quinta-feira, 28 de março de 2024

O Mistério da Eucaristia em nossa vida

                                                           

O Mistério da Eucaristia em nossa vida

A verdadeira Sabedoria é luz que ilumina o mundo e a humanidade! Ó augustíssimo Mistério da Eucaristia na vida do Presbítero e de todo cristão! Ó beleza tão antiga e tão nova no Mistério do Pão Celebrado e Eucaristizado encontrada!

Presidir a Celebração Eucarística é presidir o Sacramento dos Sacramentos, cume e fonte da vida cristã. É a Celebração do Sacrifício verdadeiro e pleno, Sacramento e Memorial da Paixão de Cristo, oferecido pelo presbítero a Deus Pai, com a comunidade, na pessoa de Cristo, cumprindo as vezes de Cristo.

Deste modo, consagra o pão e vinho, e transubstanciados, são verdadeiramente o Corpo e Sangue de Cristo, verdadeira comida e verdadeira Bebida.

O grande teólogo e Presbítero e Doutor da Igreja, Santo Tomás de Aquino, afirmou que não há outro Sacramento mais salutar do que a Eucaristia, pois, nela os nossos pecados são destruídos (nos renovamos e reconciliamos com a Trindade Santa); nossas virtudes crescem, bem como nossa alma é plenamente saciada, enriquecida de todos os dons espirituais.

 Santo Inácio de Antioquia definia o Pão eucarístico como “remédio de imortalidade e antídoto para não morrer”.

O Papa São João Paulo II, em seus últimos escritos sobre Eucaristia: Ecclesia de Eucharistia – 2003 e Mane Nobiscum Domine – 2004), afirmou:

A Eucaristia é amor levado ao extremo”;
“A Eucaristia edifica a Igreja e a Igreja faz a Eucaristia”;
“A Eucaristia cria comunhão e edifica para a comunhão”;
“na simplicidade dos sinais do banquete se esconde
o abismo da santidade de Deus”;

“A Eucaristia é verdadeiramente um pedaço do céu que se abre
sobre a terra – é um raio de glória da Jerusalém celeste,
que atravessa as nuvens da história e vem iluminar nosso caminho”;

“... o cristão, que participa na Eucaristia, 
dela aprende a tornar-se promotor de comunhão, 
de paz, de solidariedade 
em todas as circunstâncias da vida... 
a Eucaristia como
uma grande escola de paz...”
                         
O Papa Bento XVI em sua primeira Carta Encílica “Deus Caritas est” refere-se à comunhão, como um ato a ser celebrado com consequências concretas na vida de cada pessoa e de toda a sociedade:

“Na Eucaristia Deus vem a nós corporalmente para continuar a
Sua ação em nós e através de nós”.

Participar da comunhão com Cristo leva-nos, necessariamente, à comunhão com o próximo, no exercício da caridade, que é o amor em ação; multiplicando gestos de solidariedade e justiça, expressão concreta do Mandamento do Amor a Deus e ao próximo, como também é inseparável a relação do Mandamento do amor e a Eucaristia.

Reflitamos:

- Como tornar a nossa vida mais Eucarística, experimentando já as delícias do Banquete eterno preparado por Deus para nós?

- Como favorecer participação mais ativa, piedosa e consciente em nossas celebrações, como o Mistério exige e merece?

Enriquecidos pela Sabedoria dos Santos e do Papa mencionados, sejam iluminadas as sombras de nossos caminhos, em busca do Banquete Eterno, sem nos esquecermos das mesas de nosso quotidiano!
              
Que em cada Eucaristia, ao Celebrar o Mistério do Amor de Deus, por este amor sejamos envolvidos e revigorados para as ações concretas e necessárias que dela são solicitadas.

Celebrando o Mistério da Eucaristia, tornemos nossa vida mais Eucarística e reaprendamos, mais proficuamente, a conjugar e viver o verbo “Eucaristizar”.

Eucaristizar, não é vão e inútil neologismo...
Eucaristizar a vida, há de ser a lógica de todo existir...

Eucaristizar é:

- Ter de Jesus mesmos sentimentos e pensamentos, plenamente a Ele configurado;
-  Fazer da Eucaristia a fonte e o ápice de nossa vida;
- Empenhar incansavelmente no bom combate da fé, até que alcancemos a plenitude da vida, participando do Banquete Nupcial do Cordeiro, até que um dia participemos plenamente no Banquete da Eternidade;
- Nutrir-se do Manancial de Amor: Jesus! A Fonte de vida, ternura, luz e paz.

Nutridos pelo Sagrado Pão, sejamos! 
Inebriados e redimidos pelo Sagrado Vinho, vivamos!

Eucaristia: Sejamos Hóstias de Deus

                                       

Sejamos Hóstias de Deus

 “O homem humilde é uma Hóstia de Deus

Retomo parte da Carta do Diácono e Doutor da Igreja, Santo Efrém (Séc. IV), a um discípulo seu, sobre a humildade que Deus espera de cada um de nós:

“Não existe medida para a beleza do homem que é humilde. Não há paixão, qualquer que seja, capaz de aproximar-se do homem que é humilde, e não há medida para a sua beleza. O homem humilde é uma Hóstia de Deus.

O coração de Deus e de Seus Anjos descansam naquele que é humilde. Ainda mais: quando os Anjos O glorificam, existe uma razão para que Ele tenha alcançado todas as virtudes, mas para aquele que se revestiu da humildade não será necessária nenhuma razão, além do fato de ter-se feito humilde”. (1)

Oremos:

Ó Deus de bondade, rico em misericórdia,
Concedei-nos que a humildade esteja presente
Em nossas palavras e conduta,
E seja afastado qualquer resquício de paixão
Que de Vós nos afaste.

Assim revelaremos, como Hóstia Vossa,
A presença de Jesus, Vosso Filho,
Que recebemos na Eucaristia,
E com Ela, o Vosso Espírito
Sobre ela invocada e presente,
Piamente cremos
Amém.

(1) Lecionário Patrístico Dominical - Editora Vozes – p.473

Ó Mistério da Eucaristia e a religião pura querida por Deus

                                                      

Ó Mistério da Eucaristia e a religião pura querida por Deus

Ó Mistério da Santa  Eucaristia que piamente celebramos.
Nela  a mente e o coração são esvaziados de toda impureza,
Ressoando no mais profundo de nossa alma a Palavra proclamada,
Plenificados do amor, graça, luz e paz das duas Divinas Mesas.

Quando num coração puro a Palavra divina é plantada,
A fidelidade aos preceitos é inadiável e inviolável;
Frutos da caridade se multiplicam abundantemente,
Expressão da religião pura e sem mancha a Deus agradável.

Ó Mistério da Santa Eucaristia que ardorosamente prolongamos
Em pequenos grandes gestos de amor e solidariedade;
Em inadiável compromisso com os que pela vida clamam,
Desde sua concepção até o declínio, possuidores de mesma dignidade. Amém.

Chamados à Santidade...

                                                     


Chamados à Santidade...

Na Quinta-feira Santa, celebramos com toda a Igreja, além da Instituição da Eucaristia, do Mandamento do Amor, que o Senhor nos deu na última Ceia com Seus discípulos, a instituição do Ministério Sacerdotal.

O Missal Dominical acentua que o Sacerdócio e a caridade estão estreitamente ligados ao Sacramento da Eucaristia, compreendido em sua globalidade, e de modo mais preciso. (1)

Deste modo, o Presbítero é colocado à frente da comunidade pelo Bispo, para colaborar com este no cuidado do rebanho.

Para aprofundar a missão do Presbítero, retomemos uma breve passagem que nos fala sobre a missão do Bispo, e quais as virtudes necessárias que este deve ter, no cultivo de uma autêntica espiritualidade que revela a presença e ação do Cristo Bom Pastor:

“Como os Apóstolos, o Bispo recebe o mandamento de pregar o Evangelho e de guiar o rebanho de Deus, à imagem do ‘grande Pastor’ das ovelhas (Hb 13,20; João 11, 11-15), o próprio Cristo; de oferecer a Deus, em virtude da autoridade sacerdotal, os dons da Igreja, de conferir encargos e mandatos para a utilidade e o bem comum, de julgar e de reconhecer os espíritos e os carismas. 

A serviço dessas tarefas, o Bispo deverá empenhar um coração puro, uma vontade firme, uma opinião segura, uma misericórdia incansável, uma coragem sem titubeios.

As virtudes que deverão predominar no Bispo são as mais nobres e certamente as mais árduas; as leituras propostas se comprazem em apontá-las: probidade de espírito, sobriedade de costumes, vida familiar exemplar, solidez de doutrina, rigor na disciplina e na verdade, um rigor temperado pela brandura do coração, pela capacidade de mediar entre contrastes e inimizades até se revelar sinal confiável da caridade e unidade”. (2)

Quanto aos Presbíteros, no que diz respeito à sua espiritualidade e virtudes, vale em grande medida o que se refere ao Bispo, mas com uma evidente predominância do destaque dado às virtudes que devem se fazer presentes na vida destes.

Oremos pelos Bispos e Presbíteros a serviço da Igreja, para que tenham uma espiritualidade bem cultivada e nutrida pela Eucaristia, enriquecidos por nobres virtudes.

Bem sabemos que Deus chama para cuidar do rebanho homens com limitações, fragilidades, e a cada passo, devem se deixar moldar pela Mão Divina, e se enriquecer por todos os dons do Espírito, que assiste, acompanha, ilumina e conduz a Sua Igreja, para que o rebanho não pereça por falta de Pastores. E que todos os que deram seu sim, pastores do rebanho o sejam, de fato.

Devem, portanto, mergulhar neste tempo favorável de silêncio e Oração para rever o Ministério Presbiteral, que Deus, por Sua infinita bondade, confiou, bem como, rever de que modo ajudar os irmãos no Ministério a viverem, com ardor, o chamado, reavivando no coração a chama do “primeiro Amor pelo Senhor”, que os levou a tudo renunciar, para, com maior disponibilidade, o Sublime e Divino Mestre seguir.

Assim, os Presbíteros, e todo o Povo de Deus, são chamados à santidade e à prática do Mandamento do Amor, com o mesmo e intenso zelo e apaixonamento por Cristo.

Que ao celebrarmos o Tríduo Pascal tudo isto possa se renovar no coração de todos os Presbíteros, para que com alegria e coragem, deem testemunho do Cristo Ressuscitado.


(1) Missal Dominical – p.286;
(2) Dicionário de Homilética - Manlio Sodi Achille M. Triacca (orgs) – p.1214.

Em poucas palavras...

                                                                   


Missa da Quinta-feira Santa

“Nesta Missa, faz-se, portanto, memória: da instituição da Eucaristia, memorial da Páscoa do Senhor, na qual se perpetua no meio de nós, através dos sinais sacramentais, o sacrifício da nova Lei; da instituição do sacerdócio, pelo qual se perpetua no mundo a missão e o sacrifício de Cristo; e também da caridade com que o Senhor nos amou até a morte.” (1)

(1) Cerimonial dos Bispos – Cerimonial da Igreja – n.297

 


Em poucas palavras...

                                                  


A Santa Eucaristia 

Eucaristia é o Alimento Salutar,
Que nos revigora no sagrado compromisso com o Reino.
 
Na Mesa da Palavra, a Santa Palavra é proclamada.
Na Mesa da Eucaristia, o Pão partido e Vinho partilhado.
No quotidiano, a palavra é vivida e testemunhada.
 
Paixão e compromisso com a sacralidade da vida confirmados.
Vidas pelas vidas, no Caminho, Verdade e Vida, vividas.
Impelidos pelo amor, alegria em servir, incansavelmente. Amém.
 


Glorifiquemos o Cordeiro Imolado

Glorifiquemos o Cordeiro Imolado

Na Quinta-Feira Santa, a Liturgia das Horas nos apresentará a Homilia do Bispo Melitão de Sardes (séc. II): “Páscoa, a Festa em que celebramos o Cordeiro imolado que nos libertou da morte para a vida”.

Oremos:

Senhor Jesus, Cordeiro Imolado, muitas coisas foram preditas pelos profetas sobre o Mistério da Vossa Páscoa, a quem damos honra e glória, pelos séculos dos séculos.

Senhor Jesus, Cordeiro Imolado, descestes dos céus a terra para curar as enfermidades dos homens; revestistes da nossa natureza no seio da Virgem e Vos fizestes homem.

Senhor Jesus, Cordeiro Imolado, tomastes sobre Vós os sofrimentos do homem enfermo, num corpo sujeito ao sofrimento, e destruístes as paixões da carne; e o Vosso Espírito, que não pode morrer, matou a morte homicida.

Senhor Jesus, Cordeiro Imolado, fostes levado como cordeiro e morto como ovelha; e nos libertastes das seduções do mundo, como outrora, Vosso Pai, os israelitas do Egito.

Senhor Jesus, Cordeiro Imolado, Vós nos salvastes da escravidão do demônio, como outrora, Vosso Pai fez sair Israel das mãos do faraó.

Senhor Jesus, Cordeiro Imolado, marcastes nossas almas com o sinal do Vosso Espírito e os nossos corpos com Vosso Sangue.

Senhor Jesus, Cordeiro Imolado, vencestes a morte e confundistes o demônio, como outrora, Moisés ao faraó.

Senhor Jesus, Cordeiro Imolado, destruístes a iniquidade e condenastes a injustiça à esterilidade, como Moisés ao Egito.

Senhor Jesus, Cordeiro Imolado, Vós nos fizestes passar da escravidão para a liberdade, das trevas para a luz, da morte para a vida, da tirania para o Reino sem fim.

Senhor Jesus, Cordeiro Imolado, fizestes de nós um sacerdócio novo, um povo eleito para sempre, e Vós sois, portanto, a Páscoa da nossa Salvação.

Senhor Jesus, Cordeiro Imolado, tomastes sobre Vós os sofrimentos de muitos: fostes morto em Abel; amarrado de pés e mãos em Isaac; exilado de Sua terra em Jacó; vendido em José.

Senhor Jesus, Cordeiro Imolado, fostes exposto em Moisés; sacrificado no cordeiro pascal; perseguido em Davi e ultrajado nos profetas.

Senhor Jesus, Cordeiro Imolado, fostes encarnado no seio da Virgem, suspenso na Cruz, sepultado na terra e, ressuscitando dos mortos, subistes ao mais alto dos céus.

Senhor Jesus, Cordeiro Imolado, fostes um Cordeiro que não abriu a boca, o Cordeiro Imolado, nascido de Maria, a bela ovelhinha; retirado do rebanho, levado ao matadouro, imolado à tarde e sepultado à noite.

Senhor Jesus, Cordeiro Imolado, ao serdes crucificado, não Vos quebraram osso algum, e ao serdes sepultado, não experimentastes a corrupção; mas ressuscitado dos mortos, ressuscitastes também a humanidade das profundezas do sepulcro.

Senhor Jesus, Cordeiro Imolado, que por amor a nós Vos entregastes em total fidelidade ao Plano de amor do Pai pela humanidade, enviai-nos Vosso Santo Espírito. E a Vós, com Vosso Pai e o Espírito, glorificamos hoje e sempre. Amém.


PS: Oração inspirada na Homilia do Bispo Melitão de Sardes.

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