terça-feira, 1 de julho de 2025

Oliveiras e candelabros do Senhor

 


Oliveiras e candelabros do Senhor 

Apóstolos, Pedro e Paulo,
“São duas oliveiras
Diante do Senhor,
Brilhantes candelabros
De esplêndido fulgor.”(1)
 
Selaram a missão com o martírio,
Vidas configuradas a quem tanto amaram:
Jesus Cristo, Nosso Senhor,
Da humanidade, Divino Redentor
A Ele, toda honra, glória, poder e louvor.
 
Vidas modeladas pela Palavra divina,
Mais que cortante e penetrante
Do que a espada nas Escrituras mencionada,
Dividindo a alma e o espírito,
Seguiram passos firmes e confiantes.
 
Despojamento incondicional testemunhado,
Sem pompas nem acastelamentos enganadores,
Pois tão somente no Senhor depositavam a esperança,
Fé autêntica na Divina Fonte do Amor:
Corações seduzidos pelo Fogo Abrasador.
 
Duas histórias de paixão pelo Senhor,
Coragem vivida sob a luz das estrelas,
Iluminados pela Luz do Sol Nascente,
Fidelidade provada em todo tempo,
Acrisolada, pelo fogo do amor purificador.
 
Sacrifício, combate e empenho -
Em cada linha da história de ambos,
Foram escritas para sempre:
Um o Martírio pela cruz, o outro pela espada,
Na glória celestial, vidas eternizadas. Amém.


(1) Ofício das Leituras - Hino da Solenidade de São Pedro e São Paulo

Em poucas palavras...

                                                  


Fé: dom gratuito de Deus

“A fé é um dom gratuito de Deus ao homem. Mas nós podemos perder este dom inestimável. Paulo adverte Timóteo a respeito dessa possibilidade: «Combate o bom combate, guardando a fé e a boa consciência; por se afastarem desse princípio é que muitos naufragaram na fé» (1 Tm 1, 18-19).

Para viver, crescer e perseverar até ao fim na fé, temos de a alimentar com a Palavra de Deus; temos de pedir ao Senhor que no-la aumente (Mc 9,24; Lc 17,5; 22,32); ela deve «agir pela caridade» (Gl 5, 6) (Tg 2,14-26), ser sustentada pela esperança (Rm 15,13) e permanecer enraizada na fé da Igreja.”  (1)

 

 

(1) Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n. 162

Em poucas palavras...

                                             


Em Deus, nossa confiança e esperança

“Na realidade, é difícil muitas vezes compreender porque acontecem certos fatos, mas o cristão sabe que Deus o vê e n’Ele confia, não fica inerte, se esforça, reza, porém, acima de tudo tem grande esperança, põe sua confiança em Deus.” (1)

 

(1)         Comentário do Missal Cotidiano - Editora Paulus - passagem do Evangelho Mt 8,23-27 - pág. 969

 

O Senhor está conosco: nada a temer!

                                                               

O Senhor está conosco: nada a temer!

“Levantando-Se, ameaçou os ventos e o mar,
e fez-se uma grande calmaria” (Mt 8,26)

A Liturgia da Palavra, da Terça-feira da 13ª Semana do Tempo Comum (ano ímpar), nos apresenta como Leituras: Livro do Gênesis (19,15-29) e Evangelho de Mateus (Mt 8, 23-27).

Na primeira Leitura, o Senhor fez chover do céu enxofre e fogo sobre Sodoma e Gomorra, e também a célebre passagem sobre a mulher de Ló que, olhando para trás, tornou-se uma estátua de sal.

Na passagem do Evangelho, Jesus presente na barca dando ordem aos ventos e ao mar, e concedendo uma grande calmaria.

O Missal Cotidiano, sobre a primeira leitura, apresenta estes questionamentos: 

Num mundo como o nosso, “Para onde poderiam fugir os justos, se Deus quisesse destruir as cidades pecadoras?”
- “Quais cidades poderiam declarar-se sem pecado?”

Em seguida, afirma que o real problema não é tanto o fugir materialmente, porque nem mesmo é preciso fugir, e como pecadores precisamos ter diante dos olhos os testemunhos dos justos, pois “O bom grão é destinado a crescer ao lado do joio, até a ceifa. O importante é que o bom grão não se torne joio”.

De fato, como cristãos, temos sempre um duplo princípio evangélico: não podemos nos isentar da responsabilidade pelo mal praticado e jamais nos omitirmos em sua eliminação.

Se há uma volta, é aquela acompanhada do arrependimento sincero e o propósito de não mais errar; de trilhar um novo caminho na mais perfeita sintonia com o querer e a vontade divina, com a certeza de que o Senhor está na “barca”.

Verdadeiramente, Ele está fazendo conosco a grande travessia e nos ajudando a superar o medo dos ventos contrários, símbolo das contrariedades e dificuldades que precisamos enfrentar com coragem, e vivendo nossa fé, experimentar a “calmaria” que Ele pode nos garantir, e então também diremos admirados como os discípulos: 

“Quem é este homem, que até os ventos e o mar lhe obedecem?” (Mt 8,27).



Missal Cotidiano - Editora Paulus - p.966

Com o Senhor, serenidade nas travessias

                                         


Com o Senhor, serenidade nas travessias

Sejamos enriquecidos pelo Sermão n.63,1-3, de Santo Agostinho:

“Subiu Ele a uma barca com seus discípulos. De repente, desencadeou-se sobre o mar uma tempestade tão grande, que as ondas cobriam a barca. Ele, no entanto, dormia.

Os discípulos achegaram-se a ele e o acordaram, dizendo: Senhor, salva-nos, nós perecemos! E Jesus perguntou: Por que este medo, gente de pouca fé?

Então, levantando-se, deu ordens aos ventos e ao mar, e fez-se uma grande calmaria. Admirados, diziam: Quem é este homem a quem até os ventos e o mar obedecem?” (Mt 8,23-27).

Vamos comentar, com a ajuda de Deus, a leitura que o Santo Evangelho nos propõe hoje, não aconteça que tenham a fé adormecida nos vossos corações, no meio das tempestades e ondas deste tempo.

Cristo não teve poder sobre a morte ou o sono? Ou por acaso o sono pôde dominar a vontade do Navegador Todo-Poderoso? Se pensardes assim, sem dúvida, Cristo e a fé estão adormecidos em vossos corações. Mas se Cristo vela em vós, a vossa fé também está acordada. ‘Que Ele faça Cristo habitar em vossos corações pela fé’ (Ef 3,17), disse o Apóstolo.

O sono de Cristo é sinal de mistério. Os ocupantes da barca representam as almas que atravessam a vida deste mundo agarradas ao madeiro da cruz. Por outro lado, a barca é símbolo da Igreja. Sim, verdadeiramente […] o coração de cada fiel é uma barca que navega no mar e que não se afundará se o espírito mantiver bons pensamentos.

Insultaram-te: é o vento que te fustiga. Encolerizaste-te: é a onda que se levanta. Surgiu a tentação: é o vento que sopra. A tua alma está perturbada: são as vagas que se elevam. Insultaram-te e desejas vingança; castigaste sem temperança e estás caído. E por quê? Porque Cristo dorme no teu coração. O que significa que Cristo dorme? Que tu te esqueceste dele. Acorda Cristo, deixa que Ele te fale.

O que querias? Vingança. Não te lembras de que quando o crucificaram, ele disse: ‘Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem’(Lc 23,34)? O que dormiu em teu coração não quis vingar-se. Acorda-o! Contempla-o. A sua memória são as suas palavras; a sua memória é a sua Lei. E se Cristo cuida de ti, te dirás: Quem sou eu, para querer punir? Quem, para ameaçar a alguém? Talvez eu morra antes de me vingar. E se morrer, inflamado pela ira, com anseio e sede de vingança, aquele que não quis punir me receberá? Aquele que disse: ‘Perdoai, e sereis perdoados, dai, e dar-se-vos-á’ (Lc 6,36-38)? Portanto, reprimirei a minha ira e pacificarei o meu coração. Cristo deu ordem ao mar e este ficou calmo (cf. Mt 8,27).

O que disse acima sobre a ira, aplicai-o a todos os tipos de tentações. És tentado e estás perturbado: são o vento e as ondas que se levantam. Desperta Cristo e fala com ele. ‘Quem é Este, a quem até o vento e o mar obedecem?’ (Mt 8,26) Quem é Ele? ‘Dele é o mar, pois foi Ele quem o formou’ (Sl 95,5)‘por Ele é que tudo começou a existir’ Jo 1,3).

Imita, pois, os ventos e o mar: obedece ao Criador. O mar mostra-se dócil à voz de Cristo e tu continuas surdo? O mar obedece, o vento acalma-se e tu continuas a soprar? Que queremos dizer com isso? Falar, agitar-se, meditar na vingança: não será tudo isto continuar a soprar e não querer ceder diante da palavra de Cristo? Quando o teu coração está perturbado, não te deixes submergir pelas vagas.

No entanto, se o vento nos virar — porque somos apenas humanos — e acicatar as emoções más do nosso coração, não desesperemos. Acordemos Cristo, para que possamos prosseguir a nossa viagem por mares mais calmos.”

Nossa vida consiste numa constante travessia pelo mar da vida, e por vezes os mares são agitados pelos ventos.

Precisamos confiar na presença do Senhor na barca de nosso coração, e confiantes em Sua Palavra, superar todo o medo, vivendo a fé, em atitude orante, confiantes, suplicantes na mais autêntica relação com o Senhor que jamais nos abandona.

Creiamos que Ele está em nossa barca seja de nosso coração, como na barca de Sua Igreja em todo o tempo: e a última e poderosa Palavra somente Ele tem a nos dirigir e a serenidade nos devolver nas travessias cotidianas. Amém.

 

PS: Sermão apropriado para a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 6,24-34).

Contemplo-Te

                                                        

Contemplo-Te

Contemplo-Te, Senhor, Unigênito do Pai,
Desde a concepção no ventre de Maria,
Quando ela deu aquele inesquecível sim,
Que mudou o rumo da história da humanidade.

Contemplo-Te não apenas revestido de carne,
Pois assumiste nossa condição: tiveste corpo verdadeiro,
Tornaste verdadeiramente homem e ao mesmo tempo
Sendo, eu creio com minha Igreja, verdadeiramente Deus.

Contemplo-Te assumindo nossa condição humana,
Fazendo-Se um de nós, exatamente como nós,
Exceto por não conhecer o pecado que gera morte,
Por isto vieste destruí-lo com Sua vida, morte e Ressurreição.

Contemplo Teu coração tão pleno de divinos sentimentos,
Sentimentos que também devemos ter, para imagem Sua ser.
Emoções tantas que sentiste, porque Te fizeste homem,
E emoções tantas que também assumimos, sentimos.

Contemplo-Te homem das paixões múltiplas
Pelos pobres, pequenos, sofredores, excluídos;
Paixão maior, imensurável e indizível, que revelaste
Por Palavras e obras, vida e entrega: de Deus o Reino.

Contemplo-Te homem de tantas ânsias e sonhos
De um mundo mais belo, mais fraterno e solidário,
Mais perto, muito mais do que perto do querido por Deus,
Que em incondicional fidelidade ao Pai com o Espírito realizou.

Contemplo-Te homem que suportaste tantas dores,
Incontáveis humilhações da maldade, ignorância humana.
Também enfrentaste o próprio medo, angústia e solidão,
Mas no Pai confiante, jamais infidelidade, abandono e decepção.

Contemplo-Te sempre envolvido nos planos e sonhos do Pai.
Contemplo-Te numa relação vitoriosa e eterna de Amor
Com o Pai e o Espírito, Rei Eterno e Universal glorioso,
Sobre o mundo e o coração da humanidade reinando!

Contemplo-Te tão apenas me amando e perdoando.
Contemplo-Te, Senhor, envolto na Oração, por Ti iluminado.
Sinto Tua presença, escuto Tuas Palavras, silencio,
Renovo minha fidelidade, vocação, graça e dom divino.

Contemplo-Te, ouço-Te, amo-Te.
Ouço-Te, contemplo-Te, amo-Te.
Amo-Te, por isto Te contemplo, Te ouço,
E Tua presença, carinho e ternura sinto.

Contemplo-Te...

Rezando com os Salmos - Sl 56(57)

 

Peregrinamos confiantes sob a sombra do Altíssimo

 “–1 Ao maestro do coro. Conforme a melodia
“Não destruas”. Poema de Davi.
Quando fugindo de Saul, escondeu-se na caverna.

–2 Piedade, Senhor, piedade,
pois em vós se abriga a minh'alma!
– De vossas asas, à sombra, me achego,
até que passe a tormenta, Senhor!

–3 Lanço um grito ao Senhor Deus Altíssimo,
a este Deus que me dá todo o bem.
=4 Que me envie do céu sua ajuda
e confunda os meus opressores!
Deus me envie sua graça e verdade!

–5 Eu me encontro em meio a leões,
que, famintos, devoram os homens;
– os seus dentes são lanças e flechas,
suas línguas, espadas cortantes.

–6 Elevai-vos, ó Deus, sobre os céus,
vossa glória refulja na terra!

–7 Prepararam um laço a meus pés,
e assim oprimiram minh'alma;
– uma cova me abriram à frente,
mas na mesma acabaram caindo.

–8 Meu coração está pronto, meu Deus,
está pronto o meu coração!
–9 Vou cantar e tocar para vós:
desperta, minh'alma, desperta!
– Despertem a harpa e a lira,
eu irei acordar a aurora!

–10 Vou louvar-vos, Senhor, entre os povos,
dar-vos graças, por entre as nações!
–11 Vosso amor é mais alto que os céus,
mais que as nuvens a vossa verdade!

–12 Elevai-vos, ó Deus, sobre os céus,
vossa glória refulja na terra!”

O Salmo 56(57) é uma Oração da manhã numa aflição, e como nos falou Santo Agostinho, este Salmo canta a Paixão do Senhor:

“O Salmista sabe que está seguro sob a proteção de Deus; mesmo quando habita no meio de gente violenta. Sua firme esperança o leva a sentir-se salvo e suscita nele a ação de graças.”(1)

Experimentemos também nós a força e presença divina nos momentos de aflição por que possamos passar, e renovemos em cada Eucaristia as forças necessárias para que carreguemos as cruzes cotidianas das aflições ou de quaisquer outros nomes. Amém.


(1) Comentário da Bíblia Edições CNBB – pág. 773

 

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