domingo, 3 de março de 2024

O abandono do “cântaro” (IIIDTQA)

                                                         

O abandono do “cântaro”

O encontro de Jesus com a Samaritana, ao meio dia, na beira do poço... (Jo 4,5-15.19b-26.39a.40-42), possibilita inesgotáveis possibilidades de reflexão.

Por exemplo, quando o Evangelista diz que “A mulher abandonou o cântaro, foi à cidade...” (Jo 4,28) o que significa este abandono?

Um dos sentidos é o rompimento com todos os esquemas de procura de felicidade, egoístas, para abraçar a verdadeira e única proposta de vida plena trazida por Jesus. 

Ele é a fonte de vida nova, e estabelece com a Samaritana um novo modo de relacionamento.

Certamente ela foi amada como nunca fora antes; com um amor que faz enaltecer o esplendor da dignidade que todos possuímos, porque feitos à imagem e semelhança de Deus.

Também significa e representa o abandono de tudo aquilo que nos dá acesso a propostas limitadas, falíveis, incompletas de felicidade; marca um novo começo...

Se o coração está pleno do Amor de Deus, não há necessidade de “cântaros”, haja vista que o coração humano é o grande "cântaro" de Deus, onde Ele quis habitar e cumular de graças, ternura, bondade, misericórdia, sabedoria, compaixão...

O cântaro abandonado junto ao poço leva-nos a pensar que o mesmo perdera sua importância. O cântaro seria para a Samaritana um empecilho que dificultaria na ânsia de levar a boa nova da acolhida aos seus amigos. Sem ele estaria livre para correr.

Reflitamos:
- Estamos dispostos a abandonar o caminho da felicidade egoísta, parcial, incompleta, e a abrir o nosso coração ao Espírito que Jesus nos oferece e que exige uma vida nova?

- Quais são os “cântaros” que devemos abandonar para que com maior disponibilidade possamos vivenciar alegre e prontamente a missão de Discípulos Missionários do Senhor?

- Num mundo em que nos encontramos com pessoas procurando um sentido para vida, às vezes vazias de espiritualidade, de compromissos solidários, somos capazes de apontar Àquele que dá sentido a nossa vida?

- Onde e como enchemos o “cântaro” do coração para não voltarmos a procurar velhos e indesejáveis cântaros?

Concluindo, é sempre tempo de abandonar “o velho cântaro”; de esvaziar o coração de quaisquer ressentimentos, mágoas, indiferenças etc.

É sempre tempo de abertura e predisposição para acolher o que de melhor Deus tem para nos conceder, por meio do Seu Filho, a Divina Fonte, que nos assegura a Água Viva do Espírito.

Tenhamos a alma irrigada pela Água Cristalina do Senhor, para que em Seus prados divinos e viçosos, sombras, flores e frutos, possamos contemplar e saborear.

Façamos nossas passagens, nossos abandonos necessários, que são imprescindíveis para verdadeiros encontros santificantes e santificadores, pascais:

Do cântaro da vida vazia ao deleite do encontro com a Vida plena, Jesus.
Do cântaro da vida amarga vivida ao novo momento pela Misericórdia Divina concedida.

Do cântaro da mesmice, do vácuo de perspectivas à alegria da Missão de Discípulos Missionários.

Do cântaro ao cântaro do Coração de Jesus.
Do cântaro antigo ao novo cântaro, o Coração de Jesus, pleno de Amor...

Não mais o cântaro, mas o coração em sintonia com o Coração Fornalha Ardente de Amor, Jesus!

Não mais o cântaro do provisório, 
mas o Cântaro que nos ama e nos introduz na eternidade. 
Amém!

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG