quarta-feira, 5 de março de 2025

Síntese da Mensagem para a Quaresma de 2014

Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2014

Apresento uma síntese da Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2014, a fim de que ela fosse marcada pela sincera conversão.

A Mensagem trazia como motivação as palavras do Apóstolo Paulo - «Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, Se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a Sua pobreza» (2 Cor 8,9).

Como viver o conteúdo destas palavras? Como viver uma vida pobre no sentido evangélico? São questões que nos apresentou.

Viver a pobreza evangélica é corresponder ao estilo de Deus, que não Se revela através dos meios do poder e da riqueza do mundo, mas por meio da fragilidade e da pobreza - «sendo rico, Se fez pobre por vós». Cristo, o Filho eterno de Deus, igual ao Pai em poder e glória, fez-Se pobre; desceu ao nosso meio, aproximou-Se de cada um de nós; despojou-Se, «esvaziou-Se», para Se tornar em tudo semelhante a nós (cf. Fl 2,7; Hb 4,15).

Deste modo, é preciso compreender o Amor divino, como um Amor que é graça, generosidade, desejo de proximidade, não hesitando em doar-Se e sacrificar-Se pelas Suas amadas criaturas.

Viver a caridade, o amor, é partilhar, em tudo, a sorte do amado. O amor torna semelhante, cria igualdade, abate os muros e as distâncias, exatamente como Deus fez conosco. Veio nos salvar, e não fez a Salvação cair do alto sobre nós, como a esmola de quem dá parte do próprio supérfluo com piedade filantrópica.

Vivendo na pobreza, Jesus nos liberta e nos torna ricos, e a Sua pobreza nos enriquece, quando Se fez Carne e tomou sobre Si nossas fraquezas, os nossos pecados e nos comunicou a misericórdia infinita de Deus.

Sua pobreza é a maior riqueza: Jesus é rico de confiança ilimitada em Deus Pai, confiando-Se a Ele em todo o momento, procurando sempre, e apenas, a Sua vontade e a Sua glória.

Citando Léon Bloy, o Papa disse que a única verdadeira tristeza é não ser Santos, e com isto também afirma que só há uma verdadeira miséria: é não viver como filhos de Deus e irmãos de Cristo.

Segundo o Papa, a vivência da Quaresma exige sempre esforço contínuo de conversão a Deus e, a exemplo de Jesus, somos chamados a ver as misérias dos irmãos, a tocá-las, a ocupar-nos delas e a trabalhar concretamente para aliviá-las.

Note-se que o Papa ressaltou a diferença entre a miséria e a pobreza: “A miséria não coincide com a pobreza; a miséria é a pobreza sem confiança, sem solidariedade, sem esperança”

Ele distinguiu três tipos de misérias, que clamam nossa compaixão e solidariedade, e as descreve pormenorizadamente:

a) A miséria material: falta de recursos materiais de primeira necessidade para uma vida digna;

b) A miséria do vício e do pecado: drogas, jogo, pornografia; perda do sentido da vida por falta de perspectivas de futuro e condições sociais injustas.

c) A miséria espiritual: a autossuficiência, o afastamento de Deus, recusa do Seu amor. “O Evangelho é o verdadeiro antídoto contra a miséria espiritual: o cristão é chamado a levar a todo o ambiente o anúncio libertador de que existe o perdão do mal cometido, de que Deus é maior que o nosso pecado e nos ama gratuitamente e sempre, e de que estamos feitos para a comunhão e a vida eterna”.

O Papa recordou que o Senhor sempre nos convida a sermos jubilosos anunciadores desta mensagem de misericórdia e esperança. É bom experimentar a alegria de difundir esta Boa-Nova, partilhando o tesouro que nos foi confiado para consolar os corações dilacerados e dar esperança a tantos irmãos e irmãs imersos na escuridão.

Trata-se de seguir e imitar Jesus, que foi ao encontro dos pobres e dos pecadores, como o pastor à procura da ovelha perdida, e fê-lo cheio de Amor. Unidos a Ele, podemos, corajosamente, abrir novas vias de evangelização e promoção humana.

Uma Igreja configurada a Jesus Cristo precisa estar inteiramente  pronta e solícita para testemunhar, a quantos vivem na miséria material, moral e espiritual, a mensagem evangélica, que se resume no anúncio do Amor do Pai misericordioso, pronto a abraçar em Cristo toda a pessoa.

Fomos exortados a viver a Quaresma como “um tempo propício para o despojamento; e far-nos-á bem questionar-nos acerca do que nos podemos privar a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa pobreza.

Enfim, o Papa nos lembrou de que “a verdadeira pobreza dói: não seria válido um despojamento sem esta dimensão penitencial. Desconfio da esmola que não custa nem dói".

Encerrou a Mensagem pedindo a graça do Espírito Santo, que nos permita ser «tidos por pobres, nós que enriquecemos a muitos; por nada tendo e, no entanto, tudo possuindo» (2 Cor 6,10).

Rezou para que Deus sustentasse os propósitos da quaresma, reforçando em nós a atenção e solicitude pela miséria humana, para nos tornarmos misericordiosos e agentes de misericórdia, e assim abençoando nos convidou a percorrer frutuosamente o Itinerário Quaresmal para celebrarmos a Páscoa do Senhor com exultação e alegria.
  

PS: Desejando, confira a Mensagem na íntegra acessando:

Campanha da Fraternidade 2014


Campanha da Fraternidade 2014

A Igreja no Brasil realizou a Campanha da Fraternidade 2014 com um tema extremamente atual, complexo e desafiador.

Tema: “Fraternidade e tráfico humano”
Lema: “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1)

Não foram medidos esforços em acompanhar, refletir e ajudar a desenvolver a Campanha que não se encerra, como se diz indevidamente, com a Páscoa.


Oração da Campanha da Fraternidade - 2014 - CNBB

Ó Deus, sempre ouvis o clamor do Vosso povo
e Vos compadeceis dos oprimidos e escravizados.

Fazei que experimentem a libertação da Cruz
e a Ressurreição de Jesus.

Nós Vos pedimos pelos que sofrem
o flagelo do tráfico humano.

Convertei-nos pela força do Vosso Espírito,
e tornai-nos sensíveis às dores destes nossos irmãos.

Comprometidos na superação deste mal,
vivamos como Vossos filhos e filhas,
na liberdade e na paz.

Por Cristo nosso Senhor.
Amém!

Síntese da Mensagem para a Quaresma de 2013

Síntese da Mensagem para a Quaresma de 2013

                            “A caridade suscita a caridade”

Em sua mensagem para a Quaresma de 2013, o Papa Bento XVI nos convidou a crer que “a caridade suscita caridade”, inspirado na passagem bíblica - «Nós conhecemos o Amor que Deus nos tem, pois cremos n’Ele» (1 Jo 4, 16).

Vivíamos o Ano da Fé, e a Mensagem aprofunda a inseparável relação entre fé e caridade: “entre o crer em Deus, no Deus de Jesus Cristo, e o Amor, que é fruto da ação do Espírito Santo e nos guia por um caminho de dedicação a Deus e aos outros”.

Nesta relação das virtudes teologais, a fé é uma resposta ao Amor de Deus, e vida cristã é a expressão do encontro pessoal com Jesus Cristo, que marcou definitivamente a vida daquele que O encontrou:

«No início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo. (...) Dado que Deus foi o primeiro a amar-nos (cf. 1 Jo 4, 10), agora o amor já não é apenas um “mandamento”, mas é a resposta ao dom do amor com que Deus vem ao nosso encontro» (Deus Caritas Est, 1).

Este encontro com Deus Amor envolve não só o coração, mas também o intelecto: «O reconhecimento do Deus vivo é um caminho para o amor, e o sim da nossa vontade à d’Ele une intelecto, vontade e sentimento no acto globalizante do amor. Mas isto é um processo que permanece continuamente a caminho: o amor nunca está "concluído" e completado» (ibid., 17).

O Mandamento do Amor a Deus não é algo imposto a fé, porque é fruto deste encontro com o Senhor e, assim, o cristão é uma pessoa conquistada pelo Amor de Cristo, movida por este amor - «Caritas Christi urget nos» (2 Cor 5, 14) - , está aberto de modo profundo e concreto ao amor do próximo (cf. ibid., 31 e 33).

Amados, perdoados e servidos pelo Senhor, que Se inclina para lavar os pés dos Apóstolos, e Se oferece a Si mesmo na Cruz para atrair a humanidade ao Amor de Deus. Também somos impelidos à mesma coisa fazer.

A fé, que toma consciência do Amor de Deus revelado no coração trespassado de Jesus na Cruz, suscita por sua vez o amor, de modo que os cristãos são distinguidos pelo «o amor fundado sobre a fé e por ela plasmado» (ibid., 7).

Em seguida nos falou da caridade como vida na fé; toda a vida cristã consiste em responder ao Amor de Deus: Deus nos ama, nos atrai e nos transforma: “Deus não Se contenta com o nosso acolhimento do Seu Amor gratuito; não Se limita a amar-nos, mas quer atrair-nos a Si, transformar-nos de modo tão profundo que nos leve a dizer, como São Paulo: Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim (cf. Gl 2, 20)”, e dando espaço ao Amor de Deus, tornamo-nos semelhantes a Ele, participantes da Sua própria caridade.

Conceituando a fé, ele diz:

“A fé é conhecer a verdade e aderir a ela (cf. 1 Tm 2, 4); a caridade é ‘caminhar’ na verdade (cf. Ef 4, 15). Pela fé, entra-se na amizade com o Senhor; pela caridade, vive-se e cultiva-se esta amizade (cf. Jo 15, 14-15).

A fé faz-nos acolher o Mandamento do nosso Mestre e Senhor; a caridade dá-nos a felicidade de pô-lo em prática (cf. Jo 13, 13-17).

Na fé, somos gerados como filhos de Deus (cf. Jo 1, 12-13); a caridade faz-nos perseverar na filiação divina de modo concreto, produzindo o fruto do Espírito Santo (cf. Gl 5, 22). A fé faz-nos reconhecer os dons que o Deus bom e generoso nos confia; a caridade fá-los frutificar (cf. Mt 25, 14-30)”.

Retomou e aprofundou o entrelaçamento indissolúvel de fé e caridade, que não se contrapõem, e, portanto, não podemos incorrer no fideísmo e tão pouco no ativismo moralista:

“A existência cristã consiste num contínuo subir ao monte do encontro com Deus e depois voltar a descer, trazendo o amor e a força que daí derivam, para servir os nossos irmãos e irmãs com o próprio Amor de Deus”.

Entretanto, não se pode reduzir a caridade à solidariedade ou simples ajuda, mas esta se revela precisamente como evangelização, ou seja, o «serviço da Palavra», com a promoção integral da pessoa humana.

Viver a caridade é ser movido pelo amor, porque, essencialmente, tudo parte do Amor e tende para o Amor, e este Amor gratuito de Deus nos é dado a conhecer por meio do anúncio do Evangelho.

Citando o Apóstolo Paulo, aprofundou a relação entre fé e obras de caridade:

«É pela graça que estais salvos, por meio da fé. E isto não vem de vós; é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque nós fomos feitos por Ele, criados em Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas acções que Deus de antemão preparou para nelas caminharmos» (Ef 2, 8-10).

Afirmou que “uma fé sem obras é como uma árvore sem frutos: estas duas virtudes implicam-se mutuamente”, como nos ensina a Palavra de Deus, e assim, a Quaresma se torna um tempo fecundo para:

- Alimentarmos a nossa fé, com uma escuta mais atenta e prolongada da Palavra de Deus;
- Participação nos Sacramentos;
- Crescimento na caridade, no amor a Deus e ao próximo, através do jejum, da penitência e da esmola.

Concluiu a mensagem destacando a prioridade da fé e a primazia da caridade:

Enquanto dom e resposta, a fé leva-nos a conhecer a verdade de Cristo como Amor encarnado e crucificado, adesão plena e perfeita à vontade do Pai e infinita misericórdia divina para com o próximo.

A fé radica no coração e na mente a firme convicção de que precisamente este Amor é a única realidade vitoriosa sobre o mal e a morte.

A fé também nos convida a olhar o futuro com a virtude da esperança, na expectativa confiante de que a vitória do Amor de Cristo chegue à sua plenitude.

Quanto à caridade, ela nos faz entrar no Amor de Deus manifestado em Cristo, com adesão pessoal e existencial, doação total e sem reservas de Jesus ao Pai e aos irmãos.

Pela caridade em nós infundida pelo Espírito Santo, tornamo-nos  participantes da dedicação própria de Jesus, vivendo uma relação filial em relação a Deus e fraterna em relação a cada ser humano (cf. Rm 5, 5).

Fez uma analogia entre a fé e a caridade, Batismo e Eucaristia:

“O Batismo (‘Sacramentum Fidei’) precede a Eucaristia (‘Sacramentum Caritatis’), mas está orientado para ela, que constitui a plenitude do caminho cristão. De maneira análoga, a fé precede a caridade, mas só se revela genuína se for coroada por ela.

Tudo inicia do acolhimento humilde da fé (‘saber-se amado por Deus’), mas deve chegar à verdade da caridade (‘saber amar a Deus e ao próximo’), que permanece para sempre, como coroamento de todas as virtudes (cf. 1 Cor 13, 13)”, e neste sentido nos convida para vivermos a Quaresma:

- Como tempo de preparação para celebração do evento da Cruz e da Ressurreição, no qual o Amor de Deus redimiu o mundo e iluminou a história.

- Como tempo do reavivamento da fé em Jesus Cristo, e assim “entrar no Seu próprio circuito de Amor ao Pai e a cada irmão e irmã que encontramos na nossa vida” .



Campanha da Fraternidade 2013

Campanha da Fraternidade 2013

A Igreja no Brasil realizou a Campanha da Fraternidade com um tema extremamente atual e de importância indiscutível.

Tema: “Fraternidade e Juventude”
Lema: “Eis-me aqui, envia-me!” (Is 6,8))

Não foram medidos esforços em acompanhar, refletir e ajudar a desenvolver esta Campanha que não se encerrou, como se diz indevidamente, com a Páscoa.

Oração da Campanha da Fraternidade - 2013 - CNBB

Pai Santo, Vosso Filho Jesus,
conduzido pelo Espírito
e obediente à Vossa vontade,
aceitou a cruz como prova de amor à humanidade.

Convertei-nos e, nos desafios deste mundo,
tornai-nos missionários
a serviço da juventude.

Para anunciar o Evangelho como projeto de vida,
enviai-nos, Senhor;
para ser presença geradora de fraternidade,
enviai-nos, Senhor;
para ser profetas em tempo de mudança,
enviai-nos, Senhor;
para promover a sociedade da não violência,
enviai-nos, Senhor;
para salvar a quem perdeu a esperança,
enviai-nos, Senhor;

para 
... (intenções da comunidade)

Síntese da Mensagem para a Quaresma de 2012

Síntese da Mensagem para a Quaresma de 2012

Na Mensagem Quaresmal do Papa Bento XVI, notava-se sua preocupação na construção de uma Igreja mais fiel ao Senhor, numa amadurecida e frutuosa comunhão, que passa indispensavelmente pela reconciliação e amor fraterno, tornando o Evangelho verdadeiramente uma Boa-Nova para toda a humanidade, a fim de que as comunidades sejam mais fiéis a Jesus Cristo.

Inspirou-se num breve texto bíblico extraído da Carta aos Hebreus: “Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras” (Hb 10, 24).

Iniciou acenando para a Quaresma, como o tempo da graça para a reflexão sobre o cerne da vida cristã: o amor. Com efeito, é um tempo propício para renovarmos, com a ajuda da Palavra de Deus e dos Sacramentos, o caminho pessoal e comunitário de fé, marcado pela oração e a partilha, pelo silêncio e o jejum, com a esperança de viver a alegria Pascal.

“O fruto do acolhimento de Cristo é uma vida edificada segundo as três virtudes teologais: trata-se de nos aproximarmos do Senhor «com um coração sincero, com a plena segurança da fé» (v. 22), de conservarmos firmemente «a profissão da nossa esperança» (v. 23), numa solicitude constante por praticar, juntamente com os irmãos, «o amor e as boas obras» (v. 24).”

O Santo Padre apresentou a Mensagem sob três aspectos da vida cristã:

“1. «Prestemos atenção»: a responsabilidade pelo irmão.
Refere-se ao convite de «prestar atenção»: o verbo grego usado é “katanoein”, que significa observar bem, estar atento, olhar conscienciosamente, dar-se conta de uma realidade. Assim como Jesus que convida os discípulos a «observar» as aves do céu, que não se preocupam com o alimento e, todavia são objetos de solícita e cuidadosa Providência divina (cf. Lc 12, 24), e a «dar-se conta» da trave que têm na própria vista antes de reparar no argueiro que está na vista do irmão (cf. Lc 6, 41).

Se este olhar de fraternidade for cultivado, brotarão naturalmente do nosso coração a solidariedade, a justiça, bem como a misericórdia e a compaixão, e encontraremos o remédio para um mundo enfermo, como já dizia O Servo de Deus Paulo VI em sua Carta Encíclica “Populorum progressio” (n. 66).

A Sagrada Escritura adverte contra o perigo de ter o coração endurecido por uma espécie de «anestesia espiritual», que nos torna cegos aos sofrimentos alheios. O evangelista Lucas narra duas parábolas de Jesus, nas quais são indicados dois exemplos desta situação que se pode criar no coração do homem.

Na parábola do bom Samaritano, o sacerdote e o levita, com indiferença, «passam ao largo» do homem assaltado e espancado pelos salteadores (cf. Lc 10, 30-32), e, na do rico avarento, um homem saciado de bens não se dá conta da condição do pobre Lázaro que morre de fome à sua porta (cf. Lc 16, 19).

2. «Uns aos outros»: o dom da reciprocidade.
O fato de sermos o «guarda» dos outros contrasta com uma mentalidade que, reduzindo a vida unicamente à dimensão terrena, deixa de considerá-la na sua perspectiva escatológica e aceita qualquer opção moral em nome da liberdade individual. Uma sociedade como a atual pode tornar-se surda quer aos sofrimentos físicos, quer às exigências espirituais e morais da vida. Não deve ser assim na comunidade cristã!

Na Igreja, corpo místico de Cristo, verifica-se esta reciprocidade e solicitude de uns para com os outros, (1Cor 12,25): a comunidade não cessa de fazer penitência e implorar perdão para os pecados dos seus filhos, mas alegra-se contínua e jubilosamente também com os testemunhos de virtude e de amor que nela se manifestam.

3. «Para nos estimularmos ao amor e às boas obras»: caminhar juntos na santidade.
Somos impelidos a considerar a vocação universal à santidade como o caminho constante na vida espiritual, a aspirar aos carismas mais elevados e a um amor cada vez mais alto e fecundo (cf. 1 Cor 12, 31 – 13, 13). A atenção recíproca tem como finalidade estimular-se, mutuamente, a um amor efetivo sempre maior, «como a luz da aurora, que cresce até ao romper do dia» (Prov 4, 18), à espera de viver o dia sem ocaso em Deus.

É preciso vencer a tentação de sufocar o Espírito, não omitir-se em «pôr a render os talentos» que nos foram dados para bem nosso e dos outros (cf. Mt 25, 24-28). Todos recebemos riquezas espirituais ou materiais úteis para a realização do plano divino, para o bem da Igreja e para a nossa salvação pessoal (cf. Lc 12, 21; 1 Tm 6, 18). Os mestres espirituais lembram que, na vida de fé, quem não avança, recua.

Ter como inspiração as virtudes de alguns cristãos exemplares (bem aventurados e santos) que a Igreja, na sua sabedoria, reconhece e nos apresenta. Imitando-os adiantamo-nos na mútua estima» (Rm 12, 10).”

Há sempre um longo caminho a percorrer, com firmes propósitos de conversão, maior fidelidade no carregar da cruz, num renovado testemunho de amor e fidelidade ao Senhor, para que possamos celebrar a riqueza da Liturgia Pascal e o transbordamento da verdadeira alegria.

Não podemos recuar jamais na caminhada de fé, como o Papa bem nos lembrou. Portanto, é preciso avançar no amor, fortalecendo os laços de amizades, à luz da Palavra Divina, para que prefiguremos e levedemos o mundo com a Lógica Eucarística, que se traduz em partilha e solidariedade para com o próximo.

Viver o amor no Banquete Eucarístico celebrado, e na vida prolongado, até que possamos vivê-lo plenamente na eternidade.


PS: Publicado no jornal “Folha Diocesana” - Guarulhos - Ed. nº186.   

Campanha da Fraternidade 2012

Campanha da Fraternidade 2012

A Igreja no Brasil realizou a Campanha da Fraternidade 2012 com um tema extremamente atual, complexo e desafiador.

Tema: “Fraternidade e Saúde Pública”
Lema: “Que a saúde se difunda sobre a terra” (Eclo 38,8)

Não foram medidos esforços em acompanhar, refletir e ajudar a desenvolver esta Campanha que não se encerrou, como se diz indevidamente, com a Páscoa.

Oração da Campanha da Fraternidade - 2012 - CNBB 

Senhor Deus de Amor,
Pai de bondade,
nós Vos louvamos e agradecemos
pelo dom da vida,
pelo Amor com que cuidais de toda a criação.

Vosso Filho Jesus Cristo,
em Sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos
e de todos os sofredores,
sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude.
Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito.
Guiai a Vossa Igreja, para que ela, pela conversão
se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo,
e que a saúde se difunda sobre a terra.
Amém.


Campanha da Fraternidade 2011

Campanha da Fraternidade 2011

A Igreja no Brasil realizou a Campanha da Fraternidade  2011 com um tema extremamente atual, complexo e desafiador.

Tema: “Fraternidade e a vida no Planeta”
Lema: “A criação geme em dores de parto” (Rm 8,22)

Não foram medidos esforços esforços em acompanhar, refletir e ajudar a desenvolver esta Campanha que não se encerrou, como se diz indevidamente, com a Páscoa.

Oração da Campanha da Fraternidade - 2011 - CNBB

Senhor Deus, nosso Pai e Criador.
A beleza do universo revela a Vossa grandeza,
A sabedoria e o amor com que fizestes todas as coisas,
E o eterno amor que tendes por todos nós.

Pecadores que somos, não respeitamos a Vossa obra,
E o que era para ser garantia da vida está se tornando ameaça.

A beleza está sendo mudada em devastação,
E a morte mostra a sua presença no nosso Planeta.
Que nesta Quaresma nos convertamos
E vejamos que a criação geme em dores de parto,

Para que possa renascer segundo o
 Vosso plano de amor,
Por meio da nossa mudança de mentalidade e de atitudes.

E, assim, como Maria, que meditava a Vossa Palavra e a fazia vida,
Também nós, movidos pelos princípios do Evangelho,
Possamos celebrar na Páscoa do Vosso Filho, nosso Senhor,
O ressurgimento do Vosso Projeto para todo o mundo.
Amém.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG