Reflitamos:
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025
Santa Águeda, virgem e mártir, modelo de fidelidade ao Senhor!
Reflitamos:
Construamos diques de coragem
Que os sonhos não morram jamais
Sonhemos! Avancemos! Jamais recuemos...
Com a presença do Santo Espírito que nos conduz em todos os momentos.
terça-feira, 4 de fevereiro de 2025
A brevidade do tempo e nossas escolhas
Quando a vida se esvai, quando tudo parece o fim...
Nada pode se antepor ao amor de Deus por nós
Nada pode se antepor ao amor de Deus por nós
“Menina, levanta-te!”
Refletindo sobre a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 5,21-43), contemplemos, a partir da ação de Jesus, a ação de Deus que nos ama, cura, liberta e salva a humanidade, pois jamais se alegra com nosso sofrimento e morte.
Oportuno que nos voltemos para a passagem do Livro da Sabedoria (Sb 1,13-15; 2,23-24).
Este Livro, composto um pouco antes da vinda de Jesus, é uma doutrina mais serena em relação aos mais antigos, e nos convida a contemplar o rosto de Deus, que ama a vida, e não é autor da morte – “Deus não fez a morte, nem tem prazer com a destruição dos vivos” (Sb 1,13).
Ele, ao contrário, cria a vida e a entrega à humanidade, modelada à Sua imagem, e pronto a restaurá-la quando se encontra em perigo ou a se apagar – “Deus não criou o homem para que caísse na espiral do nada” (1).
Voltando à passagem do Evangelho, contemplamos a ação de Jesus que cura uma menina que estava nas últimas, e, também, uma mulher com hemorragia há doze anos.
Acima de tudo, manifesta-se a ação divina, por meio de Jesus, o Verbo encarnado, a pleníssima revelação da onipotência e bondade de Deus para com quem se sente impossibilitado de viver, vendo a vida se esvair no sangue derramado daquela mulher ou nas forças exauridas daquela criança.
Afinal, é próprio do Amor de Deus vir ao encontro de nosso sofrimento, fraqueza, limitações, e intervir para que tudo mude, exatamente quando nada mais parece possível. Deus nos dá a vida, quando esta parece perdida, como nos revela a ação de Jesus.
A cura da mulher, meditada na perspectiva da fé: o sangue propriamente dito é a vida; a hemorragia, por sua vez, consiste na perda do sangue, logo, a perda da vida.
Entretanto, o Sangue do Senhor que jorrou no alto da Cruz, com Sua Ressurreição, tornou-se plenitude de vida para todo aquele que crê: Sangue jorrado que redime e nos devolve a vida.
Aquela mulher é a imagem de todos nós que, sem a intervenção divina, vemos nossa vida se esvair, nossas forças sendo subtraídas, nossos sonhos diminuídos, nossos propósitos retrocedidos, nossas utopias amareladas e ultrapassadas porque não mais mantêm, e nem sustentam nossa fome de novos horizontes.
É também a imagem de todo aquele que somente em Deus tem a cura, o resgate, o reencontro, a redefinição de rumos, o revitalizar dos passos, o revigorar das forças, o renascimento dos compromissos com a vida, o imprescindível cultivar das virtudes que nos movem e nos direcionam, as delicadas e indescritíveis sementes da fé, esperança e caridade.
Diante do Senhor a morte se curvou, tudo se dobrou diante de Sua presença. Deus tem sempre a última Palavra, porque Ele é a Palavra: Aquela criança, que tida como morta, diante da Palavra do Senhor recupera a vida – “Menina, Eu te digo, levanta-te”.
A menina que nunca vimos, somos nós que, a cada dia, escutamos Deus falar no mais profundo de nós as mesmas palavras.
Quantas vezes sonhos morrem para que novos e melhores nasçam. Quantas vezes projetos desmoronados para outros de qualidade incomparável aparecer.
Quantas vezes, quando tudo parecia nada, redução de cinzas fúnebres, a semente da fé brotou, para que a esperança viesse a se transfigurar e se materializar em atos indispensáveis de amor!
Assim é o amor de Deus: devolve-nos vida, porque é a Fonte da Vida e vida Plena (Jo 10,10), e nos chama, constantemente à vida, do princípio ao fim, na Sagrada Escritura – “... quem participa do Cristo, participa da vida. Por Cristo e pela Sua Ressurreição, quem crê, mesmo sabendo que deve morrer, vê a morte como um momento para passar a uma vida sem fim. A morte se torna ‘passagem’. Assume assim o caráter pascal de vitória.” (2)
Oportunas as palavras de São Francisco de Assis – “Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã morte corporal, da qual nenhum homem vivo pode escapar”. (3)
Coloquemo-nos no lugar da mulher e da criança, e não seremos mais os mesmos, pois é próprio do Amor de Deus não nos permitir encurvados, derrotados, inertes, mórbidos, mortos.
Deste modo, Deus pode realizar maravilhas em nossa vida, mas é preciso que tenhamos fé na onipotência divina, e, também, ressalte-se, que não podemos transferir para Ele nossa responsabilidade, cuidando e promovendo a vida, com recursos necessários, bem como o acesso para todos, sobretudo para os mais vulneráveis.
A fé cristã jamais dispensa nossos sagrados compromissos no amor e cuidado com a vida, tanto das pessoas como de nosso planeta, nossa Casa Comum.
Deus por Seu amor, pela prática de Jesus, nos recria, para vivermos como templos do Seu Espírito.
Oremos:
“Ó Deus, pela Vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da Vossa verdade. Por N.S.J.C. Amém.”
(1) Missal Dominical–Editora Paulus – 1995 – p. 945
(2) (3) idem – p.946
A vida nova e eterna nos vem da Ressurreição do Senhor
A vida
nova e eterna nos vem da Ressurreição do Senhor
Reflexão
à luz do Tratado contra as heresias, escrito pelo bispo Santo Irineu (Séc. II), em que nos apresenta
as primícias da Ressurreição em Jesus Cristo:
“O
Verbo de Deus Se fez homem. O Filho de Deus tornou-Se Filho do homem para que o
homem, unido ao Verbo de Deus, recebesse a adoção e se tornasse filho de Deus.
Nunca
poderíamos obter a incorrupção e a imortalidade a não ser unindo-nos à
incorrupção e à imortalidade. Mas como poderíamos realizar esta união sem que
antes a incorrupção e a imortalidade se tornassem aquilo que somos, a fim de
que o corruptível fosse absorvido pela incorrupção e o mortal pela imortalidade
e, deste modo, pudéssemos receber a adoção de filhos?
O
Filho de Deus, nosso Senhor, Verbo do Pai, tornou-Se Filho do homem. Filho do
homem porque pertencia ao gênero humano, tendo nascido de Maria, que era filha
de pais humanos e ela mesma uma criatura humana.
O
próprio Senhor nos deu um sinal que se estende do mais profundo da terra ao
mais alto dos céus. Um sinal que não foi pedido pelo homem, pois nem sequer ele
poderia pensar que uma virgem, permanecendo virgem, pudesse conceber e dar à
luz um filho.
Nem
mesmo supor que este filho, Deus-conosco, descesse ao mais baixo da terra, em
busca da ovelha perdida – que ele próprio criara – e subisse às alturas para
oferecer ao Pai aquele mesmo homem que viera encontrar, realizando, deste modo,
em si próprio, as primícias de ressurreição do homem.
De
fato, assim como a cabeça ressuscitou dos mortos, assim todo o corpo (dos homens que participam de sua vida,
passado o tempo do castigo da desobediência) ressuscitará, unido por suas
junturas e articulações, firme no crescimento em Deus, possuindo cada membro
sua posição adequada. São muitas as mansões na casa do Pai porque muitos são os
membros do corpo.
Tendo
falhado o homem, Deus foi magnânimo, pois previa a vitória que pelo Verbo lhe
seria restituída. Porque a força se perfez na fraqueza, revelou-se então a
benignidade de Deus e seu esplêndido poder.”
Façamos nossa profissão de fé:
Cremos que:
- O
Verbo, o Filho de Deus, Se fez homem e tornou-Se Filho do homem para que o
homem, unido ao Verbo de Deus, recebesse a adoção e se tornasse filho de Deus.
- O
Filho de Deus, nosso Senhor, Verbo do Pai, tornou-Se Filho do homem porque
pertencia ao gênero humano, tendo nascido de Maria, que era filha de pais
humanos e ela mesma uma criatura humana.
- Por
um homem, nos veio a morte, mas por outro, o Cristo, nos veio a Ressurreição, e
com ela a graça da vida eterna.
- Jesus
Cristo, nosso Senhor, é a Ressurreição e a vida, e quem n’Ele viver e crer,
ainda que morra, viverá para sempre. (1)
- O
Senhor ressurgiu dentre os mortos, como o fruto colhido primeiro, e assim como
em Adão todos morremos, todos teremos a vida em Cristo. Amém. (2)
(1) cf. Jo 11,1-45 – A ressurreição de Lázaro
(2) cf. 1 Cor 15,20-22