de modo que o Filho de Deus, o recém-nascido vem partilhar o destino de toda a humanidade, com seus dramas e vicissitudes.
 
Vejamos o que nos diz o Lecionário Comentado:
 
“O amor de Deus salva os homens, mas não os subtrai à história do homem, e nem sequer à história de violência. Deus acompanha-os e ajuda-os nas dificuldades. Assim fez com Jesus, não O subtraiu à morte, mas acompanhou-O na morte.” (1)
 
Sagrada Família, única e irrepetível, por sua composição e pela importância na história da Salvação da Humanidade, e é para todo o sempre, o mais perfeito modelo para nossas famílias.
 
Hoje, mais do que nunca, nossas famílias precisam ter a Sagrada Família como modelo no enfrentamento de tantos ventos contrários que teimam em destruí-la, desmoroná-la.
 
A família é, portanto,  uma pequena Igreja, e nela devem estar presentes algumas características já encontradas nas famílias descritas em trechos do Antigo Testamento, sobre as quais se modelam as nossas famílias: paz, abundância de bens materiais, concórdia e a descendência numerosa, como sinais da bênção do Senhor (cf. Eclo 3,3-7.14-17a).
 
Ela, como uma espécie de Igreja Doméstica, inspirada na Sagrada Família, vivendo a dimensão da memória, atualização e sacrifício da História da Salvação, será espaço para:
 
- enraizamento e solidificação da fé;
- aprendizado do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo;
 
- acolhida e amadurecimento nos princípios sagrados da beleza e sacralidade da vida, desde sua concepção até seu declínio natural;
 
- aprendizado de criação e fortalecimento de laços fraternos de amor e solidariedade;
- aprendizado de coragem e fidelidade incondicional em Deus, não obstante as provações e dificuldades que se fizerem presentes.
 
Oremos:
 
“Ó Deus de bondade, que nos destes a Sagrada Família como exemplo, concedei-nos imitar em nossos lares as suas virtudes para que, unidos pelos laços do amor, possamos chegar às alegrias da vossa casa. Por N.S.J.C. Amém.” (2)
 
 
(1) Lecionário Comentado – Tempo do Advento/Natal – Editora Paulus – Lisboa – pág.. 249
(2) Oração do dia da Missa da Sagrada Família
 

Ah, se nossas famílias escutassem o Anjo do Senhor... (ano A)

                                                        

Ah, se nossas famílias escutassem o Anjo do Senhor...

Na Liturgia da Palavra na Festa da Sagrada Família (ano A), refletimos sobre aquele momento inesquecível em que por três vezes há menção da comunicação do anjo a José. 

A primeira comunicação é quando o Anjo diz em sonho a José: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe foge para o Egito” (Mt 2,13).

No Egito o anjo continua acompanhando e comunicando a José os desígnios divinos: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e volta para a terra de Israel: pois aqueles que procuravam matar o menino já estão mortos” (Mt 2,20).

E por último: “... depois de receber um aviso em sonho, José retirou-se para a região da Galileia, e foi morar numa cidade chamada Nazaré” (Mt 2,22-23).

Como o próprio Missal Dominical afirma: “Nem tudo é idílio, paz e serenidade na família: ela passa pelos sofrimentos e dificuldades do exílio e da perseguição; pelas crises do trabalho, da separação, da emigração, do afastamento dos pais... como em todas as outras, há alegrias e sofrimentos, desde o nascimento até a infância e a idade adulta; ela amadurece através dos acontecimentos alegres e tristes para cada um de seus membros... Maria e José não se calam, não apresentam objeções sobre a opção de Jesus; inconsciente e intuitivamente percebem que é uma escolha que os exclui (ou parece excluí-los) da vida de seu único filho, uma opção semeada das lágrimas e sangue, mas a aceitam, porque essa é a vontade de Deus”.

Fixemo-nos por alguns instantes contemplando a Sagrada Família, lá no Egito, distante dos seus, em terra estranha, tudo tão diferente. Longe de suas raízes, como tantos hoje...

E, certamente não veremos nem ouviremos lamentações, posturas incrédulas e nem revolta contra Deus... Nem blasfêmias se elevaram contra Deus por tamanho infortúnio, por tamanha responsabilidade, por imensurável peso carregado sobre os ombros. 

É impensável e impossível que José tenha dito, como talvez alguns de nós diríamos: “Por que estou nesta enroscada, se esta criança nem é minha?”, “Não basta tanta gozação, ironia que suportei dos amigos... (que amigos?)”, “que fria, que roubada eu entrei...”. “Ah se pudesse voltar atrás, não teria assumido esta missão”. “Não devia ter ouvido o anjo na primeira vez, devia ter ouvido meus instintos e ter abandonado Maria em segredo...”.

Da mesma forma, é impensável e impossível, sequer um momento, Maria ter percebido tais expressões borbulhando na mente e fervendo no coração de José. Jamais Maria teria assim pensado ou tão pouco dito: “deveria ter dito não ao anjo”, “Deus deveria ter escolhido outra...”, “Se não tivesse aceitado a ação do Espírito, se não tivesse acreditado nesta possibilidade, hoje estaria junto de meus pais, sem nenhum medo no coração, não teria ouvido tanta coisa como ouvi dos meus amigos e familiares...”

Na sua mente e coração apenas uma certeza: “O Senhor fez em mim maravilhas...”. No seu coração a “Cantora Divina” que entraria, alguns anos depois, nos céus, apenas cantava e se reencantava com o Magnificat...

Sabia que o seu sim dado, não inconsequentemente, mas dado com toda coragem, jamais poderia deixar de encontrar resposta de Deus, pois é próprio do Amor de Deus se fazer presente, não somente na hora que chama, mas em todos os momentos do envio, da missão.  É próprio do amor se manifestar ininterruptamente para que o êxito da missão do amado chegue a pleno termo.

Ah, quantas lições esta Santa Família, Sacra Família, Sagrada Família, Santíssima Família.

Cada vez mais aprendemos que o amor de Deus e as coisas divinas são mais do que inexprimíveis em palavras, mas contempladas no coração, como no coração daqueles da Sagrada Família...

Urge que nossas famílias aprendam mais esta lição para que sejam um reflexo desta, que é por todo o sempre a Família de todas as famílias, porque nela o Verbo encontrou aceitação, acolhida, espaço, proteção, cuidado, carinho, ternura, palavras de sabedoria, aprendizados primeiros que toda criança deve ter.

Aquela criança ali carregada, como já fora carregada no ventre, que um dia em forma de homem, coração pela lança trespassado, sem vida, na espera da Ressurreição também em seus braços receberá, e na Mesa do Altar, estremecida, extasiada, emocionada, ouvirá, quando os Apóstolos disserem – “Isto é meu Corpo dado por vós... Tomai todos e bebei, este é o Cálice do meu Sangue...”

Os primeiros choros consolados, as primeiras dores aliviadas, as primeiras feridas curadas, as primeiras gotas de sangue caídas, contempladas, os primeiros sorrisos partilhados, os primeiros sonhos plantados, e um dia, na Mesa da Eucaristia, eternizados em alegre e confiante certeza de que o Reino de Amor, Verdade, Justiça e Paz foi inaugurado.

Maria e José nos ensinem as mais belas lições do silêncio orante, contemplativo, do relacionamento familiar edificante e estruturante, do trabalho árduo e participativo na obra da criação divina.

Tenhamos ouvidos e coração de José e de Maria, para acolher o Menino Deus, o Verbo, com mesmo amor, carinho, paixão e ternura...

Tenhamos, também, coragem de ouvir o Anjo de Deus que nos interpela, incansavelmente, no amor e na defesa da vida... 

Sagrada Família, modelo de fidelidade e coragem (Sagrada Família)

                                                               

Sagrada Família, modelo de fidelidade e coragem

Celebrar a Festa da Sagrada Família (ano A), é para todos nós, uma ocasião favorável para refletirmos sobre o papel fundamental que tem a família no Plano de Salvação que Deus nos propõe.

A família é uma pequena Igreja, e nela devem estar presentes algumas características já encontradas nas famílias descritas em trechos do Antigo Testamento, sobre as quais se modelam as nossas famílias: paz, abundância de bens materiais, concórdia e a descendência numerosa, como sinais da bênção do Senhor.

É o que vemos na passagem da Leitura (Eclo 3,3-7.14-17a). A obediência e o amor eram imprescindíveis no cumprimento da Lei, de modo que esta obediência era sinal e garantia de bênção e prosperidade para os filhos, mas também um modo de honrar a Deus nos pais, como encontramos no Livro do Êxodo (Ex 20,12) – “honra teu pai e tua mãe”.

Os pais são instrumentos de Deus e fonte de vida, e como recompensa do “honrar pai e mãe”, os filhos obtêm o perdão dos pecados, a alegria, a vida longa e a atenção de Deus.

"Com razão se diz hoje que a família é o primeiro lugar da evangelização, provavelmente o mais decisivo.

Com efeito, é na família que a criança, mesmo muito pequenina, respira ao vivo a fé ou a indiferença.

Por aquilo que vê e vive, ela adverte se em sua casa - e na vida - há lugar para Deus ou não.

Nota se a vida se projeta pensando só em si mesmos, ou também nos outros.

Tudo isto para dizer que normalmente o modo de viver encontra as suas raízes na família.”  (1)

Na passagem da Carta de Paulo aos Colossenses (Cl 3,12-21), o Apóstolo, depois de apresentar Jesus Cristo como Aquele que nos faz homens e mulheres renovados, porque ocupa lugar proeminente na criação e na redenção da humanidade, exorta sobre o novo modo de relacionamento na família, onde os esposos e os filhos cristãos vivem a vida familiar como se já vivessem na família do Pai celeste.

Revestidos do “Homem novo”, as relações são marcadas pela misericórdia, bondade, humildade, doação, serviço, compreensão, respeito pelo outro, partilha, mansidão, paciência e perdão.

Quanto à passagem do Evangelho  de Mateus (Mt 2,13-15.19-23), retrata a fuga da Sagrada Família para o Egito,  conforme a mensagem do Anjo do Senhor a José – “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito”.

Vemos quão inserida se encontra a Sagrada Família na tragédia e dificuldades humanas. Dentre elas a condição de refugiados, fugindo de terrível ameaça de morte contra o Menino Jesus por Rei Herodes.

Vemos que a Sagrada Família viveu uma realidade de muitas outras famílias, de modo que o Filho de Deus, o recém-nascido vem partilhar o destino de toda a humanidade, com seus dramas e vicissitudes.

Afirma o Lecionário Comentado:

“O amor de Deus salva os homens, mas não os subtrai à história do homem, e nem sequer à história de violência. Deus acompanha-os e ajuda-os nas dificuldades. Assim fez com Jesus, não O subtraiu à morte, mas acompanhou-O na morte.” (2)

Sagrada Família, única e irrepetível, por sua composição e pela importância na história da Salvação da Humanidade, e é para todo o sempre, o mais perfeito modelo para nossas famílias.

Hoje, mais do que nunca, nossas famílias precisam ter a Sagrada Família como modelo no enfrentamento de tantos ventos contrários que teimam em destruí-la, desmoroná-la.

A família, como uma espécie de Igreja Doméstica, inspirada na Sagrada Família, vivendo a dimensão da memória, atualização e sacrifício da História da Salvação, será espaço para:

- enraizamento e solidificação da fé;
- aprendizado do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo;
- acolhida e amadurecimento nos princípios sagrados da beleza e sacralidade da vida, desde sua concepção até seu declínio natural;
- aprendizado de criação e fortalecimento de laços fraternos de amor e solidariedade;
- aprendizado de coragem e fidelidade incondicional em Deus, não obstante as provações e dificuldades que se fizerem presentes.

Oremos:

“Ó Deus de bondade, que nos destes a Sagrada Família como exemplo, concedei-nos imitar em nossos lares as suas virtudes para que, unidos pelos laços do amor, possamos chegar às alegrias da vossa casa. Por N.S.J.C. Amém.” (3)


PS: Fontes de pesquisa: Missal Dominical, pp.100-101; www.dehonianos.org/portal
(1) Lecionário Comentado p.255
(2) Idem p. 249
(3) Oração do dia da Missa da Sagrada Família
 

Oração pela Santificação da Família (I)

                                                              

Oração pela Santificação da Família

Trindade Santa, Mistério de bondade, amor, ternura,
Vós sois a fonte de nossa vida e de todas as delícias.
Sem Vós, nossos sonhos tornam-se pesadelos,

Diante de Vós, dobramos nossos joelhos e abrimos
Nossa boca e coração com ardentes súplicas:

Que, em nossas famílias, Vos adoremos e glorifiquemos;
que sejais, em nossas casas, Luz do Espírito que ilumina,
fogo da Caridade que aquece relacionamentos,
Pão da Eucaristia que nutre nossas forças,
Palavra viva e eterna que nos orienta,
Orvalho e brisa suaves que nos acalmam!

Livrai as famílias de tudo que destrói sua unidade e paz,
para que sejam como uma pequena Igreja doméstica,
da qual Vós sejais modelo de vida,
e nela vivamos a fé, a esperança, o amor, a comunhão,
a partilha, a compreensão e o perdão.

Inundai o coração dos pais e dos filhos de
paciência, ternura, mansidão e generosidade.
para que vivam uma relação profunda de amor.

Santificai, Senhor, nossas e Vossas famílias,
Derramai Vossas Bênçãos sobre elas.
Amém!

Oração pela Santificação da Família (II)

                                                

Oração pela Santificação da Família

Trindade Santa, Mistério de bondade, amor, ternura,
Vós sois a fonte de nossa vida e de todas as delícias.
Sem Vós, nossos sonhos tornam-se pesadelos;

Diante de Vós, dobramos nossos joelhos e abrimos
nossa boca e coração com ardentes súplicas:
Que, em nossas famílias, Vos adoremos e glorifiquemos;
que sejais, em nossas casas, Luz do Espírito que ilumina,
fogo da Caridade que aquece relacionamentos.

Sejamos conduzidos pela Vossa Santa Palavra, 
nutridos pelo Pão da Eucaristia que nos revigora,
tendo Vosso Espírito, orvalho e brisa suaves que nos acalmam!
Livrai as famílias de tudo que destrói sua unidade e paz,
para que sejam como uma pequena Igreja Doméstica,
da qual Vós sejais modelo de comunhão e vida.

Ajudai-nos, para que tenhamos mais paciência, mansidão,
alegria  e generosidade, em nossos relacionamentos,
dentro e fora da família.

Fortalecei em nós a fé, a esperança, o amor,
Para que, a serviço do Reino,
Anunciemos e testemunhemos Vossa Palavra.

Inundai o coração dos pais e filhos de paciência,
Ternura, mansidão e generosidade, para que
vivam a partilha, a compreensão e o perdão.

Que pais e filhos.
Sejam misericordiosos como o Deus Pai,
Assim como nos revela o Filho Amado, Jesus.

Santificai, Senhor, nossas e Vossas famílias,
Nossas enquanto responsabilidade do cuidado
Vossas, porque a Vós tudo pertence.

A Vós a quem damos, incessantemente,
Toda honra, glória, poder e louvor.
Derramai Vossas Bênçãos sobre todas as famílias
Amém.

Oremos pela família (III)

                                                      


Oremos pela Família

Embora desconhecendo a autoria, esta Oração é propícia para ser rezada todos os dias, para que a família cumpra sua missão de ser uma pequenina Igreja Doméstica, edificada sobre a rocha da Palavra de Deus e nutrida pela força Salutar da Eucaristia.

“Senhor Jesus Cristo,
abençoai nossas famílias, e ficai sempre conosco
nesta hora tão difícil de nossa história.

Senhor Jesus Cristo,
ensinai-nos a rezar!

Abri nossos corações ao perdão e à compreensão,
afastai de nossos lares o perigo da separação e do divórcio
e fazei-nos viver na unidade e no amor.

Vossa mãe era ‘serva do Senhor’,
e sempre guardava a Vossa Palavra:
que assim sejam todas as mães cristãs.

Vosso pai era ‘um homem justo’,
porque vivia de fé e de esperança:
que assim sejam todos os cristãos.

Senhor Jesus Cristo,
que todos os habitantes da terra
se encontrem reunidos
formando assim uma só família,
no Amor único do Pai.
Assim seja!”

Pai nosso que estais nos céus...

Creiamos na família!

                                                                   


Creiamos na família!

Sem ela, o que será de nosso amanhã?

Indubitavelmente, o futuro da humanidade passa pelo que fazemos no presente pela família. Urge, pois, solidificá-la e santificá-la.

Embora as incontáveis dificuldades enfrentadas, se novos horizontes de comunhão e vida quisermos, não podemos deixar de acreditar na família, aparando indesejáveis arestas, abrindo as necessárias frestas para acolher o Sopro do Espírito…

Que os raios do Sol do Salvador irrompam em nossos lares, trazendo a Salvação de Deus para as nossas famílias, e que elas jamais percam o sonho e desejo de serem santas, sempre inspiradas e aprendizes da mais bela e santa entre todas: A Sagrada Família!

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