quinta-feira, 27 de novembro de 2025
Vigilância na espera do Senhor que vem (IDTAA)
Vigilância em todo o tempo (IDTAA)
Vigilância em todo o tempo
A passagem do Evangelho de São Mateus (Mt
24,37-44), reforça a atitude de vigilância na fé que o cristão deve ter em
todo o tempo, com compromissos irrenunciáveis e inadiáveis com o Reino de Deus
na espera do Senhor que veio, vem e virá.
A vinda do Senhor é certa, é preciso estar
vigilante, preparado e ativo, e isto implica em abertura e disponibilidade
para o Reino de Deus, eterno e universal, marcado por relações de verdade,
vida, graça, justiça, santidade e paz, como tão bem expressa o Prefácio da
Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo.
Para isto, o Evangelista nos apresenta três
quadros: o ócio, o trabalho e a não vigilância, ou seja, a despreocupação com a
vida e a existência; ou o contrário, os compromissos e trabalhos para a
subsistência; e por fim a ausência da vigilância, que leva à perda do encontro
com o Senhor que vem. (v.37-39; 40-41; 43-44, respectivamente).
A atitude de vigilância é fundamental para que
façamos as necessárias passagens das
trevas para a luz, do pecado para a graça, do distanciamento para a comunhão e
intimidade com Deus, do ódio para o amor, da morte para a vida.
Somos peregrinos de esperança, testemunhas da
vigilante espera do Senhor que veio, vem
e virá é memória e presença.
Memória porque Aquele que
esperamos, Jesus, já veio; presença,
porque cremos e sentimos que Jesus está desde agora conosco, e Ele está
presente de modo salutar e real na Santíssima Eucaristia, que não apenas
celebramos, mas comungamos, porque é o Deus Conosco, o Deus que Se faz
Pão, Comida e Bebida para nos Alimentar e nos Salvar.
PS: Oportuno para a passagem do
Evangelho de Lucas (Lc 12, 39-48)
O Tempo do Advento e as duas vindas do Senhor (IDTAA)
O Tempo do Advento e as duas vindas do Senhor
Ele veio, vem e virá
Iniciando o tempo do Advento, à luz das Catequeses do Bispo São Cirilo de Jerusalém (séc. IV), reflitamos sobre as duas vindas de Cristo.
“Anunciamos a vinda de Cristo: não apenas a primeira, mas também a segunda, muito mais gloriosa. Pois a primeira revestiu um aspecto de sofrimento, mas a segunda manifestará a coroa da realeza divina.
Aliás, tudo o que concerne a nosso Senhor Jesus Cristo tem quase sempre uma dupla dimensão. Houve um duplo nascimento: primeiro, ele nasceu de Deus, antes dos séculos; depois, nasceu da Virgem, na plenitude dos tempos. Dupla descida: uma, discreta como a chuva sobre a relva; outra, no esplendor, que se realizará no futuro.
Na primeira vinda, ele foi envolto em faixas e reclinado num presépio; na segunda, será revestido num manto de luz. Na primeira, ele suportou a cruz, sem recusar a sua ignomínia; na segunda, virá cheio de glória, cercado de uma multidão de anjos.
Não nos detemos, portanto, somente na primeira vinda, mas esperamos ainda, ansiosamente, a segunda. E assim como dissemos na primeira: Bendito o que vem em nome do Senhor (Mt 21,9), aclamaremos de novo, no momento de sua segunda vinda, quando formos com os anjos ao seu encontro para adorá-lo: Bendito o que vem em nome do Senhor.
Virá o Salvador, não para ser novamente julgado, mas para chamar a juízo aqueles que se constituíram seus juízes. Ele, que ao ser julgado, guardara silêncio, lembrará as atrocidades dos malfeitores que o levaram ao suplício da cruz, e lhes dirá: Eis o que fizestes e calei-me (Sl 49,21).
