sábado, 6 de julho de 2024

A prática do perdão no discipulado (12/07)

                                                             

A prática do perdão no discipulado

 “E assim os consolou,
falando-lhes com doçura e mansidão”
(Gn 50,21)

No sábado da 14ª Semana do Tempo Comum (ano ímpar), ouviremos a passagem do Livro de Gênesis (Gn 49,29-32; 50,15-26a), em que nos narra sobre a morte de José e seu diálogo com seus irmãos.

É uma história de amor e perdão, vivida por José em relação aos seus irmãos, como bem sabemos.

José tranquiliza seus irmãos, renovando o perdão que já havia concedido, um perdão total e sem reserva.

No perdão de José, vemos prefigurado o amor de Jesus pregado e vivido em todo o tempo, sobretudo vivido na Cruz, de onde emanaram de seu coração e lábios palavras de amor e perdão, como lemos nos Evangelhos.

Oportuno o que nos diz o Comentário do Missal Cotidiano:

“A senha de reconhecimento do cristão é o amor para com os irmãos, condição para que seja autêntico o amor para com Deus. O cristão que, por qualquer razão, por qualquer dano recebido, recusasse o perdão, renunciaria pelo mesmo fato o seu cristianismo” (1).

Também nós, como discípulos missionários do Senhor, somos chamados a viver o perdão. Eis o grande desafio, para que nossa luz irradie e sejamos fiéis testemunhas do Senhor, que nos envolve com Sua Palavra de Misericórdia, amor e perdão.

Quanto mais amados e perdoados, mais amaremos e perdoaremos nossos irmãos, e poderemos rezar mais autenticamente a oração que o Senhor nos ensinou:

“Pai Nosso que estais nos céus...
Perdoai-nos, as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido...”.

(1) Missal Cotidiano – Editora Paulus – p.1013

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Bebamos da divina fonte da Sagrada Escritura (XIVDTCB) (06/07)

 


Bebamos da divina fonte da Sagrada Escritura

Sejamos enriquecidos pelo Comentário do Salmo (Sl 1,33) escrito pelo Bispo Santo Ambrósio (séc. IV):

“Primeiramente tens de beber o Antigo Testamento, para poder beber também o Novo. Se não bebes o primeiro, também não poderás beber o segundo.

Bebe o primeiro, para encontrar algum alívio em tua sede: bebe o segundo, para saciar-te de verdade. No Antigo Testamento encontrarás um sentimento de contrição; no Novo, a verdadeira alegria.

Aqueles que beberam, no que não deixa de ser um tipo, puderam saciar sua sede; aqueles que beberam no que é a realidade, chegaram a embriagar-se completamente.

Quão boa é esta embriaguez que comunica a verdadeira alegria e não envergonha em nada! Quão boa é esta embriaguez que faz avançar com segurança a nossa alma que não perdeu seu equilíbrio! Quão boa é esta embriaguez que serve para regar o fruto da vida eterna! Bebe, pois, esta taça da qual diz o profeta: E minha taça transborda.

Porém, são duas as taças que tens de beber: a do Antigo Testamento e a do Novo; porque em ambas tu bebes a Cristo. Bebe a Cristo, porque é a verdadeira vide; bebe a Cristo, poque é a pedra da qual brotou  água; bebe a Cristo, porque é fonte de vida; bebe a Cristo, porque é o canal cujo correr alegra a cidade; bebe a Cristo, porque é a paz; bebe a Cristo, porque de seu interior manarão rios de água viva; bebe a Cristo, e assim beberás o sangue que te redimiu; bebe a Cristo, e assim assimilarás as Suas palavras; porque palavra Sua é o Antigo Testamento, palavra Sua também é o Novo.

Chegamos a beber e a comer a Sagrada Escritura se o sentido profundo da terceira palavra vem a embeber as nossas almas, como se circulasse por nossas veias e fosse o motor que impulsionasse toda a nossa atividade.

Finalmente, não só de pão vive o homem, mas de toda palavra de Deus. Bebe esta Palavra, porém a bebe na ordem devida. Bebe-a no Antigo Testamento e apressa-te a bebê-la no Novo. Também Ele, como se apressasse a Si mesmo a fazê-lo, diz: Agora engrandecerá o caminho do mar, ao outro lado do Jordão, a Galileia dos gentios. O povo que caminhava nas trevas viu uma grande luz, habitavam na escuridão e uma luz reluziu para eles.

Portanto, bebe prontamente, para que brilhe para ti uma grande luz, não a luz de todos os dias, nem a do dia, nem a do sol, nem a da lua; mas aquela que afugenta as sombras da morte. Pois, aos que vivem nas sombras da morte é impossível que vejam a luz do sol e do dia. E, adiantando-se a tua pergunta: Por que tão maravilhoso esplendor, por que tão extraordinário favor?, responde: Porque um menino nasceu para nós, um menino nos foi dado. Um menino, que nasceu da virgem, Filho, que, por ter nascido de Deus, é Aquele que faz com que brilhe tão maravilhosa luz. Um menino nasceu para nós. Nós, aos crentes.

Nasceu para nós, porque a Palavra se fez carne e habitou entre nós. Nasceu para nós, porque da Virgem recebeu carne humana, nasce para nós, porque a Palavra nos é dada. Ao participar de nossa natureza, nasce entre nós; ao ser infinitamente superior a nós, é o grande dom que nos é concedido.”

Como peregrinos da esperança, seja a oração nossa força e luz no caminho.

Bebamos sempre da inesgotável divina fonte da Sagrada Escritura, de coração contrito e humilhado, para transborde a alegria de Deus em nossos corações. Amém.

Lecionário Patrístico Dominical - Editora Vozes - 2013 - pág. 424-425

segunda-feira, 1 de julho de 2024

Os desafios da Pós Jornada Mundial da Juventude

Os desafios da Pós Jornada Mundial da Juventude 

“Com o ruído que se produziu a multidão acorreu e ficou perplexa, pois cada qual os ouvia falar em seu próprio idioma” (At 2, 6)

Onze anos passados, vivíamos dias memoráveis com a visita do Papa Francisco e a realização da 28ª Jornada Mundial da Juventude, cujo lema é sempre oportuno lembrar - “Ide e fazei discípulos entre as nações!”. 

Na Basílica Nacional de Aparecida, o Papa foi e é uma “Voz Viva” que o mundo parou para ouvir. Foi um grande Pentecostes, lembrando a passagem da Sagrada Escritura:

“De repente, veio do céu um ruído como o agitar-se de um vendaval impetuoso, que encheu toda a casa onde se encontravam. Apareceram-lhes, então, línguas como de fogo, que se repartiam e pousavam sobre cada um deles. E todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia se exprimirem” (At 2, 2-4).

Ocupando espaço na mídia televisiva, impressa, internet, pelo carisma próprio e, sobretudo, pela mensagem marcada pela simplicidade e profundidade, beleza e profecia, força e ternura.

O Papa veio como que reavivar a chama do rebanho católico, e não há dúvida que suas palavras também aqueceram o coração de quem o viu e ouviu. 

Fomos desafiados a buscar ações solidárias em favor da vida, e de modo especial em favor dos empobrecidos. Fomos exortados a uma conversão sincera a Jesus Cristo e à mensagem de Seu Evangelho.

E, de modo especial está reafirmado o compromisso da evangelização da Juventude, descobrindo métodos, caminhos para que estes sejam, de fato, uma primavera na Igreja, protagonistas preciosos no anúncio e testemunho da Boa-Nova de Jesus.

Temos que continuar o aprofundamento do que o Papa disse e deixou escrito, fazendo uma revisão do caminho feito e alargando sempre os horizontes, para que a opção pelos pobres e os jovens (desde a Conferência Episcopal Latino Americana em Puebla – 1979) seja efetiva. 

Não há alegria verdadeira se nos tornarmos indiferentes à realidade de quem sofre e precisa de uma palavra de carinho, um gesto de solidariedade.  

Como Igreja que somos, o Papa nos convidava e convida a nos deixarmos surpreender pelo Amor de Deus e a Ele correspondermos, servindo com alegria, irradiando a luz da fé, multiplicando ações que viabilizem a esperança de um novo céu e uma nova terra, colocando-nos como eternos aprendizes da linguagem do amor que nos uniu, independentemente de nação, cultura ou língua.

O Papa não somente nos ensinou, mas assim o fez, tornou-se próximo de nós, tocando o rebanho ficou com o seu cheiro, como ele já dissera no começo de seu pontificado: “os presbíteros precisam ter cheiro do rebanho”.

Continuemos sentindo a presença de Deus em nosso meio, como uma incessante e suave brisa divina, e o fogo do Espírito, que faz arder nossos corações, e assim, renovemos a graça da missão que o Senhor nos confia.

Um novo amanhecer, podemos esperar!

Um novo amanhecer, podemos esperar!

Onze anos passados, multiplicavam-se nas ruas e praças de nossas cidades, acontecimentos inéditos e inauditos.

De forma surpreendente, e inexplicável para muitos, os clamores se somaram, os encontros se multiplicaram, para que nossas esperanças não fossem subtraídas, para que aprendamos melhor dividir uns com os outros as forças que temos, para o novo inaugurar. 

A indignação, através das redes sociais, se difundiu, como lavas vulcânicas, em vibrantes protestos, manifestando o despertar de sonhos aparentemente adormecidos, e projetos de um mundo novo sufocado, asfixiado pelos poderes constituídos, com seus mandos e desmandos, improbidades, governos e desgovernos, práticas de impunidade acobertadas por interesses escusos, que apenas fizeram avolumar a situação clamorosa de nosso povo, com desigualdades sociais aviltantes, precariedade da situação da saúde, educação, habitação, lazer e outras tantas.

O clamor subia aos céus, expressão de insatisfação, jamais de saudosismo, pessimismo ou derrotismo. Não há, e nunca houve espaço para indiferença e resignação, pois somente agravaria o momento pelo qual passamos.

É inaceitável entrar no cortejo dos que pregam o “quanto pior, melhor”, mas sim no cortejo daqueles que se empenham e não se omitem na missão que realizam, para um amanhecer mais iluminado e feliz para todos.

Ontem e hoje, olhares envinagrados não nos permitirão vislumbrar novos caminhos de superação e reconstrução de uma verdadeira democracia.

Somente olhares reluzentes de indignação, acompanhados de fremir profético, mas sem a ira, loucura passageira e estéril, é que alcançaremos os nossos direitos.

É preciso reconhecer e acolher esta força da manifestação que veio das ruas e praças e que, de um modo ou de outro, continuam a acontecer. 

Como Igreja, na realidade em que estamos inseridos, com suas marcas nem sempre positivas, há a necessidade de estabelecer as urgências e perspectivas da ação evangelizadora, para que todos tenham vida, e vida plena.

Urge que continuemos nosso caminho, participando da construção de uma sociedade mais fraterna, justa e solidária.

sábado, 14 de maio de 2011

Caminhos novos... Por que não buscá-los?

Caminhos novos... 
Por que não buscá-los?
Sol ilumina, aquece e renasce sempre.
Sol poente indispensável para sol nascente.
Se há outras possibilidades, busquemos...
Novo dia, novo amanhecer...
Novo endereço, nova possibilidade
Luz levar, alegria semear...
Com o blog a espiritualidade renovar...

Quem sou eu

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG