terça-feira, 4 de fevereiro de 2025
A liberdade cristã na evangelização
Chamados, amados e enviados para a missão (XDTCA)
Chamados, amados e enviados para a missão
Com o 10º Domingo do Tempo Comum (Ano A), a Liturgia nos convida a refletir sobre a misericórdia querida por Deus e não os sacrifícios, pois para Ele o essencial não são os atos de culto ou declarações de boas intenções, mas uma adesão verdadeira e coerente ao Seu chamado e proposta de Salvação.
Na passagem da primeira Leitura do Livro de Oseias (Os 6,3-6), refletimos sobre o ministério profético de Oseias numa época bastante conturbada (Reino do Norte – Israel), em termos políticos e marcado por violência, insegurança e derramamento de sangue; em termos religiosos por uma grande confusão.
O profeta exorta para que o povo reconheça a infidelidade cometida, vivida na idolatria, e redescubra o amor do Senhor, expresso em gestos concretos de amor, ternura, bondade e misericórdia (“hesed”) em favor dos irmãos e irmãs.
Reflitamos:
- Qual é a sinceridade, fidelidade e profundidade de adesão ao Projeto que Deus tem para nós?
- Qual o desejo e sinais que expressam atitudes de conversão ao amor de Deus?
- Como vivemos este amor a Deus no amor ao próximo?
Na passagem da segunda Leitura (Rm 4,18-25), dirigindo-se aos cristãos que vêm do judaísmo (preocupados com o estrito cumprimento da Lei de Moisés, bem como os que vêm do paganismo), o Apóstolo Paulo reflete sobre o essencial: a fé.
Abraão é apresentado como um exemplo para todos nós, por sua adesão total, incondicional e plena a Deus e aos Seus Projetos. Em Deus, esperou “contra toda a esperança” (Rm 4,18).
De fato, a Salvação é um dom para toda a humanidade, e deve ser acolhida e vivida com confiança, entrega e obediência.
Reflitamos:
– O que o exemplo de Abraão nos ensina?
– Como acolho e vivo a Salvação como dom de Deus?
Com a passagem do Evangelho (Mt 9,9-13), vemos quão misericordioso é o nosso Deus. Jesus nos chama para segui-Lo, pecadores que somos.
De fato, Mateus aceitou o convite sem discussão, e o seguiu de forma incondicional, e esta adesão ao chamamento se chama “Fé”.
Nisto consiste o caminho do discípulo missionário do Senhor: encontrá-Lo, escutá-Lo, aceitá-Lo e segui-Lo, acolhido e transformado por Sua Misericórdia.
Assim Se expressa o Senhor:
– “Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, Eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores” (Mt 9,13).
Vejamos o que nos diz o Comentário do Missal Cotidiano:
“Deus foi sempre o grande incompreendido por parte dos homens. Incompreendido em Seu agir, em Suas intervenções, incompreendido em Seu silêncio, incompreendido em Suas exigências e em Sua lei.
Mas a incompreensão maior e mais estranha refere-se à Sua misericórdia. É a incompreensão de quem não crê na misericórdia de Deus, de quem tem medo d’Ele, de quem treme ao pensar em comparecer à Sua presença, e foge do mal unicamente para evitar os Seus castigos...”.
Quem souber viver a misericórdia para com o próximo, na sincera e frutuosa prática da acolhida, do perdão, superação, compreenderá o Coração de Deus.
Deste modo, saboreará a mais bela e pura alegria, que nasce do perdão dado e recebido.
Como discípulos missionários do Senhor, não podemos permitir que o ódio, o rancor, o ressentimento fossilizem ou criem raízes nas entranhas mais profundas do coração.
Jamais permitir que a obscuridade ao outro deva ser para sempre imposta pelo seu erro, tropeço, falha.
Urge compreender, na exata medida, o erro cometido, sem nada acrescentar, e ter também a maturidade de se colocar no lugar do outro, porque todos somos passíveis de erros.
Isto é possível quando nosso coração de pedra se transforma em um coração de carne, terno e manso, para que nele Deus possa frutuosa e ricamente fazer Sua morada.
Tão somente assim, tendo os mesmos sentimentos do Senhor Jesus (Fl 2,5), teremos a possibilidade de novas ações, formando e gerando Cristo em nós e no outro, sempre impelidos pelo Amor de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm 5,5).
Nisto consiste a edificação de uma Igreja Sinodal: caminharmos todos juntos, vivendo e comunicando a misericórdia, em permanente atitude missionária, sobretudo nas periferias existenciais, como nos fala o Papa Francisco.
Reflitamos:
- Qual a consistência do nosso amor por Jesus, como Seus discípulos missionários?
- Como Igreja Sinodal, como testemunhar a Misericórdia Divina que se destina a todos os povos?
- Como vivemos a radicalidade no seguimento de Jesus: conversão e misericórdia?
- Como se dá o encontro, escuta, acolhida e seguimento do Senhor, que nos chama apesar de sermos pecadores?
Oremos:
Quem poderá compreender o Vosso coração, Senhor?
Ó incompreendido amor de Deus, que questiona o amor humano, tão pequeno, quantificável, porque limitado, medido, calculado, com parcimônia por vezes comunicado.
Ó incompreendido amor de Deus, que o nosso assim também o seja.
Ensinai-nos, que o amor não é para ser compreendido, amor é para amar, simplesmente; sem teorias, explicações, racionalizações.
Ajudai-nos a viver o Amor de Cruz, que ama, acolhe, perdoa, renova, faz renascer e rompe a barreira do aparentemente impossível.
O amor vivido no extremo da Cruz, que foi, é e será para sempre o verdadeiro amor.
Amor tão incompreendido, mas tão necessário e desafiador para a humanidade em todo tempo.
Amor que, se vivido, nos credencia para a eternidade de Deus, que é a vivência e mergulho na plenitude de Seu amor, luz, alegria, vida e paz. Amém.
Ps: Apropriado para o dia 21 de setembro, quando celebramos a Festa do Apóstolo e Evangelista São Mateus
Livres para seguir o Senhor (XIIIDTCC)
A passagem do Evangelho (Lc 9,51-62) nos apresenta o caminho do discípulo e as exigências para seguir o Senhor, haja vista o contexto em que Jesus decide ir para Jerusalém consumar a obra da Redenção da humanidade, pelo Mistério de Sua Paixão, Morte e Ressurreição.
O Chamamento Divino e a resposta humana! (XIIIDTCC)
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025
São Brás, rogai por nós!
São
Brás, rogai por nós!
Segundo a tradição, São Brás foi um bispo
cristão de Sebaste (séc. IV), na Armênia (atualmente na Turquia), durante o
império Romano, e sua memória é celebrada no dia 03 de fevereiro.
A devoção a ele cresceu ao longo dos séculos
na tradição católica, e ele é frequentemente invocado para proteção contra
problemas de garganta. Por isso, neste dia, muitos vão à Igreja em busca da "Bênção
de São Brás", a bênção da garganta, para sua proteção e saúde.
São Brás, Bispo e Mártir, segundo a Tradição, morreu
martirizado, durante as perseguições aos cristãos ordenadas pelo imperador
Licínio.
Conta-se que foi preso e torturado por se
recusar a renunciar à sua fé cristã. Em um dos relatos mais comuns, consta que
ele foi flagelado com pentes de ferro (um
tipo de tortura cruel) e, por fim decapitado.
Em uma das histórias, narra-se que, durante
sua prisão, enquanto era levado para a execução, curou um menino que estava
sufocando devido a uma espinha de peixe presa na garganta. Daí decorre a
associação ao seu cuidado das doenças da garganta.
Recebamos a bênção tão necessária, mas também
roguemos a Deus para que tenhamos a serenidade, coragem e amor pela Igreja, assim
como o fez São Brás no testemunho de sua fé.
Roguemos a Deus, para que em todo o tempo,
jamais vacilemos na fé, tampouco esmoreçamos na esperança, de tal modo que
também não seja apagada a chama da caridade em nosso coração.
Supliquemos a Deus a força necessária para a
resistência nas tentações, paciência nas tribulações e sentimento de gratidão
na prosperidade.
Apresento Orações apropriadas:
Oremos:
- "Ó
glorioso São Brás que restituístes, com uma breve oração, a perfeita saúde de
um menino que, por uma espinha de peixe atravessada na garganta, esteve prestes
a expirar, obtendo para nós todos, a graça de experimentarmos a eficácia do
vosso patrocínio em todos os males da garganta.
Conservai
a nossa garganta sã e perfeita para que possamos falar corretamente e assim
proclamar e cantar os louvores de Deus. Amém!"
-
"Senhor, pelos méritos de São Brás, peço-Vos por minha saúde e,
especialmente, que me liberteis dos males da garganta.
Rogo-Vos,
também, por minha vida espiritual. Liberta-me da preguiça na oração, pois é a
única maneira de manter-me sempre unido a Deus. São Brás rogai por nós. Amém.”
Finalmente, a fórmula da bênção mais conhecida
e rezada ao celebrar sua Memória:
“Por
intercessão de São Brás, Bispo e Mártir, livre-te
Deus do mal da garganta e
de qualquer outra doença.
Em nome do Pai, do Filho
e do Espírito Santo. Amém”.
São
Brás, rogai por nós!
Em poucas palavras...
“Maravilhosa aventura da oração e da fé”
“Para que a oração possa obter os resultados surpreendentes da fé, é necessário que, antes, se perdoe aos inimigos; caso contrário, a oração não será ouvida.
Israel perdera a sua fecundidade religiosa porque, explorando o povo simples no templo de Deus, não amava a humanidade e não podia, por conseguinte, correr o risco da maravilhosa aventura da oração e da fé.” (1)
(1) Comentários à Bíblia Litúrgica – Editora Gráfica Coimbra 2 – Editora Paulus – Palheira – pp.1008-1009 – sobre a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 11,11,-26)







