terça-feira, 30 de setembro de 2025

Sagrados traços que devem marcar um (a) secretário (a) paroquial


 

Sagrados traços que devem marcar um (a) secretário (a) paroquial
 
Secretaria, pequeno grande espaço da acolhida,
Muito mais do que um espaço de registros, burocracias necessárias.
Um pequeno oásis no deserto de nossas paróquias,
Que, por vezes, muitos acorrem em busca de água para sedes tantas.
 
Uma orientação, um sacramento, uma ajuda para a travessia.
Atrás de uma mesa, deve estar alguém que irradie uma luz
Uma palavra - ainda que provisória - mas com o padre, em sintonia,
Presença terna e acolhedora do Amado Senhor Jesus.
 
Precisa ter os traços de Simeão, que acolheu nos braços
A Divina Luz das Nações, o Menino Jesus.
Há de deixar transparecer para quem ali acorre,
Que é alguém que também um dia para sempre O contemplou.
 
Outras vezes revelar os traços da viúva Ana,
Incansável em falar da Divina Criança,
Para que reacenda no espaço do trabalho,
A chama da divina e eterna Esperança.
 

Que haja um pouco de "Maria" em cada secretário,
Quando em meio a tanto por fazer,
Encontre tempo para o recolhimento, oração,
em silêncio fecundo e revitalizador necessário. 

Saiba silenciar a “Marta” de cada dia,
Sem deixar-se consumir em ativismo indesejável,
Conciliando o muito a fazer com espiritualidade,
Pois sem ela, o vazio deplorável e empobrecedor.
 

Sejam como Simão de Cirene, alegres servidores
Dos padres e tantos agentes, companheiros, 
com coragem para dividir o peso da cruz de mil desafios,
Em compaixão e solidariedade imprescindíveis.
 

Que sigam os passos do discípulo Amado,
Em plena fidelidade e intimidade com o Senhor.
Sem arredar o pé do calvário, e, por tanto amor,
Ali permanecer fiéis, inseparáveis, intenso Mistério Pascal.
 
Por fim, a exemplo de Maria Madalena, Apóstola dos Apóstolos,
Sejam testemunhas da vitória de quem vive para sempre: Jesus.
Sirvam  com renovada fé, peregrinando na esperança.
Secretariar é preciso, mas com o coração inflamado de Amor. Amém.
 

PS: Passagens dos Evangelhos: Lc 2,25-38; Lc 10,38-42; Mt 27,32; Jo 19,25-37; Jo 20,11-18

Oração do(a) Secretário(a) Paroquial

                                                  


Oração do(a) Secretário(a) Paroquial 

Ó Deus, Vos peço a assistência do Espírito Santo, para que, como secretário(a), seja sinal da presença do Vosso Filho Jesus Cristo, a quantos vierem ao nosso encontro. 

Enriquecido (a) pelos dons da Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Temor e Piedade, corresponda à missão que fui agraciado (a), sem mérito algum, mas porque sois infinitamente misericordioso. 

Que ao terminar o dia, diga apenas: fui um(a) simples servo(a) e fiz apenas o que devia fazer (cf. Lc 17,10), no pensamento, palavra e ação. Amém.

O exigente caminho da Salvação

                                                          

O exigente caminho da Salvação

Como discípulos missionários de Jesus Cristo, é preciso que trilhemos o mesmo caminho por Ele percorrido, como tão bem retrata o Evangelista Lucas (Lc 9,51-56), na passagem proclamada na terça-feira da 26ª Semana do Tempo Comum.

Ele inicia uma viagem que é a caminhada para a glória, mas passa pelo inevitável caminho real da Cruz. Sem murmurações, contando sempre com a força, presença e ação do Espírito Santo que O leva a viver incondicional fidelidade ao Pai. 

Com Sua Vida, testemunha o que ensinou com a Sua Palavra, e é o Servo do Senhor que Se deixa conduzir ao matadouro, sem a boca abrir e, porque Cordeiro mudo, tornou-Se Pastor imortal para o rebanho por toda a eternidade. 

Muitas vezes, também nós cristãos gostaríamos de ver o triunfo da fé e da Igreja, mas segundo critérios mundanos.

O aplauso dos homens, as aclamações dos poderosos, o favor dos meios de comunicação podem ser, na verdade, modo de açaimar a verdadeira profecia, que compete aos sequazes de Cristo no mundo. 

Foi diferente o percurso traçado e indicado pelo Messias sofredor.” (1) 

Nada poderá calar a verdadeira profecia dos discípulos missionários do Senhor. nada poderá calar a voz daqueles que creem, anunciam e testemunham a Sua Palavra.

Da mesma forma, nada poderá amordaçar nossa boca e amarrar nossos pés, pois tão somente assim trilharemos o caminho que nos conduz ao Céu, carregando com fé nossa cruz cotidiana.

Reflitamos:
- O que poderá roubar a capacidade de nos entregarmos, com paixão, pela causa do Reino?
- O que poderá se sobrepor à missão da Igreja, na continuidade da missão do Senhor?

Oportunas são as palavras do Apóstolo Paulo aos romanos: “Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?” (Rm 8,35).

Supliquemos sempre a força do Espírito Santo, que vem em socorro de nossa fraqueza, para que não vacilemos na fé, não esmoreçamos na esperança e jamais esfriemos na caridade, com total e incondicional confiança e entrega ao Senhor.

Façamos esta súplica tantas vezes quanto for necessário, mas jamais desistamos do caminho árduo da salvação, que passa pela porta estreita, com as renúncias necessárias, carregando nossa cruz de cada dia.
 

(1) Lecionário Comentado - Volume Tempo Comum - Ediora Paulus - Lisboa - pág. 460. 

Em poucas palavras...

                                                       


A Sagrada Escritura

"Se conforme o Apóstolo Paulo, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus, e quem ignora as Escrituras ignora o poder de Deus e Sua Sabedoria, ignorar as Escrituras é ignorar Cristo”. (1)

 

(1) São Jerônimo: Presbítero e Doutor da Igreja (340-420)  tradutor da Bíblia para o Latim, que até então era em hebraico e grego, por longos 35 anos.

Citado no parágrafo n.133 do Catecismo da Igreja Católica

 

Em poucas palavras...

                                              


Dai-nos, paciência, Senhor

“A primeira condição do discípulo é a paciência em face do insucesso.

Jesus reprovará Tiago e João e os convidará a dar o tempo necessário à realização da conversão e ao progresso do Reino. A impaciência dos apóstolos é muitas vezes a nossa.”  (1)

 

(1)         Missal Cotidiano – Editora Paulus - Comentário sobre a passagem do Evangelho de Lucas ( Lc 9,51-56) – pág.1328

A Missão que o Senhor nos confia

                                                                     

A Missão que o Senhor nos confia

Na Liturgia, da terça-feira da 26ª  Semana do Tempo Comum (ano ímpar), o Profeta Zacarias nos fala da vinda de muitos povos e nações que viriam visitar o Senhor em Jerusalém (Zc 8,20-23),

O Comentário do Missal Cotidiano nos diz: “O oráculo com que se encerra a primeira parte do Livro de Zacarias reflete a tomada de consciência por parte da nascente comunidade judaica, de sua missão espiritual e universal” (1).

E a Salvação que Jesus veio trazer se estenderá, de fato, a todos os povos, como vemos também na passagem do Evangelho (Lc 9, 51-56).

Volto a uma questão fundamental: na primeira Leitura, o Profeta deixa transparecer que quem conhece a Deus deve também torná-lo conhecido a todos, num processo contínuo de conversão e proximidade.

Diz ainda o Missal Cotidiano: “Nosso testemunho de fé deveria ser tal qual que pudéssemos ouvir: ‘Queremos ir convosco, porque compreendemos que Deus está convosco’” (2).

Mais uma vez, voltemos às palavras do Papa Bento XVI, em sua Carta Encíclica “Deus Caritas est”, primeiro parágrafo:

Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo”.

Vivendo os primeiros dias do mês que dedicamos de modo especial ao tema das Missões, é oportuno refletirmos:

- Temos consciência de que a Salvação de Deus se destina a todos os povos?
- Como nos empenhamos para que todos os povos conheçam e adorem a Deus em espírito e verdade?
- Despertamos, pelo testemunho de nossa fé em Deus, o desejo de que outros caminhem conosco?

Invoquemos a luz do Espírito Santo, para que sejamos fortalecidos na graça da missão de anunciar e testemunhar a Palavra do Senhor, com palavras e obras, pois tão somente assim nossa luz haverá de brilhar e Deus será glorificado.



(1) Missal Cotidiano – Editora Paulus -  p.1324
(2) Idem p.1325.

Em poucas palavras...

                                                


O testemunho de fé

“Zacarias insinua que quem conhece a Deus deve fazê-lo conhecido dos demais.

Nosso testemunho de fé deveria ser tal que pudéssemos ouvir: ‘Queremos ir convosco, porque compreendemos que Deus está convosco’” (1)

 

 

(1)               Comentário do Missal Cotidiano – Editora Paulus – pág. 1325 sobre a passagem bíblica: Zc 8,20-23

Oração de São João Crisóstomo (antes de ler a Sagrada Escritura)

                                                     



Oração de São João Crisóstomo (antes de ler a Sagrada Escritura)

Ó Senhor Jesus Cristo, abre os olhos do meu coração para que eu possa ouvir a Tua Palavra, que eu entenda e faça a Tua vontade, pois sou um peregrino na Terra.

Não escondas de mim os Teus Mandamentos, mas abre os meus olhos, para que eu possa perceber as maravilhas da Tua Lei.

Fala para mim as coisas ocultas e secretas da Tua sabedoria. 

Em Ti coloco minha esperança, ó meu Deus, de iluminar minha mente e meu entendimento com a luz do Teu conhecimento; não apenas para valorizar as coisas que estão escritas, mas para realizá-las, pois Tu és a luz para aqueles que jazem nas trevas, e de Ti vem toda boa ação e toda graça. Amém”.

Temos fome da Palavra de Deus

                                                            

Temos fome da Palavra de Deus

Iniciaremos amanhã o mês de outubro, dedicado de modo especial sobre o tema das Missões, renovemos a alegria de sermos discípulos missionários do Senhor.
 
Tenhamos sempre a Sagrada Escritura nas mãos e no coração, para que a Palavra ilumine e conduza a nossa vida, e dela não apenas ouvintes sejamos, mas praticantes, como nos exortou o Apóstolo Tiago (Tg 1,22-25).

Temos fome da Palavra de Deus
 
No dia 30 de setembro, celebramos a memória de São Jerônimo, presbítero e doutor, e a Igreja, nas Laudes e Vésperas, nos oferece este hino:
 
“Tradutor e exegeta da Bíblia,
foste um sol que a Escritura ilumina;
nossas vozes, Jerônimo, escuta:
nós louvamos-te a vida e a doutrina.
 
Relegando os autores profanos,
o mistério divino abraçaste,
qual leão, derrubando os hereges,
as mensagens da fé preservaste.
 
Estudaste a palavra divina
nos lugares da própria Escritura,
e, bebendo nas fontes o Cristo,
deste a todos do mel a doçura.
 
Aspirando ao silêncio e à pobreza,
no presépio encontraste um abrigo;
deste o véu a viúvas e virgens,
Paula e Eustáquia levaste contigo.
 
Pelo grande doutor instruídos,
proclamamos, fiéis, o Deus trino;
e ressoem por todos os tempos
as mensagens do livro divino”.
 
A São Jerônimo, somos devedores pela tradução da Bíblia para o Latim, que até então era em hebraico e grego, por longos 35 anos.
 
Uma de suas memoráveis afirmações:
 
 “Se conforme o Apóstolo Paulo, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus, e quem ignora as Escrituras ignora o poder de Deus e Sua Sabedoria, ignorar as Escrituras é ignorar Cristo”.  

Concluo com uma das estrofes do hino, a fim de renovar em nós o desejo e compromisso do estudo, aprofundamento da Palavra Divina, na prática da Leitura Orante e sobretudo a Palavra proclamada nas Missas e Celebrações:
 
“Estudaste a palavra divina
nos lugares da própria Escritura,
e, bebendo nas fontes o Cristo,
deste a todos do mel a doçura”.

Rezemos por nossos presbíteros

                                                 


                  Rezemos por nossos presbíteros

Sejamos enriquecidos pela Carta que o Bispo e Mártir São Policarpo (séc. II), escreve aos Filipenses:

“Sejam os presbíteros inclinados à compaixão, misericordiosos para com todos, reconduzam os que se desviaram do caminho, visitem todos os enfermos; não se descuidem da viúva, do órfão ou do pobre. Mas sempre cheios de solicitude para o bem diante de Deus e dos homens (cf. 2 Cor 8, 21), evitem a cólera, a acepção de pessoas, o julgamento injusto. 

Repilam para longe toda a avareza; não deem logo crédito contra alguém, não sejam demasiado severos ao julgar, certos de que todos nós somos devedores do pecado.

Se, portanto, suplicamos a Deus perdoar-nos, devemos também nós perdoar. Pois estamos diante do Senhor e dos olhos de Deus e teremos todos de comparecer perante o tribunal de Cristo, e cada um prestará contas de si (Rm 14, 10.12).

Desse modo sirvamo-Lo com temor e todo o respeito como nos ordenou Ele e os Apóstolos, que nos anunciaram o Evangelho, como também os Profetas, que predisseram a vinda de nosso Senhor.

Atentos, façam todo o bem, afastem-se dos escândalos, dos falsos irmãos e daqueles que usam o nome do Senhor com hipocrisia e induzem ao erro os homens superficiais.

Todo aquele que não confessar ter Jesus Cristo vindo na carne é um anticristo (cf. 1Jo 4, 2.3; 2Jo 7). E quem não testemunhar o martírio da cruz, vem do demônio. E quem fizer servir as palavras de Deus a seus desejos e disser não haver ressurreição nem juízo, este é o primogênito de Satanás. Por isso, deixando de lado a futilidade de muitos e os falsos sistemas, voltemos à doutrina que nos foi entregue desde o início, vigilantes na oração (cf. 1Pd 4, 7) e fiéis aos jejuns.

Elevemos preces a Deus que tudo vê, para que não nos deixe cair em tentação (MT 6, 13), conforme disse o Senhor: O espírito na verdade é pronto, mas a carne é fraca (MT 26, 41).

Perseveremos sem cessar em nossa esperança e penhor de nossa justiça, que é Jesus Cristo:  Em Seu corpo carregou sobre o madeiro os nossos pecados, Ele que não cometera pecado nem se encontrou engano em Sua boca (1Pd 2, 24.22); mas, por nossa causa, para que vivamos n’Ele, tudo suportou.

Sejamos, por conseguinte, imitadores de Sua paciência e, se sofrermos por Seu nome, nós lhe daremos glória. Foi este o exemplo que nos deu em Si mesmo, e nós cremos”.

Inspirados nas palavras de São Policarpo, oremos por todos os presbíteros:

Oremos:

Senhor Deus, rezamos por todos os presbíteros para que:

- nos passos de Jesus Cristo, contando com a ação e presença do Espírito Santo, vivam o Ministério como instrumentos da compaixão divina, e sejam misericordiosos para com todos;

- tenham sabedoria para reconduzir os irmãos que se desviaram do caminho, e reencontrando o caminho da comunidade, sintam-se acolhidos e amados por todos;

- em meio a tantas atividades, consigam visitar todos os enfermos, na solicitude com os que mais precisam, sobretudo os mais empobrecidos, e os mais fragilizados;

- sejam cheios de solicitude para o bem, diante de Vós e de toda a comunidade, dando o melhor de si, incansavelmente, não obstante as dificuldades e naturais cansaços;

- sejam livres de toda cólera, jamais façam acepção de pessoas, e tão pouco incorram em julgamentos injustos, e afastem toda atitude de avareza;

- afastando-se do mal, evitem os escândalos que possam fragilizar a comunidade a eles confiadas, embora tenham a fraqueza própria da condição humana;

- sejam vigilantes e orantes, e assim, não caiam nas tentações das quais ninguém está livre, sobretudo do ter, poder e ser; ou seja, acúmulo, domínio e prestígio;

- deem testemunho cotidiano das virtudes divinas: fé comprovada; esperança no Senhor; zelosos na prática da caridade que jamais passará.