Naquele tempo ele veio para realizar um desígnio de amor, ensinando aos homens com persuasão e doçura; mas, no fim dos tempos, queiram ou não, todos se verão obrigados a submeter-se à sua realeza.
O profeta Malaquias fala dessas duas vindas: Logo chegará ao seu templo o Senhor que tentais encontrar (Ml 3,1). Eis uma vinda.
E prossegue, a respeito da outra: E o anjo da aliança, que desejais. Ei-lo que vem, diz o Senhor dos exércitos; e quem poderá fazer-lhe frente, no dia de sua chegada? E quem poderá resistir-lhe, quando ele aparecer? Ele é como o fogo da forja e como a barrela dos lavadeiros; e estará a postos, como para fazer derreter e purificar (Ml 3,1-3).
Paulo também se refere a essas duas vindas quando escreve a Tito: A graça de Deus se manifestou trazendo salvação para todos os homens. Ela nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade, aguardando a feliz esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo (Tt 2,11-13). Vês como ele fala da primeira vinda, pela qual dá graças, e da segunda que esperamos?
Por isso, o símbolo da fé que professamos nos é agora transmitido, convidando-nos a crer naquele que subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Nosso Senhor Jesus Cristo virá portanto dos céus, virá glorioso no fim do mundo, no último dia. Dar-se-á a consumação do mundo, e este mundo que foi criado será inteiramente renovado.” (1)
Entre a primeira vinda e a segunda vinda, vivemos o tempo intermediário. tempo de vigilância, de oração, em todo o momento, como o Senhor nos falou no Evangelho (Lc 21,25-28.34-36). É preciso que fiquemos de pé, ergamos a cabeça, levantemos nosso ânimo.
O tempo do Advento não é apenas para a preparação de presépios de árvores de Natal, mas preparação do coração, para que Ele venha e encontre nele e em nosso lar, lugar digno para nascer.
Vivamos este tempo de abertura à graça divina, que nos vem por meio de Jesus Cristo, com a comunicação da presença e ação do Seu Espírito, para que vivamos maior fidelidade ao Projeto do Pai.
Preparemo-nos para celebrar autenticamente o Natal do Senhor, que veio, vem e virá, a cada instante, com sagrados compromissos expressos em gestos de acolhida, perdão, amor, solidariedade.
Preparemos nossos corações para celebrar o nascimento do Senhor na manjedoura preferida d’Ele, que é o coração humano, no qual Ele quer fazer Sua morada, habitando em nós como o mais belo Hóspede.
De nada adianta a luz de um pisca-pisca, se não nos voltarmos confiantes e vigilantes à espera do Senhor, que vem para iluminar nossos caminhos.
Somente assim, daremos um passo significativo, para celebrar autenticamente o Natal do Senhor.
PS: Liturgia das Horas – Vol. I - pp.113-114.
Apropriado para a quinta-feira da 27ª semana do Tempo Comum, quando se proclama Malaquias (Ml 3,13-20a)
Tempo do Advento: tempo de gestar o novo! (IDTAA)
Tempo do Advento: tempo de gestar o novo!
Tempo do Advento, um tempo intenso de oração, novenas, celebrações penitenciais, gestos de reconciliação, multiplicação de sinais de partilha e solidariedade...
Advento, tempo litúrgico com beleza própria, em que celebramos a vinda de Jesus Cristo, no tempo e na história da humanidade, trazendo-nos a preciosa graça da salvação.
A cor roxa, predominante na liturgia, não é sinal de tristeza, como em tempos fúnebres, mas um singelo convite à reflexão, meditação e oração. Acentua-se em nosso coração a alegre expectativa, ativa e contagiante, para recebermos dignamente o Senhor quando Ele vier.
Num Sermão memorável, São Bernardo (abade do século XII) afirma a tríplice vinda do Senhor, acenando para uma vinda intermediária entre a primeira e a última:
“... Na primeira vinda o Senhor apareceu na terra e conviveu com os homens... Na última, todo homem verá a salvação de Deus e olharão para Aquele que transpassaram.
A vinda intermediária é oculta e nela somente os eleitos o veem em si mesmos e recebem a salvação.
Na primeira, o Senhor veio na fraqueza da carne; na intermediária, vem espiritualmente, manifestando o poder de Sua graça; na última, virá com todo o esplendor de Sua glória.
Esta vinda intermediária é, portanto, como um caminho que conduz da primeira à última; na primeira, Cristo foi nossa redenção; na última, aparecerá como nossa vida; na intermediária, é nosso repouso e consolação”.
Nesta vinda intermediária do Senhor, algumas atitudes são esperadas de todos os presbíteros e comunidades.
A primeira, e sempre necessária, é a vigilância na fé, acolhendo os sinais de Sua presença em nosso meio.
Ao lado desta vigilância, o imperativo da conversão, preparação dos caminhos do Senhor, numa incansável busca de acertar nossos projetos com o Projeto do Criador.
Pode-se assim acolher e testemunhar a alegria que procede do Verbo, que Se encarna e Se faz um de nós, assumindo nossa condição humana, exatamente igual a nós, exceto no pecado.
As celebrações eucarísticas, com a riqueza litúrgica de cada domingo, nos convidam ao mergulho no mistério desta Encarnação, fazendo de nossa existência lugar privilegiado de Sua morada, para que na total fidelidade a Ele, asseguremos morada na eternidade.
Urge adentrar neste caminho celebrativo e inovador de alegrias e esperanças, rompendo todas as amarras de angústias e tristezas.
Mais uma vez, o Criador aposta em nós e em nossa capacidade de iluminar a história, a vida de milhões de pessoas que vivem nas trevas do ódio, da mentira, da opressão.
Que o Mistério d’Aquele que veio, vem e virá traga para todos nós, presbíteros e comunidades, mais ardor e empenho em nossa missão, para que o próximo Natal seja uma festa repleta de amor e luz!
Em poucas palavras... (IDTAA)
“Vem, Senhor Jesus!”
“Na
última ceia, o próprio Senhor chamou a atenção dos seus discípulos para a
consumação da Páscoa no Reino de Deus: «Eu vos digo que não voltarei a beber
deste fruto da videira, até o dia em que beberei convosco o vinho novo no Reino
do meu Pai» (Mt 26, 29) (Lc 22,18; Mc 14,25).
Sempre
que a Igreja celebra a Eucaristia, lembra-se desta promessa, e o seu olhar
volta-se para «Aquele que vem» (Ap 1, 4). Na sua oração, ela clama pela sua
vinda: «Maranatha» (1Cor 16, 22), «Vem, Senhor Jesus!» (Ap 22, 20), «que a Tua
graça venha e que este mundo passe!» (Didaké 10, 6: SC 248, 180 (Funk, Patres apostolici 1, 24).).” (1)
(1) Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n. 1403
Em poucas palavras... (IDTAA)
A luz da
fé e a vigilância necessária
“Positivamente, o combate contra o nosso eu, possessivo e dominador, consiste na vigilância, a sobriedade do coração.
Quando Jesus insiste na vigilância,
esta refere-se sempre a Ele, à sua vinda, no último dia e em cada dia: «hoje».
O Esposo chega a meio da noite. A luz que não se deve extinguir é a da fé:
«Diz-me o coração: "Procura a sua face"» (Sl 27, 8).” (1)
(1)
Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 2730
Advento: Amar na Esperança... (IDTAA)
É sempre um convite a preparar os caminhos do Senhor para que Ele possa encontrar lugar em nosso coração, em nossas famílias, na Igreja e em todo lugar.
Esse é o verdadeiro Reino de Cristo que amando na esperança ansiamos, e nos comprometemos em realizar. Para além dos presépios que montamos; das árvores que enfeitamos, das luzes que acendemos.







