domingo, 8 de setembro de 2024

“Os dons do Espírito, os dedos de Deus” (XXIIIDTCB)

                                                               

Os dons do Espírito, os dedos de Deus”

Acolhamos o Comentário sobre a passagem do Evangelho de São Marcos (Mc 7,31-37) escrito por São Beda, o Venerável e Doutor da Igreja (Séc. VIII), que nos fala da ação do Espírito Santo.

“'Jesus o separou da multidão e, levando-o à parte, colou seus dedos em seus ouvidos’. O primeiro passo para a salvação é que o enfermo, guiado pelo Senhor, seja levado à parte, longe da multidão. Isto acontece quando o Senhor, iluminando a alma do enfermo – prostrada por seus pecados – com a presença do Seu amor, o tira do habitual modo de vida e o coloca sobre o caminho dos Seus Mandamentos.

Ele coloca os Seus dedos nos ouvidos quando, por meio dos dons do Espírito Santo, abre os ouvidos do coração para que compreenda e receba a Palavra de Salvação. 

De fato, o próprio Senhor testemunha que o Espírito Santo é o dedo de Deus, quando afirma aos judeus: ‘Se Eu expulso os demônios com o dedo de Deus, seus filhos por quem os expulsam?’: Explicando estas Palavras outro evangelista diz: ‘Eu expulso os demônios com o Espírito Santo’.

Os próprios magos do Egito foram vencidos por Moisés por esse dedo, fato que eles reconheceram: ‘Aqui está o dedo de Deus’; e também a lei foi escrita sobre tábuas de pedra. E, por meio do dom do Espírito Santo, estamos protegidos contra as ciladas dos homens e dos espíritos malignos, e somos instruídos no conhecimento da vontade divina.

Portanto, os dedos de Deus, colocados nos ouvidos do enfermo que seria curado, são os dons do Espírito Santo que abre os corações que tinham se distanciado do caminho da verdade ao conhecimento da ciência da salvação...”. (1)

Supliquemos que os dedos de Deus, os Dons do Espírito Santo, sejam, portanto, ricamente derramado sobre todos nós, para que curados de nossa surdez e mudez, proclamemos, com palavras e obras, o encontro com Jesus, que nos alargou o horizonte, mudou e deu sentido à nossa vida.

Supliquemos os dons do Espírito Santo, para que não sejamos apenas ouvintes da Palavra, mas praticantes da mesma, para não nos enganarmos a nós mesmos (Tg  2, 22). E também, para que não reine em nosso coração os pecados capitais, e vivamos como filhos da luz e do dia e não como filhos da noite e das trevas (1 Ts 5,5).


(1) Lecionário Patrístico Dominical – Editora  Vozes - 2013 - pp. 465-466 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG