segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Advento: oremos com humildade e confiança

                                                          

Advento: oremos com humildade e confiança

Na segunda-feira da 1ª Semana do Tempo do Advento, a Liturgia nos convida a refletir sobre a Salvação que Deus oferece a todos os povos por meio de Jesus Cristo, à luz da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 8,5-11).

Nesta passagem, encontramos a fé e a súplica de um centurião, para que Jesus cure seu servo.

"Este oficial coloca toda a sua confiança na misericórdia de Jesus e na Sua Palavra: “Senhor, não Te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa. Nem mesmo me achei digno de ir pessoalmente ao Teu encontro. Mas ordena com a Tua Palavra, e o meu empregado ficará curado...” . (1)

A misericórdia de Deus pode se manifestar mesmo a distância, dependendo apenas da fé do orante, daquele que suplica.

Fundamental é confiar na Palavra e Pessoa de Jesus, Aquele que tem poder sobre tudo: enfermidade, pecado, poderes, morte...

O Bispo Santo Agostinho, sobre este acontecimento assim afirmou: “Pequena teria sido a felicidade se o Senhor Jesus tivesse entrado dentro de suas quatro paredes, e não estivesse hospedado em seu coração”. (2)

Vemos que o centurião faz como que um caminho progressivo na fé manifestada em sua oração, e se dá conta de que para que Jesus realize seu pedido, não faz valer seus méritos, nem posses ou subalternos, porque para Ele o que conta, de fato, é a misericórdia Divina, que é totalmente gratuita.

As palavras do centurião, repetimos em todas as Missas, antes de recebermos o Corpo e o Sangue do Senhor. A Eucaristia que celebramos, adoramos e cotidianamente vivemos, é este encontro que se repete inúmeras vezes, e assim devemos nos questionar:

“Às vezes pergunto-me se nós, cristãos de hoje, que andamos enfarinhados nas coisas de Deus, nas liturgias bem aprumadas e em longas orações, assumimos a causa de Deus na liturgia quotidiana da nossa vida.

Pergunto-me se basta a Palavra para a fé, ou ainda procuramos outros sinais que podem parecer importantes, mas não essenciais.

Pergunto-me se andamos no único Evangelho que conta, o de Jesus Cristo, ou navegamos noutros evangelhos; assim nos provoca Paulo na segunda leitura.

Pergunto-me se habitamos e conhecemos o nome de Deus e lhe oramos com plena escuta do nosso ser ou entretemo-nos com outros nomes e repetidas orações que apenas passam pelo ouvido; assim nos interpela a primeira leitura”. (3)

Urge que Jesus tenha a centralidade em nossa vida, Ele que a todos Se dá, sem exceção, sem olhar a quem, ultrapassando os laços da pertença a um grupo específico.

Se quisermos ser discípulos missionários do Senhor, Ele quer de nós adesão de fé, plenamente, na Sua Pessoa e na Sua Palavra.

Reflitamos:

- Quando, de fato, Jesus entrou em nosso coração e mudou nossa vida com Sua Palavra e ação?
- Quanto Jesus transformou nossa vida, sobretudo, através de nossa participação na Ceia Eucarística, em que Ele nos comunica a Sua Palavra e nos alimenta com o Seu Corpo e o Seu Sangue?

Esta adesão de fé haverá de ser centrada e enraizada no amor misericordioso de Deus em Jesus Cristo, que experimentamos de modo sublime em cada Ceia Eucarística que celebramos, quando Ele Se dá no Pão da Palavra e no Pão da Eucaristia, nos oferecendo gratuitamente a Salvação, como dom, graça e missão.

Contemplemos e correspondamos à Misericórdia de Deus que é para toda a humanidade.

  

Advento: vigiemos e oremos à espera do Senhor

                                                         

Advento: vigiemos e oremos à espera do Senhor

Como Igreja, iniciamos o Tempo do Advento, e nos prepararemos para a celebração do Natal do Senhor.

Serão quatro semanas de recolhimento, vigilância e oração, de modo que sejamos enriquecidos com esta oração universal atribuída ao Papa São Clemente XI (1649-1721).

