domingo, 18 de fevereiro de 2024

Com Jesus aprendemos a confiar em Deus (IDTQB)

Com Jesus aprendemos a confiar em Deus

Dando os primeiros passos em nosso itinerário Quaresmal rumo à Páscoa do Senhor, sejamos enriquecidos pela reflexão apresentada pelo Missal Dominical.

“Cristo é conduzido pelo Espírito ao deserto para repetir a prova: nele se concentra a fidelidade de Deus a Seu plano e a fidelidade do homem que lhe responde.

Apoiando-se inteiramente na Palavra de Deus (“está escrito”). Cristo sai vitorioso da provação; é uma antecipação da obediência incondicional do Filho bem-amado que Se torna o Primogênito da nova humanidade, fiel a Deus e chamado à Sua intimidade (Evangelho).

Todo homem, como toda geração e toda comunidade, é chamado a reviver a mesma opção fundamental.

'A mais temível tentação não é a que nasce da carne e do mundo, mas a que nasce de uma situação em que a bondade de Deus não entra no nosso campo de percepção.

O cristão pode então dizer: 'Onde então está Deus? Só encontra indiferença e silêncio: Deus se mostra tão distante que ele sente o abandono de Cristo'. 

Vive naquela situação-limite em que viveram Abraão quando Deus lhe ordenou que sacrificasse Isaac, Jó durante a doença, e Cristo na agonia.

'A confiança incondicional é o único meio de salvação, mas ela toca as raias da revolta contra Deus. Tais situações são a tentação suprema para o espírito. Atacam a fé em sua própria raiz, e se compreende por que Cristo pede aos cristãos que fujam em caso de perseguição: a não intervenção de Deus é sentida então de modo tão cruel que poderia destruir a fé.

Não é, pois, de admirar que a Igreja e os cristãos orem todos os dias para que Deus saia de Seu silêncio, que abrevia o tempo em que não manifesta Seu poder'" (C. Duquoc).

A Quaresma é o tempo do teste para nossa fidelidade na resposta ao Plano de Deus; pode acontecer que o tenhamos traído, mutilado ou enterrado, e isso por covardia, interesse, hipocrisia, fraqueza, porque não soubemos vencer as tentações que hoje se nos oferecem.

Toda civilização inclui elementos bons e elementos nocivos, expressão de sua ambiguidade, sua incapacidade para salvar-nos.

Hoje esses elementos nocivos são a apatia diante das realidades espirituais, seu sufocamento 'mórbido"' para que não constituam mais problema e sejam relegados para os recantos da consciência e da vida; a total absorção no terrestre, nos valores e bens que nos são oferecidos em quantidade cada vez mais crescente e alienante: o ‘eficientismo’, gerado pelo ídolo do produzir-consumir e consumir-produzir, esse círculo vicioso implacável e destruidor de todo valor humano; o egoísmo e o espírito de opressão, a luta pela própria carreira, que reduz o próximo unicamente a mais um adversário a eliminar, um concorrente a superar, um degrau pelo qual subir” (1)

Sejamos revigorados, neste tempo intenso de penitência, silêncio orante, para que acompanhado do jejum nos leve à prática da caridade ativa, que nos faz mais configurados a Jesus.

Renovemos a total e incondicional confiança em Deus, como Jesus o fez, contando sempre com a presença, ação e força do Espírito que sobre Ele pairava, e sobre toda a Igreja paira, porque não nos deixou órfãos. Sua promessa se cumpriu!

Sejamos fortalecidos neste santo propósito de vencer as tentações do Maligno, pois a liberdade por Deus nos foi concedida, e é preciso saber usá-la, e assim também viveremos a Campanha da Fraternidade 2024, com o tema: “FRATERNIDADE E AMIZADE SOCIAL", e o lema: “Vós sois todos irmãos e irmãs" (cf. Mt 23,8).

Oremos:

"Concedei-nos, ó Deus onipotente, que, ao longo desta Quaresma, possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a Seu amor, por uma vida santa. Por N. S. J. C. Amém!”


(1) Missal Dominical, Editora Paulus, (pp. 147-148).

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