Nosso sim quotidiano ao chamado divino
“Falai, Senhor, que o Vosso servo escuta.”
A vocação de Samuel é um relato exemplar de vocação: A iniciativa procede de Deus, que Se compraz em chamar os pequenos. A partir deste momento, é preciso uma disponibilidade total e serena para responder aos chamamentos do Senhor.
O chamamento de Deus pode acontecer de muitos modos: ora a partir do desejo de conhecer melhor a Deus, ora a impressão de ter sido tocado pelo Seu olhar, ora pela própria vivência do Mistério que envolve aquele que se sente chamado...
Contudo, ninguém pode confiar nas suas certezas, e precisa sempre recorrer ao juízo, ao discernimento para perceber o chamado de Deus, porém é necessário que a última palavra seja de quem o recebeu, para isso, um mandato específico na Igreja ou na comunidade.
Quem se julga chamado deve permanecer disponível para responder à vontade de Deus, cujas implicações e exigências concretas se vão descobrindo e se tornando mais precisas progressivamente.
A vocação, o chamado divino de alguém é sempre uma história pessoal e singular, tecida de respostas quotidianas incessantes aos chamamentos divinos.
Sendo o chamado uma prerrogativa divina, implica também a participação humana daquele que foi chamado em alegre, confiante e perseverante resposta, fazendo próprias as palavras de Samuel após ter sido chamado por Deus: “Falai, Senhor, que o Vosso servo escuta” (1 Sm 3,19).
Ontem e hoje, Deus continua nos chamando e a graça de encontrar o Senhor no caminho e sentir o Seu olhar de amor a nos convidar é algo que as palavras todas não conseguem expressar. Procurar conhecê-Lo, vinculando-se progressivamente a Ele, configurados a Ele, são etapas de uma vocação cristã que transforma toda a vida e a vida toda.
Assim como Samuel, vamos crescendo nesta consciência do chamado, certos de que o Senhor está conosco e jamais nos desampara: É próprio do Amor de Deus escolher, chamar, assistir com Seu Espírito aquele que foi chamado; é próprio de quem ama não se separar do Amado.
E como Deus nos ama, e nos ama até o fim, por meio de Jesus Cristo, nos confia o Seu Espírito para permanecermos firmes na resposta que um dia demos.
Renovemos a alegria de trabalhar na Vinha do Senhor.
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