“Meu Deus, eu creio em Vós, mas fortificai a minha fé;
espero em Vós, mas tornai mais confiante a minha esperança;
eu Vos amo, mas afervorai o meu amor;
arrependo-me de ter pecado, mas aumentai o meu arrependimento.

Eu Vos adoro como primeiro princípio,
eu Vos desejo como fim último;
eu Vos louvo como benfeitor perpétuo,
eu Vos invoco como benévolo defensor.

Que Vossa sabedoria me dirija,
Vossa justiça me contenha,
Vossa clemência me console,
Vosso poder me proteja.

Meu Deus, eu Vos ofereço
meus pensamentos, para que só pense em Vós;
minhas palavras, para que só fale em Vós;
minhas ações, para que sejam do Vosso agrado;
meus sofrimentos, para que sejam por Vosso amor.

Quero o que quiserdes,
porque o que quereis
como o quereis,
e enquanto o quereis.

Senhor, eu Vos peço:
iluminai minha inteligência,
inflamai minha vontade,
purificai meu coração
e santificai minha alma.

Dai-me chorar os pecados passados,
repelir as tentações futuras,
corrigir as más inclinações
e praticar as virtudes do meu estado.

Concedei-me ó Deus de bondade,
ardente amor por Vós e aversão por meus defeitos,
zelo pelo próximo e desapego do mundo.

Que eu me esforce para obedecer aos meus superiores,
auxiliar os que dependem de mim,
dedicar-me aos amigos e perdoar os inimigos.

Que eu vença a sensualidade pela austeridade,
a avareza pela generosidade,
a cólera pela mansidão e a tibieza pelo fervor.

Tornai-me prudente nas decisões,
corajoso nos perigos,
paciente nas adversidades
e humilde na prosperidade.

Fazei, Senhor, que eu seja atento na oração,
sóbrio nos alimentos,
diligente no trabalho
e firme nas resoluções.

Que eu procure possuir
pureza de coração e modéstia de costumes,
um procedimento exemplar e uma vida reta.

Que eu me aplique sempre em vencer a natureza,
colaborar com a graça,
guardar os Mandamentos
e merecer a salvação.

Aprenda de Vós como é pequeno o que é da terra,
como é grande o que é divino,
breve o que é desta vida
e duradouro o que é eterno.

Dai-me preparar-me para a morte,
temer o dia do juízo,
fugir do inferno
e alcançar o paraíso.
Por Cristo Nosso Senhor. Amém”.


Fonte: Missal Romano – pp.1250-1252

Em poucas palavras...

                                                             


Jesus: do presépio até a Cruz

“O Reino é dos pobres e pequenos, quer dizer, dos que o acolheram com um coração humilde. Jesus foi enviado para «trazer a Boa-Nova aos pobres» (Lc 4, 18) (Lc 7,22).

Declara-os bem-aventurados, porque «é deles o Reino dos céus» (Mt 5,3). Foi aos «pequenos» que o Pai se dignou revelar o que continua oculto aos sábios e inteligentes (Mt 11,25).

Jesus partilha a vida dos pobres, desde o presépio até à cruz: sabe o que é sofrer a fome (Mc 2,23-26; Mt 21,28), a sede  (Jo 4,6-7; 19,28) e a indigência (Lc 9,58).

Mais ainda: identifica-se com os pobres de toda a espécie, e faz do amor ativo para com eles a condição da entrada no seu Reino (Mt 25,31-46).” (1)

 

(1)       Catecismo da Igreja católica – parágrafo n. 544

É Advento em minha alma

                                                     


É Advento em minha alma

“A santidade não consiste em não mais cair,
 porém no propósito de não mais cair” ( Cardeal Schuster)

Advento:
Tempo de vigilância e preparação para celebrarmos o Mistério do Amor de Deus na Encarnação de Seu Filho;

Tempo de preparar a manjedoura mais querida aos olhos de Deus: o coração de cada pessoa que anseia e espera a Sua chegada;

Tempo de revigorar as relações entre nós, para que sejam mais sinceras e fecundas
De sagrados compromissos com a Boa-Nova do Reino;

Tempo de ver florir o jardim que Deus sempre desejou para a humanidade, e que nossos pais pisaram ao serem por Ele criados;

Tempo de ver frutificar o amor e a verdade que se encontram e a justiça e a paz que se abraçam, sinalizando que vivemos novos tempos;

Tempo de pautar a vida pela fidelidade a Deus e à Sua Palavra, para que a Salvação tão
Desejada seja contemplada e alcançada.

Tempo de ver descendo pelo abismo a violência, a injustiça, a impunidade, a maldade,
O fanatismo, e tudo quanto possamos completar, sem retorno possível.

Tempo de viver a santidade que não consiste em não mais cair, porém, no propósito de não mais cair, contando com a graça divina.

É tempo de nos pormos de pé, com alegria, coragem e total fidelidade,
Acolhidos pela Misericórdia divina, misericordiosos sejamos.

Tempos novos, com o Advento d’Aquele que veio, vem e virá fazer novas todas as coisas,
Pelo Mistério da Encarnação, Paixão e Morte, Gloriosa Ressurreição.

O Tempo urge! Não percamos mais tempo.
É Tempo do Advento em minha alma, em nossa alma. Amém 

“Hoje vimos coisas maravilhosas”

                                               


“Hoje vimos coisas maravilhosas”
 

“Naquele dia, Jesus estava ensinando e à Sua volta se encontravam fariseus e doutores da Lei, vindos de todas as aldeias da Galileia, da Judeia e de Jerusalém. E a virtude do Senhor O levava a curar.” (Lc 5,17). 

O Evangelista Lucas nos descreve esse acontecimento memorável: perdão que Jesus concede ao paralítico e a cura de sua paralisia (Lc 5,17-26). 

E conclui a passagem dizendo: “Naquele dia todos ficaram fora de si e glorificam a Deus e cheios de temor diziam: ‘Hoje vimos coisas maravilhosas’” (Lc 5, 26). 

Também nós vemos, a cada dia, coisas maravilhosas que o Senhor faz em favor daqueles que n’Ele confiam e colocam sua esperança em incondicional fidelidade. 

“Hoje vimos coisas maravilhosas” em tantas comunidades que se reuniram para celebrar a Eucaristia; como também onde celebrei, num pequeno salão, com o vento cortante passando entre as frestas das madeiras. 

“Hoje vimos coisas maravilhosas” quando famílias se encontraram para a realização da Novena de Natal, em salutar e frutuosa preparação à celebração do Natal do Senhor. 

“Hoje vimos coisas maravilhosas” em rostos anônimos nos trabalhos pastorais diversos, cada pessoa com o seu coração e olhar misericordioso e solidário. 

“Hoje vimos coisas maravilhosas” em pequenos gestos de amor que, aos olhos de Deus, grandes se tornam, ainda que não ocupem as páginas de um jornal, ou as telas de um celular. 

“Hoje vimos coisas maravilhosas”, quando alguém consolou quem em aflição se encontrava, o ombro oferecendo; as lágrimas vertentes de dor pelo luto, enxugando. 

“Hoje vimos coisas maravilhosas”, quando jovens se contrapuseram a pensamentos e práticas que não condiziam com o Evangelho ouvido, acolhido e, no coração, enraizado, entranhado. 

Vimos muito mais que se possa descrever, pois é próprio de quem por Deus se sente amado, contemplar, na pequenez do grão de mostarda, a Sua grandiosidade alcançada. 

Vimos muito mais que se possa dizer, porque palavras não serão ainda o bastante para descrever a incansável ação divina para nos perdoar, e de paralisias nos libertar. 

Vimos, vemos e veremos muito mais do que com os olhos propriamente, mas com os olhos do coração, que crê no poder e onipotência de Deus expressa em Sua misericórdia. 

Vimos, vemos e veremos coisas maravilhosas, porque maravilhas fez conosco, e faz por nós, o Senhor, ainda que não mereçamos, ainda que não enxerguemos, ainda que não agradeçamos.   

Nós veremos o que eles ardentemente esperaram...

                                        


Nós veremos o que eles ardentemente esperaram...

O Tempo do Advento tem uma riquíssima beleza peculiar, como podemos constatar nesta Carta Pastoral do Bispo São Carlos Borromeu (séc. XVI).

Apresento-a por partes, precedidas por pequenos comentários.

Inicia afirmando que estamos no Tempo do Advento, que consiste no tempo favorável para revermos compromissos de paz, em sinceros gestos de reconciliação.

“Caros filhos, eis chegado o tempo tão importante e solene que, conforme diz o Espírito Santo, é o momento favorável, o dia da salvação (cf. 2 Cor 6, 2), da paz e da reconciliação.”

Somos remetidos ao tempo dos Patriarcas e Profetas, que desejaram ver o que podemos em breve celebrar, porque a promessa se realizou: O Messias prometido nasceu e veio ao nosso encontro. O Natal é a Celebração desta mais bela realização e presente de Deus para nós, como bem profetizou o justo Simeão ao acolhê-Lo e reconhecê-Lo como Luz das nações:

 “É o tempo que outrora os Patriarcas e Profetas tão ardentemente desejaram com seus anseios e suspiros; o tempo que o justo Simeão finalmente pôde ver cheio de alegria, tempo celebrado sempre com solenidade pela Igreja, e que também deve ser constantemente vivido com fervor, louvando e agradecendo ao Pai eterno pela misericórdia que nos revelou nesse Mistério.”

Veio ao nosso encontro como manifestação da misericórdia e bondade de Deus. Vem para estas finalidades: 

 “Em Seu imenso Amor por nós, pecadores, o Pai enviou Seu Filho único a fim de libertar-nos da tirania e do poder do demônio, convidar-nos para o céu, revelar-nos os Mistérios do Seu Reino celeste, mostrar-nos a luz da verdade, ensinar-nos a honestidade dos costumes, comunicar-nos os germes das virtudes, enriquecer-nos com os tesouros da Sua graça e, enfim, adotar-nos como Seus filhos e herdeiros da vida eterna.”

Acolhamos a exortação que o Bispo nos faz como Igreja neste tempo, para que saibamos fazer vinda de Cristo proveitosa para nós, e para todos com quem convivemos, vivendo intensamente cada dia deste Tempo do Advento e vivendo intensamente a riqueza Litúrgica que nos é propiciada pela Igreja:

“Celebrando cada ano este Mistério, a Igreja nos exorta a renovar continuamente a lembrança de tão grande Amor de Deus para conosco. Ensina-nos também que a vinda de Cristo não foi proveitosa apenas para os Seus contemporâneos, mas que a sua eficácia é comunicada a todos nós se, mediante a fé e os Sacramentos, quisermos receber a graça que Ele nos prometeu, e orientar nossa vida de acordo com os Seus ensinamentos.”

Ele veio uma primeira vez ao mundo e quer vir sempre em nossos corações habitar. Não ponhamos resistência a este desejo Seu, e que nosso coração seja despojado e preparado para acolhida de tão belo Hóspede de nossa alma:

“A Igreja deseja ainda ardentemente fazer-nos compreender que o Cristo, assim como veio uma só vez a este mundo, revestido da nossa carne, também está disposto a vir de novo, a qualquer momento, para habitar espiritualmente em nossos corações com a profusão de Suas graças, se não opusermos resistência.”

É preciso celebrar e viver intensamente o Advento como tempo fecundo da acolhida da Palavra de Deus, para que ela possa germinar, florescer e frutificar em alegria, vida, esperança, amor, luz e paz:

“Por isso, a Igreja, como mãe amantíssima e cheia de zelo pela nossa salvação, nos ensina durante este tempo, com diversas Celebrações, com hinos, cânticos e outras palavras do Espírito Santo, como receber convenientemente e de coração agradecido este imenso benefício e a enriquecer-nos com seus frutos, de modo que nos preparemos para a chegada de Cristo nosso Senhor com tanta solicitude como se Ele estivesse para vir novamente ao mundo. É com esta diligência e esperança que os Patriarcas do Antigo Testamento nos ensinaram, tanto em palavras como em exemplos, a preparar a Sua vinda.”

A acolhida da Carta nos fortalece e ilumina, para que sejamos peregrinos da esperança.

Oremos:

“Senhor nosso Deus, dai-nos esperar solícitos a vinda do Cristo, Vosso Filho. Que Ele, ao chegar, nos encontre vigilantes na Oração e proclamando o Seu louvor. Por N. S. J. C. Amém”

“Maranathá”! 
Vem Senhor Jesus!

A autêntica Oração e o crescimento espiritual

                                                    



A autêntica Oração e o crescimento espiritual

O trecho da “Carta a Proba”, do Bispo Santo Agostinho (Séc. V) nos fala sobre a autêntica Oração, na qual exercitamos a nossa vontade.

“Por que nos dispersamos entre muitas coisas e, temendo rezar de modo pouco conveniente, indagamos o que pedir, em vez de dizer com o Salmo:

Uma só coisa pedi ao Senhor, a ela busco: habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para contemplar as delícias do Senhor e visitar Seu Templo? (Sl 26,4).

Pois ali os dias não vêm e vão, o fim de um não é o princípio de outro. Todos ao mesmo tempo não têm fim, ali onde nem a própria vida, a que pertencem estes dias, tem fim. 

Para alcançarmos esta vida feliz, a verdadeira Vida nos ensinou a orar. Não com multiplicidade de palavras, como se quanto mais loquazes fôssemos, mais nos atenderia.

Mas rogamos Àquele que conhece, conforme Suas mesmas Palavras, aquilo que nos é necessário, antes mesmo de lhe pedirmos (cf. Mt 6,7-8). 

Pode alguém estranhar por que motivo assim dispôs quem já de antemão conhece nossa necessidade. Temos de entender que o intuito de nosso Senhor e Deus não é ser informado sobre nossa vontade, que não pode ignorar.

Mas despertar pelas Orações nosso desejo, o que nos tornará capazes de conter aquilo que se prepara para nos dar. Isso é imensamente grande, mas nós somos pequenos e estreitos demais para recebê-lo.

Por isto, nos é dito: Dilatai-vos; não aceiteis levar o jugo com os infiéis (2Cor 6,13-14). 

Isso é tão imensamente grande que os olhos não o viram, porque não é cor; nem os ouvidos ouviram, porque não é som; nem subiu ao coração do homem (cf. 1Cor 2,9), já que o coração do homem deve subir para lá.

Isso nós o recebemos com tanto maior capacidade quanto mais fielmente cremos, com mais firmeza esperamos, mais ardentemente desejamos. 

Por conseguinte, nesta fé, esperança e caridade, sempre oramos pelo desejo incessante. Contudo, em certas horas e tempos também rezamos a Deus com palavras, para nos exortar a nós mesmos, mediante seus símbolos, e avaliar nosso progresso neste desejo e a nos estimular com maior veemência a aumentá-lo.

Pois tanto mais digno resultará o efeito, quanto mais fervoroso preceder o afeto. 

É também por isso que diz o Apóstolo: Orai sem cessar! (1Ts 5,17). O que isso pode significar a não ser: desejai sem cessar a vida feliz, a eterna, e nenhuma outra, recebida d’Aquele que é o único que a pode dar?”

A prática da autêntica Oração não se limitará em tão apenas na repetição de fórmulas prontas, em lugares ou tempo especiais, exclusivos; falaremos com Deus com nossas próprias palavras, num diálogo sincero e aberto, expressando nossas alegrias e tristezas, angústias e esperanças.

A Oração nos coloca no caminho da busca de uma vida plena e feliz até o encontro definitivo com Deus, na glória da eternidade.

A Oração sem a luta, sem os compromissos concretos é uma fuga. A labuta cotidiana sem a Oração é desespero, inapelavelmente.

Pediremos, agradeceremos, louvaremos e renovaremos nossas forças para a ação, para as indispensáveis obras. A Oração assim nos impele para o bem fazer, sem jamais nos omitirmos, sem jamais adiarmos sagrados compromissos.

A Deus nos dirigiremos em todo e qualquer lugar, e em todo tempo, sem reduzirmos nossa Oração à recitação de fórmulas, em tempos e espaços limitados.

O encontro com o Amado leva-nos à contemplação; de modo que se dilata o nosso coração e entramos em outra dimensão de diálogo, espaço e tempo.

Participando desta Escola da Oração de tantos Santos, continuemos nosso aprendizado e oração bem feita para fazermos progressos maiores na vida espiritual, para que vivamos a graça da missão de discípulos missionários do Senhor mais comprometidos com a causa do Reino. 


PS: Oportuno para o Tempo da Quaresma e do Advento em que somos convidados a oração mais intensa e fecunda.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG