domingo, 1 de setembro de 2024

Sementes da Primavera do Reino, Dom Joaquim semeou entre nós!

Sementes da Primavera do Reino,
Dom Joaquim semeou entre nós!

Há dez anos dedicaríamos a Edição do Jornal da Paróquia Santo Antônio Gopoúva - Diocese de Guarulhos,  à Sagrada Escritura, pois o mês de setembro é especialmente a ela dedicado, por sua importância, em todos os dias do ano, para iluminar nossa fé, sustentar a nossa caminhada cristã, para que a chama da caridade jamais se apague e a esperança não se reduza a uma espera passiva, sem maiores compromissos com o Reino de Deus, em total fidelidade ao Senhor.

Porém, um fato marcou a história de nossa Diocese: a morte de nosso querido Bispo Dom Joaquim. 

Mudar a temática central do jornal devido a isto? Indubitavelmente não. Pois é impossível falar de Dom Joaquim sem relacionarmos a sua vida com a paixão que tinha pela Palavra de Deus, e ao quanto nos incentivou, em tão pouco tempo de convivência, à prática da Leitura Orante, para uma espiritualidade mais autêntica e comprometida com a vida, com os valores do Evangelho.

Sua presença em nosso meio nos fez entender melhor o que há séculos disse o Bispo Santo Agostinho: “A Sagrada Escritura é para nos ajudar a decifrar o mundo; para nos devolver o olhar da fé e da contemplação, e transformar a realidade numa grande revelação de Deus”.

Em suas visitas pastorais pelas comunidades de nossa Diocese, revelou um senso aguçado para compreensão da realidade, e propunha que voltássemos à essência de nosso Batismo: ser sal da terra, luz do mundo e fermento na massa. Era preciso que rompêssemos uma eventual acomodação e instalação em que pudéssemos nos encontrar, para que fôssemos ao encontro de situações extremamente desafiadoras: o mundo da política, shoppings, escolas, universidades, favelas, cortiços.

Sempre à luz da Palavra Divina, pela qual pautava sua vida e ação de zeloso pastor, nos acenava para o amor de Deus, que nos criou para a felicidade alcançar fazendo feliz o outro.

Não poupou motivação para que nós, padres, não descuidássemos, junto às comunidades, do tríplice múnus de santificar, ensinar e governar as Paróquias que nos foram confiadas, para que o rebanho fosse melhor evangelizado,e todos tivéssemos vida mais digna e plena.

Assim como o Evangelista Lucas, cujo Evangelho aprofundamos neste ano, repetia insistentemente a importância do hoje para a prática do bem, que não pode ser jamais adiado, pois só temos o hoje para o bem fazer.

Como afirmou o Apóstolo Paulo, ele combateu o bom combate, completou a corrida e guardou a fé, na proximidade da primavera, como a bela estação das flores que desabrocham. 

Que a morte de Dom Joaquim seja para nós um momento de revisão, e de fazer brotar e florescer as sementes que ele plantou no chão do coração de todos, quer diocesanos ou não.

Assim como chegará a primavera, cremos que sua presença em nosso meio foi fundamental, verdadeiramente um lançar de sementes do Verbo, para que floresça a primavera do Reino. 

“Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele fica só. Mas, se morre, produz muito fruto.” (Jn 12, 24). Dom Joaquim foi também um grão de trigo que morreu para não ficar só, desabrochou na eternidade com a promessa da imortalidade do Senhor para todo aquele que n’Ele crê.

Por ora, é preciso renovar compromissos com a primavera do Reino, sempre inspirados e nutridos pela Palavra Divina, e que a memória de nosso querido Bispo nos ajude a viver uma fé mais luminosa, crendo que uma nova Igreja, um mundo novo são possíveis. 

Trevas ou luz, pecados capitais e os dons do Espírito, como ele escreveu em seu livro, a escolha está em nossas mãos. Somente acolhendo e vivendo os dons do Espírito, que a Sagrada Escritura nos apresenta, é que a primavera do Reino de Deus se tornará uma realidade em pequenos sinais já contemplados: um mundo mais justo, solidário e fraterno. 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG