segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

A Solenidade de Maria, Mãe de Deus

                                                                  


A Solenidade de Maria, Mãe de Deus

“Maria, a totalmente santa, toda consagrada
ao amor de Deus e ao amor dos homens.”

No dia 1º de janeiro, iniciaremos um Novo Ano, celebrando a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, e o dia Mundial da Paz, instituído pelo Papa São Paulo VI em 1968.

Contemplamos a figura de Maria que, com o sim dado ao Projeto de Deus, oferece ao mundo, Jesus, o Salvador da humanidade:

“A Solenidade da Mãe de Deus, no coração das celebrações do Natal, é um renovado momento de graça oferecido a todos nós para nos ajudar a aprofundar a contemplação do Mistério da Encarnação, para nos dizer uma vez mais que o Filho de Deus veio verdadeiramente na nossa carne humana, no tempo, através do corpo de uma mulher: Maria, a totalmente santa, toda consagrada ao amor de Deus e ao amor dos homens.” (1)

Na passagem da primeira Leitura (Nm 6,22-27), ouvimos a Bênção Sacerdotal, que nos revela a presença de Deus que caminha sempre conosco e nos derrama Sua bênção, comunicando vida em plenitude, uma comunicação de vida real e eficaz, agraciando àquele que foi abençoado com vigor, força, êxito, felicidade, prosperidade.

Com a bênção, O Senhor, além de conceder vida e proteção, faz brilhar Sua face, revela um rosto sorridente e favorável, concedendo a necessária graça, olhando-nos com benevolência e nos concedendo a paz, que consiste na plenitude dos bens e na felicidade plena.

Tudo recebemos de Deus: vida, saúde, força, amor e incontáveis sinais de Sua bondade, entretanto, é evidente que a bênção não é sinônimo de mágica, pois a bênção de Deus, derramada sobre nós continuamente, precisa ser acolhida com amor e gratidão e depois transformada concretamente em gestos de amor e paz. É preciso que nosso coração se abra à ação divina, para que esta nos atinja e nos transforme totalmente.

Na passagem da segunda Leitura (Gl 4,4-7), mais uma vez, contemplamos o amor de Deus, que vem ao nosso encontro nascido de uma “mulher”, Maria, e por meio deste Filho nos tornamos livres e amados e podemos nos dirigir a Deus chamando de “abbá” (“papai”), consequentemente, filhos de Deus.

E fazendo esta experiência de filhos amados de Deus, a comunidade é vocacionada a criar e fortalecer os laços fraternos, sem marginalização ou exclusão, ou escravidão, como tão bem acenou o Papa Francisco em sua Mensagem para o dia Mundial da paz (2015): – “Já não escravos, mas irmãos".

Na passagem do Evangelho (Lc 2,16-21), refletimos sobre a alegria e felicidade daqueles que acolhem o Menino Deus, que veio fazer morada entre nós e em nós, realizando assim o desígnio libertador de Deus no meio da humanidade.

Trata-se de um texto profundamente catequético, sem pretensões de “noticiário jornalístico”; tem o intuito de comunicar uma Boa-Nova e uma nova atitude.

Reflitamos:

- Jesus veio trazer a libertação. Qual é a nossa resposta?

Os pastores (pobres e marginalizados de todos os tempos) vão apressadamente ver o Menino, expressando o desejo de liberdade e a disponibilidade de coração; glorificam a Deus e dão testemunho do Menino.

Ressalte-se também a atitude de Maria, que “conservava todas estas Palavras, meditando-as no seu coração”, comunicando uma atitude de quem é capaz de abismar-se, encantar-se com a ação do Deus libertador; tem a sensibilidade para entender os sinais de Deus e a sabedoria da fé para compreendê-los à luz do Plano de Deus.

Tanto a atitude meditativa e contemplativa de Maria, como a atitude missionária dos pastores, devem ser atitudes que marquem a vida daquele que se torna discípulo missionário do Senhor: meditação, contemplação, missão, que deve ser realizada com alegria, como alegres mensageiros do Verbo que Se fez Carne e habitou entre nós (Cf. Jo 1,14).

“Fortalecidos com esta certeza de fé, somos impelidos, como os pastores do Evangelho, a anunciar aos irmãos a alegre Notícia de que Deus fez homem para tornar o homem participante da vida divina. O Salvador – nascido de uma mulher, como nós – assumiu a nossa humanidade para nos dar a Sua glória. Somos filhos no Filho bendito, que é também a nossa paz.” (2)

Finalizando, contemplemos a ação de Deus que agiu em nosso favor neste ano que termina, e peçamos Sua bênção e proteção para mais um ano, com a certeza de que também podemos contar com a presença e a ternura de nossa Mãe, Maria, Mãe de Deus e nossa em todos os momentos.
Feliz Ano Novo!



(1) Lecionário Comentado - Editora Paulus - Lisboa - Tempo Advento / Natal - pp. 293/294
(2) Idem p.294

Abençoados por Deus e protegidos por Maria

                                                     


Abençoados por Deus e protegidos por Maria

Senhor, iniciaremos mais um ano, e pedimos todos os dias Vossa bênção e proteção.
Fazei resplandecer sobre nós Vosso rosto, e tenha misericórdia de nós,
Humildemente, em Vossas mãos, colocamos nossa miséria por Vós redimida.

Senhor, volvei para nós o Vosso rosto e dai-nos a Vossa verdadeira paz,
A plenitude de todos os dons, enriquecendo-nos imensuravelmente com eles,
Pois valem mais do que todo o ouro e riqueza do mundo inteiro.

Senhor, concedei-nos, a cada dia, um coração contemplativo e meditativo,
Como o coração de Vossa Amantíssima Mãe que,
Contemplando os Mistérios divinos, nos ensinou o mesmo fazer.

Senhor, com este olhar, saibamos silenciar o coração e amar como amais,
Sobretudo quando as águas turbulentas de nossa história se agitarem,
jamais percamos a fé e esperança, porque em Vós não se decepciona quem confia.

Senhor, como aos Vossos pastores, concedei-nos Vosso Santo Espírito,
Para louvar e glorificar a Vossa incansável ação em nosso favor,
Vós que nos cumulais de copiosas graças e infinitas maravilhas.

Senhor, por Vós iluminados e conduzidos pelo Vosso Santo Espírito,
Proclamemos Vossa divina Palavra, como alegres mensageiros
Discípulos missionários, com os pés a caminho, em permanente missão.

Senhor, enfim, nós Vos agradecemos, porque ao Se Encarnar e por nós morrer,
Nos redimistes e Deus nos adotou por filhos, e nos fez herdeiros por Vossa graça,
Herdeiros da mais bela riqueza, hospedeiros do mais belo Hóspede: o Santo Espírito.

Trindade Santa, sejamos, portanto, a cada dia deste ano, abençoados,
E, por Vossa Mãe, no colo carregados, e também amados e protegidos,
Por maiores que as dificuldades sejam, maior seja a força que vem de Vós. Amém.

Com Maria, coração aberto à graça divina

                                                             

Com Maria, coração aberto à graça divina

“Alegra-te, Cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1,28)

Abertos à graça divina, voltamos nossos olhares para Maria, aquela que é “cheia de graça”, como o Anjo Gabriel a saudou, Mãe tão serena e plena de liberdade e graça.

Permaneçamos firmes na fé, contando com Maria, nossa Mãe, com esforços necessários; abrindo-nos ao Espírito, para que, com criatividade, conduzamos muitos até Jesus e Sua presença, que nos envolve e nos plenifica de Amor.

Sejamos revitalizados na vivência de nossa vocação, para vivermos com alegria a nossa missão; seguindo o exemplo de Maria, na fidelidade a Deus, termos a necessária obediência, e conversão contínua para correspondermos aos desígnios de Deus.

Urge que nossa devoção a Maria consista em abrir sempre o coração para a graça que Seu Filho veio ao mundo comunicar: Graça como a seiva do amor, favores e bens necessários, que nos fortalecem no carregar da cruz quotidiana, com renúncias necessárias, e deste modo, nossa devoção a Maria é expressa no viver o Sim incondicional a Deus, como ela viveu.

Maria, mãe tão serena, plena de amor, liberdade e graça, rogai por nós, hoje e sempre.  Amém.

Sua amável presença é sentida como o exalar de um suave perfume

                                                         


Sua amável presença é sentida como o exalar de um suave perfume

Por vezes, parece que estamos caminhando num árido deserto, sem fim.
Nada mais a ver, a não ser areia a ser pisada e o sucessivo pôr do sol,
E o tão apenas nascer de um novo dia a viver, sabe-se como.

Árido deserto, sem a esperança de um oásis, seria um triste fim.
Sem perspectivas de superações, quem assim suportaria?
Mas em situações assim, não podemos deixar morrer a esperança e a alegria.

Quantas vezes no deserto árido de nossa história,
Sentimos a presença de alguém, modelo de coragem e ousadia,
Que nos acompanha em todos os momentos? Sim, é ela: Maria.

Sua terna presença é sentida como o exalar de um suave perfume,
Que nos assegura que há desertos na vida, mas possível é a travessia.
Podemos contar com ela, que caminha conosco, mil noites e dias.

Sua amável presença é sentida como o exalar de um suave perfume,
Que nos aponta a confiança em Seu Filho, fonte de água viva,
Que as sedes de todas as sedes, a sede do amor, somente Ele sacia.

Sua amável presença é sentida como o exalar de um suave perfume,
E ainda que caminhemos em tempos sórdidos, com páginas não memoráveis,
Em seu colo de mãe acolhidos, de nossos cansaços, forças refeitas.

Sua amável presença é sentida como o exalar de um suave perfume,
Ainda há um longo caminho a percorrer, à espera da vinda gloriosa de Seu Filho,
Que veio, vem virá. E quem melhor do que Maria, poderá esta espera nos ensinar?

Maria, Mãe de Deus

                                                       


Maria, Mãe de Deus

“Maria ficará para sempre ‘mãe’,
Mãe do homem Jesus Cristo e Mãe do Altíssimo.”

Tanto nas Igrejas do Oriente como do ocidente dão, unanimemente, a Maria o nome de “Mãe de Deus”; é através deste título que a Ela recorrem na Oração Eucarística e nas celebrações do Natal do Senhor, invocando a sua intercessão, e não poderia ser chamada de outro modo porque Seu Filho é o Filho do Altíssimo.

O Concílio Ecumênico em Éfeso, no ano de 431, a declarou solenemente Mãe de Deus, contra os que rejeitavam este apelativo.

Por isso, a proclamação do Magistério provocou na cidade um regozijo popular indescritível, porque o povo cristão já havia assim compreendido antes da afirmação do Dogma.

Em Roma, o Papa Sisto III (432-440) mandou restaurar imediatamente e consagrou à Virgem Maria a antiga basílica, que, desde o século IV, se erguia no Monte Esquilino, hoje conhecida com o nome de Santa Maria Maior (mais velha ou mais antiga), porque foi a primeira Igreja dedicada à Mãe de Deus no Ocidente.

A Virgem Maria é nossa mãe por ter trazido ao mundo Aquele que é nosso Irmão e Senhor, e muito nos enriquecemos ao contemplá-La em sua humildade como ‘escrava do Senhor’, ‘a bendita entre todas as mulheres’ que correspondeu com fé e humildade plena à sua vocação, e por isto ela se tornou a Mãe da Igreja e modelo mais perfeito para todo o discípulo missionário que pretende ser fiel na escuta prática da Palavra do Senhor.

Por isto a Igreja afirma que Ela é a "Rainha de todos os Santos", porque nela a graça desenvolveu-se sem encontrar o menor obstáculo e está intimamente associada à obra da Redenção, realizada por Seu Filho, intercedendo junto d’Ele por nós, ‘pecadores’, agora e na hora de nossa morte, como Mãe e Medianeira nossa.

Nada sabemos sobre o que o Ano Novo trará para nós e para o mundo inteiro, mesmo quando saudamos e desejamos um "Ano Novo cheio de felicidades".

Mas não há sombra de dúvida que, aconteça o que acontecer, podemos contar sempre com a graça constante de Deus e com a intercessão de Maria, que jamais nos desampara.

Silenciemo-nos e contemplemos a singeleza de um presépio, lá está Maria silenciosa ao lado de José: ela um pouco mais retirada no estábulo em que deu à luz ao Salvador, como que dizendo a todos nós: “Amados filhos, somente n’Ele, neste Menino que é Deus,  deve centrar toda a atenção, e só por Ele dar glória e louvor a Deus, e façam tudo o que Ele disser a vocês, sem medo, sem reservas, com coragem e fidelidade, e alegria, felicidade e paz encontrarão".