Enfim, Senhor Deus, rezamos por todos os Presbíteros, para que cresçam cada dia na devoção à Virgem Maria, para que, na imitação de suas virtudes, vivam cada vez mais frutuosamente a graça da vocação, reavivando sempre no coração a chama do primeiro amor.

Em poucas palavras...

                                                


“Filhinhos, amai-vos uns aos outros”

“São Jerônimo conta-nos que o Apóstolo, já muito velho, repetia continuamente aos discípulos que o levavam às reuniões:

 ‘Filhinhos, amai-vos uns aos outros’. E quando um dia lhe perguntaram por que insistia em repetir sempre a mesma coisa, respondeu: ‘Este é o mandamento do Senhor; se se cumpre, não é preciso mais nada’” (1)

 

 

(1) hablarcomdios.org -  Francisco Fernández-Carvajal.

Rezando com os Salmos - Sl 55(56),2-7b.9-14

 


Confiança plena e incondicional e no Senhor


“=2 Tende pena e compaixão de mim, ó Deus,
pois há tantos que me calcam sob os pés,
e agressores me oprimem todo dia!
–3 Meus inimigos de contínuo me espezinham,
são numerosos os que lutam contra mim!

–4 Quando o medo me invadir, ó Deus Altíssimo,
porei em vós a minha inteira confiança.
=5 Confio em Deus e louvarei sua promessa;
é no Senhor que eu confio e nada temo:
que poderia contra mim um ser mortal?

–6 Eles falam contra mim o dia inteiro,
eles desejam para mim somente o mal!
–7b Armam ciladas e me espreitam reunidos,
seguem meus passos, perseguindo a minha vida!

=9 Do meu exílio registrastes cada passo,
em vosso odre recolhestes cada lágrima,
e anotastes tudo isso em vosso livro.
=10 Meus inimigos haverão de recuar
em qualquer dia em que eu vos invocar;
tenho certeza: o Senhor está comigo!

=11 Confio em Deus e louvarei sua promessa;
12 é no Senhor que eu confio e nada temo:
que poderia contra mim um ser mortal?
–13 Devo cumprir, ó Deus, os votos que vos fiz,
e vos oferto um sacrifício de louvor,

–14 porque da morte arrancastes minha vida
e não deixastes os meus pés escorregarem,
– para que eu ande na presença do Senhor,
na presença do Senhor na luz da vida.”

 

Ao rezar o Salmo 55(56),2-7b.9-14 renovamos nossa confiança na Palavra do Senhor:

“Ameaçado de morte o salmista invoca o socorro de Deus, lembrado de suas promessas. Não perde a serenidade, porque sabe que Deus conhece suas lágrimas, e faz a promessa de uma perene ação de graças.”(1)

Segundo São Jerônimo, neste salmo se manifesta o Cristo em sua Paixão.

Com o Senhor, confiantes em Sua Palavra e presença, sobretudo na Santa Eucaristia, firmemos nossos passos como discípulos Seus.

Em Seu Coração manso e humilde, enfermos renovam forças; desesperados reencontram a esperança; os fracassos superados seguidos de vitórias; entristecidos reencontram a alegria; aflitos reencontram a paz; pecadores, a pureza de alma; ansiosos, a serenidade; dependentes, a sobriedade; os apáticos e indiferentes se libertam destas amarras em sadios compromissos com a Boa Nova do Reino. Amém.

 

(1) Comentário da Bíblia Edições CNBB – pág. 772

“Senhor, dai-nos a graça de sermos verdadeiros evangelizadores”

                                                    

“Senhor, dai-nos a graça de sermos verdadeiros evangelizadores”

Senhor, dai-nos a graça de sermos verdadeiros evangelizadores, sem jamais nos esquecermos de que, como disse Vosso Apóstolo Paulo, “o apego ao dinheiro é a raiz de todos os males” (1Tm 6,10).

Senhor, dai-nos a graça de sermos verdadeiros evangelizadores, não caindo na tentação da procura da fama, do dinheiro, do domínio, para que não sejamos sinais de divisão e discórdia.

Senhor, dai-nos a graça de sermos verdadeiros evangelizadores, felizes com o que temos, sem ambições desmedidas ou cobiças escravizadoras.

Senhor, dai-nos a graça de sermos verdadeiros evangelizadores, procurando o bem dos outros, em plena entrega ao serviço da fé, com o coração pobre, desinteressado, aberto à justiça de Deus.

Senhor, dai-nos a graça de sermos verdadeiros evangelizadores, vivendo a pobreza como expressão da libertação interior, alegria, fraternidade e total confiança na providência divina.

Senhor, dai-nos a graça de sermos verdadeiros evangelizadores, que também vivendo a pobreza, unamo-nos, solidariamente, com quem sofre, procurando alcançar a libertação recíproca.

Senhor, dai-nos a graça de sermos verdadeiros evangelizadores, vivendo na pobreza evangélica, libertos das prisões interiores e da necessidade de aprisionar os outros.

Senhor, dai-nos a graça de sermos verdadeiros evangelizadores, sendo instrumento e sinal de comunhão entre todos, testemunhando a Vida Nova dos que creem em Vós, até a plena Transfiguração, na glória definitiva convosco. Amém.


Uma súplica à luz da passagem da Primeira Carta de São Paulo a Timóteo (1 Tm 6,2c-12) - Missal Cotidiano – Editora Paulus – p.1286

O desafio de cativar e cultivar

O desafio de cativar e cultivar

Na Evangelização, todos nós, padres, bispos, religiosos (as), cristãos leigos, precisamos conjugar estes dois verbos: cativar e cultivar, para que nossa vocação e os trabalhos pastorais sejam cada vez mais frutuosos

Cativar:

É manter atitude de abertura, alegre e acolhedora; não ser um corpo estranho e indiferente dentro da própria comunidade, mas marcar presença nela, assumindo-a com amor e entusiasmo; trazê-la na mente e no coração, mesmo com todas as dificuldades próprias. Entusiasmo significa ter Deus dentro de nós.

Dentro da comunidade, anunciar, catequizar, animar um grupo de pastoral irradiar a luz de Deus que habita dentro de nós, cativando sempre novas pessoas para Aquele que anunciamos: Jesus.

Como é triste e melancólica a pregação quando aquele que anuncia o Evangelho de Cristo, não deixa a Luz d’Ele transparecer, e agravado, quando não acompanhado do testemunho.

Cultivar:

É cuidar da nossa chama batismal, para que nunca se apague. Quantos não vivem seu Batismo, e encontram-se desvinculados de uma Comunidade de irmãos e irmãs.

A graça do Batismo vivido também deve ser acompanhada da vigilância, abastecendo nossas lâmpadas com o óleo da justiça, da verdade, do amor, até que Ele venha.

É preciso fundamentar uma espiritualidade comprometida com Jesus de Nazaré; vivendo a vida segundo Seu Espírito, no autêntico amor a Deus, que passa necessariamente pelo outro, de modo preferencial pelos pobres. 

Deste modo, espiritualidade não é sinônimo de fuga e alienação, mas compromisso com o Deus da Vida e Seu Reino e com o fortalecimento da esperança todos os dias.

A humanidade não sobreviverá sem os ideais de liberdade e justiça; sem aqueles que dedicam sua vida a eles, até mesmo passando pelo martírio, como expressão máxima.

Somente enfrentando a desesperança é que alcançaremos a verdadeira esperança. E a História da Igreja tem inúmeros testemunhos.

Oportunas são as palavras do Apóstolo Paulo:

“Esperando contra toda humana esperança, Abrão acreditou e tornou-se o pai de muitas nações, conforme foi dito a ele...” (Rm 4, 18s).

Cativar e cultivar, dois grandes desafios: cativar é o primeiro momento de todo relacionamento, mas cultivar implica em dedicação, tempo, disciplina, atenção, oração, solidariedade, presença ainda que não física, porque às vezes humanamente impossível, mas a presença espiritual sempre.

Reflitamos:

- Como estamos cativando as pessoas com quem convivemos?
- Como cultivamos aqueles que cativamos?
- Como se dá o estreito elo cativar e cultivar em nossa Evangelização?

Concluindo, a Evangelização será coroada de êxitos se não descuidarmos do cativar, e não nos omitirmos no cultivar; do mesmo modo frutos saborosos colheremos, se este dois verbos além de conjugados, forem nos relacionamentos concretizados.

Cativemos e cultivemos amizades sinceras no Senhor!



PS: Reflexão escrita quando retornei da missão, na Diocese de Ji-Paraná - RO (2000-2002).

Síntese Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2017 (Papa Francisco)

Síntese Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2017 (Papa Francisco)

“A missão no coração da fé cristã”

Em sua Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2017, o Papa nos apresenta a Pessoa de Jesus “o primeiro e maior evangelizador” como falara o Bem-Aventurado Papa Paulo VI em sua Exortação Apostólica ‘Evangelii nuntiandi' n. 7).

Na missão de anunciar a Boa-Nova do Evangelho, fala-nos da natureza da Igreja que é ser missionária.

Apresenta-nos três questões fundamentais diante de um mundo dilacerado por numerosas guerras fratricidas, frustrações, conflitos, vitimando tantos inocentes:

- “Qual é o fundamento da missão?”
- “Qual é o coração da missão?”
- “Quais são as atitudes vitais da missão?”

A missão da igreja que vivendo segundo o Espírito anuncia a vida de Jesus Cristo Ressuscitado, que é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6), ao anunciar o poder transformador do Evangelho, portador de alegria contagiante porque oferece uma vida nova:

“É Caminho que nos convida a segui-Lo com confiança e coragem. E, seguindo Jesus como nosso Caminho, fazemos experiência da Sua Verdade e recebemos a sua Vida, que é plena comunhão com Deus Pai na força do Espírito Santo, liberta-nos de toda a forma de egoísmo e torna-se fonte de criatividade no amor”.

A missão da Igreja, portanto, é Jesus Cristo que continua a evangelizar e agir no tempo presente, tempo favorável de nossa Salvação. E esta missão se dá na experiência viva da vida e graça do Ressuscitado.

Sendo a missão a Pessoa de Jesus Cristo, lembra as palavras do Papa Bento XVI: “ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo” (Carta. enc. Deus caritas est, 1), para nos revigorar e nos impulsionar na missão de anúncio e testemunho do Ressuscitado.

Portanto, pelo Batismo, o Evangelho se torna fonte de vida nova, libertando do domínio do pecado, iluminado e transformado pelo Espírito Santo.

Através da Confirmação, torna-se unção fortalecedora que, graças ao mesmo Espírito, indica caminhos e estratégias novas de testemunho e proximidade.

E pela Eucaristia, torna-se alimento do homem novo, “remédio de imortalidade” como afirmou Santo Inácio de  Antioquia.

Apresenta-nos a Igreja na figura do Bom Samaritano, “curando as feridas sanguinolentas da humanidade, e a sua missão de Bom Pastor, buscando sem descanso quem se extraviou por veredas enviesadas e sem saída... E podemos pensar em tantos testemunhos – testemunhos sem conta – de como o Evangelho ajuda a superar os fechamentos, os conflitos, o racismo, o tribalismo, promovendo por todo o lado a reconciliação, a fraternidade e a partilha entre todos”.

Esta missão tem como inspiração a espiritualidade do êxodo, peregrinação e exílio contínuos: Trata-se de «sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho» (Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 20).

Portanto, a Igreja é um instrumento e mediação do Reino, e se reporta à sua primeira Exortação: “é preferível uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças’ (n.49).

Apresenta a juventude como esperança da missão: Os jovens são a esperança da missão. A pessoa de Jesus e a Boa-Nova proclamada por Ele continuam a fascinar muitos jovens. Estes buscam percursos onde possam concretizar a coragem e os ímpetos do coração ao serviço da humanidade...”, os caminheiros da fé, felizes por levarem Jesus Cristo a cada esquina, a cada praça, a cada canto da terra.

Na conclusão, destaca o importante serviço das Pontifícias Obras Missionárias como instrumento precioso, para suscitar em cada comunidade cristã o desejo de sair das próprias fronteiras e das próprias seguranças, anunciando o Evangelho a todos.

Finaliza apresentando-nos Maria, Mãe da Evangelização, que, movida pelo Espírito, acolheu o Verbo da vida na profundidade da sua fé humilde, para que tenhamos, crendo no Ressuscitado, uma santa ousadia de procurar novos caminhos para que chegue a todos o dom da Salvação.

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