Segredos para fortalecimento de nossa religião cristã...
Retomo a mensagem escrita pelo então Cardeal Arcebispo de Salvador-BA, Geraldo Majella Agnelo, sobre o enfraquecimento da prática religiosa nos dias atuais.
Aborda sobre o que falta aos cristãos de hoje e o porquê do declínio das práticas religiosas, o porquê do tédio, cansaço e fadiga, de quem tem fé, em cumprir os próprios deveres, sobre a falta de alegria dos que acreditam em Cristo.
Afirma o Cardeal:
"Nosso cristianismo é sem Cristo, impessoal,
longínquo, que não é visto de perto, estranho,
mesmo se tão conhecido. Não é uma pessoa
viva e verdadeira, um amigo que caminha conosco,
que está mais presente a nós do que o nosso eu,
como nos diz Santo Agostinho".
À luz da Transfiguração do Senhor, também afirma que, para que as coisas mudem para nós, como para os três discípulos sobre o Tabor, é preciso um maravilhamento, um enamorar-se da pessoa de Cristo, participando de Sua Transfiguração:
"Cristo que Se transfigura para iluminar com a
percepção de Sua divindade, revelação do Amor de
Deus que envolve o coração da pessoa.
É a atração de Cristo, não o constrangimento".
Conclui dizendo que o cristianismo não pode ser vivido por constrangimento, como uma taxa ou um imposto que se obriga a qualquer um pagar:
"Talvez demos pouco espaço à ação de Deus
que atrai a Si por Seu Espírito Santo. Cristo
Se toca com os olhos do coração”.
Bem se diz que o cristianismo não é um conjunto de ideias, mas o encontro pessoal com Jesus Cristo, que transforma a vida de quem o encontra, em inevitável apaixonamento e maravilhamento.
Concluo apresentando dez características do discípulo/a de Jesus Cristo, como ressonância da reflexão acima:
- Acolhe o Mensageiro e Sua Mensagem, como amigo querido: Jesus e o Evangelho;
- Assenta-se aos pés do Senhor para escutá-Lo e opta pelo essencial: Jesus e Sua Palavra para fazer diferente todas as coisas;
- Não se entrega nem mesmo na prisão e não se faz de vítima por causa das perseguições e dificuldades, mas lê tudo isso à luz dos sofrimentos de Cristo, completando em sua carne o que a falta a Paixão de Cristo;
- Acredita profundamente na pessoa de Jesus Cristo enquanto “esperança da glória”, ou seja, a proposta de um mundo novo;
- Não busca interesses particulares, mas a construção da comunidade cristã;
- Põe todos os recursos a serviço da Palavra de Deus;
- Preocupa-se com todos, porque o Projeto de Deus, que é liberdade e vida, se destina a todos;
- Faz a síntese entre a ação e a contemplação – trabalho e oração, pois sabe que ação sem a escuta da Palavra de Deus a torna vazia e uma oração sem ação é estéril e alienante;
- Acolhe Deus na pessoa do outro, acolhendo-o, escutando-o;
- Confiante em Deus, sabe que é por Ele imensamente recompensado, em Sua infinita bondade.
Roguemos a Deus que tenhamos nossa fé mais nutrida, esperança mais fortalecida, caridade mais inflamada, a fim de que o mundo veja Cristo Vivo em nós, e que possamos repetir como Paulo aos Gálatas:
“Já não sou eu que vivo, mas é
Cristo que vive em mim.
Minha vida presente na carne vivo-a pela fé no
Filho de Deus que me amou e Se entregou a
Si mesmo por mim” (Gl 2,20).
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