É deste modo que contemplamos a presença de Maria na Igreja: intensamente presente, mas em segundo plano em relação a Jesus, Aquele que é único que nos Salva, porque é Verdadeiramente Homem, Verdadeiramente Deus.

Concluindo, “Maria ficará para sempre ‘mãe’, Mãe do homem Jesus Cristo e Mãe do Altíssimo. O seu seio é o lugar onde se encontram a imensidão de Deus e a pequenez e fragilidade da criatura humana. É esta a ‘admirável permuta’ que muda o nosso destino, porque agora também a mais pobre carne humana encerra o tesouro de uma semente de humanidade.” (1)

“Por Ele, realiza-se hoje o maravilhoso encontro que nos dá vida nova em plenitude. No momento em que Vosso Filho assume nossa fraqueza, a natureza humana recebe uma incomparável dignidade: Ao tornar-se ele um de nós, nós nos tornarmos eternos.” (2)

Contemplemos Jesus, a Fonte da Divina Graça, Maria, plena da graça divina, José, fidelidade incondicional à graça divina. Enfim, imitemos a Sagrada Família na terra, para viver com Ela no céu.



PS: Livre adaptação - Missal Cotidiano Dominical e Ferial - pp. 206 e 208;
(1) Lecionário Comentado – Editora Paulus - p.292
(2) Missal Romano - Editora Paulus - p. 412

“Hino à Mãe de Deus”

                                                       

“Hino à Mãe de Deus”

Hino à Mãe de Deus: trata-se de um antigo hino siríaco de Tiago de Saroug, em que nos apresenta Maria, a Bem-Aventurada.

Também nós, como discípulos missionários do Senhor, somos chamados a trilhar o caminho das Bem-Aventuranças, como Ele nos falou no Sermão da Montanha (Mt 5,1-12).

Seja nossa devoção Mariana a imitação das virtudes de Sua Mãe, a Mãe de Deus, pois somente assim nossa devoção será frutuosa e agradável aos olhos de Deus, como nos ensina a Igreja.

“Ela é bem-aventurada: recebeu o Espírito que a fez pura e imaculada; tornou-se o templo onde habita o Filho das celestes alturas.

Ela é bem-aventurada: por ela foi restaurada a raça de Adão e reconduzidos os que tinham abandonado a casa do Pai.

Ela é bem-aventurada: sem conhecer as uniões humanas, pôde sem confusão contemplar seu Filho como as outras mães.

Ela é bem-aventurada: seu corpo permaneceu sem mancha e foi glorificado pelo terno fruto da sua virgindade.

Ela é bem-aventurada: os limites do seu seio contiveram a grandeza sem limite que enche os céus, sem que estes possam sustentá-la.

Ela é bem-aventurada: deu a vida ao antepassado comum que gerou Adão e renovou todas as criaturas degeneradas.

Ela é bem-aventurada: deu o seio àquele que levanta as ondas do mar.

Ela é bem-aventurada: carregou o poderoso gigante que sustenta o mundo com secreto vigor; beijou-O e ternamente O cobriu de carícias.

Ela é bem-aventurada: seus lábios tocaram aquele cuja chama faz recuar os ardentes serafins.

Ela é bem-aventurada: suscitou aos prisioneiros um libertador que subjugou o carcereiro e devolveu a paz à terra.

Ela é bem-aventurada: alimentou com seu leite aquele que deu a vida a todos os mundos.

Ela é bem-aventurada: pois todos os santos devem ao seu Filho a felicidade. Bendito é o Santo de Deus que brotou da sua pureza!
Amém.” 

Com Maria, contemplemos e adoremos a Divina Criança

                                                  

Com Maria, contemplemos e adoremos a Divina Criança

Ao celebrar a Solenidade da Mãe de Deus, Maria, sejamos enriquecidos pelo Sermão de São Basílio de Selêucia (séc. V).

“O Criador do Universo, o todo-poderoso, nascido da Virgem Mãe de Deus, uniu-se à natureza humana; Ele assumiu uma carne verdadeiramente dotada de uma alma, e não experimentou culpa alguma: ‘Ele não cometeu pecado, nem se achou falsidade em sua boca’.

Corpo sagrado que abrigava o Senhor! Em Maria foi anulada a constatação de nosso pecado, pois foi nela que Deus Se fez homem, permanecendo Deus.

Ele quis submeter-se a esta gravidez, e Se humilhou ao nascer como nós, sem abandonar o seio do Pai, satisfez-Se com os afagos de sua Mãe. Porque Deus não fica dividido quando cumpre sua vontade; isto é, mesmo permanecendo para todos indivisível, Ele dá a Salvação ao mundo.

Gabriel veio à Virgem Maria sem deixar o céu, e o Verbo de Deus que abraça toda a criação, enquanto nela esteve encarnado, não cessou de ser adorado no céu.

Será necessário intervir com tudo o que os profetas disseram anunciando o advento de Cristo que nasceria da mãe de Deus? Que voz seria assaz sublime para entoar hinos que convenham a sua dignidade? De que flores nós lhe trançaríamos a coroa que a ela é devida? Porque é dela que ‘germinará a flor de Jessé’, e que tem coroado nossa raça de glória e de honra.

Que presentes dignos dela lhe ofereceremos, quando tudo o que há no mundo é indigno dela? Porque, se São Paulo disse dos demais santos: que o mundo não era digno’ deles, o que diremos da Mãe de Deus que resplandeceu acima de todos os mártires tanto quanto o sol brilha mais do que as estrelas?

Ó Virgindade pela qual os anjos, inicialmente distanciados do gênero humano, se alegram com razão por serem colocados a serviço dos homens! E Gabriel exulta por ser incumbido de anunciar a concepção divina, porque ele percorre sua mensagem de Salvação que invoca a alegria e a graça.

‘Alegra-te, cheia de graça’, assume um rosto jovial, pois é de ti que vai nascer a alegria de todos, com Este que, depois de ter destruído a potência da morte, e ter dado a todos a esperança de ressuscitar, nos libertará da antiga maldição.

O Emanuel foi rebento deste mundo que outrora havia criado, aparecendo como um recém-nascido, Ele que era Deus antes da eternidade; recostado em uma manjedoura, excluído do habitat comum. Então veio para preparar as moradas eternas.

Confinado a uma gruta e apontado por uma estrela, cumulado de presentes pelos magos e pagando o resgate do pecado, carregado nos braços de Simeão e abraçando o Universo pela extensão de sua potência divina, visto como um infante pelos pastores e reconhecido como Deus pelo exército dos anjos que cantavam ‘sua glória no céu, a paz sobre a terra, a benevolência de Deus para os homens’.

Tudo isso, a Santa Mãe do Senhor do Universo ‘meditava em seu coração’, diz o Evangelho. Ela se alegrava interiormente pela reunião destas maravilhas, ao mesmo tempo em que é transtornada pela grandeza de Seu Filho que é Deus, grandeza que ela percebe pelos olhos da alma.

Como ela (Maria) ficava a contemplar o Divino Infante, como eu o creio, por impulsos cheios de respeito, ela estava sozinha a conversar com o Único.” (1)

Iniciamos mais um ano com a certeza de que a graça e o amor de  Deus serão abundantemente derramados em nossos corações por meio do Espírito Santo; e também, que Ele, feito infante, frágil e com sua Vida, Paixão, Morte e Ressurreição, trouxe-nos vida plena e feliz, abrindo-nos as portas da eternidade.

Convictos também de que não nos faltará o olhar, o afago de Sua Amantíssima Mãe, Mãe de Deus e nossa Mãe em todos os momentos, assim como Jesus sempre o teve: na Encarnação, na vida, na Paixão e Morte, ao pé da Cruz, Mistério de amor e dor, e na alegria da gloriosa Ressurreição, ao lado dos apóstolos.

Iniciando um ano novo, sejamos abençoados por Deus e contemos com o olhar e ternura de Maria, que jamais se desviou e se afastou de Seu Filho, agora e na hora de nossa morte. Amém.

 

(1) Lecionário Patrístico Dominical – Editora Vozes – 2013 – pp. 297-298

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